LIÇÃO 10
QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS
TEXTO ÁUREO
“Em tudo somos atribulados, mas
não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não
desamparados; abatidos, mas não destruídos [...].” (2Co 4.8,9)
VERDADE PRÁTICA
Não devemos ser indiferentes à morte
inesperada, mas também não podemos nos desesperar como quem não tem esperança.
Leitura
Bíblica em Classe: Jó 1.13,16-19
Objetivos
da lição
1. Descrever a Família de Jó;
2. Refletir a respeito de como lidar com
a morte na família;
3. Conscientizar de como os cristãos
devem enfrentar a perda na família.
INTRODUÇÃO
O tema desta semana, sobre os pais sepultarem seus filhos é demasiadamente forte. Sempre gosto de dizer, que existem assuntos que são fáceis de falar, principalmente para aquele que nunca viveu tal dilema, mas, vivenciar determinadas experiências são muito dolorosas, e, por esse motivo, muitos acabam por perderem a fé.
A família tomada como
exemplo na aula de hoje, é a do patriarca Jó, um grande exemplo a ser
seguido, para aqueles que tenham passado ou venham passar por essa desventura
em sua vida.
A Revista do professor, nas páginas
azuis, nos diz algo muito importante: “O livro de Jó nos mostra que, no momento
intenso desse sofrimento, é possível expressar as emoções de dor, tristeza e
saudade sem, contudo, deixar de confiar em Deus, tendo-o como seu verdadeiro
esteio. Ele continua soberano e cuidando de nossas vidas mesmo em período de
dores”.
Lembro-me das palavras do rei Davi,
quando seu filho, que tinha sido fruto daquele adultério com Bate-Seba morreu,
ele disse: “Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu agora? Poderei eu
fazê-la mais voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2Sm
12.28). Essa deve ser a confiança de todo cristão, que nossos queridos que
partem desta vida para a vida eterna, não voltam para nós, porém, nós iremos a
eles.
A palavra de Deus é o único consolo
real para casos de perdas familiares, principalmente, quando se trata de
filhos. Paulo, o apóstolo dos gentios, nos dá uma palavra muito inspiradora,
quando diz: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai
das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa
tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma
tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus”
(2Co 1.3,4).
I – A FAMÍLIA DE JÓ
1. Quem era Jó. Jó é o personagem protagonista do
primeiro Livro poético da Bíblia Sagrada. A autoria é creditada à Moisés, e é
respaldada pelas inúmeras citações parecidas com as citadas por Moisés no
Pentateuco. Por outro lado, a terra de Uz, ficava próxima a terra de Midiã,
onde Moisés viveu por quarenta anos. A Bíblia de Estudos PALAVRAS-CHAVE, da
CPAD, aponta os anos 1485 e 1445 a.C. o tempo em que viveu Jó, durante o
período patriarcal. Provavelmente, tenha nascido após o dilúvio, pois Elifaz,
faz referência a esta grande catástrofe que se abateu sobre a terra (Jó 22.16).
Se tornou um homem rico, principalmente na área rural (Jó 1.3). Tinha um
caráter íntegro, que foi testemunhado pelo próprio Deus (Jó 1.8). O testemunho
que o Criador dera de Jó, não há outro semelhante em toda história.
2. A esposa de Jó. Certamente a esposa de Jó está presente
em todo enredo da história. Pois é com ela que Jó tem dez filhos. Juntos
adquirem toda aquela riqueza. Porém, ela aparece muito pouco, e quando aparece,
é em um momento de grandes provações, e não suportando ver seu esposo sendo tão
provado, diz: “... Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre”
(Jó 2.9). Ao que Jó contesta: “... Como fala qualquer doida, assim falas tu;
recebemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). Entendo que o
título de mulher insana é inadequada para a esposa de Jó. Outra coisa a ser
notada, é que Jó não a chamou de doida, mas, “como fala qualquer doida,
assim falas tu”. Jó entende que sua esposa, naquele momento, levada pelas
circunstâncias e aflições, falou sem pensar ou nesciamente. Eu,
particularmente, admiro o caráter e a firmeza dessa mulher. Apesar de passar
todas as provações juntamente com o marido, após tudo aquilo, ainda teve forças
e saúde para ter mais dez filhos (Jó 42.13). Só o Senhor faz isso!
3. O filhos de Jó. Os filhos de Jó não eram diferentes
dos filhos de pessoas abastadas, onde, certamente, alguns deles poderiam ajudar
em alguma coisa nos negócios, porém, que aos fins de semana se revezavam nas
casas uns dos outros, principalmente em datas festivas, fazendo banquetes e
festas com comidas e bebidas. Por isso mesmo, o patriarca da família, Jó,
oferecia sacrifícios a Deus por eles, para que se houvessem cometidos pecados, fossem
perdoados por Deus (Jó 1.5). Felizes os filhos que têm pais que intercedem por
eles a Deus continuamente.
II – LIDANDO COM A
MORTE DENTRO DA FAMÍLIA
1. Jó e sua esposa foram surpreendidos
pela morte dos filhos. A Bíblia é o resumo dos resumos dos acontecimentos. Podemos, porém,
imaginar o impacto daquela notícia na casa de Jó e de toda a vizinhança. Não
foi um filho que morreu, foram todos os filhos (Jó 1.18,18). Morreram vitimados
por um vendaval, que desmoronou a casa onde estavam juntos se alegrando. Ouvi
certa vez um pastor pregar em um culto fúnebre, onde ele disse que a morte é
cega, surda e muda. Ela não vê lágrimas, não ouve choro e não avisa quando
chega. Quando tudo parecia corriqueiro, chega à casa de Jó uma sinistra notícia:
Todos seus filhos e filhas morreram. Como lidar com uma notícia não
desalentadora como esta? Muitos desmaiariam; perderiam a noção das coisas;
precisariam tomar inúmeros calmantes; outros perderiam literalmente o juízo;
começariam a blasfemar de Deus e de tudo etc. Não foi o que Jó e sua esposa
fizeram: Jó se levanta, rasga suas vestes, rapa a cabeça, se lança por terra e
adora ao Criador (Jó 1.20). Todas essas atitudes eram sinal de extrema
humilhação. Parece fácil falar que Jó fez isso, mas não foi. Somente os
verdadeiros cristãos nos dias de hoje, tomariam tal atitude. Uma grande maioria
dos cristãos, principalmente os da “teologia da prosperidade”, onde pregam que
o crente não pode sofrer; não pode ficar doente etc. abandonariam a sua fé, e
blasfemariam de Deus.
2. Razões para a tristeza do luto de Jó
e de sua esposa. O
casal de Uz tinham todos os motivos para estarem enlutados, enfim, foram todos
os seus dez filhos. O cortejo fúnebre deve ter sido muito grande, penoso, com
muitas lágrimas, lembranças e lamentos. Mesmo que a Palavra de Deus nos diga
que há tempo para chorar (Ec 3.4), não queremos chorar de tristeza. Certamente,
se a nós fosse dada a oportunidade de escolher entre chorar e sorrir, queríamos
sorrir, ou então chorar de felicidade. Mas a vida nem sempre é assim. O próprio
Senhor Jesus nos advertiu que neste mundo teríamos aflições. Aquela família
feliz, festeira, agora estava de luto. É assim com a nossa vida. Quantas vezes
estamos felizes, em cultos de ações de graças, mas, de repente o tempo muda, a
tempestade chega, a luta vem, a morte bate a porta, a enfermidade se avizinha,
e tudo muda. Porém, é hora de confiarmos ainda mais no Senhor, pois é nesse
momento que Ele se revela com maior intensidade para seus servos (Sal 46).
3. Fidelidade ao Senhor em meio a dor. Como já relatamos acima, a atitude de
Jó foi de extrema adoração ao Senhor. Assim é narrado o texto em sua inteireza:
“Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto e rapou a sua cabeça, e se
lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei
para lá; em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó
1. 20-22). O único que tem o direito de tomar a vida, é aquele que a deu. Jó
reconhece que foi o Senhor que deu os seus filhos, e também foi Ele quem os
tomou. Muitos hoje em dia gostam de atribuir tudo ao diabo. Com Jó, satanás não
tem projeção; não há propagando do nome do adversário. Jó atribui que foi o
Senhor que fez tudo e por isso mesmo o adora.
III – O CRISTÃO E O
LUTO
1. Não culpe a Deus. O pastor e psicólogo norte americano,
Dr. Dobson, escreveu um livro intitulado: “Quando o que Deus faz não tem
sentido”. Sim, há coisas que acontecem conosco, que parece que não há nenhum
sentido. Por que aparecem os gigantes? Por que o Mar Vermelho? Por que o Rio
Jordão? Por que a cruz? Por que morreu? Por que perdeu o emprego? Jó nos ensina
que não devemos culpar a Deus. A vontade do Senhor sempre será a melhor, a mais
agradável e a mais perfeita (Rm 12.2). Nos submetermos à vontade de Deus nem sempre é
fácil. Muitas vezes queremos agir, falar, fazer, do nosso modo. Porém, uma
coisa é certa: todos os que se submetem a perfeita vontade de Deus são os
vitoriosos, mesmo que passem por momentos tão difíceis como Jó passou.
2. Vivendo o luto. A Bíblia não nos diz que não podemos
chorar; nem nos entristecer. Assim nos ensina Paulo: “Não quero, porém,
irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos
entristeçais, como os demais, que não tem esperança” (1Ts 4.13). O crente
pode sim guardar o luto; pode chorar; se entristecer, porém, fazer tudo isto
com um viva esperança, que aquele que venceu a morte, um dia há de voltar, e a
morte será detida e lançada no lago de fogo, e os que morreram em Cristo, hão
de ressuscitar em corpos incorruptíveis (1Co 15.52). Portanto, o crente, chora,
lamenta, e se entristece com a morte de seus ente- queridos, porém,
diferentemente dos demais, ele sabe que não precisa dizer adeus, mas, um até
logo, pois, muito em breve o Senhor descerá nas nuvens e arrebatará o seu povo
para viverem eternamente com Ele nos céus (1Ts 4.14-18).
CONCLUSÃO
Indiscutivelmente, a morte de um
parente, de um irmão chegado e muito mais, a morte de um filho é de um dor
quase que insuportável. Já ouvi irmãos que perderam seus filhos dizerem: Por
que não fui eu em seu lugar meu filho? Sim, os pais prefeririam mil vezes que
fossem eles do que seus filhos. Mas, Deus faz as coisas segundo a sua soberana
vontade, e nem sempre ele quer levar o pai primeiro que o filho. Contrariando a
lei da natureza, alguns pais sepultam dolorosamente seus filhos, como foi o
caso do patriarca Jó. A exemplo de Jó, nesse processo, não devemos culpar a
Deus, mas confiar nEle e o adorar. A vitória de Cristo sobre a morte, é uma
viva esperança para a sua amada igreja, que tem nesse fato, a segurança, que um
dia vamos cantar o cântico vitorioso cantado por Paulo, que diz: “Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da
morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a
vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15. 55-57).
Amém
Divulgue esta mensagem, mandando o
link para algum conhecido seu. Obrigado.
Pr Daniel Nunes
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