TEXTO ÁUREO
“Por isso, nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento
do pecado.” (Rm
3.2).
VERDADE PRÁTICA
O pecado de Adão arruinou toda a
humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.
Leitura Bíblica em Classe
Romanos 3.9-20
Objetivos da lição:
1) Expor o ensino bíblico da natureza pecaminosa;
2) Pontuar teologias modernas que derivam da deturpação da
doutrina bíblica do pecado;
3) Mostrar as consequências da normalização do pecado.
INTRODUÇÃO
A primeira ação desta aula será
trazer um conceito da palavra “deturpação”, por estar inserida no contexto da
lição. Deturpação tem o sentido de desvirtuação de sentido, interpretação
equivocada de algo. É sinônimo de adulterar o sentido, corromper, perverter,
distorcer, alterar, viciar, modificar, descaracterizar, falsear, desviar,
trocar. No sentido bíblico, tem o significado de corromper, depravar,
desnaturar.
A doutrina do pecado na Bíblia, faz
oposição às principais ideologias modernas que procuram elevar o homem,
salientando sua suposta bondade inerente, ou intrínseca, coisa que sabemos que
não existe. Paulo, escrevendo aos Romanos disse: “Porque eu sei que em mim,
isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em
mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7.18). Portanto, querer achar que
o homem é bom por si só, é um desvirtuação da doutrina bíblica do pecado.
Quando a doutrina bíblica do pecado é deturpada, logo, tudo o mais no campo
moral certamente também o será. Nesta lição estudaremos a necessidade de manter
a ortodoxia dessa doutrina, sem desviar nem para a direita nem para a esquerda,
como diz as Escrituras (2Cr 34.2).
I – O ENSINO BÍBLICO DA
NATUREZA PECAMINOSA
1.
Definição de Pecado.
NATUREZA DO PECADO NO ANTIGO
TESTAMENTO: Existe
uma variedade de termos, do hebraico chatá para expressar esse mal:
a.
Na
esfera moral: a) Errar o alvo, reunindo 3 ideias: • errar como arqueiro erra o
alvo; • errar como viajante erra caminho; • errar como ser achado em falta na
balança; (Gn.4:7) -Pecado é o leão pronto para tragar;
b.
Tortuosidade
ou perversidade, contrário de retidão, tornando-se não reto e sem ideal reto;
c.
Mal
pensamento de violência ou infração, violando a lei de Deus. O pecado sem
perdão é a incredulidade (Mt 12.31-32) • Na esfera da conduta fraternal:
Violência ou conduta injuriosa, homem maltrata/oprime os seus (Gn.6:11 e
Pv.16:29); • Na esfera da santidade: sendo irreligiosos, transgressores e
criminosos. • Na esfera da Verdade: Inútil e fraudulento; falar e tratar com falsidade,
representar e dar falso testemunho, numa vaidade vazia e s/valor, onde a
mentira iniciou o 1ºpecado e o 1º pecador, pois todo o pecado contêm elemento
do engano (Hb. 3:13). • Na esfera da Sabedoria: Impiedade por não pensar/não
querer pensar corretamente, p/descuido/ignorância. O homem natural não
desenvolveu na direção do bem, mas se inclina naturalmente para o mal, ouvindo,
mas esquecendo, conduzido para o pecado (Mt.7:26). O castigo do pecado é a
morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23). O homem sem entendimento precipita
em julgar coisas que não sabe, ímpio; nega o que é dado de graça (Pv.8:1-10); O
insensato se prende às coisas da carne e não se disciplina, podendo fazer o bem
(Pv.15:20); O homem ímpio justifica a impiedade c/argumentos racionais
ateísticos; escarnece infiel (Sl.1:1 e Pv.14:6). www.universidadedabiblia.com.br
PALAVRA PECADO NO NOVO TESTAMENTO
a. (Em Grego): hamartia- não ter parte; errar o alvo;
desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; desviar-se da
lei de Deus, violar a lei de Deus, uma ofensa, violação da lei divina em
pensamento ou em ação ou coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja
por uma única pessoa ou várias. (Mt.12:31);
b. Adikia, que significa iniquidade, maldade ou
injustiça (Rm 1.18; 1Jo 5.17). O termo pode ser descrito como falta de amor,
porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt
22.37-40; Lc 10.27-37); Adikia é, também, o pecado como poder, agindo na
pessoa, para escravizar e enganar (Rm 5.12; Hb 3.13);
c. Anomia, que denota a ilegalidade, a iniquidade
e a rebeldia contra a lei de Deus (1Jo 3.4);
d. Apistia, que indica incredulidade ou
infidelidade (Rm 3.3; Hb 3.12). Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD).
Portanto, pecado é a condição do
homem não regenerado é só pode ser expelido por meio do Novo Nascimento (Jo
3.3-7). Essa reconciliação do homem com Deus só é possível em Cristo Jesus (2Co
5.17).
2. A universalidade do pecado. Para um esclarecimento maior sobre a
origem do pecado e sua abrangência, devemos saber que ele se originou no céu,
quando um anjo de Deus, querubim ungido, quis subir mais alto e ser semelhante
ao Altíssimo (Is.14:12-14; Ez.28:14,15); então, ele foi precipitado do céu,
tornando-se na criatura mais horrenda que já existiu, chamado de diabo (Ez.28:19;
Lc.10:18). O homem foi feito perfeito, porém, com o livre-arbítrio, e, fazendo
uso de sua liberdade de escolha, o homem pecou, comendo do fruto proibido por
Deus, e com isso contaminou toda a raça humana (Gn 3.9-19; Rm 5.12). A partir da queda do casal edênico, todos da
raça humana nascem sob os funestos efeitos do pecado (Sal 51.5). Não é somente
o mau exemplo que passa para as gerações seguintes a condição de serem
pecadores, mas a inerência do mesmo no homem a partir do pecado de Adão (Rm
7.14-24). Apesar de corrompida pelo pecado, a natureza humana pode ser
eficazmente regenerada pela fé em Cristo Jesus (Rm 3.24; 2Co 5.17).
3. Corrupção Total. O profeta Isaías nos dá um breve e
preciso diagnóstico do estado do homem sem Deus: “... Toda a cabeça está
enferma e todo o coração está fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há
nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem
ligadas, nem nenhuma delas amolecidas com óleo” (Is 1.5,6). Paulo se
estende mais na lista desta totalidade, mostrando que a corrupção se entremeou
mentalmente, moralmente e espiritualmente no ser do homem (Rm 3.10-18). Por
conta dessa total depravação e degeneração, o homem se tornou incapaz de tomar
qualquer iniciativa quanto ao processo da regeneração (Rm 8.7,8). Deus, porém,
nos capacita com uma graça previa, para que o homem se desperte, e seja
convencido pelo poder do Espírito Santo (Jo 16.8). Sem a iniciativa divina, e
sem o convencimento do Espírito Santo nenhuma carne se salvaria (Ti 3.5). Nosso
comentarista diz que “o livre arbítrio precisa ser divinamente restaurado (Rm
2.4). Somente pele graça o homem recebe capacidade para crer, arrepender-se e
ser salvo (Rm 3.24,25; Ef 2.8). Há alguns que nos comparam com o pelagianos,
nos chamando de semipelagianos, dizendo que ensinamos, que ajudamos a Deus em
nossa salvação, ou que pregamos que Jesus não fez a obra salvadora completa.
Isso é uma falsa interpretação para com as nossas doutrinas. Cremos que a
salvação é somente pela fé em Jesus e pela graça de Deus, nada mais que isso
(Tt 2.11).
II – TEOLOGIAS MODERNA
1. Teologia do pecado social. Disse Salomão: “A justiça exalta
as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34). A injustiça
social não é a causa do pecado, mas o resultado dele. O mal primário é o
pecado, e, dele resulta todo mal. O pecado do orgulho, da soberba, da avareza,
da vaidade, e da falta de amor ao próximo, leva os mais ricos a oprimirem os
pobres, e isso é algo aviltante aos olhos de Deus. Nos concílios católicos
romanos de Medellín, Colômbia, em 1968 e na cidade de Puebla, no México, em
1979, foi defendida a tese, de que o pecado não é inerente a raça humana, mas
algo construído pelas injustiças sociais. Para os defensores dessa tese, ao
combater as injustiças sociais, o homem passa a ser melhor, e regenerado. Sabemos
que isso não é verdade! Não se pode deixar de tratar o pecado, seja do rico ou
do pobre, como pecado. O homem tem uma natureza pecaminosa, e não são as condições
sociais que faz do homem um pecador, mas sua natureza herdada de Adão (Rm
5.12). As mazelas sociais são apenas os sintomas e não a causa. Jamais se
resolverá o problema do pecado, atacando os problemas sociais. Somente o sangue
de Jesus pode libertar o homem das amarras horrendas do pecado (1Jo 1.7).
2. Teologia da libertação. A Teologia da Libertação, defendida
pelo peruano Gutiérrez e pelo brasileiro Leonardo Boff, tem suas origens e
afinidades nos ideais socialistas de Karl Marx, sociólogo alemão, que pregou
que há duas classes: os dominadores e os dominados. E que seria necessário uma
luta de classes, para que houvesse então a libertação do proletariado, que é a
classe que de fato trabalha, e que enriquece a classe burguesa. Burguesia, vem
da palavra latina burgo, que era o nome dado as cidades medievais. A
teologia da libertação, prega que o estudo teológico não deve ser pregado,
visando a libertação do pecado, mas, na indignação social para libertar o homem
da injustiça social, econômica e cultural. Daí então, onde entra as teologias
de cunho emancipatório de gênero (transexualidade) e sexualidade
(homossexualidade) e de raça.
3. Liberalismo teológico. Após Martinho Lutero fazer a reforma
na Igreja, a conhecida reforma protestante, fato ocorrido em 1517, as igrejas
reformadas sofreram a influência do Iluminismo (O Iluminismo se iniciou como um movimento
cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas,
econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas
acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em
detrimento do pensamento religioso). O Iluminismo, que pregava a libertação pelo conhecimento,
submetia todas as coisas ao crivo da racionalidade. Portanto, para eles não
havia nada sobrenatural ou milagroso. A Alta Crítica, também chamada hoje de Crítica
Textual, passou a defender que a Bíblia contém erros e que foi escrita muito
tempo depois de sua composição, alegando que havia acréscimos e interpolações
posteriores. Embora ouvimos que isso não diminui a autoridade das Escrituras,
tal afirmação é completamente inconsistente, pois tais erros e modificações
deixariam a Bíblia sem nenhuma confiabilidade. Assim o pecado passou ser algo
relativo, os milagres de Jesus foram tratados como algo mitológico; e as
doutrinas da fé foram ressignificadas e reinterpretadas. A mensagem da salvação
de arrependimento, confissão de pecados e mudança de caráter, foi trocada por
uma visão marxista progressista. Uma Bíblia errante passa a não ter valor algum.
Essas ideias estão mais do que presentes nos estudos universitários. Os historiadores quando querem, são os
professores que mais podem influenciar para o mal a sua geração, quanto as
ideias do liberalismo teológico.
III – A NORMATIZAÇÃO DO PECADO
1. Crise ética e moral. A ética dita as regras, e a prática a
moraliza (1Pe 1.15). A cosmovisão cristã nos diz que não devemos nos amoldar ao
mundo Rm 12.2). Quando a sociedade relativiza e deturpa a doutrina do pecado, a
imoralidade, a mal caratismo toma conta da sociedade. Lembramos aqui da
sociedade de Sodoma e Gomorra. Quem sofre com isso é a sociedade, pois essa
falha de caráter atingirá em cheio as gerações. Ao lermos Romanos 1 a partir do
versículo 18, veremos o retrato de uma sociedade enferma, onde a crise moral
tomou conta de uma maneira avassaladora. Infelizmente, hoje, vemos os temas denominados
“progressistas”, os quais violam a ética e a moral bíblicas e passam a ser
normalizadas, tais como: a imoralidade sexual, o aborto e o uso de drogas
ilícitas (1Sm 2.6; Rm 1.27; 1Co 6.15,19).
2. Imoralidade sexual. Muitos pastores já não pregam a
verdade como deve ser pregada, por medo de que os crentes deixem suas igrejas.
A doutrina bíblica foi banalizada, e os pregadores agora somente pregam
mensagens antropocêntricas (antropos – homem; cêntrica = centro; quer dizer, o
homem no centro). Tudo deve ser direcionado ao bem-estar do homem. Porém, a
mensagem de Jesus nem sempre é assim. Muitas vezes ela vai nos confrontar. Com
a relativização da doutrina, tudo passa a ser discurso de ódio. Como diz nosso
comentarista: O pecado é tolerado, a família é desconstruída e a doutrina da
santidade é negligenciada (Hb 13.4).
3. A dessacralização da vida. Disse Eliú: “O Espírito de Deus me
fez; a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33.4). Com certeza
somos seres sacros. Deus fez o homem conforme a sua imagem e a sua semelhança
(Gn 1.26,27). O slogam “meu corpo minhas regras” não se afina com a Palavra de
Deus. A Bíblia diz que nós vamos prestar contas de tudo o que fiemos por meio
do corpo, ou bem ou mal (2Co 5.10). Paulo também escreveu dizendo: “Porque
foste comprado por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais pertence a Deus” (1Co 6.20). O meu corpo não é
meu, mas sim de Deus. Não obstante, a vulgarização do pecado fomenta ideologias
que desprezam a sacralidade e a dignidade humana, Propala-se a autonomia
incondicional sobre o próprio corpo sem as devidas limitações éticas e morais.
Dando o direito pleno da pessoa usar drogas, se prostituir, abortar, cometer
suicídio e a eutanásia. Assim, o corpo que é o templo do Espírito Santo, passa
a ser profanado (1Co 3.16).
CONCLUSÃO
Francis Schaeffer um dos teólogos que muito tem influenciado
o movimento fundamentalista tem alertado aos cristão para esta terrível mudança
de metodologia e conceituação da verdade. Ele fala que houve um hiato entre o
tempo em que até os descrentes agiam como se existissem verdades absolutas, e o
tempo em que o homem perdeu totalmente essa crença, e mergulhou num desespero
profundo, pois já não havia certeza de nada, apenas o que sobrou foi a sua
própria existência, daí, o nome "existencialismo". A cosmovisão
cristã nos diz que devemos continuar batalhando pela fé que uma vez foi dada a
todos os santos (Jd 1.3).
Vosso em Cristo
Pr Daniel Nunes
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