LIÇÃO 9
UMA FAMÍLIA NADA PERFEITA
TEXTO ÁUREO
“Não erreis: Deus não se deixa
escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gal
6.7).
VERDADE PRÁTICA
Tudo o que os membros da família
plantarem colherão. Essa é uma lei universal de Deus que pode ser constatada na
própria natureza.
Leitura Bíblica em Classe: 2º Samuel 3.2-5;5.13-15; 12.10-13a
Objetivos da lição
1. Apontar o papel de Davi como ungido e
homem de Deus, bem como a extensão de sua família;
2. Descrever pessoas-chave que apontam a
disfuncionalidade na família de Davi;
3. Refletir a respeito do problema moral
na família.
INTRODUÇÃO
Davi foi chamado “o homem segundo o
coração de Deus”, e de fato o foi. Mesmo não sendo a melhor família, como ele
mesmo se expressou dizendo “Ainda que a minha casa são seja tal para com
Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado
e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar
de que ainda não o faz brotar” (2Sm 23. 5), Davi sabia da aliança do Senhor
com ele e com a sua família (1Cr 17.16,17).
Trata-se de uma família
veterotestamentária, e por essa razão, é uma família que não está nos moldes
das família cristãs que conhecemos hoje, que é formada pelo pai, a mãe e os filhos.
Davi, além de ter uma família formada por várias esposas, e uma grande
quantidade de filhos, comete pecados que afrontaram diretamente a santidade de
Deus, e por isso mesmo sofreu sérias consequências. Ele viu acontecer incesto,
morte e rebelião dentro de sua própria família.
I – O REI DAVI E SUA
GRANDE FAMÍLIA
1. Davi, o ungido por Deus. Os observadores mais atentos, hão de
constatar que Saul não foi ungido rei, mas capitão sobre o povo de Deus (1Sam
9.16; 10.1). Ele não era o homem segundo o coração e o desejo de Deus para ser
rei sobre seu povo. Apesar de longo, o reinado de Saul (quarenta anos – At
13.21) foi muito conturbado, e a Bíblia assim nos diz: “E, quando este foi
retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse:
Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda
a minha vontade” (At 13.22). Davi foi ungido pelo profeta Samuel em meio a
seus irmãos, e a partir daquele dia foi cheio do Espírito Santo (1Sm 16.13).
2. Davi, o homem de Deus. Você já imaginou que Davi, já ungido
por Deus, Cheio do Espírito Santo, nunca reivindicou o trono? Seguiu
trabalhando firme, enfrentando ursos e leões, sabendo que quem lhe dava a
vitória era o Senhor (1Sam 17.37). Ao assumir o trono, Davi cumpre a missão de
reunificar as famílias dispersas de Israel, de Dã até Berseba, visto ter ficado
divididas após a morte de Saul. Os estudiosos dizem que foi neste tempo que
Davi compôs o Salmo 133, “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em
união!”. Então, pouco a pouco, as tribos foram reconhecendo a sua
autoridade real, e foi sendo unificada a monarquia em todo território de Israel
(2Sm 2.4; 5.1-3).
3. A grande família de Davi. Interessante que Saul, que foi
rejeitado por Deus, a Bíblia relata o nome de uma única esposa, Ainoã (1Sm
14.50), já Davi, que apesar de ser ungido por Deus, e ser o homem segundo o
coração de Deus, obteve várias esposas (1Sm 18.27; 1Cr 3. 1-5,9;14.3). Com uma
família tão diferente, tão numerosa e fora dos padrões comuns para o povo de
Deus, Davi somente, poderia ter também muitos problemas. Ele certamente
priorizou os assuntos do reino, pois era homem guerreiro, esquecendo-se assim
dos cuidados familiares, ou delegando às esposas para que cuidassem da casa. E
como estudamos na lição passada, o pai tem um papel preponderante na formação
de sua família. Portanto, no assunto família, Davi deixou muito a desejar.
II – FILHOS E PARENTES
NA CASA DE DAVI
1. Tamar (1Cr 3.1). O caso ocorrido entre Amnom e Tamar,
demonstra claramente que Davi não estava inteirado dos assuntos de sua casa.
Certamente, a paixão do meio irmão de Tamar por ela, já devia ser um assunto
que corria a boca miúda pelo palácio real, porém, Davi nada sabia; a ponto de
atender o pedido de seu filho Amnom, para que a sua irmã Tamar, fosse preparar
a sua comida. Mesmo que esse assunto será ainda tratado nos ponto seguintes,
vemos aqui uma lição para todos os pais, para que procuremos saber mais sobre a
vida de nossos filhos, porque, pode ser que o mal esteja rondando bem de perto,
e, como dizem por aí: os últimos a saberem das coisas, são os pais. Amnom e seu
conselheiro maligno, estavam tramando tudo nas barbas de Davi e ele nada sabia.
2. Absalão. O nome Absalão significa “paz de
Deus”, ou “meu pai é paz”. Porém, foi um filho que não deu paz a seu pai,
antes, tirou-lhe a paz por muitos dias. O que sabemos, é que Davi tinha um
grande amor por Absalão (2Sm 19.4); amor este que não foi correspondido por seu
filho. Absalão, após Amnom ter tido relação com sua irmã Tamar, tramou a morte
do irmão (2Sm 13.23-29) e depois se rebelou contra o próprio pai, tentando
tomar-lhe o reino (2Sm 15.14).
3. Amnom. Amnom também foi um problema para o
rei Davi, pois, demostrou um desequilíbrio emocional tão forte, e um domínio
carnal tão violento que desejou ter relações sexuais com sua própria irmã (2Sm
13.2). Fato este que veio se concretizar, despertando uma sede de vingança
muito grande em seu irmão Absalão, que era irmão de pai e mãe de Tamar (1Cr
3.2). Fato que também veio a acontecer, trazendo apenas desespero e tristeza
para o coração de Davi.
4. Jonadabe, um conselheiro do mal. Esse rapaz por nome de Jonadabe era
sobrinho de Davi. A Bíblia o qualifica assim: “Tinha, porém, Amnom um amigo,
cujo nome era Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi. E era Jonadabe homem
mui sagaz” (2Sm 13.3). Com certeza um mal conselheiro; um mal amigo. Quantos
jovens são colocados em maus caminhos por seus amigos? Como disse nosso
comentarista: “Jonadabe é o tipo de amigo que não se deve ter por perto quando
se vive algum problema pessoal ou familiar”.
III – O PROBLEMA MORAL
NA FAMÍLIA DE DAVI
1.
As consequências de sua falta de domínio próprio. Todo pecado tem suas consequências, e com Davi
não foi diferente. Mesmo sendo o homem segundo o coração de Deus, Davi pagou
caro pelo seu adultério com Bate-Seba e o assassinato do seu soldado valente,
Urias. Natã, era o profeta, a boca de Deus naquele tempo no
palácio de Davi. Ele entra diante do rei, e lhe diz: “... Havia numa cidade
dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas;
mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e
criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu
bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como
filha. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas
e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a
cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele (2Sm
12.1-4).
a.
A REVOLTA DE DAVI. “Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele
homem, e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez
isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e
porque não se compadeceu (2Sm 12. 5,6).
b.
NATÃ APLICA A PARÁBOLA A DAVI. “Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o
Senhor, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de
Saul; e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e
também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te
acrescentaria tais e tais coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra do
Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada,
e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos
de Amom” (2Sm 12.
7-9).
c.
DAVI RECONHECE SEU PECADO. “Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse
Natã a Davi: Também o Senhor transpassou o teu pecado; não morrerás” (2Sm
12. 13). É nesse momento que Davi escreve o Salmo 51. Esse Salmo é uma oração,
um lamento de Davi por causa de seu pecado. Ele busca de Deus o perdão de todo
seu coração. É bem verdade que as mazelas daquele pecado perseguiu Davi até a
sua morte, assim como profetizou Natã.
2. Incesto e morte na família (2Sm
13.1). Certamente o
pecado do incesto na família real abalou a todos na época. Absalão, irmão de
Tamar lhe disse: “Não se angustia o seu coração por isso” (2Sm 13. 20),
e a Bíblia assim nos diz: “Porém Absalão não falou com Amnom, nem mal nem
bem; porque Absalão aborrecia a Amnom, por ter forçado a Tamar sua irmã”
(2Sm 13. 22). Isso culminou, como vimos anteriormente na morte de Amnom. Quer
dizer, tragédias e mais tragédias na casa de Davi. O grande problema, é que,
mesmo Davi sabendo do ocorrido, se acendeu em ira, mas nada fez para castigar
seu filho incestuoso.
3. Vigilância, proximidade e exemplo. Cremos que o último ponto da lição
passada, sobre a importância da paternidade, vem bem a calhar também neste
último item desta lição. Muitas coisas ocorreram na vida familiar de Davi,
simplesmente por falta de vigilância, por não estar próximo o suficiente de
seus filhos. O caso do sobrinho de Davi, Jonadabe, que certamente vivia por
ali, misturado com seus filhos dentro do palácio, é um alerta também, onde
parentes de má índole, se entremetes nas famílias, dando maus conselhos,
desequilibrando famílias inteiras. Os pais cristãos, devem fazer de tudo para
estarem próximos e seus filhos, principalmente quando ainda criança e
adolescente, para que os mesmos sejam influenciados a viverem para a gloria de
Deus.
CONCLUSÃO
Vimos que a família do rei Davi era
disfuncional, quer dizer, algo que não funciona direito, ou cuja função está
parcial ou completamente prejudicada. Assim era a casa de Davi. Isso trouxe
problemas a longo prazo para toda a família. Certamente, cada caso que ocorria,
sofria o pai, Davi, as mães e os filhos. Por isso, é preciso cultivar os
valores da Palavra de Deus em nossos lares, que os pais exerçam seus papéis em
casa, transmitindo esses valores e acompanhando de perto os filhos; que os
cônjuges tenham um relacionamento que traga equilíbrio e segurança aos filhos.
A vida cristã em família é a maior prevenção contra os desajustes da
atualidade.
Amém
Pr Daniel Nunes
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