LIÇÃO 7
O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA
TEXTO ÁUREO
VERDADE PRÁTICA
A fé cristã exalta o amor familiar e,
mais especificamente, o respeito e a honra entre a nora e a sogra, bem como
genro e sogro.
Leitura Bíblica em Classe: Rute 1.1-5,8,12-14
Objetivos da lição
1. Apresentar o contexto de crise
socioeconômica na Judeia, somando ao drama familiar causado pelo luto de Noemi
e Rute;
2. Identificar que a união de fé entre
nora e sogra foram cruciais para a superação das adversidades inerentes à vida;
3. Refletir sobre como, ao honrar sua
sogra, Rute gerou bons frutos para toda família, repercutindo até mesmo na
linhagem do Messias;
4. Enfatizar as bençãos de Deus a partir
do relacionamento entre nora e sogra.
INTRODUÇÃO
Rute deve ter vivido no XII século a.C.
visto ter sido ela bisavó do rei Davi. Essa é uma das mais belas histórias
relatadas nos escritos Sagrados, onde nos inspira até nos dias de hoje para um
relacionamento familiar saudável entre nora, genro e sogra; nora, genro e
sogro. Pois Sabemos, que quando esses relacionamentos são bons, uma boa sogra
se torna uma mãe, e um bom sogro um pai. Como também é verdade que uma boa nora
e um bom genro se tornam filhos.
Nesse história, além de ressaltar o
excelente relacionamento entre a nora e a sogra, nos dá um exemplo de superação
em meio a uma grande crise financeira, onde envolvia perca de herança, morte
dos maridos, fome e miséria. Porém, em um cenário catastrófico como esse, a fé
de Rute, levou Noemi a encontrar o caminho da vitória, onde, não somente ela e
Rute saíram daquele dilema muito mais fortalecidas e benditas, mas, fez que uma
estranha moabita, entrasse na genealogia de nosso Senhor Jesus Cristo.
I – A CRISE ECONÔMICA
NA TERRA DA JUDEIA
1. A escassez que provocou fome na “casa
de pão” (Rt 1.1). Ao comentar sobre a fome em Belém, a Bíblia de Estudos Palavras Chaves,
da CPAD, diz que essa poderia ser a fome dos tempos de Gideão, causada pelos
midianitas, e à posterior salvação de Israel, onde a viúva Noemi e sua nora,
também viúva, Rute, voltam para Belém, “...porquanto, na terra de Moabe,
ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão” (Rt 1.6).
Faltar pão em Belém, seria como faltar pão em uma padaria. Os campos de trigo
naqueles regiões eram intensas, e tinham abundância de pão, porém, o Senhor,
para castigar o seu povo, que o havia abandonado e ido após aos ídolos, deu,
como diz o profeta Amós, “Por isso, também vos dei limpeza de dentes em
todas as vossas cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não
vos convertestes a mim, disse o Senhor” (Amós 4.6).
2. A crise de uma família (Rt 1.1-3). A família de belemitas, formada pelo
pai, Elimeleque, pela mãe, Noemi, e pelos filhos, Malom e Quiliom, com a fome
que se instalara em Belém, saem a peregrinar pelos campos planos de Moabe. A
Bíblia não nos revela se Elimeleque consultou ao Senhor para fazer aquela
viagem, simplesmente nos relata que havia fome em Belém, e que por esse motivo,
a família sai a peregrinar em Moabe.
Talvez, o sonho de Elimeleque era que,
assim que as coisas melhorassem, voltar a Belém, sua terra natal. Nem sempre as
coisas saem como pensamos. Parece que não demorou muito, e Elimeleque veio a
falecer, deixando assim Noemi viúva e os filhos órfãos de pai e em terra
estranha. Porém, os mesmos, encontraram duas jovens em Moabe, com quem se
casaram. Viveram por volta de dez anos (Rt 1.4,) porém, a morte mais uma vez
visitou aquele lar, e agora, morreram os dois filhos (Rt 1.5). Apesar de ser
uma história tão sintetizada pelo escritor sagrado, foi um desenrolar de muitos
anos para que tudo viesse a acontecer. Digamos, se Elimeleque viveu pelo menos
cinco anos antes de morrer em Moabe, mais os dez anos de casamento dos filhos
(Rt 1.4), já temos aqui quinze anos. A razão de estar tecendo esse comentário
sobre o tempo, é que muitas vezes, lemos, ouvimos ou até pregamos as histórias
sagradas, e queremos que as coisas aconteçam em nossa vida como em um passe de
mágica, mas, não é bem assim. O Senhor continua provando aquele a que Ele ama. Se
estais passando pela prova do Senhor, não murmure, não reclame, mas, persevere,
e no tempo do Senhor a vitória virá.
II – SUPERANDO AS
CRISES EXISTENCIAIS
1. Noemi decide voltar à sua terra (1.6-8).
Foi uma decisão
sábia de Noemí em querer voltar para Belém, pois lá estava sua antiga herança.
É sábio quando alguém busca a restituição daquilo que perdeu, principalmente no
campo espiritual. Se você perdeu alguma coisa ao sair do seu lugar, volte,
reconquiste, persevere, pois o Senhor é Deus de restituições.
Por ser já envelhecida, Noemi decide liberar suas duas noras,
para que voltassem à casa de seus pais, porém, as duas, Orfa e Rute, choraram juntas com a sogra, e decidiram que
iriam para a Judeia (Rt 1.10). Noemi, porém, insiste com elas, dizendo que já
não havia mais tempo e nem condições de ela ter filhos para se casarem com as
duas noras. Então, Orfa decide voltar para sua casa, porém, Rute, toma uma
decisão irrevogável de não abandonar sua sogra. Certamente, Rute, que já
conhecia o Deus de Noemi, estava andando na direção do Senhor, porque, se ela
não volta com sua sogra, não haveria como ser restituída a herança de Noemi,
conforme Deuteronômio 25. 5ss.
2. Rute conhece o Deus de sua sogra (Rt
1.16). “Disse, porém, Rute: Não me instes
para que te deixes e me afaste de ti; porque, aonde quer tu fores, irei eu e,
onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu
Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16). Rute já não queria adorar a outro que não
fosse o Deus verdadeiro de Noemi, e não queria outro povo que não fosse o povo
de Noemi. Isso é uma verdadeira conversão. Se ela se convertesse enquanto estava
namorando o filho de Noemi, alguém poderia dizer que ela estava sendo uma
crente pela circunstância, porém, agora, o que fazia dela uma serva do Deus de
Israel? E o que levou Rute a querer ser também uma judia? Certamente, um
conhecimento profundo que lhe fora passado por sua sogra, sobre o Deus de
Israel. Mesmo passando por provas e privações financeiras, Noemi, certamente
não deixou de falar do Deus de Israel às suas noras, e quem sabe aos habitantes
das terras de Moabe. Nos diz o comentarista: “Quando sogra e nora estão unidas
na presença de Deus é uma benção para toda família. Por intermédio dessa união,
Deu traz provisões extraordinárias para as necessidades familiares.
3. Unidas contra a crise. Tenho que relatar na íntegra o que
principia dizendo neste subponto o pastor Elienai Cabral: “Toda família pode
passar um período em que parece que não há perspectiva de mudança diante de uma
situação difícil. Como no caso de Noemi, às vezes, a família parece chegar a
“um beco sem saída” para a vida material, emocional e, até mesmo espiritual.
Até certo ponto isso é natural, pois quando nos deparamos com determinadas
crises, nossa visão tende a ficar embaçada e limitada. Entretanto, a Palavra de
Deus diz: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós?” (Rm 8.31). Nada melhor, quando a crise abate a uma família, os
seus membros estarem unidos, pois, como diz o velho provérbio: “A união faz a
força”. Se uma família estiver unida, não haverá vento de luta e provação que a
derrube. Rute, agora já conhecendo com profundidade o Deus de Noemi, começa a
ver o invisível, e crer no impossível. Ela passa a ter esperança em dias melhores,
tanto para sua sogra, como para ela. A fé faz essas coisas! Em meio as grande
provas, Deus nos faz ver o futuro promissor à nossas frente (Hb 11.26).
III – FÉ E TRABALHO
NUMA NOVA PERSPECTIVA
1. A chegada a terra do pão (Rt 1.19). O que se espera de uma família que
sai para outras terras, ao voltar a sua cidade, é que traga algo que adquiriu
fora. Porém, com Noemi foi diferente; ela voltou muito mais vazia do que quando
saiu de Belém. Tudo indica que ela era bem conhecida, pois “...toda a cidade
se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi?” (Rt 1.19). O
estado de seu regresso, juntamente com sua nora, ambas viúvas, trouxe uma
grande comoção na cidade de Belém. Ela, por sua vez, disse que não a chamasse
de Noemí, cujo significado é amável, doce, mas a chamasse de Mara, que
significa amarga, ou amargurada (Rt 1.20). Na verdade, seria um recomeço de
vida familiar, social e financeira muito dolorosa para aquelas duas mulheres.
Porém, não podemos esquecer que Deus estava naquele negócio. A volta de Noemi,
trazendo Rute consigo, estava dentro do planos eternos de Deus, para que ali em
Belém, da tribo de Judá, viesse nascer Davi, que seria um dos grandes
ancestrais de nosso Salvador Jesus Cristo (Mt 1.1). Certamente, Rute, agora
convertida ao Deus de Israel, estava disposta a vencer juntamente com sua
sogra, todas as barreiras, na esperança de que o Senhor lhes daria vitória (Rm
1.17; Hb 11.6).
2. Recuperando a autoestima (Rt
1.15-18). É muito
importante, quando alguém da família está passando por lutas, outros membros o
anime com palavras, ações, orações e orientações. Foi o que estas duas mulheres
fizeram. Eram as duas e ninguém mais. Então, Noemi, que era a sogra, e
certamente mais experiente, deu conselhos a Rute, que fosse a rabiscar espigas
que eram deixadas pelos segadores (Rt 2.2).
A melhor coisa é fazer tudo na
direção de Deus. A Bíblia diz que Rute foi exatamente colher nos campos do
poderoso Boaz, que era um parente chegado de Noemi, e poderia remir a herança
de seu marido (Rt 2.1). Aqui Boaz representa Cristo, que é nosso parente
Remidor, que remiu a nossa alma, quando estávamos perdidos, famintos, e
deserdados, Jesus, com sua morte na cruz do Calvário, nos redimiu e nos deu a
vida eterna como herança (Rm 8.17).
Por outro lado, Rute demonstra
coragem, dedicação e vontade de vencer. Não fica de braços cruzados, nem
envergonhada por ser uma estrangeira pobre, mas, levanta a cabeça e sai colher
as espigas deixadas pelos segadores, por ordem de Deus, aos pobres e
estrangeiros (Lv 19.9,10). Isso é uma lição para todos nós. Ninguém está isento
de passar por provas e lutas em qualquer área da vida, e não podemos nunca nos
envergonhar do trabalho, pois, o mesmo dignifica o homem e a mulher. Boaz, ao
ver a dedicação de Rute para com a sua sogra, abre ainda mais espaço para que
ela colha mais, e chegue em casa com abundância de pão (Rt 2.5-7). Era Deus abrindo
as portas para a vitória plena na vida daquelas duas mulheres.
IV – RUTE ENCONTRA O
REMIDOR DA FAMÍLIA
1. Rute descobre o remidor de Noemi. Em Deuteronômio 25.5, diz: “Quando
alguns irmãos morarem juntos, e algum deles morrer e não tiver filho, então, a
mulher do defunto não se casará com homem estranho de fora; seu cunhado entrará
a ela, e a tomará por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela”. Esta
era a lei do parente remidor. Havia três requisitos básicos para ser um parente
remidor: Relacionamento, capacidade financeira e disposição. Aqui vemos por que
Cristo teve que vir em carne (relacionamento), mas que foi também plenamente
Deus (capacidade plena para nos remir), e voluntariamente aceitou o custo, ele
pagou a nossa dívida (Mt 26.39,42). Boaz tinha todas as características para
poder remir a Noemi, e se tornou um tipo de Cristo.
2. Boaz redime Rute a moabita. Outro senhor era o parente mais
próximo, e o que detinha a posse da herança que pertencia a Elimeleque, porém,
este disse que não poderia redimir, para não lhe causar nenhum dano (Rt 4.6),
então Boaz se dispõe a redimir Rute. A mulher rejeitada pelo remidor, tinha o
direito de humilhá-lo perante os anciãos da cidade. Ela poderia, segundo o
costume, ter tirado a sandália dele, e cuspido em seu rosto, mas ela não fez
nada disso. Provando assim ser uma mulher, como bem falou Boaz: “Agora, pois,
minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu
povo sabe que és mulher virtuosa” (Rt 3.11). Sim, quanta virtude havia
naquela mulher! Boaz teria que pagar o preço da herdade e casar-se com Rute, aí
sim, aquelas mulheres, Noemi e Rute estariam redimidas. E assim ele fez. Dessa
união, nasceu Obede, que foi pai de Jesse, que foi pai de Davi, o qual se tornou
o rei mais querido de Israel, e o ancestral mais famoso de nosso Senhor Jesus
Cristo (Ap 5.5;22.16).
3. Noras e sogras. O relacionamento amigável entre Noemi
e Rute, sogra e nora respectivamente, muito contribuiu para o desfecho feliz dessa
história. Como a Bíblia diz, que “Tudo
que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito...” (Rm 15.4), vemos
neste belo episódio um grande exemplo a ser seguido, não somente por nora e
sogras, mas também por genros e sogros, pais, filhos e demais parentes. Paulo
nos ensina, que “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos
da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8).
CONCLUSÃO
A história bíblica de Rute é um exemplo
de fé no relacionamento entre uma nora e sua sogra. Mesmo sendo estrangeira,
Rute foi capaz de cuidar da sua sogra, demonstrando grande carinho e respeito
por ela, além de administrar dentro de si perdas enormes; O cunhado e o marido.
Mas diante de tudo isso, Deus honrou seu trabalho pelo qual sustentou a si
mesma e a casa de Noemi. Portanto, a vontade de Deus é que sogras e noras, bem
como genros e sogros, vivam em união de maneira que a família seja ricamente
abençoada por Deus.
Amém
Pr Daniel Nunes
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