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quinta-feira, 6 de julho de 2023

A DETURPAÇÃO DA DOUTRINA DO PECADO

 



TEXTO ÁUREO

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Rm 3.2).

VERDADE PRÁTICA

O pecado de Adão arruinou toda a humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.

Leitura Bíblica em Classe

Romanos 3.9-20

Objetivos da lição:

1)    Expor o ensino bíblico da natureza pecaminosa;

2)    Pontuar teologias modernas que derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado;

3)    Mostrar as consequências da normalização do pecado.

INTRODUÇÃO

A primeira ação desta aula será trazer um conceito da palavra “deturpação”, por estar inserida no contexto da lição. Deturpação tem o sentido de desvirtuação de sentido, interpretação equivocada de algo. É sinônimo de adulterar o sentido, corromper, perverter, distorcer, alterar, viciar, modificar, descaracterizar, falsear, desviar, trocar. No sentido bíblico, tem o significado de corromper, depravar, desnaturar.

A doutrina do pecado na Bíblia, faz oposição às principais ideologias modernas que procuram elevar o homem, salientando sua suposta bondade inerente, ou intrínseca, coisa que sabemos que não existe. Paulo, escrevendo aos Romanos disse: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7.18). Portanto, querer achar que o homem é bom por si só, é um desvirtuação da doutrina bíblica do pecado. Quando a doutrina bíblica do pecado é deturpada, logo, tudo o mais no campo moral certamente também o será. Nesta lição estudaremos a necessidade de manter a ortodoxia dessa doutrina, sem desviar nem para a direita nem para a esquerda, como diz as Escrituras (2Cr 34.2).

I – O ENSINO BÍBLICO DA NATUREZA PECAMINOSA

1.    Definição de Pecado.

NATUREZA DO PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO: Existe uma variedade de termos, do hebraico chatá para expressar esse mal:

a.      Na esfera moral: a) Errar o alvo, reunindo 3 ideias: • errar como arqueiro erra o alvo; • errar como viajante erra caminho; • errar como ser achado em falta na balança; (Gn.4:7) -Pecado é o leão pronto para tragar;

b.     Tortuosidade ou perversidade, contrário de retidão, tornando-se não reto e sem ideal reto;

c.      Mal pensamento de violência ou infração, violando a lei de Deus. O pecado sem perdão é a incredulidade (Mt 12.31-32) • Na esfera da conduta fraternal: Violência ou conduta injuriosa, homem maltrata/oprime os seus (Gn.6:11 e Pv.16:29); • Na esfera da santidade: sendo irreligiosos, transgressores e criminosos. • Na esfera da Verdade: Inútil e fraudulento; falar e tratar com falsidade, representar e dar falso testemunho, numa vaidade vazia e s/valor, onde a mentira iniciou o 1ºpecado e o 1º pecador, pois todo o pecado contêm elemento do engano (Hb. 3:13). • Na esfera da Sabedoria: Impiedade por não pensar/não querer pensar corretamente, p/descuido/ignorância. O homem natural não desenvolveu na direção do bem, mas se inclina naturalmente para o mal, ouvindo, mas esquecendo, conduzido para o pecado (Mt.7:26). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23). O homem sem entendimento precipita em julgar coisas que não sabe, ímpio; nega o que é dado de graça (Pv.8:1-10); O insensato se prende às coisas da carne e não se disciplina, podendo fazer o bem (Pv.15:20); O homem ímpio justifica a impiedade c/argumentos racionais ateísticos; escarnece infiel (Sl.1:1 e Pv.14:6). www.universidadedabiblia.com.br

PALAVRA PECADO NO NOVO TESTAMENTO

a.     (Em Grego):  hamartia- não ter parte; errar o alvo; desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, uma ofensa, violação da lei divina em pensamento ou em ação ou coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias. (Mt.12:31);

b.    Adikia, que significa iniquidade, maldade ou injustiça (Rm 1.18; 1Jo 5.17). O termo pode ser descrito como falta de amor, porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40; Lc 10.27-37); Adikia é, também, o pecado como poder, agindo na pessoa, para escravizar e enganar (Rm 5.12; Hb 3.13);

c.     Anomia, que denota a ilegalidade, a iniquidade e a rebeldia contra a lei de Deus (1Jo 3.4);

d.    Apistia, que indica incredulidade ou infidelidade (Rm 3.3; Hb 3.12). Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD).

Portanto, pecado é a condição do homem não regenerado é só pode ser expelido por meio do Novo Nascimento (Jo 3.3-7). Essa reconciliação do homem com Deus só é possível em Cristo Jesus (2Co 5.17).

2.    A universalidade do pecado. Para um esclarecimento maior sobre a origem do pecado e sua abrangência, devemos saber que ele se originou no céu, quando um anjo de Deus, querubim ungido, quis subir mais alto e ser semelhante ao Altíssimo (Is.14:12-14; Ez.28:14,15); então, ele foi precipitado do céu, tornando-se na criatura mais horrenda que já existiu, chamado de diabo (Ez.28:19; Lc.10:18). O homem foi feito perfeito, porém, com o livre-arbítrio, e, fazendo uso de sua liberdade de escolha, o homem pecou, comendo do fruto proibido por Deus, e com isso contaminou toda a raça humana (Gn 3.9-19; Rm 5.12).  A partir da queda do casal edênico, todos da raça humana nascem sob os funestos efeitos do pecado (Sal 51.5). Não é somente o mau exemplo que passa para as gerações seguintes a condição de serem pecadores, mas a inerência do mesmo no homem a partir do pecado de Adão (Rm 7.14-24). Apesar de corrompida pelo pecado, a natureza humana pode ser eficazmente regenerada pela fé em Cristo Jesus (Rm 3.24; 2Co 5.17).

3.    Corrupção Total. O profeta Isaías nos dá um breve e preciso diagnóstico do estado do homem sem Deus: “... Toda a cabeça está enferma e todo o coração está fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecidas com óleo” (Is 1.5,6). Paulo se estende mais na lista desta totalidade, mostrando que a corrupção se entremeou mentalmente, moralmente e espiritualmente no ser do homem (Rm 3.10-18). Por conta dessa total depravação e degeneração, o homem se tornou incapaz de tomar qualquer iniciativa quanto ao processo da regeneração (Rm 8.7,8). Deus, porém, nos capacita com uma graça previa, para que o homem se desperte, e seja convencido pelo poder do Espírito Santo (Jo 16.8). Sem a iniciativa divina, e sem o convencimento do Espírito Santo nenhuma carne se salvaria (Ti 3.5). Nosso comentarista diz que “o livre arbítrio precisa ser divinamente restaurado (Rm 2.4). Somente pele graça o homem recebe capacidade para crer, arrepender-se e ser salvo (Rm 3.24,25; Ef 2.8). Há alguns que nos comparam com o pelagianos, nos chamando de semipelagianos, dizendo que ensinamos, que ajudamos a Deus em nossa salvação, ou que pregamos que Jesus não fez a obra salvadora completa. Isso é uma falsa interpretação para com as nossas doutrinas. Cremos que a salvação é somente pela fé em Jesus e pela graça de Deus, nada mais que isso (Tt 2.11).

II – TEOLOGIAS MODERNA

1.    Teologia do pecado social. Disse Salomão: “A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34). A injustiça social não é a causa do pecado, mas o resultado dele. O mal primário é o pecado, e, dele resulta todo mal. O pecado do orgulho, da soberba, da avareza, da vaidade, e da falta de amor ao próximo, leva os mais ricos a oprimirem os pobres, e isso é algo aviltante aos olhos de Deus. Nos concílios católicos romanos de Medellín, Colômbia, em 1968 e na cidade de Puebla, no México, em 1979, foi defendida a tese, de que o pecado não é inerente a raça humana, mas algo construído pelas injustiças sociais. Para os defensores dessa tese, ao combater as injustiças sociais, o homem passa a ser melhor, e regenerado. Sabemos que isso não é verdade! Não se pode deixar de tratar o pecado, seja do rico ou do pobre, como pecado. O homem tem uma natureza pecaminosa, e não são as condições sociais que faz do homem um pecador, mas sua natureza herdada de Adão (Rm 5.12). As mazelas sociais são apenas os sintomas e não a causa. Jamais se resolverá o problema do pecado, atacando os problemas sociais. Somente o sangue de Jesus pode libertar o homem das amarras horrendas do pecado (1Jo 1.7).

2.    Teologia da libertação. A Teologia da Libertação, defendida pelo peruano Gutiérrez e pelo brasileiro Leonardo Boff, tem suas origens e afinidades nos ideais socialistas de Karl Marx, sociólogo alemão, que pregou que há duas classes: os dominadores e os dominados. E que seria necessário uma luta de classes, para que houvesse então a libertação do proletariado, que é a classe que de fato trabalha, e que enriquece a classe burguesa. Burguesia, vem da palavra latina burgo, que era o nome dado as cidades medievais. A teologia da libertação, prega que o estudo teológico não deve ser pregado, visando a libertação do pecado, mas, na indignação social para libertar o homem da injustiça social, econômica e cultural. Daí então, onde entra as teologias de cunho emancipatório de gênero (transexualidade) e sexualidade (homossexualidade) e de raça.

3.    Liberalismo teológico. Após Martinho Lutero fazer a reforma na Igreja, a conhecida reforma protestante, fato ocorrido em 1517, as igrejas reformadas sofreram a influência do Iluminismo (Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso). O Iluminismo, que pregava a libertação pelo conhecimento, submetia todas as coisas ao crivo da racionalidade. Portanto, para eles não havia nada sobrenatural ou milagroso. A Alta Crítica, também chamada hoje de Crítica Textual, passou a defender que a Bíblia contém erros e que foi escrita muito tempo depois de sua composição, alegando que havia acréscimos e interpolações posteriores. Embora ouvimos que isso não diminui a autoridade das Escrituras, tal afirmação é completamente inconsistente, pois tais erros e modificações deixariam a Bíblia sem nenhuma confiabilidade. Assim o pecado passou ser algo relativo, os milagres de Jesus foram tratados como algo mitológico; e as doutrinas da fé foram ressignificadas e reinterpretadas. A mensagem da salvação de arrependimento, confissão de pecados e mudança de caráter, foi trocada por uma visão marxista progressista. Uma Bíblia errante passa a não ter valor algum. Essas ideias estão mais do que presentes nos estudos universitários.  Os historiadores quando querem, são os professores que mais podem influenciar para o mal a sua geração, quanto as ideias do liberalismo teológico.

 

III – A NORMATIZAÇÃO DO PECADO

1.    Crise ética e moral. A ética dita as regras, e a prática a moraliza (1Pe 1.15). A cosmovisão cristã nos diz que não devemos nos amoldar ao mundo Rm 12.2). Quando a sociedade relativiza e deturpa a doutrina do pecado, a imoralidade, a mal caratismo toma conta da sociedade. Lembramos aqui da sociedade de Sodoma e Gomorra. Quem sofre com isso é a sociedade, pois essa falha de caráter atingirá em cheio as gerações. Ao lermos Romanos 1 a partir do versículo 18, veremos o retrato de uma sociedade enferma, onde a crise moral tomou conta de uma maneira avassaladora.  Infelizmente, hoje, vemos os temas denominados “progressistas”, os quais violam a ética e a moral bíblicas e passam a ser normalizadas, tais como: a imoralidade sexual, o aborto e o uso de drogas ilícitas (1Sm 2.6; Rm 1.27; 1Co 6.15,19).

2.    Imoralidade sexual. Muitos pastores já não pregam a verdade como deve ser pregada, por medo de que os crentes deixem suas igrejas. A doutrina bíblica foi banalizada, e os pregadores agora somente pregam mensagens antropocêntricas (antropos – homem; cêntrica = centro; quer dizer, o homem no centro). Tudo deve ser direcionado ao bem-estar do homem. Porém, a mensagem de Jesus nem sempre é assim. Muitas vezes ela vai nos confrontar. Com a relativização da doutrina, tudo passa a ser discurso de ódio. Como diz nosso comentarista: O pecado é tolerado, a família é desconstruída e a doutrina da santidade é negligenciada (Hb 13.4).

3.    A dessacralização da vida. Disse Eliú: “O Espírito de Deus me fez; a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33.4). Com certeza somos seres sacros. Deus fez o homem conforme a sua imagem e a sua semelhança (Gn 1.26,27). O slogam “meu corpo minhas regras” não se afina com a Palavra de Deus. A Bíblia diz que nós vamos prestar contas de tudo o que fiemos por meio do corpo, ou bem ou mal (2Co 5.10).  Paulo também escreveu dizendo: “Porque foste comprado por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertence a Deus” (1Co 6.20). O meu corpo não é meu, mas sim de Deus. Não obstante, a vulgarização do pecado fomenta ideologias que desprezam a sacralidade e a dignidade humana, Propala-se a autonomia incondicional sobre o próprio corpo sem as devidas limitações éticas e morais. Dando o direito pleno da pessoa usar drogas, se prostituir, abortar, cometer suicídio e a eutanásia. Assim, o corpo que é o templo do Espírito Santo, passa a ser profanado (1Co 3.16).

 

CONCLUSÃO

Francis Schaeffer um dos teólogos que muito tem influenciado o movimento fundamentalista tem alertado aos cristão para esta terrível mudança de metodologia e conceituação da verdade. Ele fala que houve um hiato entre o tempo em que até os descrentes agiam como se existissem verdades absolutas, e o tempo em que o homem perdeu totalmente essa crença, e mergulhou num desespero profundo, pois já não havia certeza de nada, apenas o que sobrou foi a sua própria existência, daí, o nome "existencialismo". A cosmovisão cristã nos diz que devemos continuar batalhando pela fé que uma vez foi dada a todos os santos (Jd 1.3).

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

 

 

 

 

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