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segunda-feira, 26 de junho de 2023

A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

 

 

LIÇÃO 01

A IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

TEXTO ÁUREO

E, na sua testa, estava escrito o nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da Terra.” (Ap 17.5)

VERDADE PRÁTICA

A Igreja deve resistir ao “espírito da Babilônia” presente no cenário atual. Isso deve ser feito por meio do compromisso inegociável com a autoridade da Palavra de Deus.

Leitura Bíblica em Classe – Apocalipse 17.1-6

Objetivos da lição:

1.    Apresentar os significados de Babilônia;

2.    Elencar os sistemas que formam o “espírito da Babilônia’;

3.    Demarcar a posição que se espera da Igreja nesse contexto.

INTRODUÇÃO

Revelação de Jesus Cristo,” (Ap 1.1). O vocábulo vem do grego apokalyptõ, e foi traduzido pelos escritores clássicos como “Revelação”. O estudante, mas básico de teologia, ao começar os estudos do livro de Apocalipse aprende que neste livro temos: coisa que já aconteceram, coisas que acontecem e coisas que acontecerão. São, portanto, três tempos distintos que devem ser observados.

Há muitos que dizem que não entendem o livro do Apocalipse, por isso mesmo não o lê. Ora, a primeira coisa que alguém precisa fazer para entender algum livro é ler, e ler com muita atenção. Watchman Nee, disse que devemos ler o livro do Apocalipse, até memorizarmos os assuntos de cada capítulo. O pastor Severino Pedro da Silva, no seu livro Apocalipse versículo por versículo, da editora CPAD, observa que as revelações têm dois pontos focais: Os propósitos de Deus e a pessoa de Deus.

Conforme nosso comentarista, a presente lição não tem a intenção de identificar a Babilônia literal, nem listar eventos da grande tribulação, até porque, não daria tempo, pelo exíguo espaço de cada lição da EBD. Se pretende, porém, alertar a Igreja sobre aspectos gerais do que está sendo chamado “espírito de Babilônia” tão presente no cenário global contemporâneo.

I – A BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS

1.    A Grande Prostituta. A cidade denominada de Babilônia é citada sete vezes no Apocalipse, nas seguintes passagens (14.8; 16.19; 17.5; 18.2, 10, 21). Ela é apresentada como a grande meretriz com a qual os reis da terra se prostituiram (Ap 17.1,2). São tres os termos gregos usados no texto bíblico para prostituição: Pórne (prostituta); pornéuo (prostituir-se); e porneia (prostituição). Os profetas do Antigo Testamento, exortaram o povo quanto a prostituição espiritual (Na 3.4; Is 23.15; Jr 2.20; Os 2.5).

Quando falamos Babilônia, lembramos logo de Babel. A grande Babilônia foi construída exatamente no Sinar, local onde Ninrode tentou construir a torre, que levou o nome de Babel, pelo motivo da confusão das línguas. Ficando então conhecida como a “Torre de Babel”. Babel significa “confusão”, e Babilônia significa “grande confusão”, isto para os judeus. Para os Iraquianos significa “Porta de Deus”.

Devido à importância da cidade e à sua representação em várias tradições e contexto religiosos, o nome “Babilônia” tornou-se símbolo de poder, riquezas e opulência. Ao longo dos séculos, o termo “Babilônia” tem sido usado figurativamente para se referir a qualquer lugar ou sistema que seja considerado um centro de corrupção, excessos ou decadência. Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap 14.8;17.5).

2.    A mulher e a besta escarlata. A mulher e a Besta nesta secção simbolizam dois poderes: o religioso e o político. O fato de ela estar “assentada sobre a Besta” indica que a grande prostituta domina as nações religiosamente, assim como a Besta sobre a qual cavalga faz politicamente. Isso também revela sua influência e, ao menos aparentemente, parece controlar e até dirigir a Besta. por sua vez a mulher é sustentada pela Besta. O presente texto nos mostra o primeiro poder (religioso) à cavalgar sobre o segundo (político). (Apocalipse versículo por versículo – Severino Pedro da Silva – CPAD). A mulher na Bíblia, dependendo do contexto, representa a igreja. Paulo fala que a igreja será apresentada a Cristo como uma “virgem pura” (2Co 11.2; Ap 19.7;21.9); já a mulher vestida de escarlata, é chamada de “prostituta” pelo apóstolo João, portanto, representa a religião deturpada, algo totalmente contrário a igreja do Senhor.

3.    Mistério: a Grande Babilônia. Aquilo que era “mistério”, agora já não é mais, pois aparece o nome misterioso: A Grande Babilônia. É grande porque o seu alcance é muito vasto. Ela é descrita como a mãe das prostituições. Quer dizer, tudo o que é desonesto, injusto, materialista, secular, nefasto e contra Deus.

 O pastor Severino Pedro da Silva, diz o seguinte: “Sabemos pela história que Ninrode “o poderoso de almas em oposição a face do Senhor” foi o primeiro imperador. Fundou o primeiro governo e além de ser caçador, “começou a ser poderoso na terra”. A esposa deste monarca era Semíramis, figura bastante conhecida na história secular, uma prostituta. “Quando Ninrode foi assassinado, ela assumiu a posição de imperatriz do governo. Para manter-se no poder...ela criou um mito ao redor da figura de seu falecido marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que quer dizer “A semente da mulher”. A partir deste princípio, tudo que está ligado direto ou indiretamente com a cidade de Babilônia, é sempre representada por uma figura feminina. O autor acima citado, continua: “Nos dias do Anticristo, esse grande poder “político-religioso” estará ainda mais reforçado, e acrescentará a todas as suas maldades anteriores (cf. Lc 3.20). Ela é a única responsável (direta ou indiretamente) pelo sangue derramado das testemunhas do Senhor, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Eis a razão de ela agora se encontrar embriagada. As testemunhas a que João aludi, originalmente eram os cristãos que sofreram no primeiro século da Igreja cristã. Profeticamente falando, isso aponta para os cristãos que sofrerão sob o Anticristo: Eles são os “santos” do Apocalipse. (C. 8.3, 4; 11.18; 13.7; 14.12; 15.3; 16.6;17.6; 18.24; 19.8; 20.9), etc.”.

II – O ESPÍRITO DA BABILÔNIA

1.    No sistema religioso. As pessoas, serão seduzidas pela “prostituição espiritual”, impulsinados pelo “espírito da Babilônia” (Ap 17.2). Infelizmente estamos vendo esta prostituição espiritual, já não mais somente nas igrejas paganizadas pela idolatria a ídolos mudos, mas também nas igrejas evangelicas, onde outro tipo de idolatria tem invadido o sistêma religioso. Isso já era de se esperar. O espírito do mal não deixaria barato. Ele vem tentando entrar nas igrejas evangélicas já há muito tempo, e de várias maneiras. Nos tempos modernos, ele tem conseguido através do “culto ao ego”. Sim, esse culto se tornou bastante corriqueiro nos círculos mais tradicionais cristãos, onde, já não se vai mais aos templos para adorar ao Senhor Jesus, mas para ver cantor A e pregador B. O luxo da “mulher de escarlate”, tem entrado nos arraias cristãos de uma forma avassaladora. Esse culto ao ego, torna o ser humano amante de si mesmo, amante do dinheiro e amante dos deleites (2Tm 3. 2-4).

Outra palavra que vem sendo largamente usada, é“liberdade”. Porém, não de forma correta, mas muito mais como libertinagem, pois, é um estímulo a devassidão por meio do afrouxamento moral (2Pe 2.19). “O ecumenismo doutrinário provoca a erosão da fé bíblica” (Gl 1.6,8). É muita mistura; muitas interpretações erroneas. Como disse Paulo: “Amontoarão para si doutores, conforme as suas próprias concupiscencias” (2Tm 4.3). Há um espírito de mentira já espalhado na boca dos profetas que estão fazendo uso da palavra nos púlpitos das igrejas, e isso, nas grandes concentrações, para induzir a igreja a achar que tudo está bem, que a guerra está ganha, quando na verdade o inimigo está entrando com muita força nos arraiais cristãos. É um evangelho fraco, que não liberta, não salva, não muda, não transforma etc.

2.    No sistema político e cultural. O “espírito da Babilônia” exerce forte poder político e cultural (Mt 13. 38) Disse João: “Sabemos que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” 1Jo 5.19). Os valores estão totalmente invertidos. Como disse Isaías: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce, amargo” (Is 5.20). As pautas progressistas são defendidas em alto e bom som, sem que ninguém as proíbam. Qualquer palavra contrária e tida como “discurso do ódio”, ou “discurso fundamentalista” (Lc 6.22; 1Pe 4.4). Sempre costumo dizer: O mundo não gosta, e muito menos ama a verdadeira igreja do Senhor. Quando você vê uma igreja sendo muito querida pelo mundo, é porque deixou de pregar o verdadeiro evangelho (Jo 15.19). Muitos cristãos evangélicos, levados pelo politicamente correto, já não falam mais a verdade, e não defendem mais a fé genuinamente cristã. Muitos pregadores estão acuados, e com medo de serem presos. No meu entendimento, muitos de nós, pregadores do evangelho de Cristo, se não recuarmos em falar a verdade, ainda vamos acabar atrás das grades e até mortos (Lc 21.16,17).

3.    No sistema econômico. Por trás de todos os pecados, todos os males, conforme nos ensina Paulo, está o amor ao dinheiro (1Tm 6.10). O apóstolo disse que “O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males”. João escreve dizendo: “... e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de suas delícias” (Ap 18.3). Veja bem, Paulo disse que a “raiz”. Quer dizer, a base, os fundamentos para todo mal está no amor as riquezas. Jesus disse que seria muito difícil um rico ser salvo (Mt 19.23). O que ama o dinheiro não se esquiva de fazer negócios ilícitos, seja no comercio, na política, na religião etc. Quantos políticos, tidos como crentes, e até pastores, que estão no esquema das “rachadinhas”. Quantos que estão por trás dos roubos aos cofres públicos, seja de merendas escolares, saúde, segurança, casas populares etc. Como disse nosso comentarista: “as pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e imoral em prejuízo do próximo. A sociedade é extorquida em troca da satisfação dos prazeres pecaminosos e consumismo desenfreado” (Pv 16.29; Mq 3.11).  Fazem isso, enriquecem, e nada pagam diante dos homens; mas um dia, irão comparecer diante do Trono Branco, e lá não poderão escapar (Ap 20.11-15).

III – A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA

1.    Não negociar a ortodoxia bíblica.  Tenho dito que nunca estivemos tão necessitados da verdadeira exposição bíblica, correta e profunda das Escrituras que nos dias de hoje. O inimigo tem deitado e rolado em muitas igrejas. Quantas igrejas que vivem da água com açucar das profetadas, dos malabarismos e exibicionismos dos pseudos-profetas, que, enchem templos de pessoas, porém, de corações vazios. Muito barulho e pouco conteúdo. Enquanto isso, as pautas progressistas são ensinadas nas escolas com esmeros e profundidade. Nossos filhos, vem aos cultos e se enchem de falsas esperanças e quase nada de Bíblia. Os cultos de orações, se transformaram apenas em canticos e profetadas. Falta oração e Palavra. Paulo disse a Tito: “Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”; “... na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tt 2.1,7). Assim, por meio do estudo sistemático e doutrinário, torna-se possível capacitar o crente para enfrentar o “espírito da Babilônia” e suas ideologias contrárias aos valores absolutos da fé cristã com mansidão, temor e boa consciencia (1Pe 3.15,16).

2.    Formar o caráter de Cristo. Como pentecostal, devo confessar, que muitas vezes damos mais valor aos dons que ao fruto. Mas, o caráter de Cristo só é desenvolvido em nós através do fruto, e não pelos dons. Dons, o nome já diz, é dádiva, vem de fora para dentro, já o fruto, é gerado, causa transformação em nós. Lógico que isso não nos torna cidadãos impecáveis e perfeitos no sentido estrito da palavra, mas, nos faz lutadores incansáveis contra o pecado (Gl 5.16,17). O desejo de sermos santos, sobrepuja os desejos pecaminosos, e não nos deixamos ser levados pelo “espírito da Babilônia”. Vejo hoje, com tristeza, dentro das igrejas, uma peleja por cargos, muitas picuinhas, fofocas da vida alheia, mentiradas rolando a soltas; tudo isso é falta da formação do caráter de Cristo no cristão. Pergunto então: Como combateremos o “espírito da Babilônia”, se não estamos conseguindo combater esses espíritos que eivam os nossos arraiais? Creio que somente o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, tem poder de libertar o homem de tudo isto. Não é nos fazer religiosos, mas, nos tornar libertos!

3.    Aguardar a volta de Cristo. Muitos estão esperando coisas melhores através dos sistemas de governos. Porém, a igreja do Senhor, sabe muito bem, que daqui para frente as coisas somente irão se afunilando, até que chegue o momento do arrebatamento da Igreja do Senhor. Todos os sinais que precedem a vinda de Cristo, já estão em plena evidência no mundo, como: Apostasia, falsos profetas, a inversão de valores, perseguição aos verdadeiros servos de Deus, guerras, fome, pestes, terremotos, relativização da verdade, a pregação de que nada é absoluto, a promiscuidade que cada dia mais se avoluma, o ceticismo, e sobretudo a falta de amor até entre os crentes (Mt 24.11,12).

Nós, os crentes em Jesus Cristo, somos exortados pela Palavra de Deus a vivermos uma vida de renúncia, de amor a Deus e ao próximo, de serviço ao Reino de Deus, e constante vigilancia, porque o Senhor há de vir em hora que muitos hão de estar desapercebidos, como estavam as virgem loucas de Mateus 25.

CONCLUSÃO

Entende-se perfeitamente, que o “espírito da Babilônia” está atuando intensamente no mundo. Na política, na religião, no comercio, na cultura paganizada etc. Enfim, em todos os aspectos, esse maléfico espírito tem se intrometido, e deixado marcas indeléveis na sociedade. Sem sombra de dúvida, a vinda do Senhor está próxima. Convém aos santos de Deus, resistirem todo mal (2Ts 2.6,7; Hb 12.4), ensinar a doutrina ortodoxa Bíblica (Mt 28.20), formar o caráter de Cristo em seus discípulos (Gl 4.19), e manter-se santificados até a vinda do Senhor (Hb 12.14).

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

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