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segunda-feira, 17 de julho de 2023

QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

 




LIÇÃO 4

QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

TEXTO ÁUREO

Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25)

VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana.

Leitura Bíblica em Classe

Romanos 1.18-25

 

Objetivos da Lição

1.      Identificar as consequências da irreligiosidade e culto à criatura;

2.      Compreender a origem histórica do humanismo e seus desdobramentos em nossa cultura;

3.      Conhecer os tipos de autoidolatria e as orientações bíblicas para escapar desses males.

INTRODUÇÃO

O homem foi criado para a glória de Deus. Quando o Criador não é glorificado através da criatura, algo está muito errado. Paulo nos adverte, que até no comer e no beber, devemos glorificar ao Senhor (1Co 10.31). O homem sempre buscou a glória para si. Basta lembrar de Ninrode, o “poderoso caçador” (Gn 10.9), que quis construir uma torre que tocasse nos céus, porém, foi impedido por Jeová (Gn 11.5-9). Tudo isso foi originado de Satanás, que desejou subir acima nas alturas e ser semelhante ao Altíssimo (Is 14.14). O homem adâmico gosta de glória para si, mas o homem espiritual glorifica ao Criador dos céus e da terra.

Um dos movimentos que passou a enaltecer a razão e o racionalismo, foi o “Iluminismo”. Movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. A autoidolatria (idolatria de si mesmo), o coração perverso e a escolha pelos prazeres da carne colocaram a raça humana em inimizade contra Deus (2Tm 3.4). Esta lição é um alerta sobre o que ocorre quando Deus deixa de ser a medida de todas as coisas (Rm 1.18).

I – O DESPREZO À VERDADE

1.    A impiedade e a injustiça. Impiedade é o contrário de piedade; assim como injustiça é o antônimo de justiça. Se ser pio é ser justo, bondoso, benigno, consagrado a Deus; ser ímpio, é ser injusto, maldoso, maligno, dedicado as coisas do diabo. Ser piedoso é ser uma pessoa ligada a Deus, e ser ímpio, é ser uma pessoa declaradamente contra Deus (Sl 36.1; Jd 1.14,15). Ser injusto, é não ser reto com Deus e nem com o próximo (2Pe 2.15). Vem do grego adikia que significa “sem retidão”. Tanto a impiedade quanto a injustiça são qualidades de uma sociedade sem Deus, e de um povo não regenerado pelo poder do Espírito Santo (Rm 1.18), onde a idolatria, o culto a criatura a perversidade e a depravação moral, expressam a decisão deliberada do homem em desprezar a verdade de divina (Rm 1.19,20). É uma geração de consciência cauterizada (1Tm 4.2), dado a recusa do próprio homem em glorificar ao seu Criador (Rm 1.21). E assim fazem sem nenhum escrúpulo, sem nenhum temor, como se nada fosse acontecer. Porém, a sua condenação não dormita, e logo o Todo-Poderoso dará o pago a todos, segundo as suas obras (Rm 1.32).

2.    A insensatez humana. Ninguém poderá dizer que não tinha conhecimento de Deus. O Salmista Davi disse que “Os céus manifesta a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Sl 19.1). Não haverá desculpas! Interessante, que o homem se julga tão inteligente, tão sábio, mas despreza a verdadeira sabedoria, pois “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10). Suas ideologias rejeitam, pervertem e substituem a verdade de Deus pela mentira do homem. Foi assim com o casal no Éden, que preferiu acreditar no que a serpente estava dizendo (Gn 3.4-6), do que crer no que o Criador havia dito (Gn 2.16,17). Quanta insensatez! Disso resulta a idolatria e a perversão moral (Rm 1.22-25).

3.    O culto à criatura. A partir do momento que os homens desprezam a Deus e seus estatutos, são deixado à sua própria sorte. Quer dizer, Deus os entrega a seus prazeres, seus deleites pecaminosos, degradando seus próprios corpos (Rm 1.24). Convém, aqui, dizer, que todo juízo sobre os pecadores, sejam os adúlteros, afeminados, mentirosos, desnaturados, desobedientes, ingratos, profanos, assassinos etc. virá sobre àqueles que não se converterem ao Senhor, e permanecerem em seu pecado até a sua morte. Eles serão julgados pelo Senhor. Compete a nós como igreja do Senhor, amar a todos, pregar o Evangelho a toda criatura, amar ao próximo e não fazer acepção de pessoas.  Porém, precisamos advertir a todo pecador, que somente um encontro real com Jesus poderá mudar a sua vida (1Co 6.10.11).

II – A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO

1.    Renascentismo (Sec XIV e XVI) As principais características da renascença foram o humanismo, o antropocentrismo, o individualismo, o universalismo, o racionalismo e o cientificismo. Deus é colocado de lado, e o homem passa a ser o centro de tudo. Abraão, do alto de seu quilate espiritual e sua amizade com Deus, disse: “...eis que agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza” (Gn 18.27). Esse é o reconhecimento do homem que tem amizade com Deus, porém, os homens racionalistas, pensam que são mais do que Deus, e aí acontece o que sucedeu com Herodes, que foi comido de bichos porque não deu glória a Deus (At 12.21-23). Quanto ao antropocentrismo, infelizmente, agora estamos vendo dentro das igrejas. Não é mais um movimento do lado de fora, mas dentro das igrejas evangélicas, onde o homem é aplaudido, louvado, e o Senhor da igreja está sendo colocado de lado. Muito cuidado igreja do Senhor!

2.    Humanismo. Esse foi mais um movimento que começou na Itália no século XV. Para esse movimento a ética e a moral depende do homem. Não é a Palavra de Deus que dita as regras, mas tudo passa a ser descontruído por eles no aprofundamento da história antiga. Talvez, uma das únicas coisas benéficas do humanismo, foi a valorização dos direitos individuais. Porém, a Bíblia já tem em seus ensinamentos as regras para esses direitos também, isso não nasceu com o humanismo (Lv 6.1-6). A Bíblia também ensina a igualdade entre raças, classes sociais e de gênero (Gl 3.28).

3.    Iluminismo. O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. Pregavam que o homem pode dirigir seu próprio caminho, traçando o seu próprio destino, e que não precisava da igreja, sendo ela assim dispensável. Surge no século XX “a sociedade líquida”. Com isso queriam dizer os modernistas, que já não havia mais verdades sólidas, absolutas, mas tudo se tornou “relativo”. Quer dizer, depende do olhar e da compreensão de cada um. Surge o individualismo, o egocentrismo, o hedonismo, o narcisismo. Para o hedonista, o que vale é o prazer, não importa o meio para chegar ao prazer; como o abuso do corpo, a depravação, drogas, e o consumismo exacerbado.

III – TIPO DE AUTOIDOLATRIA

1.    Idolatria da autoimagem. O homem caído é amante de si mesmo. Ele é egocêntrico e narcisista. O culto a autoimagem é uma espécie perniciosa de idolatria. Quantos obreiros e crentes idólatras existem hoje em dia. Amam a sua própria imagem! O apóstolo Paulo nos fala que o homem caído é “egoísta”: amante de si mesmo; “avarento”: amante do dinheiro; odioso: sem amor para com o seu próximo (quebrando assim um dos mandamentos de Deus que foi ratificado por Jesus no Novo Testamento (Lc 10.27,28); rebelde: sem amor para com Deus (Quebrando o primeiro e maior mandamento da lei do Senhor (Lc 10.27); hedonista: amante dos deleites (2Tm 3.2-4). O idólatra de si mesmo, tem estrema necessidade de aparecer, se autopromover, e se acha melhor que todos. Como acostumamos dizer: ele se acha a única Coca-Cola do deserto. Ele não quer saber como vai subir. Como vai conquistar as coisas, mesmo que seja por meios ilícitos, mas, para ele o importante é conseguir chegar no topo, onde ele quer a todo custo chegar. Para ver o que a Bíblia ensina sobre isso, é somente atentarmos para o exemplo de Jesus em Filipenses 2. 3-8.

2.    Idolatria no coração. O coração aqui, não é esse membro pulsante, que temos no peito, que injeta o sangue nas nossas veias, mas o centro de nossas emoções, vontades e desejos (Rm 10.6). Jeremias disse que o coração é enganoso e perverso (Jr 17.9). Jesus disse que é dele que procede todo tipo de pecado (Mr 7.19-23). Por isso mesmo Deus condena a idolatria no coração (Ez 14.3). Aqui devemos parar um pouco e pensar: Será que não estamos com algum ídolo em nosso coração? Quantos que estão dentro das igrejas, mas dão guarida a ídolos em seu coração. O que devemos guardar bem escondido no coração é a Palavra de Deus (Sl 119.11). O comentarista diz:  O crente traz a idolatria dentro de si quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais.

3.    Idolatria sexual.  A falha no controle dos impulsos sexuais está associada a sensualidade (Rm 1.27). A idolatria é bem mais que o pecado em si, pois é a busca incontrolada pelo prazer sexual, a incontinência, a busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1Co 6.15). É o altar da idolatria sexual levantado no coração. Hoje existe uma facilidade de se levantar esse altar através da internet. Quantos cristãos que não dormem sem que primeiro visite as páginas nocivas na internet. Aquilo se tornou para ele como um ídolo, que não pode deixar de adorá-lo. A culto a Deus é trocado pelo culto ao corpo com a finalidade de satisfazer o ídolo da perversão e da lascívia por meio do pecado (1Pe 4.3 – NAA). Vejamos o conselho da Palavra de Deus, de como vencer esse pecado: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gal 5.16 – NAA).

CONCLUSÃO

Há uma profecia do profeta Sofonias que diz: “Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exércitos. O Senhor será terrível para eles, porque aniquilará todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, todas as ilhas das nações” (Sf 2.10.11). Deus não está satisfeito com essa terra idólatra (Rm 2.8), nem com essa autoidolatria humana. Ele fará justiça. Bem-aventurada a nação cujo Deus é o Senhor. Todos os povos a terra são convidados a louvar ao Senhor (Sal 100; 150).

Vosso em Cristo

Pr Daniel  Nunes

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