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terça-feira, 25 de julho de 2023

A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA NO VENTRE MATERNO

 




LIÇÃO 5

A DESSACRALIZAÇÃO DA VIDA NO VENTRE MATERNO

TEXTO ÁUREO

E eis que em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” (Lc 1.31).

 

VERDADE PRÁTICA

A concepção divina de Jesus Cristo sacraliza a vida no ventre materno e se opõe à cultura da morte infantil intrauterina do presente século.

 

Leitura Bíblica em Classe: Lucas 1.26-33,39-45

 

Objetivos da Lição

1.    Refletir sobre a divina concepção e nascimento de Jesus, demonstrando o milagre da vida e da capacidade de procriar.;

2.    Identificar os traços da cultura da morte presentes em nossos dias e suas consequências;

3.    Compreender a sacralidade da vida e a importância de a Igreja de Cristo combater toda cultura que viole os princípios da Palavra de Deus.

 

INTRODUÇÃO

A sacralidade se diz do que é sagrado, santo, puro; assim é a concepção da vida. Ela não é algo sem valor, vulgar, ou sem importância. A vida, desde a sua concepção, já deve ser respeitada, cuidada, e entendida que foi a vontade do Senhor, o Pai dos espírito, que permitiu a vinda daquele ser ao mundo. Como diz o Senhor, através do profeta Malaquias: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um mesmo Deus? ...” (Ml 2.10). Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). O Senhor conhece o nosso ser, a partir do momento que o óvulo é fecundado, ali, para Deus já há uma vida em movimento (Sal 139.13-16; Jr 1.5). Portanto, querer alterar, mudar ou desqualificar esse alto conceito da vida que é ensinada na Palavra de Deus, é uma maneira de ensinar a cultura da morte infantil ainda no útero da mãe. O ser humano não é autônomo quanto a vida; somente a Deus compete dar a vida e a tirar. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da sacralidade da vida no útero materno.

 

 

I – A CONCEPÇÃO DE CRISTO

 

1.    O anúncio do nascimento. Maria estava desposada com José, quer dizer, ela estava noiva; que era um estágio muito importante naquele tempo na vida do casal hebreu. Eles estavam comprometidos, faltando apenas o casamento. Naquele tempo, segundo nos ensina o pastor Antônio Gilberto, a festa do noivado era maior que a festa do casamento. Nesse tempo de espera para o casamento, Maria recebe a visita do anjo Gabriel em Nazaré, e lhe diz que ela terá um filho, que deveria se chamar Jesus (Lc 1.26,2,31). Você já imaginou o que passou na cabeça de Maria? Como ela responderia às pessoas quando perguntassem sobre aquela gravides? Ela mesma testemunha que não conhecia varão, quer dizer: ela e José, estavam apenas desposados, e não casados (Lc 1.34). Tudo o que estava acontecendo com Maria, já fazia parte do plano eterno de Deus, que desde Gênesis 3.15, já havia dito, que da semente da mulher, ia nascer um que esmagaria a cabeça da serpente, no caso aqui, uma figura de Satanás (Ap 20.2).

2.    A miraculosa concepção.  Não seria uma concepção normal, natural, porém, miraculosa e sobrenatural. Disse Gabriel: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Fico aqui imaginando, que se Deus o Pai, não tivesse a concepção como algo sagrado, divino, Ele jamais teria enviado o seu filho para nascer de uma mulher. Paulo nos assevera dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a forma da lei” (Gl 4.4). Naquele momento, para que Maria cresse no milagre que estava prestes a acontecer, o anjo de Deus, lhe revela que Isabel, sua prima já estava gravida de seis meses de seu filho, que seria chamado de João (Lc 1.36). Gabriel, sendo um ser angelical, fala uma palavra, que certamente enche o coração de Maria de muita fé: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.3). Quer dizer, o que estava acontecendo com Isabel e com Maria era algo que vinha da parte de Deus.

3.    A benção do nascimento. Davi disse: “Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado...” (Sal 139.14). Sim, a vida é um grande milagre (Ec 11.5). Foi Deus quem dotou o ser humano, bem como os animais para que pudessem procriar (Gn 1.28). Salomão disse que os filhos são herança do Senhor (Sal 12.3). Se Deus cerrar a madre, nada acontece (Gn 30.1,2). Portanto, todas as vezes que ocorre a concepção, foi obra, não somente do homem e da mulher, mas primeiramente de Deus. Porque se ele não permitisse não haveria nenhuma concepção, e quando ele permite, até a estéril abraço o seu filho (1Sm 2.5), foi o caso da concepção de Jesus, no ventre virgem de Maria, e de João Batista, no ventre estéril de Isabel, uma mulher já de idade avançada (Lc 1.34,36). Lembremos as palavras de Gabriel: “Porque para Deus nada é impossível”.

 

II – A CULTURA DA MORTE

 

1.    O projeto ideológico. Na pauta progressista está o conjunto de ideias que visa modificar o conceito bíblico da concepção da vida. Entre as quais a legalização do aborto e da eutanásia (ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável), apologia ao suicídio e o controle da natalidade; coisa que podemos chamar de “cultura da morte”. Mediante estratégias culturais, intelectuais e políticas, impõe-se uma agenda de desconstrução da sacralidade da vida, algo caro à cultura cristã. Apontando pelo menos quatro pontos, nosso comentarista diz ser nesse caso, um estímulo a “eugenia” (A eugenia é a seleção dos seres humanos com base em suas características hereditárias com objetivo de melhorar as gerações futuras. O termo foi criado pelo cientista inglês Francis Galton (1822 - 1911), em 1883. A palavra eugenia deriva do grego e significa "bom em sua origem ou bem-nascido"). 1) O descarte do ser humano com alguma má-formação ainda no útero materno; 2) A maternidade é depreciada a fim de que a mulher não deseje ser mãe; 3) O conceito de saúde reprodutiva é modificado para justificar o aborto como medida de saúde feminina; 4) O direito a vida no útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo, que por meio do aborto decreta a morte do fruto no ventre.

2.    O direito sobre o corpo. O slogan “meu corpo minhas regras”, nada mais é que um cheque em branco para a libertinagem. Abre-se espaço para a defesa das liberdades sexuais e reprodutivas, como também para a escolha de vida ou morte. Ai também se encontra o direito à prostituição do corpo, aborto, eutanásia, suicídio, entre outros males. Qualquer que seja a opinião que seja contrária a esse discurso, se torna algo que viola a liberdade humana. A Bíblia é clara que o corpo deve ser cuidado, nutrido e respeitado (Ef 5.28,28). Nosso corpo é templo de Deus e deve, portanto, ser bem cuidado (1Co 3.16,17).

3.    A prática do aborto. Abortar é interromper a vida de um embrião ou feto ainda no ventre da mãe. Nada mais e nada menos que matar um ser indefeso. Pior que matar um adulto, que tem como se defender, correr, reagir contra seu algoz etc. A criança que está no ventre da mãe, nada pode fazer, senão aceitar ser despedaçado e retirado do seu lugar, onde, após os 9 meses de gestação, estaria formado para vir ao mundo. O sexto mandamento é claro: “Não matarás” (Êx 20.13). o mesmo que não assassinar alguém, seja uma feto, um embrião, uma criancinha, um adolescente, um jovem, adulto ou ancião. O verbo matar aí, é rasab, que tem o sentido de assassinar intencionalmente. A ação do médico, tirando a vida do paciente, é vista como um assassinato, segundo a maioria dos estudiosos da ética cristã. Os intérpretes do decálogo concordam que a proibição do aborto está incluída neste mandamento. Portanto, quem mata um embrião ou um feto atenta contra a dignidade humana e a sacralidade da vida no ventre materno.

III – A SACRALIDADE DA VIDA

1.    A vida é inviolável. Como acostumamos dizer: A nossa vida pertence a Deus. Nossa vida está nas mãos de Deus. É isso mesmo, pois é Ele o autor e a fonte originaria do fôlego de vida (Gn 2.7; Jó 12.10; 33.4). Então, na perspectiva bíblica, a vida é sagrada, doada por Deus, portanto digna de ser respeitada a sua inviolabilidade (Sal 36.9; 90.12). Poderia então se perguntar: Desde quando devemos manter a inviolabilidade da vida? Desde o momento da concepção, sem exceção e sem concessão.  Devemos como cristãos nos mantermos firmes na Palavra, e não abrirmos mão para essa sociedade secularizada e sem Deus (Rm 12.2).

2.    O começo da vida. O Senhor disse Jeremias: “Antes que eu te formasse no ventre, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1.5). O 'antes' sublinha a verdade bíblica de que a vida humana advém de uma decisão atemporal realizada por Deus, que dentro da sua existência onipotente e sábia já formou, conheceu e santificou a vida humana". O verbo "formar", originalmente "iatsar", em hebraico, "traz a ideia fundamental de um ato criador realizado em um passado muito remoto que, igualmente, pode ser entendido como o eterno presente que define a existência de Deus, aquele que não possui passado ou futuro". Sim, por mais difícil que pareça, mas a Palavra de Deus nos faz entender que nosso Deus, que é onisciente, já nos conhece, mesmo antes de nosso nascimento. Portanto, tirar a vida de uma criança no ventre de sua mãe, é sim um assassinato de uma pessoa a qual nosso Deus já o ama.

3.    A posição cristã. A igreja que mantém o princípio teológico da autoridade das Escrituras Inspiradas de Deus (2Tm 3.16) defende a dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção. Ensina a sacralidade da vida humana em todos seus estágios de desenvolvimento. Ratifica que toda ideologia que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida (2Tm 3.8)

CONCLUSÃO

Volto a dizer na conclusão da lição, o que disse lá no início: Quando Deus, fez com que o Verbo se tornasse carne por meio do ventre de uma mulher, Ele sacraliza esse ato, e diz a todos, que a concepção do seres humanos é algo divino. Por mais que o corpo humano, que foi formado por Deus, seja algo simplesmente maravilhoso, principalmente no que tange a reprodução humana, porém, não podemos esquecer que quem de fato dá a vida é Deus.  A valorização e a dignidade humana, o direito à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o detentor da vida humana (Jó 12.10).

Amém

Pr Daniel Nunes

 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

 




LIÇÃO 4

QUANDO A CRIATURA VALE MAIS QUE O CRIADOR

TEXTO ÁUREO

Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!” (Rm 1.25)

VERDADE PRÁTICA

A exaltação da criatura acima do Criador é a usurpação da glória divina pela mentira e vaidade humana.

Leitura Bíblica em Classe

Romanos 1.18-25

 

Objetivos da Lição

1.      Identificar as consequências da irreligiosidade e culto à criatura;

2.      Compreender a origem histórica do humanismo e seus desdobramentos em nossa cultura;

3.      Conhecer os tipos de autoidolatria e as orientações bíblicas para escapar desses males.

INTRODUÇÃO

O homem foi criado para a glória de Deus. Quando o Criador não é glorificado através da criatura, algo está muito errado. Paulo nos adverte, que até no comer e no beber, devemos glorificar ao Senhor (1Co 10.31). O homem sempre buscou a glória para si. Basta lembrar de Ninrode, o “poderoso caçador” (Gn 10.9), que quis construir uma torre que tocasse nos céus, porém, foi impedido por Jeová (Gn 11.5-9). Tudo isso foi originado de Satanás, que desejou subir acima nas alturas e ser semelhante ao Altíssimo (Is 14.14). O homem adâmico gosta de glória para si, mas o homem espiritual glorifica ao Criador dos céus e da terra.

Um dos movimentos que passou a enaltecer a razão e o racionalismo, foi o “Iluminismo”. Movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. A autoidolatria (idolatria de si mesmo), o coração perverso e a escolha pelos prazeres da carne colocaram a raça humana em inimizade contra Deus (2Tm 3.4). Esta lição é um alerta sobre o que ocorre quando Deus deixa de ser a medida de todas as coisas (Rm 1.18).

I – O DESPREZO À VERDADE

1.    A impiedade e a injustiça. Impiedade é o contrário de piedade; assim como injustiça é o antônimo de justiça. Se ser pio é ser justo, bondoso, benigno, consagrado a Deus; ser ímpio, é ser injusto, maldoso, maligno, dedicado as coisas do diabo. Ser piedoso é ser uma pessoa ligada a Deus, e ser ímpio, é ser uma pessoa declaradamente contra Deus (Sl 36.1; Jd 1.14,15). Ser injusto, é não ser reto com Deus e nem com o próximo (2Pe 2.15). Vem do grego adikia que significa “sem retidão”. Tanto a impiedade quanto a injustiça são qualidades de uma sociedade sem Deus, e de um povo não regenerado pelo poder do Espírito Santo (Rm 1.18), onde a idolatria, o culto a criatura a perversidade e a depravação moral, expressam a decisão deliberada do homem em desprezar a verdade de divina (Rm 1.19,20). É uma geração de consciência cauterizada (1Tm 4.2), dado a recusa do próprio homem em glorificar ao seu Criador (Rm 1.21). E assim fazem sem nenhum escrúpulo, sem nenhum temor, como se nada fosse acontecer. Porém, a sua condenação não dormita, e logo o Todo-Poderoso dará o pago a todos, segundo as suas obras (Rm 1.32).

2.    A insensatez humana. Ninguém poderá dizer que não tinha conhecimento de Deus. O Salmista Davi disse que “Os céus manifesta a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos” (Sl 19.1). Não haverá desculpas! Interessante, que o homem se julga tão inteligente, tão sábio, mas despreza a verdadeira sabedoria, pois “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10). Suas ideologias rejeitam, pervertem e substituem a verdade de Deus pela mentira do homem. Foi assim com o casal no Éden, que preferiu acreditar no que a serpente estava dizendo (Gn 3.4-6), do que crer no que o Criador havia dito (Gn 2.16,17). Quanta insensatez! Disso resulta a idolatria e a perversão moral (Rm 1.22-25).

3.    O culto à criatura. A partir do momento que os homens desprezam a Deus e seus estatutos, são deixado à sua própria sorte. Quer dizer, Deus os entrega a seus prazeres, seus deleites pecaminosos, degradando seus próprios corpos (Rm 1.24). Convém, aqui, dizer, que todo juízo sobre os pecadores, sejam os adúlteros, afeminados, mentirosos, desnaturados, desobedientes, ingratos, profanos, assassinos etc. virá sobre àqueles que não se converterem ao Senhor, e permanecerem em seu pecado até a sua morte. Eles serão julgados pelo Senhor. Compete a nós como igreja do Senhor, amar a todos, pregar o Evangelho a toda criatura, amar ao próximo e não fazer acepção de pessoas.  Porém, precisamos advertir a todo pecador, que somente um encontro real com Jesus poderá mudar a sua vida (1Co 6.10.11).

II – A REVOLUÇÃO DO PENSAMENTO HUMANO

1.    Renascentismo (Sec XIV e XVI) As principais características da renascença foram o humanismo, o antropocentrismo, o individualismo, o universalismo, o racionalismo e o cientificismo. Deus é colocado de lado, e o homem passa a ser o centro de tudo. Abraão, do alto de seu quilate espiritual e sua amizade com Deus, disse: “...eis que agora, me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza” (Gn 18.27). Esse é o reconhecimento do homem que tem amizade com Deus, porém, os homens racionalistas, pensam que são mais do que Deus, e aí acontece o que sucedeu com Herodes, que foi comido de bichos porque não deu glória a Deus (At 12.21-23). Quanto ao antropocentrismo, infelizmente, agora estamos vendo dentro das igrejas. Não é mais um movimento do lado de fora, mas dentro das igrejas evangélicas, onde o homem é aplaudido, louvado, e o Senhor da igreja está sendo colocado de lado. Muito cuidado igreja do Senhor!

2.    Humanismo. Esse foi mais um movimento que começou na Itália no século XV. Para esse movimento a ética e a moral depende do homem. Não é a Palavra de Deus que dita as regras, mas tudo passa a ser descontruído por eles no aprofundamento da história antiga. Talvez, uma das únicas coisas benéficas do humanismo, foi a valorização dos direitos individuais. Porém, a Bíblia já tem em seus ensinamentos as regras para esses direitos também, isso não nasceu com o humanismo (Lv 6.1-6). A Bíblia também ensina a igualdade entre raças, classes sociais e de gênero (Gl 3.28).

3.    Iluminismo. O Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso. Pregavam que o homem pode dirigir seu próprio caminho, traçando o seu próprio destino, e que não precisava da igreja, sendo ela assim dispensável. Surge no século XX “a sociedade líquida”. Com isso queriam dizer os modernistas, que já não havia mais verdades sólidas, absolutas, mas tudo se tornou “relativo”. Quer dizer, depende do olhar e da compreensão de cada um. Surge o individualismo, o egocentrismo, o hedonismo, o narcisismo. Para o hedonista, o que vale é o prazer, não importa o meio para chegar ao prazer; como o abuso do corpo, a depravação, drogas, e o consumismo exacerbado.

III – TIPO DE AUTOIDOLATRIA

1.    Idolatria da autoimagem. O homem caído é amante de si mesmo. Ele é egocêntrico e narcisista. O culto a autoimagem é uma espécie perniciosa de idolatria. Quantos obreiros e crentes idólatras existem hoje em dia. Amam a sua própria imagem! O apóstolo Paulo nos fala que o homem caído é “egoísta”: amante de si mesmo; “avarento”: amante do dinheiro; odioso: sem amor para com o seu próximo (quebrando assim um dos mandamentos de Deus que foi ratificado por Jesus no Novo Testamento (Lc 10.27,28); rebelde: sem amor para com Deus (Quebrando o primeiro e maior mandamento da lei do Senhor (Lc 10.27); hedonista: amante dos deleites (2Tm 3.2-4). O idólatra de si mesmo, tem estrema necessidade de aparecer, se autopromover, e se acha melhor que todos. Como acostumamos dizer: ele se acha a única Coca-Cola do deserto. Ele não quer saber como vai subir. Como vai conquistar as coisas, mesmo que seja por meios ilícitos, mas, para ele o importante é conseguir chegar no topo, onde ele quer a todo custo chegar. Para ver o que a Bíblia ensina sobre isso, é somente atentarmos para o exemplo de Jesus em Filipenses 2. 3-8.

2.    Idolatria no coração. O coração aqui, não é esse membro pulsante, que temos no peito, que injeta o sangue nas nossas veias, mas o centro de nossas emoções, vontades e desejos (Rm 10.6). Jeremias disse que o coração é enganoso e perverso (Jr 17.9). Jesus disse que é dele que procede todo tipo de pecado (Mr 7.19-23). Por isso mesmo Deus condena a idolatria no coração (Ez 14.3). Aqui devemos parar um pouco e pensar: Será que não estamos com algum ídolo em nosso coração? Quantos que estão dentro das igrejas, mas dão guarida a ídolos em seu coração. O que devemos guardar bem escondido no coração é a Palavra de Deus (Sl 119.11). O comentarista diz:  O crente traz a idolatria dentro de si quando prioriza a reputação pessoal, busca o prazer como bem maior, nutre tendências supersticiosas e possui excessivo apego aos bens materiais.

3.    Idolatria sexual.  A falha no controle dos impulsos sexuais está associada a sensualidade (Rm 1.27). A idolatria é bem mais que o pecado em si, pois é a busca incontrolada pelo prazer sexual, a incontinência, a busca intencional e compulsiva pelo prazer sexual ilícito (Rm 1.26,27; 1Co 6.15). É o altar da idolatria sexual levantado no coração. Hoje existe uma facilidade de se levantar esse altar através da internet. Quantos cristãos que não dormem sem que primeiro visite as páginas nocivas na internet. Aquilo se tornou para ele como um ídolo, que não pode deixar de adorá-lo. A culto a Deus é trocado pelo culto ao corpo com a finalidade de satisfazer o ídolo da perversão e da lascívia por meio do pecado (1Pe 4.3 – NAA). Vejamos o conselho da Palavra de Deus, de como vencer esse pecado: “vivam no Espírito e vocês jamais satisfarão os desejos da carne” (Gal 5.16 – NAA).

CONCLUSÃO

Há uma profecia do profeta Sofonias que diz: “Isso terão em recompensa da sua soberba, porque escarneceram e se engrandeceram contra o povo do Senhor dos Exércitos. O Senhor será terrível para eles, porque aniquilará todos os deuses da terra; e todos virão adorá-lo, cada um desde o seu lugar, todas as ilhas das nações” (Sf 2.10.11). Deus não está satisfeito com essa terra idólatra (Rm 2.8), nem com essa autoidolatria humana. Ele fará justiça. Bem-aventurada a nação cujo Deus é o Senhor. Todos os povos a terra são convidados a louvar ao Senhor (Sal 100; 150).

Vosso em Cristo

Pr Daniel  Nunes

quarta-feira, 12 de julho de 2023

A VIDA DO SOLDADO DE CRISTO




A VIDA DO SOLDADO DE CRISTO

 

Se o soldado é valente, crente,

É aclamado pela turba, ovacionado pela multidão.

Há muitos ao seu redor. O carregam nos ombros.

É quase idolatrado, mimado, ajudado.

Porém, ele precisa estar são.

 

Precisa estar com saúde, como um bom atleta.

Ai sim, é louvado, bajulado, presenteado.

São tantos os amigos, que se dizem filhos.

Lhe chamam de pai, papai.

Se sente lisonjeado.

 

Se o soldado ficar ferido, combalido,

Coitado do tal sujeito.

Os mesmos que aclamavam, bajulavam,

Querem acabar de matar, esfolar.

Facas são atiradas ao seu peito.

 

Soldado atraente, soldado crente,

Sadio, imponente, capaz.

Se tiver doente, é deixado de lado.

Não serve para mais nada,

Pode deixá-lo para trás?

 

Mas tem um que não o abandona;

Mesmo que esteja quebrado,

Triste, amargurado, desprovido.

É Jesus, do soldado o fiel amigo.

Ele sempre estará ao seu lado.

 

Uma presença constante,

Viva, vibrante, sentida.

Transmite paz ao soldado.

Soldado que foi esquecido,

Mas o amigo Jesus lhe dá vida.

 

Na solidão do esquecimento,

O soldado se diz desprezado.

Não há médicos. Talvez, enfermeiros?

Que tratam as feridas do amigo,

Isso o faz se sentir amado.

 

Nunca falta um amigo,

Que mande um abraço carinhoso.

Isso faz bem ao soldado ferido,

Como remédio curador.

Fazendo-o se sentir corajoso.

  

É assim a vida do soldado de Cristo,

Marchando para frente, mesmo que ferido.

Chorando, gemendo, ou sorrindo,

Ele vai em direção ao alvo, que é o céu.

Somente lá o galardão estará garantido.

 

 

Daniel Nunes da Silva


segunda-feira, 10 de julho de 2023

O PERIGO DO ENSINO PROGRESSISTA

 




LIÇÃO 3

O PERIGO DO ENSINO PROGRESSISTA

TEXTO ÁUREO

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” (2Tm 3.1)

VERDADE PRÁTICA

Os ensinos progressistas buscam desconstruir a fé cristã por dentro e afastar as pessoas do verdadeiro cristianismo bíblico, tornando-as meras militantes de causas sociais.

Leitura Bíblica em Classe

2Timóteo 3.1-9

Objetivos da Lição

1.    Elencar os elementos que descaracterizam o cristianismo bíblico;

2.    Explicar as principais teorias progressistas;

3.    Aplicar elementos que reflitam o ensino progressista.

 

INTRODUÇÃO

O inimigo de nossas almas já tentou de todas as formas destruir a igreja do Senhor. Primeiro foi através das heresias que foram ensinadas desde o princípio, que precisou ser duramente combatidas pelos pais da igreja. Logo através das perseguições, matando milhares de cristãos. Porém, quanto mais eles perseguiam, mais a igreja crescia. Porém, agora, ele mudou de estratégia, e tenta destruir a fé do povo de Deus na inerrância das Escrituras Sagradas. O ensino progressista tenta a todo custo encontrar erros na Bíblia, e, mesmo que não encontrem, propagam que há erros, interpolações e desatualização da mesma. Falam de reescrever a Bíblia, ou de dar um novo significado ao seu conteúdo. Os valores morais são relativizados. Entendo que, principalmente a ala jovem da igreja, precisa ser fortalecida com profundos ensinamentos das Escrituras, para que estejam preparados para responder àqueles que os questionarem a respeito de sua fé (1Pe 3.15).

 

I – A DESCARACTERIZAÇÃO DO CRISTIANISMO

1.      A deterioração moral. A expressão “últimos”, no primeiro versículo de 2Timóteo 3, vem do grego eschatos (se pronuncia, escatos), tem o sentido de “mais distante, o final (com relação a lugar ou tempo): - fins de, último, o inferior”. (BIBLIA DE ESTUDO PALAVRAS CHAVE – CPAD). O apóstolo Paulo faz aqui um alerta sobre a mudança para pior no comportamento humano, que estará associado a impiedade, caracterizada pela depravação moral (2Tm 3. 2-4). Essa depravação, esta atrelada no que foi estudado na lição 02, a normalização do pecado, a relativização da verdade, levando o homem a entender que não há necessidade manter uma conduta pura e reta. Contudo, a Bíblia no adverte a viver em santidade em qualquer época da jornada cristã (1Pe 1.15,23-25).

2.      A erosão da ortodoxia. Erosão é uma escavação profunda, causada por algum agente da natureza, seja o vento, chuva, tempestades, terremotos etc. No caso da erosão na ortodoxia bíblica, é uma escavação profunda, causada pelos ensinamentos progressistas, que tem levado muitos cristãos a serem tragados por ela, sucumbindo diante de suas mentiras. Suas teses reduzem o texto bíblico a meras narrativas, e registros de experiencias religiosas. Então, muitos passam a questionar, negligenciar e rejeitar a autoridade da Palavra de Deus, cedendo espaço para a cultura, o entretenimento e ao resultado a qualquer custo. A Bíblia diz que o cristão passa a ser “Mais amigo dos deleites do que amigo de Deus” (2Tm 3.4). O nosso comentarista frisa que “a vida em igreja fica desprovida do poder do Espírito, sendo incapaz de ser instrumento de transformação do caráter das pessoas” (2Tm 3.5; 2Co 4.2,3). O que vejo é que o verdadeiro evangelho está nas periferias das pregações, porque o cerne, ou o centro, está contaminado com as pregações antropocêntricas, que pouco, ou nada se difere das progressistas, onde o homem se torna o objeto de culto e não Deus. Não se pode negociar o Evangelho vivo. A igreja de um modo geral, precisa urgentemente acordar para isto, senão, estará fadada a criar uma geração de crentes que não se manterão em pé diante erosão da ortodoxia.

3.      A corrupção da fé. Ora, a fé verdadeira no Deus verdadeiro, vem, ou melhor, chega, penetra, entra, enche o coração e alma do homem, através da pregação da Palavra pura de Deus (Rm 10.17). Não há outro meio (Jo 20.30,31). Se a Palavra é deturpada, a ortodoxia bíblia esburacada, o caráter humano maculado, somente poderíamos ter uma fé corrupta. A fé que está sendo pregada em muitos púlpitos, não é a fé no Deus verdadeiro, mas a fé em Mamom, no deus da riqueza, do dinheiro. A fé salvífica está sendo relegada ao segundo e terceiro planos. Judas nos chama a atenção, para “batalharmos pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3). Infelizmente, há em meio ao chamado “povo de Deus”, grandes males a serem combatidos, para que o corpo seja sarado, e possa assim, com saúde, sair para curar esse mundo velho, que já está chegando ao seu final.

II – AS TEORIAS PROGRESSISTAS

1.      A desconstrução da Bíblia.  Os mestres progressistas não suportam ver falar na inerrância e a inspiração da Bíblia (2Tm 3.16). Eles podem falar o que quiserem, a Bíblia sempre foi e sempre será a inspirada e inerrante e poderosa Palavra de Deus.  Como estamos sempre frisando: os ensinos progressistas, sempre colocam o homem no centro de tudo. O desejo desse funesto e pernicioso ensino é tirar Deus do seu lugar, coisa que jamais conseguirão fazer. O desejo deles em reinterpretar as Sagradas letras, é para acomodar ao seu modo de vida pecaminoso, sem que suas consciências venham a sentir-se culpada (2Tm 4.3). Assim o termo “progressista” refere-se às teorias que se distanciam do cristianismo bíblico, em especial na deturpação das doutrinas e dos valores cristãos (Fl 3.18,19; 2Pe 2.19).

2.      O teísmo aberto.  Uma definição mais suscinta desse errôneo ensinamento é que Deus não é onipresente, onipotente nem onisciente, e é um Deus limitado, que não conhece e nem tem domínio sobre o futuro da humanidade. Que o homem mesmo é quem construirá esse futuro. Dizem que Deus foi surpreendido com a queda do homem que Ele criou e o colocou lá no Eden, sendo obrigado a redesenhar a historia da humanidade (Gn 3.8-19). Vejamos estes textos Bíblicos: “Pai, aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam comigo, para que vejam a minha glória que me deste: porque tu me hás amado antes da fundação do mundo” (Jo 17.24). “E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8). Esses dois textos provam que Deus não foi pego de surpresa, mas que todas as coisas estavam perfeitamente em seu controle.

3.      A teologia da demitologização. Rudolf K. Bultmann argumenta que a humanidade contemporânea, que se acostumou com os avanços da ciência, não pode aceitar o conceito mitológico do mundo expresso nos escritos bíblicos. Assim, a tarefa da teologia é contextualizar os textos bíblicos para aproximar sua mensagem à cosmovisão moderna. Citando Bultmann: "… tudo isto é linguagem mitológica… Em se tratando de linguagem mitológica, ela é inverossímil para o ser humano hoje”[1]. Wikipédia. O teólogo alemão citado acima, propôs um programa de demitologização da Bíblia. Quer dizer, combater aquilo que ele chamou de mito, como o nascimento virginal de Jesus, a sua ressurreição, e a promessa de sua segunda vinda. Outras doutrinas combatidas por ele e chamado de mitos bíblicos: Céu, inferno, a tentação, os demônios e a possessão demoníaca. Segundo Bultmann, precisa extrair os mitos da Bíblia para que ela possa ser crível. Porém, nossas doutrinas cristãs nos atestam pelas próprias escrituras que ela é a Palavra inerrante de Deus e que penetra a até a divisão da alma e do espírito do homem (Hb 4.12).

III – REFUTANDO O ENSINO PROGRESSISTA

1.      Reafirmando a autoridade bíblica. Dentre as conhecidas “cinco solas” instituídas na reforma protestante, está a sola Scriptura. Com isso Lutero, o reformador, combatia as invenções da igreja Romana, que queriam equiparar essas invencionices com a Palavra de Deus. Jacó Arminio disse que a perfeição das Escrituras é solapada quando sua verdade é negada ou reinterpretada. Desse modo a autoridade bíblica é ratificada quando oferece resistência à presunção das ideologias humanísticas em acrescentar ou retirar alguma coisa das Escrituras (Ap 22. 18,19).

2.      Ensinando as doutrinas Bíblicas. Jesus comissionou aos seus discípulos, a que ensinassem a todas as nações, fazendo discípulos de todos os povos (Mt 28.19,20). Somente o verdadeiro evangelho pregado em sua essência poderá mudar a vida do homem. Não importa o quão pecador ele seja, a Palavra de Deus o limpará, e o fará uma nova criatura (Jo 15.3). Paulo nos exorta para a necessidade da dedicação do ensino (Rm 12.7). A Bíblia é apta “...para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16). A atividade do ensino é primordial para a transformação da velha natureza (Ef 4.22-24), formação do caráter cristão (Ef 4.13), resultando no genuíno crescimento de uma igreja espiritualmente saudável e doutrinariamente bíblica (Ef 4.16). Infelizmente, volto a dizer: os púlpitos estão cheios de fazedores de algodão doce, água com açúcar, balas doces, etc. Falta a genuína palavra!

3.      Enfatizando a santificação. O verbo santificar vem do grego hagiazõ que significa “separar”, purificar, consagrar”. O adjetivo “santo” é traduzido do vocábulo hagios. Desse modo, a santificação é a operação do Espírito Santo em manter o crente separado do pecado e consagrado a Deus (Rm 12.1,2). A santificação é a continuidade do processo regenerativo (Ef 1.13). Esse processo levará o crente finalmente a glorificação (Rm 6.22). Pedro nos exorta a sermos santos em toda a nossa maneira de viver (1Pe 1.15). Olhos, ouvidos, boca, finalmente, todos os membros, devem ser agora instrumentos de justiça (Rm 6.13).

CONCLUSÃO

Daqui para frente, quando adentraremos cada dia mais nos dias finais da igreja na face da terra, veremos cada vez mais surgirem doutrinas de demônios, que vão combater abertamente aos ensinos das Escrituras Sagradas. Compete aos servos de Deus, estarem preparados para responder a cada um sobre a esperança que temos, e perseverar em oração, no ensino da Palavra e no louvor perfeito ao nosso Deus. Deixando de lado, todo embaraço, como nos exorta o escritor aos Hebreus, prossigamos para o alvo de nossa salvação (Hb 12.1,2).

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

quinta-feira, 6 de julho de 2023

A DETURPAÇÃO DA DOUTRINA DO PECADO

 



TEXTO ÁUREO

“Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado.” (Rm 3.2).

VERDADE PRÁTICA

O pecado de Adão arruinou toda a humanidade. Contudo, Jesus Cristo pode regenerar eficazmente o pecador.

Leitura Bíblica em Classe

Romanos 3.9-20

Objetivos da lição:

1)    Expor o ensino bíblico da natureza pecaminosa;

2)    Pontuar teologias modernas que derivam da deturpação da doutrina bíblica do pecado;

3)    Mostrar as consequências da normalização do pecado.

INTRODUÇÃO

A primeira ação desta aula será trazer um conceito da palavra “deturpação”, por estar inserida no contexto da lição. Deturpação tem o sentido de desvirtuação de sentido, interpretação equivocada de algo. É sinônimo de adulterar o sentido, corromper, perverter, distorcer, alterar, viciar, modificar, descaracterizar, falsear, desviar, trocar. No sentido bíblico, tem o significado de corromper, depravar, desnaturar.

A doutrina do pecado na Bíblia, faz oposição às principais ideologias modernas que procuram elevar o homem, salientando sua suposta bondade inerente, ou intrínseca, coisa que sabemos que não existe. Paulo, escrevendo aos Romanos disse: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem” (Rm 7.18). Portanto, querer achar que o homem é bom por si só, é um desvirtuação da doutrina bíblica do pecado. Quando a doutrina bíblica do pecado é deturpada, logo, tudo o mais no campo moral certamente também o será. Nesta lição estudaremos a necessidade de manter a ortodoxia dessa doutrina, sem desviar nem para a direita nem para a esquerda, como diz as Escrituras (2Cr 34.2).

I – O ENSINO BÍBLICO DA NATUREZA PECAMINOSA

1.    Definição de Pecado.

NATUREZA DO PECADO NO ANTIGO TESTAMENTO: Existe uma variedade de termos, do hebraico chatá para expressar esse mal:

a.      Na esfera moral: a) Errar o alvo, reunindo 3 ideias: • errar como arqueiro erra o alvo; • errar como viajante erra caminho; • errar como ser achado em falta na balança; (Gn.4:7) -Pecado é o leão pronto para tragar;

b.     Tortuosidade ou perversidade, contrário de retidão, tornando-se não reto e sem ideal reto;

c.      Mal pensamento de violência ou infração, violando a lei de Deus. O pecado sem perdão é a incredulidade (Mt 12.31-32) • Na esfera da conduta fraternal: Violência ou conduta injuriosa, homem maltrata/oprime os seus (Gn.6:11 e Pv.16:29); • Na esfera da santidade: sendo irreligiosos, transgressores e criminosos. • Na esfera da Verdade: Inútil e fraudulento; falar e tratar com falsidade, representar e dar falso testemunho, numa vaidade vazia e s/valor, onde a mentira iniciou o 1ºpecado e o 1º pecador, pois todo o pecado contêm elemento do engano (Hb. 3:13). • Na esfera da Sabedoria: Impiedade por não pensar/não querer pensar corretamente, p/descuido/ignorância. O homem natural não desenvolveu na direção do bem, mas se inclina naturalmente para o mal, ouvindo, mas esquecendo, conduzido para o pecado (Mt.7:26). O castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna (Rm 6.23). O homem sem entendimento precipita em julgar coisas que não sabe, ímpio; nega o que é dado de graça (Pv.8:1-10); O insensato se prende às coisas da carne e não se disciplina, podendo fazer o bem (Pv.15:20); O homem ímpio justifica a impiedade c/argumentos racionais ateísticos; escarnece infiel (Sl.1:1 e Pv.14:6). www.universidadedabiblia.com.br

PALAVRA PECADO NO NOVO TESTAMENTO

a.     (Em Grego):  hamartia- não ter parte; errar o alvo; desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, uma ofensa, violação da lei divina em pensamento ou em ação ou coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias. (Mt.12:31);

b.    Adikia, que significa iniquidade, maldade ou injustiça (Rm 1.18; 1Jo 5.17). O termo pode ser descrito como falta de amor, porque todos os delitos surgem por falta de amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40; Lc 10.27-37); Adikia é, também, o pecado como poder, agindo na pessoa, para escravizar e enganar (Rm 5.12; Hb 3.13);

c.     Anomia, que denota a ilegalidade, a iniquidade e a rebeldia contra a lei de Deus (1Jo 3.4);

d.    Apistia, que indica incredulidade ou infidelidade (Rm 3.3; Hb 3.12). Bíblia de Estudo Pentecostal (CPAD).

Portanto, pecado é a condição do homem não regenerado é só pode ser expelido por meio do Novo Nascimento (Jo 3.3-7). Essa reconciliação do homem com Deus só é possível em Cristo Jesus (2Co 5.17).

2.    A universalidade do pecado. Para um esclarecimento maior sobre a origem do pecado e sua abrangência, devemos saber que ele se originou no céu, quando um anjo de Deus, querubim ungido, quis subir mais alto e ser semelhante ao Altíssimo (Is.14:12-14; Ez.28:14,15); então, ele foi precipitado do céu, tornando-se na criatura mais horrenda que já existiu, chamado de diabo (Ez.28:19; Lc.10:18). O homem foi feito perfeito, porém, com o livre-arbítrio, e, fazendo uso de sua liberdade de escolha, o homem pecou, comendo do fruto proibido por Deus, e com isso contaminou toda a raça humana (Gn 3.9-19; Rm 5.12).  A partir da queda do casal edênico, todos da raça humana nascem sob os funestos efeitos do pecado (Sal 51.5). Não é somente o mau exemplo que passa para as gerações seguintes a condição de serem pecadores, mas a inerência do mesmo no homem a partir do pecado de Adão (Rm 7.14-24). Apesar de corrompida pelo pecado, a natureza humana pode ser eficazmente regenerada pela fé em Cristo Jesus (Rm 3.24; 2Co 5.17).

3.    Corrupção Total. O profeta Isaías nos dá um breve e preciso diagnóstico do estado do homem sem Deus: “... Toda a cabeça está enferma e todo o coração está fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres, não espremidas, nem ligadas, nem nenhuma delas amolecidas com óleo” (Is 1.5,6). Paulo se estende mais na lista desta totalidade, mostrando que a corrupção se entremeou mentalmente, moralmente e espiritualmente no ser do homem (Rm 3.10-18). Por conta dessa total depravação e degeneração, o homem se tornou incapaz de tomar qualquer iniciativa quanto ao processo da regeneração (Rm 8.7,8). Deus, porém, nos capacita com uma graça previa, para que o homem se desperte, e seja convencido pelo poder do Espírito Santo (Jo 16.8). Sem a iniciativa divina, e sem o convencimento do Espírito Santo nenhuma carne se salvaria (Ti 3.5). Nosso comentarista diz que “o livre arbítrio precisa ser divinamente restaurado (Rm 2.4). Somente pele graça o homem recebe capacidade para crer, arrepender-se e ser salvo (Rm 3.24,25; Ef 2.8). Há alguns que nos comparam com o pelagianos, nos chamando de semipelagianos, dizendo que ensinamos, que ajudamos a Deus em nossa salvação, ou que pregamos que Jesus não fez a obra salvadora completa. Isso é uma falsa interpretação para com as nossas doutrinas. Cremos que a salvação é somente pela fé em Jesus e pela graça de Deus, nada mais que isso (Tt 2.11).

II – TEOLOGIAS MODERNA

1.    Teologia do pecado social. Disse Salomão: “A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Pv 14.34). A injustiça social não é a causa do pecado, mas o resultado dele. O mal primário é o pecado, e, dele resulta todo mal. O pecado do orgulho, da soberba, da avareza, da vaidade, e da falta de amor ao próximo, leva os mais ricos a oprimirem os pobres, e isso é algo aviltante aos olhos de Deus. Nos concílios católicos romanos de Medellín, Colômbia, em 1968 e na cidade de Puebla, no México, em 1979, foi defendida a tese, de que o pecado não é inerente a raça humana, mas algo construído pelas injustiças sociais. Para os defensores dessa tese, ao combater as injustiças sociais, o homem passa a ser melhor, e regenerado. Sabemos que isso não é verdade! Não se pode deixar de tratar o pecado, seja do rico ou do pobre, como pecado. O homem tem uma natureza pecaminosa, e não são as condições sociais que faz do homem um pecador, mas sua natureza herdada de Adão (Rm 5.12). As mazelas sociais são apenas os sintomas e não a causa. Jamais se resolverá o problema do pecado, atacando os problemas sociais. Somente o sangue de Jesus pode libertar o homem das amarras horrendas do pecado (1Jo 1.7).

2.    Teologia da libertação. A Teologia da Libertação, defendida pelo peruano Gutiérrez e pelo brasileiro Leonardo Boff, tem suas origens e afinidades nos ideais socialistas de Karl Marx, sociólogo alemão, que pregou que há duas classes: os dominadores e os dominados. E que seria necessário uma luta de classes, para que houvesse então a libertação do proletariado, que é a classe que de fato trabalha, e que enriquece a classe burguesa. Burguesia, vem da palavra latina burgo, que era o nome dado as cidades medievais. A teologia da libertação, prega que o estudo teológico não deve ser pregado, visando a libertação do pecado, mas, na indignação social para libertar o homem da injustiça social, econômica e cultural. Daí então, onde entra as teologias de cunho emancipatório de gênero (transexualidade) e sexualidade (homossexualidade) e de raça.

3.    Liberalismo teológico. Após Martinho Lutero fazer a reforma na Igreja, a conhecida reforma protestante, fato ocorrido em 1517, as igrejas reformadas sofreram a influência do Iluminismo (Iluminismo se iniciou como um movimento cultural europeu do século XVII e XVIII que buscava gerar mudanças políticas, econômicas e sociais na sociedade da época. Para isso, os iluministas acreditavam na disseminação do conhecimento, como forma de enaltecer a razão em detrimento do pensamento religioso). O Iluminismo, que pregava a libertação pelo conhecimento, submetia todas as coisas ao crivo da racionalidade. Portanto, para eles não havia nada sobrenatural ou milagroso. A Alta Crítica, também chamada hoje de Crítica Textual, passou a defender que a Bíblia contém erros e que foi escrita muito tempo depois de sua composição, alegando que havia acréscimos e interpolações posteriores. Embora ouvimos que isso não diminui a autoridade das Escrituras, tal afirmação é completamente inconsistente, pois tais erros e modificações deixariam a Bíblia sem nenhuma confiabilidade. Assim o pecado passou ser algo relativo, os milagres de Jesus foram tratados como algo mitológico; e as doutrinas da fé foram ressignificadas e reinterpretadas. A mensagem da salvação de arrependimento, confissão de pecados e mudança de caráter, foi trocada por uma visão marxista progressista. Uma Bíblia errante passa a não ter valor algum. Essas ideias estão mais do que presentes nos estudos universitários.  Os historiadores quando querem, são os professores que mais podem influenciar para o mal a sua geração, quanto as ideias do liberalismo teológico.

 

III – A NORMATIZAÇÃO DO PECADO

1.    Crise ética e moral. A ética dita as regras, e a prática a moraliza (1Pe 1.15). A cosmovisão cristã nos diz que não devemos nos amoldar ao mundo Rm 12.2). Quando a sociedade relativiza e deturpa a doutrina do pecado, a imoralidade, a mal caratismo toma conta da sociedade. Lembramos aqui da sociedade de Sodoma e Gomorra. Quem sofre com isso é a sociedade, pois essa falha de caráter atingirá em cheio as gerações. Ao lermos Romanos 1 a partir do versículo 18, veremos o retrato de uma sociedade enferma, onde a crise moral tomou conta de uma maneira avassaladora.  Infelizmente, hoje, vemos os temas denominados “progressistas”, os quais violam a ética e a moral bíblicas e passam a ser normalizadas, tais como: a imoralidade sexual, o aborto e o uso de drogas ilícitas (1Sm 2.6; Rm 1.27; 1Co 6.15,19).

2.    Imoralidade sexual. Muitos pastores já não pregam a verdade como deve ser pregada, por medo de que os crentes deixem suas igrejas. A doutrina bíblica foi banalizada, e os pregadores agora somente pregam mensagens antropocêntricas (antropos – homem; cêntrica = centro; quer dizer, o homem no centro). Tudo deve ser direcionado ao bem-estar do homem. Porém, a mensagem de Jesus nem sempre é assim. Muitas vezes ela vai nos confrontar. Com a relativização da doutrina, tudo passa a ser discurso de ódio. Como diz nosso comentarista: O pecado é tolerado, a família é desconstruída e a doutrina da santidade é negligenciada (Hb 13.4).

3.    A dessacralização da vida. Disse Eliú: “O Espírito de Deus me fez; a inspiração do Todo-Poderoso me deu vida” (Jó 33.4). Com certeza somos seres sacros. Deus fez o homem conforme a sua imagem e a sua semelhança (Gn 1.26,27). O slogam “meu corpo minhas regras” não se afina com a Palavra de Deus. A Bíblia diz que nós vamos prestar contas de tudo o que fiemos por meio do corpo, ou bem ou mal (2Co 5.10).  Paulo também escreveu dizendo: “Porque foste comprado por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertence a Deus” (1Co 6.20). O meu corpo não é meu, mas sim de Deus. Não obstante, a vulgarização do pecado fomenta ideologias que desprezam a sacralidade e a dignidade humana, Propala-se a autonomia incondicional sobre o próprio corpo sem as devidas limitações éticas e morais. Dando o direito pleno da pessoa usar drogas, se prostituir, abortar, cometer suicídio e a eutanásia. Assim, o corpo que é o templo do Espírito Santo, passa a ser profanado (1Co 3.16).

 

CONCLUSÃO

Francis Schaeffer um dos teólogos que muito tem influenciado o movimento fundamentalista tem alertado aos cristão para esta terrível mudança de metodologia e conceituação da verdade. Ele fala que houve um hiato entre o tempo em que até os descrentes agiam como se existissem verdades absolutas, e o tempo em que o homem perdeu totalmente essa crença, e mergulhou num desespero profundo, pois já não havia certeza de nada, apenas o que sobrou foi a sua própria existência, daí, o nome "existencialismo". A cosmovisão cristã nos diz que devemos continuar batalhando pela fé que uma vez foi dada a todos os santos (Jd 1.3).

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes