LIÇÃO 6
PAIS ZELOSOS E FILHOS
REBELDES
TEXTO ÁUREO
“Vós, filhos, obedecei em tudo a
vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Col 3.20).
VERDADE PRÁTICA
O modo de criar e educar tem impacto
no comportamento de nossos filhos no mundo, mas não anula a responsabilidade
individual das escolhas deles.
Leitura Bíblica em Classe: Juízes 13. 1-7,24; 14.1-3
Objetivos da lição:
1. Apresentar o contexto pecaminoso de
Israel e a fidelidade dos pais de Sansão ao Senhor;
2. Identificar o comprometimento dos
pais de Sansão com a sua formação moral e espiritual sob a benção divina;
3. Conscientizar de que a conduta falha
de Sansão na vida adulta, assim como as suas consequências, foi de
responsabilidade pessoal e intransferível, fruto de seu livre-arbítrio, nem
sempre seguindo a educação recebida.
INTRODUÇÃO
A lição de hoje, certamente, vai
responder algumas perguntas de pais crentes, que ensinaram seus filhos nos
caminhos do Senhor, cumprindo assim Provérbios 22.6, onde diz: “Instrui o
menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará
dele”, e hoje vê o filho afastado dos caminhos do Senhor. Perguntas como:
Onde foi que eu falhei? Será que não ensinei como se devia ensinar? Por que se
desviaram? Por que estão no mundo? Muitos pais pensam que tem cem por cento da
responsabilidade nisso, porém, temos o dever de criá-los nos caminhos do
Senhor, e eles exercerão o livre-arbítrio, e tomarão suas decisões, sejam elas
certas ou erradas, boas ou más. Veremos ainda, que Sansão, mesmo tendo se
desviado do plano original de Deus para a sua vida, já no final, executou o
juízo de Deus sobre os inimigos da nação de Israel (os filisteus), e por isso
mesmo, foi incluído na lista dos heróis da fé.
Quem sabe, você ouviu profecias a
respeito de seu filho, quando ele ainda estava no ventre, e agora vê ele
afastado dos caminhos do Senhor, mas, essa história bíblica de hoje nos revela,
que, mesmo Sansão tendo entrado por caminhos errôneos em sua mocidade, o final
de sua vida foi um grande sucesso e a nação de Israel ganhou muito respeito
através de sua grande façanha na sua morte.
I – OS PAIS DE SANSÃO
1. Uma situação espiritualmente
deplorável. Infelizmente
a nação de Israel vivia em uma situação espiritual, que podemos chamá-la de
“gangorra”. Quer dizer, entre altos e
baixos. Começavam a adorar a ídolos mudos, a fazer todo tipo de pecado que
afrontava ao olhos de Deus, então, Jeová mandava os inimigos que os atacavam,
os faziam prisioneiros, vassalos. Então eles clamavam ao Senhor; se humilhavam,
e Deus, por sua infinita misericórdia enviava um juiz, que lutava por eles e os
libertava das mãos de seus opressores (Jz 2.18,19).
A expressão bíblica: “E os filhos
de Israel tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do Senhor...” (Jz
13.1), é escrita e reescrita no livro de juízes. No tempo que foi anunciado o nascimento
de Sansão não estava diferente. A Bíblia diz que povo foi entregue por quarenta
anos nos mãos dos filisteus (Jz 13.1). Sabemos que quarenta anos é um tempo muito
longo, principalmente para viver escravo de um povo que era inimigo capital dos
filhos de Israel. A nação eleita estava vivendo um tempo não só de escravidão
humana, mas também, uma escravidão de pecados. No entanto, havia um casal que
se mantinha fiel ao Senhor, e, a esse casal o Anjo do Senhor apareceu para dar
uma alvissareira notícia.
2. A mulher agraciada. O Anjo do Senhor aparecera à esposa
de Manoá, da tribo de Dã, e lhe disse: “Eis que, agora, és estéril e nunca
tens concebido; porém conceberás e terás um filho” (Jz 13.3). Aqui, quero
relatar na íntegra o que escreveu nosso comentarista: “Dessa forma, a mulher de
Manoá surge no cenário no livro de Juízes, escolhida pelo Senhor para ser mãe
do “remidor de Israel”. Sua história é semelhante à de Sara, Rebeca e Ana, que
tiveram a esterilidade revertida para gerar vidas que desempenhariam uma função
importante para a gloria de Deus. Sob uma fé inabalável, a mulher de Manoá,
devido ao favor gracioso de Deus, geraria um filho que libertaria o povo judeu
do jugo dos filisteus”.
No Antigo Testamento, uma mulher
estéril era tido como uma pessoa amaldiçoada por Deus. Uma mulher que não podia
gerar era uma esposa de segunda categoria. Ao ser agraciada por Deus para ter
um filho, além de ser vista de modo reverente pela sociedade da época, ainda a
esposa de Manoá, estava tendo a promessa de que seu filho seria um libertador
para a sua nação. Que grande privilégio dessa mulher. Quem sabe ela disse:
Valeu a pena ser fiel ao Senhor. Seu testemunho deve incentivar as mulheres a
servirem a Deus de todo coração, certas de que alcançarão também a vitória almejada.
3.
Recebendo orientações divinas. A palavra “nazireu” vem do hebraico nãzir, separado,
consagrado, como um vinha não podada, por isso seus cabelos não seriam
cortados. É um substantivo masculino que significa pessoa consagrada, separada,
dedicada. Alguém que é consagrado a Deus. O voto do nazireu incluía a
abstinência de bebidas fortes, corte de cabelo e nenhum contato com mortos (Nm
6.1-7; Jz 13.4,5). Alguns eruditos ensinam que dos cabelos do nazireu, eram
feitas sete tranças, que significa a plenitude do Espírito de Deus (Is 11.2; Ap
4.5). Nazireus famosos na Bíblia são, Sansão, Samuel e João Batista (Jz 13; 1Sm
1.11; Lc 1.15). A diferença entre Sansão e João Batista para Samuel, é que os
dois primeiros foram nazireus por orientação do Senhor, e Samuel foi escolha de
sua mãe e Deus o aceitou.
II – O
NASCIMENTO DE SANSÃO E SUA FORMAÇÃO
1. O nascimento e desenvolvimento de
Sansão. No tempo
aprazado Sansão nasceu, e o texto é claro “...e o Senhor o abençoou” (Jz
13.24). Nada melhor do que ser abençoado por Deus. Assim foi o menino Sansão,
que nasceu sob as bençãos do Altíssimo. Podemos aqui imaginar que estas bençãos
alcançavam o menino em sua saúde, em sua inteligência, em seu crescimento e em
sua comunhão com Deus, pois o texto sagrado nos diz: “E o Espírito do Senhor
começou a impelir de quando em quando para o campo de Dã, entre Dã e Estaol”
(Jz 13.25). Quer dizer, Deus estava fazendo contato com àquele que seria sua
ferramenta para libertação do seu povo Israel.
2. A família de Sansão. No plano terreno, aquele menino
diferenciado em sua força e em seus talentos, estava sob a responsabilidade de
seus pais. Pais estes, que tinham uma vida familiar harmoniosa, pautada nos
princípios judaicos, e nada faziam sem a orientação de Deus, inclusive com
oração contínua, para ouvir a voz do Senhor (Jz 13.6,8,9,11,20). Manoá e sua
mulher eram pessoas de fé, e também pessoas que queriam conhecer mais e mais ao
Senhor (Jz 13.17,18). Nosso comentador nos ensina aqui neste tópico que o
relacionamento harmonioso entre esposo e esposa tem impacto direto na formação
dos filhos. Sansão, nunca poderia se queixar de seus pais em sua formação, pois
cresceu em um lar cuja relação era baseado no amor, comunhão e piedade a Deus.
3. A formação de Sansão. A formação de Sansão, como já
falamos, foi em um lar que o ajudou e o aconselhou a observar os votos do nazireado.
Seus pais certamente seguiram à risca as ordens de Deus para com o filho
Sansão. Eles sabiam que aquele menino havia nascido para um serviço especial e
que Deus o usaria em suas mãos. Porém, Sansão, ao ficar adulto, não foi fiel
como deveria ser e progressivamente passou a violar os votos de nazireu. Além
de entrar por caminhos errados, teimou em ouvir os conselhos de seus pais sobre
seu casamento. Lembrando, porém, que a Palavra de Deus diz que isto vinha do
Senhor (Jz 14.1-4). Aqui aprendemos, que há pais que são extremamente zelosos
ao ensinar seus filhos, como preceitua a Palavra de Deus, porém, os filhos ao
crescerem, são livres para fazerem suas escolhas, que nem sempre são aquelas
ensinadas por seus piedosos pais. A partir da idade adulta, a responsabilidade
passa ser individual (Ez 18.20; Rm 2.6). O autor nos dá o exemplo de Caim e
Abel que foram criados no mesmo lar, com a mesma doutrina, porém, com
comportamentos totalmente diferenciados (Gn 4. 1-5).
III – A
FRAQUEZA DE CARÁTER DE SANSÃO
1. Sansão subestimou o poder do inimigo.
O apóstolo Pedro nos exorta dizendo: “Sede sóbrios,
vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar (1Pd 5.8). Sansão foi um homem vitorioso nas
guerras de Deus. Matou mil filisteus com uma queixada de jumento (Jz 15.15,16).
Matou um filhote de leão com as mãos, como mata um cabrito, porque o Senhor
estava com ele (Jz 14.5,6). Se acostumou com as vitórias e subestimou a sua
comunhão com Deus, ao revelar o segredo de sua força à Dalila (Jz 16.17). Ele
revelou o seu segredo com Deus. Hoje, mais do que nunca sei que não podemos revelar
nossos segredos com Deus a ninguém. O inimigo está a espreita, tentando saber, “em
que consiste a tua grande força ...” (Jz 16.6).
2. A presunção de Sansão. Há três gigantes a serem vencidos
pelo cristão: O mundo, a carne e o diabo. O maior deles é a nossa própria
carne. Vencer nosso ego, nossos sentimentos, seja ele o de orgulho, ou de
auto-baixo-estima, ou sentimentos perversos, ímpios, sensuais, todos são
inimigos intramuros, quer dizer, introduzidos em nosso interior, que precisam
ser combatidos vinte quatro horas por dia, com jejum e oração, para que
possamos ter vitória, e o nome de Jesus ser glorificados em nossas vidas.
Sansão ficou conhecido como homem mais forte, porém, essa fortaleza não o
livrou de cair nas armadilhas do pecado, perder a visão e se tornar escravo dos
inimigos do povo de Deus (Jz 20.20,21). Sem dúvidas essa é uma história muito
triste a ser contada na Bíblia, onde um grande herói de Deus, cai nas mãos dos
inimigos. Os filhos rebeldes, devem atentar para esse exemplo, e, repensar suas
ações enquanto é tempo!
3. Manipulando o poder. Sansão despreza o conselho de seus
pais e se envolve com uma mulher estrangeira (Jz 16.4). Ele tinha poder, mas,
brincou com esse poder. O maior engano do homem, é pensar que o poder de Deus
em sua vida vem de qualquer modo ou maneira. Não. A unção tem um preço. O poder
tem valor, e não podemos brincar com o mesmo, senão, ouviremos a voz do Senhor
a nos dizer: “... brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu
castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2. 5). Uma ameaça iminente!
CONCLUSÃO
Quero, na conclusão
dessa aula voltar ao texto de Provérbios de Salomão, onde diz: “Instrui o
menino no caminho no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não
se desviará dele” (Pv 22.6). Por que estou voltando a esse texto? Bom,
lembram que falei das perguntas que muitas vezes são feitas pelos pais crentes
sobre os filhos que se encontram desviados? Então, Sansão, apesar de ter sido
um filho teimoso, ter se desviado do plano original de Deus em sua vida, tendo pagado
um alto preço por isso, onde foi preso, perdeu a visão e se tornou escravo dos
filisteus; porém, em Juízes 16.22 diz: “E o cabelo da sua cabeça lhe começou
a crescer, como quando foi raspado”. Isso quer dizer que o seu voto de
nazireu estava voltando a funcionar. E o
final dessa história já conhecemos. Sansão vai ao templo, pede para um rapaz o
colocar entre as colunas que sustentavam o templo, e ora a Deus dizendo: “...
Senhor Jeová, peço-te que te lembres de mim e esforça-me agora, só esta vez,
Deus, para que de uma vez me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos”
(Jz 16.26-30). E empurrando as colunas, uma para um lado e outra para o outro,
derrubou aquele grande templo, matando todos os que estavam dentro e sobre o
templo. E sua história termina assim: “... e foram mais os mortos que matou
na sua morte dos que o matara na sua vida (Jz 16.30). E, para constar,
Sansão foi lembrado pelo escritor aos Hebreus como um dos heróis da fé (Hb
11.32). Muitos pregadores somente lembram dos fracassos de Sansão, mas, ele
julgou Israel por vinte anos, livrando-os das mãos do filisteus. Portanto, não
deixem de pagar o preço diante de Deus por seus filhos, porque Deus tem
recompensa de paz a cada um de vós. Os filhos que hoje estão desviados, podem a
qualquer momento voltar, e ainda dar muito prazer a seus pais na casa do Senhor.
Amém.
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