LIÇÃO 01
A IGREJA DIANTE DO
ESPÍRITO DA BABILÔNIA
TEXTO ÁUREO
“E, na sua testa, estava escrito o
nome: Mistério, a Grande Babilônia, a Mãe das Prostituições e Abominações da
Terra.” (Ap 17.5)
VERDADE PRÁTICA
A Igreja deve resistir ao “espírito
da Babilônia” presente no cenário atual. Isso deve ser feito por meio do
compromisso inegociável com a autoridade da Palavra de Deus.
Leitura
Bíblica em Classe – Apocalipse 17.1-6
Objetivos
da lição:
1. Apresentar os significados de Babilônia;
2. Elencar os sistemas que formam o “espírito da
Babilônia’;
3. Demarcar a posição que se espera da Igreja nesse
contexto.
INTRODUÇÃO
“Revelação de Jesus Cristo,”
(Ap 1.1). O vocábulo vem do grego apokalyptõ, e foi traduzido pelos
escritores clássicos como “Revelação”. O estudante, mas básico de teologia, ao
começar os estudos do livro de Apocalipse aprende que neste livro temos: coisa
que já aconteceram, coisas que acontecem e coisas que acontecerão. São,
portanto, três tempos distintos que devem ser observados.
Há muitos que dizem que não entendem
o livro do Apocalipse, por isso mesmo não o lê. Ora, a primeira coisa que
alguém precisa fazer para entender algum livro é ler, e ler com muita atenção.
Watchman Nee, disse que devemos ler o livro do Apocalipse, até memorizarmos os
assuntos de cada capítulo. O pastor Severino Pedro da Silva, no seu livro
Apocalipse versículo por versículo, da editora CPAD, observa que as revelações
têm dois pontos focais: Os propósitos de Deus e a pessoa de Deus.
Conforme nosso comentarista, a
presente lição não tem a intenção de identificar a Babilônia literal, nem
listar eventos da grande tribulação, até porque, não daria tempo, pelo exíguo
espaço de cada lição da EBD. Se pretende, porém, alertar a Igreja sobre
aspectos gerais do que está sendo chamado “espírito de Babilônia” tão presente
no cenário global contemporâneo.
I – A BABILÔNIA E SEUS SIGNIFICADOS
1. A Grande Prostituta. A cidade denominada de
Babilônia é citada sete vezes no Apocalipse, nas seguintes passagens (14.8;
16.19; 17.5; 18.2, 10, 21). Ela é apresentada como a grande meretriz com a qual
os reis da terra se prostituiram (Ap 17.1,2). São tres os termos gregos usados
no texto bíblico para prostituição: Pórne (prostituta); pornéuo
(prostituir-se); e porneia (prostituição). Os profetas do Antigo
Testamento, exortaram o povo quanto a prostituição espiritual (Na 3.4; Is
23.15; Jr 2.20; Os 2.5).
Quando falamos Babilônia, lembramos logo de
Babel. A grande Babilônia foi construída exatamente no Sinar, local onde
Ninrode tentou construir a torre, que levou o nome de Babel, pelo motivo da
confusão das línguas. Ficando então conhecida como a “Torre de Babel”. Babel
significa “confusão”, e Babilônia significa “grande confusão”, isto para os
judeus. Para os Iraquianos significa “Porta de Deus”.
Devido à importância da cidade e à sua
representação em várias tradições e contexto religiosos, o nome “Babilônia” tornou-se
símbolo de poder, riquezas e opulência. Ao longo dos séculos, o termo
“Babilônia” tem sido usado figurativamente para se referir a qualquer lugar ou
sistema que seja considerado um centro de corrupção, excessos ou decadência.
Assim, a prostituta é identificada como uma das facetas da imoralidade e do
falso sistema religioso representado pelo “espírito da Babilônia” (Ap
14.8;17.5).
2. A mulher e a besta escarlata. A mulher e
a Besta nesta secção simbolizam dois poderes: o religioso e o político. O fato
de ela estar “assentada sobre a Besta” indica que a grande prostituta domina as
nações religiosamente, assim como a Besta sobre a qual cavalga faz
politicamente. Isso também revela sua influência e, ao menos aparentemente,
parece controlar e até dirigir a Besta. por sua vez a mulher é sustentada pela
Besta. O presente texto nos mostra o primeiro poder (religioso) à cavalgar
sobre o segundo (político). (Apocalipse versículo por versículo – Severino
Pedro da Silva – CPAD). A mulher na Bíblia, dependendo do contexto, representa
a igreja. Paulo fala que a igreja será apresentada a Cristo como uma “virgem
pura” (2Co 11.2; Ap 19.7;21.9); já a mulher vestida de escarlata, é chamada
de “prostituta” pelo apóstolo João, portanto, representa a religião deturpada,
algo totalmente contrário a igreja do Senhor.
3. Mistério: a Grande Babilônia. Aquilo
que era “mistério”, agora já não é mais, pois aparece o nome misterioso: A
Grande Babilônia. É grande porque o seu alcance é muito vasto. Ela é descrita
como a mãe das prostituições. Quer dizer, tudo o que é desonesto, injusto,
materialista, secular, nefasto e contra Deus.
O pastor Severino Pedro da Silva,
diz o seguinte: “Sabemos pela história que Ninrode “o poderoso de almas em
oposição a face do Senhor” foi o primeiro imperador. Fundou o primeiro governo
e além de ser caçador, “começou a ser poderoso na terra”. A esposa deste
monarca era Semíramis, figura bastante conhecida na história secular, uma
prostituta. “Quando Ninrode foi assassinado, ela assumiu a posição de
imperatriz do governo. Para manter-se no poder...ela criou um mito ao redor da
figura de seu falecido marido, Ninrode, atribuindo-lhe o nome de Zoroastrita, que
quer dizer “A semente da mulher”. A partir deste princípio, tudo que está
ligado direto ou indiretamente com a cidade de Babilônia, é sempre representada
por uma figura feminina. O autor acima citado, continua: “Nos dias do
Anticristo, esse grande poder “político-religioso” estará ainda mais reforçado,
e acrescentará a todas as suas maldades anteriores (cf. Lc 3.20). Ela é a única
responsável (direta ou indiretamente) pelo sangue derramado das testemunhas do
Senhor, em qualquer tempo e em qualquer lugar. Eis a razão de ela agora se
encontrar embriagada. As testemunhas a que João aludi, originalmente eram os
cristãos que sofreram no primeiro século da Igreja cristã. Profeticamente
falando, isso aponta para os cristãos que sofrerão sob o Anticristo: Eles são
os “santos” do Apocalipse. (C. 8.3, 4; 11.18; 13.7; 14.12; 15.3; 16.6;17.6;
18.24; 19.8; 20.9), etc.”.
II – O ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1.
No sistema religioso. As pessoas,
serão seduzidas pela “prostituição espiritual”, impulsinados pelo “espírito da
Babilônia” (Ap 17.2). Infelizmente estamos vendo esta prostituição espiritual,
já não mais somente nas igrejas paganizadas pela idolatria a ídolos mudos, mas também
nas igrejas evangelicas, onde outro tipo de idolatria tem invadido o sistêma
religioso. Isso já era de se esperar. O espírito do mal não deixaria barato.
Ele vem tentando entrar nas igrejas evangélicas já há muito tempo, e de várias
maneiras. Nos tempos modernos, ele tem conseguido através do “culto ao ego”.
Sim, esse culto se tornou bastante corriqueiro nos círculos mais tradicionais
cristãos, onde, já não se vai mais aos templos para adorar ao Senhor Jesus, mas
para ver cantor A e pregador B. O luxo da “mulher de escarlate”, tem entrado
nos arraias cristãos de uma forma avassaladora. Esse culto ao ego, torna o ser
humano amante de si mesmo, amante do dinheiro e amante dos deleites (2Tm 3.
2-4).
Outra
palavra que vem sendo largamente usada, é“liberdade”. Porém, não de forma
correta, mas muito mais como libertinagem, pois, é um estímulo a devassidão por
meio do afrouxamento moral (2Pe 2.19). “O ecumenismo doutrinário provoca a
erosão da fé bíblica” (Gl 1.6,8). É muita mistura; muitas interpretações
erroneas. Como disse Paulo: “Amontoarão para si doutores, conforme as suas
próprias concupiscencias” (2Tm 4.3). Há um espírito de mentira já espalhado
na boca dos profetas que estão fazendo uso da palavra nos púlpitos das igrejas,
e isso, nas grandes concentrações, para induzir a igreja a achar que tudo está
bem, que a guerra está ganha, quando na verdade o inimigo está entrando com
muita força nos arraiais cristãos. É um evangelho fraco, que não liberta, não
salva, não muda, não transforma etc.
2. No sistema
político e cultural. O “espírito da
Babilônia” exerce forte poder político e cultural (Mt 13. 38) Disse João: “Sabemos
que somos de Deus e que todo o mundo está no maligno” 1Jo 5.19). Os valores
estão totalmente invertidos. Como disse Isaías: “Ai dos que ao mal chamam
bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem
do amargo doce, e do doce, amargo” (Is 5.20). As pautas progressistas são
defendidas em alto e bom som, sem que ninguém as proíbam. Qualquer palavra
contrária e tida como “discurso do ódio”, ou “discurso fundamentalista” (Lc
6.22; 1Pe 4.4). Sempre costumo dizer: O mundo não gosta, e muito menos ama a
verdadeira igreja do Senhor. Quando você vê uma igreja sendo muito querida pelo
mundo, é porque deixou de pregar o verdadeiro evangelho (Jo 15.19). Muitos
cristãos evangélicos, levados pelo politicamente correto, já não falam mais a
verdade, e não defendem mais a fé genuinamente cristã. Muitos pregadores estão
acuados, e com medo de serem presos. No meu entendimento, muitos de nós,
pregadores do evangelho de Cristo, se não recuarmos em falar a verdade, ainda
vamos acabar atrás das grades e até mortos (Lc 21.16,17).
3. No sistema
econômico. Por trás de todos os pecados, todos os males,
conforme nos ensina Paulo, está o amor ao dinheiro (1Tm 6.10). O apóstolo disse
que “O amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males”. João escreve
dizendo: “... e os mercadores da terra se enriqueceram com a abundância de
suas delícias” (Ap 18.3). Veja bem, Paulo disse que a “raiz”. Quer dizer, a
base, os fundamentos para todo mal está no amor as riquezas. Jesus disse que
seria muito difícil um rico ser salvo (Mt 19.23). O que ama o dinheiro não se
esquiva de fazer negócios ilícitos, seja no comercio, na política, na religião etc.
Quantos políticos, tidos como crentes, e até pastores, que estão no esquema das
“rachadinhas”. Quantos que estão por trás dos roubos aos cofres públicos, seja
de merendas escolares, saúde, segurança, casas populares etc. Como disse nosso
comentarista: “as pessoas são motivadas a levar vantagem financeira, ilícita e
imoral em prejuízo do próximo. A sociedade é extorquida em troca da satisfação
dos prazeres pecaminosos e consumismo desenfreado” (Pv 16.29; Mq 3.11). Fazem isso, enriquecem, e nada pagam diante
dos homens; mas um dia, irão comparecer diante do Trono Branco, e lá não
poderão escapar (Ap 20.11-15).
III – A POSIÇÃO DA IGREJA DIANTE DO ESPÍRITO DA BABILÔNIA
1. Não
negociar a ortodoxia bíblica. Tenho dito que nunca estivemos tão
necessitados da verdadeira exposição bíblica, correta e profunda das Escrituras
que nos dias de hoje. O inimigo tem deitado e rolado em muitas igrejas. Quantas
igrejas que vivem da água com açucar das profetadas, dos malabarismos e
exibicionismos dos pseudos-profetas, que, enchem templos de pessoas, porém, de
corações vazios. Muito barulho e pouco conteúdo. Enquanto isso, as pautas progressistas
são ensinadas nas escolas com esmeros e profundidade. Nossos filhos, vem aos
cultos e se enchem de falsas esperanças e quase nada de Bíblia. Os cultos de
orações, se transformaram apenas em canticos e profetadas. Falta oração e
Palavra. Paulo disse a Tito: “Tu, porém, fala o que convém a sã doutrina”;
“... na doutrina, mostra incorrupção, gravidade, sinceridade” (Tt
2.1,7). Assim, por meio do estudo sistemático e doutrinário, torna-se possível
capacitar o crente para enfrentar o “espírito da Babilônia” e suas ideologias
contrárias aos valores absolutos da fé cristã com mansidão, temor e boa
consciencia (1Pe 3.15,16).
2. Formar o
caráter de Cristo. Como pentecostal,
devo confessar, que muitas vezes damos mais valor aos dons que ao fruto. Mas, o
caráter de Cristo só é desenvolvido em nós através do fruto, e não pelos dons.
Dons, o nome já diz, é dádiva, vem de fora para dentro, já o fruto, é gerado, causa
transformação em nós. Lógico que isso não nos torna cidadãos impecáveis e
perfeitos no sentido estrito da palavra, mas, nos faz lutadores incansáveis
contra o pecado (Gl 5.16,17). O desejo de sermos santos, sobrepuja os desejos
pecaminosos, e não nos deixamos ser levados pelo “espírito da Babilônia”. Vejo
hoje, com tristeza, dentro das igrejas, uma peleja por cargos, muitas
picuinhas, fofocas da vida alheia, mentiradas rolando a soltas; tudo isso é
falta da formação do caráter de Cristo no cristão. Pergunto então: Como
combateremos o “espírito da Babilônia”, se não estamos conseguindo combater
esses espíritos que eivam os nossos arraiais? Creio que somente o verdadeiro
Evangelho de Jesus Cristo, tem poder de libertar o homem de tudo isto. Não é
nos fazer religiosos, mas, nos tornar libertos!
3. Aguardar a
volta de Cristo. Muitos estão
esperando coisas melhores através dos sistemas de governos. Porém, a igreja do
Senhor, sabe muito bem, que daqui para frente as coisas somente irão se
afunilando, até que chegue o momento do arrebatamento da Igreja do Senhor. Todos
os sinais que precedem a vinda de Cristo, já estão em plena evidência no mundo,
como: Apostasia, falsos profetas, a inversão de valores, perseguição aos
verdadeiros servos de Deus, guerras, fome, pestes, terremotos, relativização da
verdade, a pregação de que nada é absoluto, a promiscuidade que cada dia mais
se avoluma, o ceticismo, e sobretudo a falta de amor até entre os crentes (Mt
24.11,12).
Nós, os crentes
em Jesus Cristo, somos exortados pela Palavra de Deus a vivermos uma vida de
renúncia, de amor a Deus e ao próximo, de serviço ao Reino de Deus, e constante
vigilancia, porque o Senhor há de vir em hora que muitos hão de estar
desapercebidos, como estavam as virgem loucas de Mateus 25.
CONCLUSÃO
Entende-se
perfeitamente, que o “espírito da Babilônia” está atuando intensamente no mundo.
Na política, na religião, no comercio, na cultura paganizada etc. Enfim, em
todos os aspectos, esse maléfico espírito tem se intrometido, e deixado marcas
indeléveis na sociedade. Sem sombra de dúvida, a vinda do Senhor está próxima.
Convém aos santos de Deus, resistirem todo mal (2Ts 2.6,7; Hb 12.4), ensinar a
doutrina ortodoxa Bíblica (Mt 28.20), formar o caráter de Cristo em seus
discípulos (Gl 4.19), e manter-se santificados até a vinda do Senhor (Hb
12.14).
Vosso em
Cristo
Pr Daniel
Nunes da Silva
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