Pages

segunda-feira, 29 de maio de 2023

QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS

 




LIÇÃO 10

QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS

TEXTO ÁUREO

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos [...].” (2Co 4.8,9)

VERDADE PRÁTICA

Não devemos ser indiferentes à morte inesperada, mas também não podemos nos desesperar como quem não tem esperança.

Leitura Bíblica em Classe: Jó 1.13,16-19

Objetivos da lição

1.    Descrever a Família de Jó;

2.    Refletir a respeito de como lidar com a morte na família;

3.    Conscientizar de como os cristãos devem enfrentar a perda na família.

INTRODUÇÃO

O tema desta semana, sobre os pais sepultarem seus filhos é demasiadamente forte. Sempre gosto de dizer, que existem assuntos que são fáceis de falar, principalmente para aquele que nunca viveu tal dilema, mas, vivenciar determinadas experiências são muito dolorosas, e, por esse motivo, muitos acabam por perderem a fé. 

A família tomada como exemplo na aula de hoje, é a do patriarca Jó, um grande exemplo a ser seguido, para aqueles que tenham passado ou venham passar por essa desventura em sua vida.

A Revista do professor, nas páginas azuis, nos diz algo muito importante: “O livro de Jó nos mostra que, no momento intenso desse sofrimento, é possível expressar as emoções de dor, tristeza e saudade sem, contudo, deixar de confiar em Deus, tendo-o como seu verdadeiro esteio. Ele continua soberano e cuidando de nossas vidas mesmo em período de dores”.

Lembro-me das palavras do rei Davi, quando seu filho, que tinha sido fruto daquele adultério com Bate-Seba morreu, ele disse: “Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu agora? Poderei eu fazê-la mais voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2Sm 12.28). Essa deve ser a confiança de todo cristão, que nossos queridos que partem desta vida para a vida eterna, não voltam para nós, porém, nós iremos a eles.

A palavra de Deus é o único consolo real para casos de perdas familiares, principalmente, quando se trata de filhos. Paulo, o apóstolo dos gentios, nos dá uma palavra muito inspiradora, quando diz: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus” (2Co 1.3,4).

I – A FAMÍLIA DE JÓ

1.    Quem era Jó. Jó é o personagem protagonista do primeiro Livro poético da Bíblia Sagrada. A autoria é creditada à Moisés, e é respaldada pelas inúmeras citações parecidas com as citadas por Moisés no Pentateuco. Por outro lado, a terra de Uz, ficava próxima a terra de Midiã, onde Moisés viveu por quarenta anos. A Bíblia de Estudos PALAVRAS-CHAVE, da CPAD, aponta os anos 1485 e 1445 a.C. o tempo em que viveu Jó, durante o período patriarcal. Provavelmente, tenha nascido após o dilúvio, pois Elifaz, faz referência a esta grande catástrofe que se abateu sobre a terra (Jó 22.16). Se tornou um homem rico, principalmente na área rural (Jó 1.3). Tinha um caráter íntegro, que foi testemunhado pelo próprio Deus (Jó 1.8). O testemunho que o Criador dera de Jó, não há outro semelhante em toda história.

2.    A esposa de Jó. Certamente a esposa de Jó está presente em todo enredo da história. Pois é com ela que Jó tem dez filhos. Juntos adquirem toda aquela riqueza. Porém, ela aparece muito pouco, e quando aparece, é em um momento de grandes provações, e não suportando ver seu esposo sendo tão provado, diz: “... Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2.9). Ao que Jó contesta: “... Como fala qualquer doida, assim falas tu; recebemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). Entendo que o título de mulher insana é inadequada para a esposa de Jó. Outra coisa a ser notada, é que Jó não a chamou de doida, mas, “como fala qualquer doida, assim falas tu”. Jó entende que sua esposa, naquele momento, levada pelas circunstâncias e aflições, falou sem pensar ou nesciamente. Eu, particularmente, admiro o caráter e a firmeza dessa mulher. Apesar de passar todas as provações juntamente com o marido, após tudo aquilo, ainda teve forças e saúde para ter mais dez filhos (Jó 42.13). Só o Senhor faz isso!

3.    O filhos de Jó. Os filhos de Jó não eram diferentes dos filhos de pessoas abastadas, onde, certamente, alguns deles poderiam ajudar em alguma coisa nos negócios, porém, que aos fins de semana se revezavam nas casas uns dos outros, principalmente em datas festivas, fazendo banquetes e festas com comidas e bebidas. Por isso mesmo, o patriarca da família, Jó, oferecia sacrifícios a Deus por eles, para que se houvessem cometidos pecados, fossem perdoados por Deus (Jó 1.5). Felizes os filhos que têm pais que intercedem por eles a Deus continuamente.

II – LIDANDO COM A MORTE DENTRO DA FAMÍLIA

1.    Jó e sua esposa foram surpreendidos pela morte dos filhos. A Bíblia é o resumo dos resumos dos acontecimentos. Podemos, porém, imaginar o impacto daquela notícia na casa de Jó e de toda a vizinhança. Não foi um filho que morreu, foram todos os filhos (Jó 1.18,18). Morreram vitimados por um vendaval, que desmoronou a casa onde estavam juntos se alegrando. Ouvi certa vez um pastor pregar em um culto fúnebre, onde ele disse que a morte é cega, surda e muda. Ela não vê lágrimas, não ouve choro e não avisa quando chega. Quando tudo parecia corriqueiro, chega à casa de Jó uma sinistra notícia: Todos seus filhos e filhas morreram. Como lidar com uma notícia não desalentadora como esta? Muitos desmaiariam; perderiam a noção das coisas; precisariam tomar inúmeros calmantes; outros perderiam literalmente o juízo; começariam a blasfemar de Deus e de tudo etc. Não foi o que Jó e sua esposa fizeram: Jó se levanta, rasga suas vestes, rapa a cabeça, se lança por terra e adora ao Criador (Jó 1.20). Todas essas atitudes eram sinal de extrema humilhação. Parece fácil falar que Jó fez isso, mas não foi. Somente os verdadeiros cristãos nos dias de hoje, tomariam tal atitude. Uma grande maioria dos cristãos, principalmente os da “teologia da prosperidade”, onde pregam que o crente não pode sofrer; não pode ficar doente etc. abandonariam a sua fé, e blasfemariam de Deus.

2.    Razões para a tristeza do luto de Jó e de sua esposa. O casal de Uz tinham todos os motivos para estarem enlutados, enfim, foram todos os seus dez filhos. O cortejo fúnebre deve ter sido muito grande, penoso, com muitas lágrimas, lembranças e lamentos. Mesmo que a Palavra de Deus nos diga que há tempo para chorar (Ec 3.4), não queremos chorar de tristeza. Certamente, se a nós fosse dada a oportunidade de escolher entre chorar e sorrir, queríamos sorrir, ou então chorar de felicidade. Mas a vida nem sempre é assim. O próprio Senhor Jesus nos advertiu que neste mundo teríamos aflições. Aquela família feliz, festeira, agora estava de luto. É assim com a nossa vida. Quantas vezes estamos felizes, em cultos de ações de graças, mas, de repente o tempo muda, a tempestade chega, a luta vem, a morte bate a porta, a enfermidade se avizinha, e tudo muda. Porém, é hora de confiarmos ainda mais no Senhor, pois é nesse momento que Ele se revela com maior intensidade para seus servos (Sal 46).

3.    Fidelidade ao Senhor em meio a dor. Como já relatamos acima, a atitude de Jó foi de extrema adoração ao Senhor. Assim é narrado o texto em sua inteireza: “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1. 20-22). O único que tem o direito de tomar a vida, é aquele que a deu. Jó reconhece que foi o Senhor que deu os seus filhos, e também foi Ele quem os tomou. Muitos hoje em dia gostam de atribuir tudo ao diabo. Com Jó, satanás não tem projeção; não há propagando do nome do adversário. Jó atribui que foi o Senhor que fez tudo e por isso mesmo o adora.

III – O CRISTÃO E O LUTO

1.    Não culpe a Deus. O pastor e psicólogo norte americano, Dr. Dobson, escreveu um livro intitulado: “Quando o que Deus faz não tem sentido”. Sim, há coisas que acontecem conosco, que parece que não há nenhum sentido. Por que aparecem os gigantes? Por que o Mar Vermelho? Por que o Rio Jordão? Por que a cruz? Por que morreu? Por que perdeu o emprego? Jó nos ensina que não devemos culpar a Deus. A vontade do Senhor sempre será a melhor, a mais agradável e a mais perfeita (Rm 12.2).  Nos submetermos à vontade de Deus nem sempre é fácil. Muitas vezes queremos agir, falar, fazer, do nosso modo. Porém, uma coisa é certa: todos os que se submetem a perfeita vontade de Deus são os vitoriosos, mesmo que passem por momentos tão difíceis como Jó passou.

2.    Vivendo o luto. A Bíblia não nos diz que não podemos chorar; nem nos entristecer. Assim nos ensina Paulo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não tem esperança” (1Ts 4.13). O crente pode sim guardar o luto; pode chorar; se entristecer, porém, fazer tudo isto com um viva esperança, que aquele que venceu a morte, um dia há de voltar, e a morte será detida e lançada no lago de fogo, e os que morreram em Cristo, hão de ressuscitar em corpos incorruptíveis (1Co 15.52). Portanto, o crente, chora, lamenta, e se entristece com a morte de seus ente- queridos, porém, diferentemente dos demais, ele sabe que não precisa dizer adeus, mas, um até logo, pois, muito em breve o Senhor descerá nas nuvens e arrebatará o seu povo para viverem eternamente com Ele nos céus (1Ts 4.14-18).

CONCLUSÃO

Indiscutivelmente, a morte de um parente, de um irmão chegado e muito mais, a morte de um filho é de um dor quase que insuportável. Já ouvi irmãos que perderam seus filhos dizerem: Por que não fui eu em seu lugar meu filho? Sim, os pais prefeririam mil vezes que fossem eles do que seus filhos. Mas, Deus faz as coisas segundo a sua soberana vontade, e nem sempre ele quer levar o pai primeiro que o filho. Contrariando a lei da natureza, alguns pais sepultam dolorosamente seus filhos, como foi o caso do patriarca Jó. A exemplo de Jó, nesse processo, não devemos culpar a Deus, mas confiar nEle e o adorar. A vitória de Cristo sobre a morte, é uma viva esperança para a sua amada igreja, que tem nesse fato, a segurança, que um dia vamos cantar o cântico vitorioso cantado por Paulo, que diz: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15. 55-57).

Amém

Divulgue esta mensagem, mandando o link para algum conhecido seu. Obrigado.

Pr Daniel Nunes

0 comentários:

Postar um comentário