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segunda-feira, 29 de maio de 2023

QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS

 




LIÇÃO 10

QUANDO OS PAIS SEPULTAM SEUS FILHOS

TEXTO ÁUREO

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos [...].” (2Co 4.8,9)

VERDADE PRÁTICA

Não devemos ser indiferentes à morte inesperada, mas também não podemos nos desesperar como quem não tem esperança.

Leitura Bíblica em Classe: Jó 1.13,16-19

Objetivos da lição

1.    Descrever a Família de Jó;

2.    Refletir a respeito de como lidar com a morte na família;

3.    Conscientizar de como os cristãos devem enfrentar a perda na família.

INTRODUÇÃO

O tema desta semana, sobre os pais sepultarem seus filhos é demasiadamente forte. Sempre gosto de dizer, que existem assuntos que são fáceis de falar, principalmente para aquele que nunca viveu tal dilema, mas, vivenciar determinadas experiências são muito dolorosas, e, por esse motivo, muitos acabam por perderem a fé. 

A família tomada como exemplo na aula de hoje, é a do patriarca Jó, um grande exemplo a ser seguido, para aqueles que tenham passado ou venham passar por essa desventura em sua vida.

A Revista do professor, nas páginas azuis, nos diz algo muito importante: “O livro de Jó nos mostra que, no momento intenso desse sofrimento, é possível expressar as emoções de dor, tristeza e saudade sem, contudo, deixar de confiar em Deus, tendo-o como seu verdadeiro esteio. Ele continua soberano e cuidando de nossas vidas mesmo em período de dores”.

Lembro-me das palavras do rei Davi, quando seu filho, que tinha sido fruto daquele adultério com Bate-Seba morreu, ele disse: “Porém, agora que é morta, por que jejuaria eu agora? Poderei eu fazê-la mais voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim” (2Sm 12.28). Essa deve ser a confiança de todo cristão, que nossos queridos que partem desta vida para a vida eterna, não voltam para nós, porém, nós iremos a eles.

A palavra de Deus é o único consolo real para casos de perdas familiares, principalmente, quando se trata de filhos. Paulo, o apóstolo dos gentios, nos dá uma palavra muito inspiradora, quando diz: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e o Deus de toda consolação, que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados de Deus” (2Co 1.3,4).

I – A FAMÍLIA DE JÓ

1.    Quem era Jó. Jó é o personagem protagonista do primeiro Livro poético da Bíblia Sagrada. A autoria é creditada à Moisés, e é respaldada pelas inúmeras citações parecidas com as citadas por Moisés no Pentateuco. Por outro lado, a terra de Uz, ficava próxima a terra de Midiã, onde Moisés viveu por quarenta anos. A Bíblia de Estudos PALAVRAS-CHAVE, da CPAD, aponta os anos 1485 e 1445 a.C. o tempo em que viveu Jó, durante o período patriarcal. Provavelmente, tenha nascido após o dilúvio, pois Elifaz, faz referência a esta grande catástrofe que se abateu sobre a terra (Jó 22.16). Se tornou um homem rico, principalmente na área rural (Jó 1.3). Tinha um caráter íntegro, que foi testemunhado pelo próprio Deus (Jó 1.8). O testemunho que o Criador dera de Jó, não há outro semelhante em toda história.

2.    A esposa de Jó. Certamente a esposa de Jó está presente em todo enredo da história. Pois é com ela que Jó tem dez filhos. Juntos adquirem toda aquela riqueza. Porém, ela aparece muito pouco, e quando aparece, é em um momento de grandes provações, e não suportando ver seu esposo sendo tão provado, diz: “... Ainda reténs a tua sinceridade? Amaldiçoa a Deus e morre” (Jó 2.9). Ao que Jó contesta: “... Como fala qualquer doida, assim falas tu; recebemos o bem de Deus e não receberíamos o mal?” (Jó 2.10). Entendo que o título de mulher insana é inadequada para a esposa de Jó. Outra coisa a ser notada, é que Jó não a chamou de doida, mas, “como fala qualquer doida, assim falas tu”. Jó entende que sua esposa, naquele momento, levada pelas circunstâncias e aflições, falou sem pensar ou nesciamente. Eu, particularmente, admiro o caráter e a firmeza dessa mulher. Apesar de passar todas as provações juntamente com o marido, após tudo aquilo, ainda teve forças e saúde para ter mais dez filhos (Jó 42.13). Só o Senhor faz isso!

3.    O filhos de Jó. Os filhos de Jó não eram diferentes dos filhos de pessoas abastadas, onde, certamente, alguns deles poderiam ajudar em alguma coisa nos negócios, porém, que aos fins de semana se revezavam nas casas uns dos outros, principalmente em datas festivas, fazendo banquetes e festas com comidas e bebidas. Por isso mesmo, o patriarca da família, Jó, oferecia sacrifícios a Deus por eles, para que se houvessem cometidos pecados, fossem perdoados por Deus (Jó 1.5). Felizes os filhos que têm pais que intercedem por eles a Deus continuamente.

II – LIDANDO COM A MORTE DENTRO DA FAMÍLIA

1.    Jó e sua esposa foram surpreendidos pela morte dos filhos. A Bíblia é o resumo dos resumos dos acontecimentos. Podemos, porém, imaginar o impacto daquela notícia na casa de Jó e de toda a vizinhança. Não foi um filho que morreu, foram todos os filhos (Jó 1.18,18). Morreram vitimados por um vendaval, que desmoronou a casa onde estavam juntos se alegrando. Ouvi certa vez um pastor pregar em um culto fúnebre, onde ele disse que a morte é cega, surda e muda. Ela não vê lágrimas, não ouve choro e não avisa quando chega. Quando tudo parecia corriqueiro, chega à casa de Jó uma sinistra notícia: Todos seus filhos e filhas morreram. Como lidar com uma notícia não desalentadora como esta? Muitos desmaiariam; perderiam a noção das coisas; precisariam tomar inúmeros calmantes; outros perderiam literalmente o juízo; começariam a blasfemar de Deus e de tudo etc. Não foi o que Jó e sua esposa fizeram: Jó se levanta, rasga suas vestes, rapa a cabeça, se lança por terra e adora ao Criador (Jó 1.20). Todas essas atitudes eram sinal de extrema humilhação. Parece fácil falar que Jó fez isso, mas não foi. Somente os verdadeiros cristãos nos dias de hoje, tomariam tal atitude. Uma grande maioria dos cristãos, principalmente os da “teologia da prosperidade”, onde pregam que o crente não pode sofrer; não pode ficar doente etc. abandonariam a sua fé, e blasfemariam de Deus.

2.    Razões para a tristeza do luto de Jó e de sua esposa. O casal de Uz tinham todos os motivos para estarem enlutados, enfim, foram todos os seus dez filhos. O cortejo fúnebre deve ter sido muito grande, penoso, com muitas lágrimas, lembranças e lamentos. Mesmo que a Palavra de Deus nos diga que há tempo para chorar (Ec 3.4), não queremos chorar de tristeza. Certamente, se a nós fosse dada a oportunidade de escolher entre chorar e sorrir, queríamos sorrir, ou então chorar de felicidade. Mas a vida nem sempre é assim. O próprio Senhor Jesus nos advertiu que neste mundo teríamos aflições. Aquela família feliz, festeira, agora estava de luto. É assim com a nossa vida. Quantas vezes estamos felizes, em cultos de ações de graças, mas, de repente o tempo muda, a tempestade chega, a luta vem, a morte bate a porta, a enfermidade se avizinha, e tudo muda. Porém, é hora de confiarmos ainda mais no Senhor, pois é nesse momento que Ele se revela com maior intensidade para seus servos (Sal 46).

3.    Fidelidade ao Senhor em meio a dor. Como já relatamos acima, a atitude de Jó foi de extrema adoração ao Senhor. Assim é narrado o texto em sua inteireza: “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou, e disse: Nu saí do ventre de minha mãe e nu tornarei para lá; em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” (Jó 1. 20-22). O único que tem o direito de tomar a vida, é aquele que a deu. Jó reconhece que foi o Senhor que deu os seus filhos, e também foi Ele quem os tomou. Muitos hoje em dia gostam de atribuir tudo ao diabo. Com Jó, satanás não tem projeção; não há propagando do nome do adversário. Jó atribui que foi o Senhor que fez tudo e por isso mesmo o adora.

III – O CRISTÃO E O LUTO

1.    Não culpe a Deus. O pastor e psicólogo norte americano, Dr. Dobson, escreveu um livro intitulado: “Quando o que Deus faz não tem sentido”. Sim, há coisas que acontecem conosco, que parece que não há nenhum sentido. Por que aparecem os gigantes? Por que o Mar Vermelho? Por que o Rio Jordão? Por que a cruz? Por que morreu? Por que perdeu o emprego? Jó nos ensina que não devemos culpar a Deus. A vontade do Senhor sempre será a melhor, a mais agradável e a mais perfeita (Rm 12.2).  Nos submetermos à vontade de Deus nem sempre é fácil. Muitas vezes queremos agir, falar, fazer, do nosso modo. Porém, uma coisa é certa: todos os que se submetem a perfeita vontade de Deus são os vitoriosos, mesmo que passem por momentos tão difíceis como Jó passou.

2.    Vivendo o luto. A Bíblia não nos diz que não podemos chorar; nem nos entristecer. Assim nos ensina Paulo: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não tem esperança” (1Ts 4.13). O crente pode sim guardar o luto; pode chorar; se entristecer, porém, fazer tudo isto com um viva esperança, que aquele que venceu a morte, um dia há de voltar, e a morte será detida e lançada no lago de fogo, e os que morreram em Cristo, hão de ressuscitar em corpos incorruptíveis (1Co 15.52). Portanto, o crente, chora, lamenta, e se entristece com a morte de seus ente- queridos, porém, diferentemente dos demais, ele sabe que não precisa dizer adeus, mas, um até logo, pois, muito em breve o Senhor descerá nas nuvens e arrebatará o seu povo para viverem eternamente com Ele nos céus (1Ts 4.14-18).

CONCLUSÃO

Indiscutivelmente, a morte de um parente, de um irmão chegado e muito mais, a morte de um filho é de um dor quase que insuportável. Já ouvi irmãos que perderam seus filhos dizerem: Por que não fui eu em seu lugar meu filho? Sim, os pais prefeririam mil vezes que fossem eles do que seus filhos. Mas, Deus faz as coisas segundo a sua soberana vontade, e nem sempre ele quer levar o pai primeiro que o filho. Contrariando a lei da natureza, alguns pais sepultam dolorosamente seus filhos, como foi o caso do patriarca Jó. A exemplo de Jó, nesse processo, não devemos culpar a Deus, mas confiar nEle e o adorar. A vitória de Cristo sobre a morte, é uma viva esperança para a sua amada igreja, que tem nesse fato, a segurança, que um dia vamos cantar o cântico vitorioso cantado por Paulo, que diz: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15. 55-57).

Amém

Divulgue esta mensagem, mandando o link para algum conhecido seu. Obrigado.

Pr Daniel Nunes

segunda-feira, 22 de maio de 2023

UMA FAMÍLIA NADA PERFEITA

 




LIÇÃO 9

UMA FAMÍLIA NADA PERFEITA

TEXTO ÁUREO

Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gal 6.7).

VERDADE PRÁTICA

Tudo o que os membros da família plantarem colherão. Essa é uma lei universal de Deus que pode ser constatada na própria natureza.

Leitura Bíblica em Classe: 2º Samuel 3.2-5;5.13-15; 12.10-13a

Objetivos da lição

1.    Apontar o papel de Davi como ungido e homem de Deus, bem como a extensão de sua família;

2.    Descrever pessoas-chave que apontam a disfuncionalidade na família de Davi;

3.    Refletir a respeito do problema moral na família.

INTRODUÇÃO

Davi foi chamado “o homem segundo o coração de Deus”, e de fato o foi. Mesmo não sendo a melhor família, como ele mesmo se expressou dizendo “Ainda que a minha casa são seja tal para com Deus, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar” (2Sm 23. 5), Davi sabia da aliança do Senhor com ele e com a sua família (1Cr 17.16,17).

Trata-se de uma família veterotestamentária, e por essa razão, é uma família que não está nos moldes das família cristãs que conhecemos hoje, que é formada pelo pai, a mãe e os filhos. Davi, além de ter uma família formada por várias esposas, e uma grande quantidade de filhos, comete pecados que afrontaram diretamente a santidade de Deus, e por isso mesmo sofreu sérias consequências. Ele viu acontecer incesto, morte e rebelião dentro de sua própria família.

 

 

I – O REI DAVI E SUA GRANDE FAMÍLIA

1.    Davi, o ungido por Deus. Os observadores mais atentos, hão de constatar que Saul não foi ungido rei, mas capitão sobre o povo de Deus (1Sam 9.16; 10.1). Ele não era o homem segundo o coração e o desejo de Deus para ser rei sobre seu povo. Apesar de longo, o reinado de Saul (quarenta anos – At 13.21) foi muito conturbado, e a Bíblia assim nos diz: “E, quando este foi retirado, lhes levantou como rei a Davi, ao qual também deu testemunho e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, varão conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (At 13.22). Davi foi ungido pelo profeta Samuel em meio a seus irmãos, e a partir daquele dia foi cheio do Espírito Santo (1Sm 16.13).

2.    Davi, o homem de Deus. Você já imaginou que Davi, já ungido por Deus, Cheio do Espírito Santo, nunca reivindicou o trono? Seguiu trabalhando firme, enfrentando ursos e leões, sabendo que quem lhe dava a vitória era o Senhor (1Sam 17.37). Ao assumir o trono, Davi cumpre a missão de reunificar as famílias dispersas de Israel, de Dã até Berseba, visto ter ficado divididas após a morte de Saul. Os estudiosos dizem que foi neste tempo que Davi compôs o Salmo 133, “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”. Então, pouco a pouco, as tribos foram reconhecendo a sua autoridade real, e foi sendo unificada a monarquia em todo território de Israel (2Sm 2.4; 5.1-3).

3.    A grande família de Davi. Interessante que Saul, que foi rejeitado por Deus, a Bíblia relata o nome de uma única esposa, Ainoã (1Sm 14.50), já Davi, que apesar de ser ungido por Deus, e ser o homem segundo o coração de Deus, obteve várias esposas (1Sm 18.27; 1Cr 3. 1-5,9;14.3). Com uma família tão diferente, tão numerosa e fora dos padrões comuns para o povo de Deus, Davi somente, poderia ter também muitos problemas. Ele certamente priorizou os assuntos do reino, pois era homem guerreiro, esquecendo-se assim dos cuidados familiares, ou delegando às esposas para que cuidassem da casa. E como estudamos na lição passada, o pai tem um papel preponderante na formação de sua família. Portanto, no assunto família, Davi deixou muito a desejar.

II – FILHOS E PARENTES NA CASA DE DAVI

1.    Tamar (1Cr 3.1). O caso ocorrido entre Amnom e Tamar, demonstra claramente que Davi não estava inteirado dos assuntos de sua casa. Certamente, a paixão do meio irmão de Tamar por ela, já devia ser um assunto que corria a boca miúda pelo palácio real, porém, Davi nada sabia; a ponto de atender o pedido de seu filho Amnom, para que a sua irmã Tamar, fosse preparar a sua comida. Mesmo que esse assunto será ainda tratado nos ponto seguintes, vemos aqui uma lição para todos os pais, para que procuremos saber mais sobre a vida de nossos filhos, porque, pode ser que o mal esteja rondando bem de perto, e, como dizem por aí: os últimos a saberem das coisas, são os pais. Amnom e seu conselheiro maligno, estavam tramando tudo nas barbas de Davi e ele nada sabia.

2.    Absalão. O nome Absalão significa “paz de Deus”, ou “meu pai é paz”. Porém, foi um filho que não deu paz a seu pai, antes, tirou-lhe a paz por muitos dias. O que sabemos, é que Davi tinha um grande amor por Absalão (2Sm 19.4); amor este que não foi correspondido por seu filho. Absalão, após Amnom ter tido relação com sua irmã Tamar, tramou a morte do irmão (2Sm 13.23-29) e depois se rebelou contra o próprio pai, tentando tomar-lhe o reino (2Sm 15.14).

3.    Amnom. Amnom também foi um problema para o rei Davi, pois, demostrou um desequilíbrio emocional tão forte, e um domínio carnal tão violento que desejou ter relações sexuais com sua própria irmã (2Sm 13.2). Fato este que veio se concretizar, despertando uma sede de vingança muito grande em seu irmão Absalão, que era irmão de pai e mãe de Tamar (1Cr 3.2). Fato que também veio a acontecer, trazendo apenas desespero e tristeza para o coração de Davi.

4.    Jonadabe, um conselheiro do mal. Esse rapaz por nome de Jonadabe era sobrinho de Davi. A Bíblia o qualifica assim: “Tinha, porém, Amnom um amigo, cujo nome era Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi. E era Jonadabe homem mui sagaz” (2Sm 13.3). Com certeza um mal conselheiro; um mal amigo. Quantos jovens são colocados em maus caminhos por seus amigos? Como disse nosso comentarista: “Jonadabe é o tipo de amigo que não se deve ter por perto quando se vive algum problema pessoal ou familiar”.

III – O PROBLEMA MORAL NA FAMÍLIA DE DAVI

1.    As consequências de sua falta de domínio próprio.  Todo pecado tem suas consequências, e com Davi não foi diferente. Mesmo sendo o homem segundo o coração de Deus, Davi pagou caro pelo seu adultério com Bate-Seba e o assassinato do seu soldado valente, Urias.  Natã, era o profeta, a boca de Deus naquele tempo no palácio de Davi. Ele entra diante do rei, e lhe diz: “... Havia numa cidade dois homens, um rico e outro pobre. O rico tinha muitíssimas ovelhas e vacas; mas o pobre não tinha coisa nenhuma, senão uma pequena cordeira que comprara e criara; e ela havia crescido com ele e com seus filhos igualmente; do seu bocado comia, e do seu copo bebia, e dormia em seu regaço, e a tinha como filha. E, vindo um viajante ao homem rico, deixou este de tomar das suas ovelhas e das suas vacas para guisar para o viajante que viera a ele; e tomou a cordeira do homem pobre e a preparou para o homem que viera a ele (2Sm 12.1-4).

a.    A REVOLTA DE DAVI. Então, o furor de Davi se acendeu em grande maneira contra aquele homem, e disse a Natã: Vive o Senhor, que digno de morte é o homem que fez isso. E pela cordeira tornará a dar o quadruplicado, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu (2Sm 12. 5,6).

b.    NATÃ APLICA A PARÁBOLA A DAVI. “Então, disse Natã a Davi: Tu és este homem. Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul; e te dei a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teu seio e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto é pouco, mais te acrescentaria tais e tais coisas. Por que, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, feriste à espada, e a sua mulher tomaste por tua mulher; e a ele mataste com a espada dos filhos de Amom” (2Sm 12. 7-9).

c.     DAVI RECONHECE SEU PECADO. Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o Senhor. E disse Natã a Davi: Também o Senhor transpassou o teu pecado; não morrerás” (2Sm 12. 13). É nesse momento que Davi escreve o Salmo 51. Esse Salmo é uma oração, um lamento de Davi por causa de seu pecado. Ele busca de Deus o perdão de todo seu coração. É bem verdade que as mazelas daquele pecado perseguiu Davi até a sua morte, assim como profetizou Natã.

2.    Incesto e morte na família (2Sm 13.1). Certamente o pecado do incesto na família real abalou a todos na época. Absalão, irmão de Tamar lhe disse: “Não se angustia o seu coração por isso” (2Sm 13. 20), e a Bíblia assim nos diz: “Porém Absalão não falou com Amnom, nem mal nem bem; porque Absalão aborrecia a Amnom, por ter forçado a Tamar sua irmã” (2Sm 13. 22). Isso culminou, como vimos anteriormente na morte de Amnom. Quer dizer, tragédias e mais tragédias na casa de Davi. O grande problema, é que, mesmo Davi sabendo do ocorrido, se acendeu em ira, mas nada fez para castigar seu filho incestuoso.

3.    Vigilância, proximidade e exemplo. Cremos que o último ponto da lição passada, sobre a importância da paternidade, vem bem a calhar também neste último item desta lição. Muitas coisas ocorreram na vida familiar de Davi, simplesmente por falta de vigilância, por não estar próximo o suficiente de seus filhos. O caso do sobrinho de Davi, Jonadabe, que certamente vivia por ali, misturado com seus filhos dentro do palácio, é um alerta também, onde parentes de má índole, se entremetes nas famílias, dando maus conselhos, desequilibrando famílias inteiras. Os pais cristãos, devem fazer de tudo para estarem próximos e seus filhos, principalmente quando ainda criança e adolescente, para que os mesmos sejam influenciados a viverem para a gloria de Deus.

CONCLUSÃO

Vimos que a família do rei Davi era disfuncional, quer dizer, algo que não funciona direito, ou cuja função está parcial ou completamente prejudicada. Assim era a casa de Davi. Isso trouxe problemas a longo prazo para toda a família. Certamente, cada caso que ocorria, sofria o pai, Davi, as mães e os filhos. Por isso, é preciso cultivar os valores da Palavra de Deus em nossos lares, que os pais exerçam seus papéis em casa, transmitindo esses valores e acompanhando de perto os filhos; que os cônjuges tenham um relacionamento que traga equilíbrio e segurança aos filhos. A vida cristã em família é a maior prevenção contra os desajustes da atualidade.

Amém

Pr Daniel Nunes

sábado, 20 de maio de 2023

FESTAS JUNINAS, FOLCLORE OU IDOLATRIA?

 

Em um país como o Brasil, onde a constituição diz que o estado é laico, mas que as marcas da religião católica estão estampadas em logradouros públicos, hospitais, escolas, câmaras legislativas, etc., todo cuidado é pouco, quando tratamos desse assunto, pois, podemos estar pensando ser apenas mais uma cultura popular, sem nenhum problema espiritual, e, estarmos incorrendo no pecado da idolatria. Estudemos, pois o assunto.

A palavra “folclore” é formada por dois termos da língua inglesa, quais sejam: Folk, que significa gente, e, lore, que significa sabedoria popular ou tradição. Portanto o termo folclore significa “o conjunto das tradições, conhecimento, saber vulgar”. A Enciclopédia Didática de Informação e pesquisa Educacional coloca as festas juninas dentro do folclore brasileiro dizendo o seguinte: “As festas tradicionais brasileiras, são na sua maioria católicas, como as festas de São Benedito, Santo Antônio, São João, São Pedro, Nossa Senhora do Rosário, Círio de Nazaré etc.” (grifo nosso). Pode-se assim notar, desde então, a força da tradição católica romana impregnada nessa festa pagã, disfarçada de folclórica.
Entendo ser também de igual importância definir o termo “festas juninas”. Há várias versões sobre a etimologia do nome. Alguém diz que é por causa do mês de Junho, outros dizem que é pelo nome de São João Batista, é que antigamente se chamava “Joanina”, vindo depois chamar-se “junina”. Outros ainda dizem que esse nome veio de uma deusa da mitologia romana, filha de Saturno e mulher de Júpiter, por nome “Juno”, e que sua festa era chamada de “junônias”, dando origem ao atual nome “juninas”.
As festas juninas já foram muito mais fortes em todo país. Nos últimos dias, as regiões Norte e Nordeste são aonde acontecem as maiores festas em homenagem aos três santos católicos: Santo Antônio, São João e São Pedro. As cidades de Caruaru no Pernambuco e Campina Grande na Paraíba disputam entre si, para mostrar ao Brasil e ao mundo quem realiza a maior festa de São João, chegando a ter trinta dias consecutivos de festejos. O que mais chama a nossa atenção é a maneira nada bíblica que usam para comemorar (segundo a tradição católica) o nascimento dos santos: Músicas mundanas, bebidas alcóolicas, danças sensuais, fogos de artifícios, balões coloridos, banhos coletivos pelas madrugadas e fogueiras. Além do mais, sempre tem os casamentos matutos, ou caipiras (dependendo da região), onde o homem do campo é vilipendiado, como se todo camponês fosse sem dentes, ou com os dentes cariados, vestisse calças e camisas sempre remendadas, e tivesse no pé uma botina furada, levando assim, até as crianças hoje em dia, não terem nenhum incentivo, ou desejo de trabalharem na agricultura, pois, o homem do campo é visto como um cidadão de baixa categoria. Um cidadão que se veste mal, fala errado e não cuida do seu corpo.
Nesse meio totalmente carnal e idolátrico, acontece de tudo. Embriaguez, brigas, sendo que algumas delas chegam até haver morte, espancamentos, discussões acaloradas, rixas, perda de amizades, adultérios, fornicações, gravidez indesejada, traições, etc. Enfim, uma festa que não agrada aos olhos de Deus.
Poderá ser que alguém defenda as festas juninas, dizendo que não tem nada a ver. Que não passa de uma festinha de criança. O que não é verdade! A Igreja Católica Romana está por trás de tudo isso. Desde a estorinha contada de forma pueril para tentar conquistar a mente do infante, onde dizem que Izabel se comunicou com Maria, através de uma fogueira sobre o nascimento de João Batista, pois, segundo a estória, na época não havia meios de comunicação (uma mentira em forma de estória). Esquecem esses contadores de estórias, que Deus, sempre teve os seus meios para avisar os seus servos sobre qualquer acontecimento. Deus sempre teve anjos ao seu inteiro dispor. O mesmo anjo Gabriel, que anunciou para Maria, que ela daria a luz a um filho, também lhe contou que Isabel sua prima estava grávida, mesmo sendo de idade avançada (Lc 1. 36).
Outro ponto a ser acentuado aqui são as coisas sacrificadas aos ídolos. Sabemos que, se não todo, uma grande parte de tudo o que se vende nas festas juninas, principalmente os alimentos, são sacrificados aos ídolos, e uma parte do lucro é remetido a Igreja Católica. Vejamos o que diz a Bíblia a esse respeito: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”, “Mas que digo? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que o sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Antes digo que as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos demônios, e não a Deus, E não quero que sejais participantes com os demônios. Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios: Não podeis ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1Co 10. 14,19-21).
Poderá ser que alguém diga: “Não vejo nada de idolatria hoje em dia nas festas juninas”. Tudo bem! Se não vemos mais idolatria, vemos a mesa dos pecadores e a roda dos escarnecedores, e, a Bíblia nos diz: “Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1). Portanto, não há saída. Não há como sermos coniventes com tais festas, pois elas vão de encontro com tudo o que a Bíblia chama de fruto do Espírito, e, estão verdadeiramente afinadas com tudo aquilo que a Palavra chama de obras da carne (Gl 5. 17-23).
O conselho que deixamos para nossos amados irmãos é o mesmo que o apóstolo Paulo deixou para a Igreja dos santos que estavam em Roma: “E não conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Quantos servos de Deus, que já rejeitaram as obras infrutuosas das trevas no passado, hoje, estão dizendo que não faz mal e transigindo com o pecado. Cuidado, porque muitos serão surpreendidos na vinda do Senhor Jesus! A falta de temor a Deus tem levado muitos cristãos, que outrora defendia a fé cristã com todas as forças, estarem hoje com as mãos frouxas e cansadas, e os pés cambaleantes. Para os tais a Bíblia diz: “Portanto tornai a levantar as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados, e fazei veredas direitas para os vossos pés, para que o que manqueja se não desvie inteiramente, antes seja sarado” (He 12. 12,13).
Festa junina não é uma simples festa folclórica brasileira, ela é hoje, além de idolátrica e pagã, uma festa tão carnal quanto o Carnaval, ou outra festa mundana qualquer. Portanto amados irmãos, mantenham-se longe, e, procurem manter vossos filhos também longe de tais festividades. Analisem tudo o que foi escrito e tirem suas conclusões, mas a meu ver, não é uma festa recomendável para a família cristã!


Pr. Daniel Nunes da Silva

segunda-feira, 15 de maio de 2023

A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE NA VIDA DOS FILHOS

 

LIÇÃO 08

A IMPORTÂNCIA DA PATERNIDADE NA VIDA DOS FILHOS

TEXTO ÁUREO

E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor.” (Ef 6.4)

VERDADE PRÁTICA

Quando o padrão divino para a criação de filhos é negligenciado, as consequências são terríveis para a família cristã.

Leitura Bíblica em Classe: 1Samuel 2.12-17,22;8.1-3

Objetivos da lição:

1.    Apresentar o conceito de paternidade segundo a Bíblia;

2.    Apontar os tipos de paternidade que são prejudiciais para a família;

3.    Apontar os tipos de paternidade que são construtivas para a família;

4.    Destacar a importância e o valor da paternidade responsável na formação espiritual e moral dos filhos.

INTRODUÇÃO

O pastor e escritor Renato Vargens, escreveu um livro, não há muito tempo, sob o tema “Paternidade em Crise” (recomendo a leitura), onde o mesmo, já na introdução diz o seguinte:

“Na verdade, boa parte das crianças de nossos tempos são órfãos em família, pelo simples fato de que seus pais estão distantes, ainda que morando na mesma casa, não dialogando com os seus filhos, não cumprindo o seu papel educativo, não lhes ensinando princípios e valores”.

Prossegue o escritor:

“Na verdade, num mundo relativista, egoísta e hedonista, onde a figura do pai é atacada a todo momento e por todos os lados, é indispensável que tratemos em nossas igrejas sobre a relevância e importância da presença paterna no contexto familiar, ajudando assim os homens a lidar com essa crise paternal e a redescobrir não só a beleza da paternidade, mas sua essencialidade à saúde dos filhos e ao bem-estar da família”.

Vejo com bons olhos o tema que está sendo tratado essa semana por nossas Lições Bíblicas, onde será ensinado sobre a importância da paternidade.  Estamos em um tempo, onde o marxismo cultural, prega a todos pulmões, a desconstrução da família e seus valores, e, o maior trunfo é sem nenhuma dúvida, tirar o pai da cena familiar. Lembram do episódio de Ziclague, quando Davi e seus soldados marcharam com o rei Aquis contra Israel, deixando suas mulheres e seus filhos desprotegidos, e vieram os amalequitas e levaram todos, e ainda queimaram a cidade? (1Sm 30.1-6).

É bem verdade, isso sabemos, que há mulheres, que são verdadeiras heroínas, quando, muitas delas, ao serem abandonadas pelos seus esposos, criam sozinhas seus filhos, fazendo o papel de mãe e pai, dando educação cultural e espiritual para seus filhos. Porém, sabemos, que se elas fossem escolher, certamente escolheriam criar os seus filhos juntamente com o pai, pois o fardo seria bem mais leve.

Na lição de hoje, temos duas famílias envolvidas, a do sacerdote Eli e a de Samuel. A história de Eli é bem detalhada quanto a criação dos filhos, pois a Bíblia é clara, que Eli não corregia seus filhos de forma enérgica, e, mesmo seus filhos fazendo coisas horrendas em Israel, ele os tratava com voz branda, e não executava a disciplina ensejada para tal pecado (1Sm 2.22-25).

Quanto a Samuel, não há um texto claro de como seus filhos foram criados, pois, muitas vezes, os pais criam seus filhos com boa educação moral, social e espiritual, e os mesmos tomam caminhos errôneos, como aprendemos na lição 6, sobre o caso da família de Sansão. O certo é, que os filhos do sacerdote e vidente Samuel, não seguiram o caminho de seu pai, que andou nos caminhos do Senhor, mas, se corromperam pelos presentes e as riquezas (1Sm 8.3). Certamente, quando inquiridos em juízo por alguém que tinha posses, se vendiam e pervertiam o juízo, como relata o texto sagrado.

O Comentário Bíblico Beacon, da CPAD, em 1Samuel 8 assim nos diz a respeito de Samuel e de Eli, quanto a seus filhos: “Os seus próprios nomes expressam a devoção que havia no coração de Samuel: Joel significa “O Senhor é Deus”, e Abias quer dizer “O Senhor é Pai”. Infelizmente, eles não corresponderam à esperança que seus nomes expressavam”. E prossegue: “Uma irônica semelhança entre os últimos anos de Samuel e os de Eli está descrita no versículo 3. Nos dois casos, os filhos em que se confiava provaram ser desleais. No entanto, existe um diferença, a de que o autor inspirado não sugere a culpa a Samuel em nenhum ponto”.

 

A lição de hoje mostrará que os pais são responsáveis pela boa formação moral e espiritual dos filhos, antes da igreja local e das instituições educativas.

 I – A PATERNIDADE DENTRO DA FAMÍLIA

1.    A primeira família.   Deixando de lado, conjecturas sobre se o casal edênico gerou ou não filhos antes do pecado; após serem colocados para fora do jardim, a Bíblia relata o nascimento de dois filhos, Caim e Abel. Assim então, foi formada a primeira família propriamente dita na história da humanidade (Gn 4.1,2). Mais tarde, Adão e Eva tiveram mais filhos (Gn 5.4,5).

Assim está também exposto no Salmo 128 “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Do trabalho de suas mãos comerás, feliz serás, e tudo te irá bem. Tua esposa, no interior da tua casa, será como a videira frutífera; teus filhos, como rebentos de oliveira à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor!” (Sal 128.1-4 - ARA). Vejamos que a figura paterna é bem saliente quanto ao trabalho, ao cuidado e, o canalizador das bençãos de Deus para toda a família. É preciso termos muito cuidado com essa grande responsabilidade delegada aos pais, na criação de seus filhos, para que não venhamos cuidar mais de assuntos de terceiros, e deixemos nossa família desguarnecida em todos os sentidos. Há pastores que dizem: Primeiro eu cuido da obra de Deus, depois de minha família. Porém, essa premissa está invertida. Escutemos Paulo: “Pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?” (1T 3.5).

2.    A falta de autoridade no lar. No caso de Eli, ele cuidava da obra, mas não estava cuidando da boa educação de seus filhos. Infelizmente, hoje em dia, esta história está se repetindo. Os pais cristãos, sejam eles pastores, evangelistas, presbíteros, diáconos, auxiliares, ou membros das igrejas, precisam se conscientizar de que a responsabilidade paterna, na criação espiritual dos filhos é importantíssima. Principalmente, em nossa sociedade, onde o desejo de excluir a figura do pai é gritante. Sabe aquele jargão, que os pais são os últimos a saberem? Então, isso se passou com Elias e Samuel. Todo mundo sabia dos males que seus filhos causavam, somente eles não. É bom abrirmos nossos olhos, quanto as ações de nossos filhos.  Caso saibamos de algo que não nos agrada, não há por que desesperar, mas, saber aconselhá-los, entregá-los aos pés do Senhor em oração, crendo que o Senhor, a seu tempo fará a obra na vida de nossos filhos.

3.    Os problemas de uma paternidade ausente. Ouvi contar uma história de um menino, que chegou para seu pai e perguntou: Pai, quanto custa uma hora do seu tempo? Então o pai, que não entendeu bem a pergunta, após fazer os cálculos, disse ao filho, quanto custava uma hora de seus serviços. Passou um tempo, o menino voltou com uma caixinha com alguns dinheirinhos, onde ele tinha economizado de sua mesada, e disse a seu pai: Quero comprar uma hora do seu tempo, entregando aquela caixinha para seu pai. O pai, caiu em si; reconheceu seu erro, abraçou a seu filho, chorando e disse que ele não precisava pagar, mas que o pai iria tirar mais tempo para ele. Devemos aprender a tirar tempo com nossos filhos. Somente quando eles crescem, e se distanciam de nós, que passamos a entender a falta que eles nos fazem. Porém, se os criamos nos caminhos do Senhor, estamos certos e confiados, no que diz a Palavra de Deus que tudo sairá bem (Pv 22.6).

Renato Vargens, escreve:

“Vale ressaltar que, no mundo pós-moderno, a pessoa não precisa sair de casa para abandonar os filhos. É possível permanecer no lar, vivendo comento e dormindo, e ainda assim ser e estar ausente. Em outras palavras, vivemos numa época em que muitos filhos são órfãos de pais vivos. Há pais fisicamente próximos, mas emocionalmente distantes de seus filhos. A justificativa, quase sempre, é a falta de tempo”.

Nosso Pai que está no céu, reconhecendo a necessidade da paternidade humana para seu filho Jesus, impediu por sonhos, que José deixasse maria (Mt 1.19,20). Ele sabia que tanto Maria, quanto Jesus iriam precisam da figura paterna em muitas ocasiões. Veja bem, sempre que o Senhor aparecia em sonhos para livrar o menino Jesus de alguma cilada, não era com Maria que Ele falava, mas com o pai, José (Mt 2. 13; 19,20,22).

O problema que tem contaminado muitos pais, é o de que, se ele está trabalhando, provendo o pão, dando o que a família necessita materialmente, ele já está cumprindo com sua missão de pai, e isso não é verdade. A verdade é que, além da provisão do pão, ainda o pai tem o papel de educador, conjuntamente com a mãe, e não pode deixar de dispensar carinho, brincar com os filhos enquanto são crianças, e conversar com eles quando forem adolescentes, jovens e adultos.

II – TIPOS DE PATERNIDADES EXTREMISTAS

1.        A paternidade autoritária. Essa paternidade é nociva, insana, tempestiva, destrutiva, orgulhosa, como se os filhos fossem meros objetos. Já ouvimos contar casos de famílias, onde os filhos se escondiam quando o pai ia chegando de viagem. Louvo a Deus, porque fui criado em um lar, que quando meu pai viajava, que sabíamos que ele iria chegar, ficávamos todos no portão esperando, e quando o avistávamos ao longe, íamos correndo, e cada um de nós (pois éramos muitos), agarrávamos em suas pernas, de um lado e do outro; os mais velhos pegavam suas bagagens, e ele beijando e abraçando a todos, vinha para casa encontrar com a mamãe. Meus irmãos são testemunha do que estou falando (saudades). Criei os meus filhos da mesma forma, quando criança, eu tirava horas para brincar com eles. Corria, caia no chão, rolava com eles. Era muita risada e muita brincadeira.

O pai autoritário somente sabe cobrar. Os filhos até o obedece, porém, não por amor, mas por medo. Seu chicote está sempre pronto a estalar nos lombos do filhos, como se fossem um bocado de escravos. Sua educação, se é que se pode chamar de educação, é a base de gritos e afrontas. Não é nada construtivo. Paulo disse: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6;4).

2.    A paternidade permissiva. Como diz o provérbio: Nem tanto nem quanto. Dizia meu pai: Não podemos apertar o passarinho na mão para não matar, mas também não podemos abrir demais senão ele voa. Deixar os filhos a sua própria sorte, e que eles mesmos descubram por si só as coisas da vida; seja da vida social, física ou espiritual não é uma boa coisa. Um pai permissivo, não se importa com o que seu filho esteja vendo, assistindo, fazendo; com quem ele está andando etc. Mesmo sendo exemplo para os filhos, os pais permissivos, a exemplo de Eli, não os corrigem quando erram. Deus é um Pai bondoso, maravilhoso, piedoso, porém, corrige o filho que ele ama, assim diz a Palavra do Senhor (Hb 12.6,7).

Portanto, tanto o pai autoritário, quanto o permissivo são exemplos negativos de pais, pois, certamente vão prejudicar o bem-estar da família. A falta de uma paternidade segura, presente e responsável produz uma família infeliz, diz o comentarista de nossa lição.

III – APRENDENDO A PATERNIDADE COM O PAI CELESTE

Permita-me meus amados irmãos, fugir um pouco da linha de raciocínio de nossa Escola Bíblica, no terceiro ponto, para apresentar-vos, um conceito de pai, que devemos nos esforçar para ser, com base no relacionamento entre o Pai celeste e seu Filho Jesus Cristo.

 

Renato Vargens cita J.I. Packer, que diz: “Pai é o nome cristão para Deus. Aliás, ouso afirmar que a intensidade do amor do Pai por Jesus nos faz ter ideia do seu amor por nós, além de nos fazer entender de forma clara e pedagógica qual deve ser o papel de um pai”.

 

1.    O pai provedor. Em contrapartida dos dois tipos de pais negativos no ponto anterior, apresentamos aqui o primeiro pai, como um exemplo positivo. Abraão, ao ser interrogado por seu filho Isaque, onde estava o cordeiro, a resposta foi: “O Senhor proverá para si o cordeiro meu filho”. Sim, nosso Deus é um Pai que proveu, provê e continuará provendo tudo para seus filhos. Ele proveu maná para seu povo no deserto por quarenta anos. Jesus nos ensinou a orarmos assim: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje...” (Mt 6.9-11). Da mesma forma que o Pai celeste provê para seus filhos, assim nós, pais, devemos lutar para prover para nossos filhos (2Co 12.14).

2.    O pai amoroso.  João afirma que “Deus é amor” (1Jo 4.8). Em seu evangelho, João escreve que “Deus amou o mundo de tal maneira...” (Jo 3.16).  A maior virtude do cristão é o amor. Paulo fala que não adianta nem mesmo darmos nosso corpo para ser queimado, se não tivermos amor, seria como um barulho de metal retinente, que faz sim barulho, mas é frio, seco e duro. Quando conhecemos o amor imensurável do Pai celeste, passamos a amar mais nossos filhos e devotarmos mais tempo, carinho e afeição incondicional aos mesmos. O amor do Pai para com o mundo perdido foi uma amor sacrificial. Assim, muitas vezes é o amor de um verdadeiro pai terreno; ele se sacrifica por seus filhos.

3.    O pai protetor.  Na mesma oração, conhecida como a “oração do Pai nosso”, Jesus nos ensina a orar assim: “e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal...” (Mt 6. 13 – ARA). Se não fora o Senhor que estivesse nos guardando do mal, certamente todos nós estaríamos perdidos. O diabo já teria nos engolido vivos, como disse o salmista. Mas, o nosso Pai, está sempre a nos proteger do maligno. O pastor Renato diz o seguinte: “Nessa perspectiva, somos desafiados a olhar para o Senhor, entendendo que como pais terrenos temos a obrigatoriedade de cuidar de nossos filhos, zelando por eles e os protegendo. Com isso em mente, entendo que os pais são, de longe, o fator mais importante na proteção da família. São eles que estão na linha de frente”.

4.    O pai disciplinador. Provérbios 3.12 diz: “Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem”. Deus revela o seu amor, não somente quando nos guarda do maligno, quando nos abençoa com bençãos materiais, físicas, financeiras, provendo-nos o pão, mas ele prova o seu amor também quando nos disciplina, e nos corrige. O Escritor aos Hebreus nos diz assim acerca da disciplina: “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige? Mas se estais sem correção, de que todos se têm tornado participantes, logo, sois bastardos e não filhos. Além disso, tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos; não havendo de estar em muito maior submissão ao Pai espiritual e, então viveremos? Pois eles nos corrigiam por pouco tempo, segundo melhor lhes parecia; Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade. Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitado, fruto de justiça” (Hb 12. 7-11 – ARA).

Salomão escreveu dizendo: “O que retém a vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, cedo, o disciplina” (Pv 13.24 – ARA); ainda mais: “Castiga o teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo” (Pv 19.18 – ARA). Disciplinar não significa espancá-lo. Disciplinar pode ser levá-lo a refletir sobre suas atitudes, privá-lo de coisas que ele gosta, incentivá-lo a uma boa leitura, boas companhias etc.

 

5.                    O pai presente.  E por fim, temos o pai presente. O Senhor Deus prometeu estar presente conosco todos os dias de nossas vidas. Através do profeta Isaías, o Senhor disse: “Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43.2 - ARA). Que linda e maravilhosa promessa! Nosso Deus é onipresente, Ele, e somente Ele é quem pode estar vinte e quatro horas por dia presente em nossas vidas. Ele é nosso exemplo maior, para procurarmos ser também presentes na vida de nossos filhos. Há pais que não se importa em estar presente na trajetória de seu filho, e isso, somente será repensado mais tarde, quando já não há mais tempo de recomeçar. Portanto, queridos pais, recomece enquanto é cedo, e ainda há tempo de abraçar ao teu filho, amá-lo, reconquistá-lo, direcioná-lo, e ser verdadeiramente presente em sua vida.

 

CONCLUSÃO

Os pais são exortados a ensinar os filhos, conversando com eles e orientando-os para a vida. O líder que tem consciência de que seu ministério começa na sua casa, será abençoado, e colherá frutos por ter uma família que serve ao Senhor. Os extremos precisam ser evitados e os filhos precisam da repreensão que deve ser feita com amor, e cuidado. Deus espera que os pais estejam presentes na formação de seus filhos.

Amém

Pr Daniel Nunes da Silva

 


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quinta-feira, 11 de maio de 2023

O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA

 



LIÇÃO 7

O RELACIONAMENTO ENTRE NORA E SOGRA

TEXTO ÁUREO

Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixes e me afaste de ti; porque, aonde quer tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16)

VERDADE PRÁTICA

A fé cristã exalta o amor familiar e, mais especificamente, o respeito e a honra entre a nora e a sogra, bem como genro e sogro.

 

Leitura Bíblica em Classe: Rute 1.1-5,8,12-14

Objetivos da lição

1.    Apresentar o contexto de crise socioeconômica na Judeia, somando ao drama familiar causado pelo luto de Noemi e Rute;

2.    Identificar que a união de fé entre nora e sogra foram cruciais para a superação das adversidades inerentes à vida;

3.    Refletir sobre como, ao honrar sua sogra, Rute gerou bons frutos para toda família, repercutindo até mesmo na linhagem do Messias;

4.    Enfatizar as bençãos de Deus a partir do relacionamento entre nora e sogra.

 

INTRODUÇÃO

Rute deve ter vivido no XII século a.C. visto ter sido ela bisavó do rei Davi. Essa é uma das mais belas histórias relatadas nos escritos Sagrados, onde nos inspira até nos dias de hoje para um relacionamento familiar saudável entre nora, genro e sogra; nora, genro e sogro. Pois Sabemos, que quando esses relacionamentos são bons, uma boa sogra se torna uma mãe, e um bom sogro um pai. Como também é verdade que uma boa nora e um bom genro se tornam filhos.

Nesse história, além de ressaltar o excelente relacionamento entre a nora e a sogra, nos dá um exemplo de superação em meio a uma grande crise financeira, onde envolvia perca de herança, morte dos maridos, fome e miséria. Porém, em um cenário catastrófico como esse, a fé de Rute, levou Noemi a encontrar o caminho da vitória, onde, não somente ela e Rute saíram daquele dilema muito mais fortalecidas e benditas, mas, fez que uma estranha moabita, entrasse na genealogia de nosso Senhor Jesus Cristo.

I – A CRISE ECONÔMICA NA TERRA DA JUDEIA

1.    A escassez que provocou fome na “casa de pão” (Rt 1.1). Ao comentar sobre a fome em Belém, a Bíblia de Estudos Palavras Chaves, da CPAD, diz que essa poderia ser a fome dos tempos de Gideão, causada pelos midianitas, e à posterior salvação de Israel, onde a viúva Noemi e sua nora, também viúva, Rute, voltam para Belém, “...porquanto, na terra de Moabe, ouviu que o Senhor tinha visitado o seu povo, dando-lhe pão” (Rt 1.6). Faltar pão em Belém, seria como faltar pão em uma padaria. Os campos de trigo naqueles regiões eram intensas, e tinham abundância de pão, porém, o Senhor, para castigar o seu povo, que o havia abandonado e ido após aos ídolos, deu, como diz o profeta Amós, “Por isso, também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o Senhor” (Amós 4.6).

2.    A crise de uma família (Rt 1.1-3). A família de belemitas, formada pelo pai, Elimeleque, pela mãe, Noemi, e pelos filhos, Malom e Quiliom, com a fome que se instalara em Belém, saem a peregrinar pelos campos planos de Moabe. A Bíblia não nos revela se Elimeleque consultou ao Senhor para fazer aquela viagem, simplesmente nos relata que havia fome em Belém, e que por esse motivo, a família sai a peregrinar em Moabe.

Talvez, o sonho de Elimeleque era que, assim que as coisas melhorassem, voltar a Belém, sua terra natal. Nem sempre as coisas saem como pensamos. Parece que não demorou muito, e Elimeleque veio a falecer, deixando assim Noemi viúva e os filhos órfãos de pai e em terra estranha. Porém, os mesmos, encontraram duas jovens em Moabe, com quem se casaram. Viveram por volta de dez anos (Rt 1.4,) porém, a morte mais uma vez visitou aquele lar, e agora, morreram os dois filhos (Rt 1.5). Apesar de ser uma história tão sintetizada pelo escritor sagrado, foi um desenrolar de muitos anos para que tudo viesse a acontecer. Digamos, se Elimeleque viveu pelo menos cinco anos antes de morrer em Moabe, mais os dez anos de casamento dos filhos (Rt 1.4), já temos aqui quinze anos. A razão de estar tecendo esse comentário sobre o tempo, é que muitas vezes, lemos, ouvimos ou até pregamos as histórias sagradas, e queremos que as coisas aconteçam em nossa vida como em um passe de mágica, mas, não é bem assim. O Senhor continua provando aquele a que Ele ama. Se estais passando pela prova do Senhor, não murmure, não reclame, mas, persevere, e no tempo do Senhor a vitória virá.

II – SUPERANDO AS CRISES EXISTENCIAIS

1.    Noemi decide voltar à sua terra (1.6-8). Foi uma decisão sábia de Noemí em querer voltar para Belém, pois lá estava sua antiga herança. É sábio quando alguém busca a restituição daquilo que perdeu, principalmente no campo espiritual. Se você perdeu alguma coisa ao sair do seu lugar, volte, reconquiste, persevere, pois o Senhor é Deus de restituições.

Por ser já envelhecida, Noemi decide liberar suas duas noras, para que voltassem à casa de seus pais, porém, as duas, Orfa e Rute,  choraram juntas com a sogra, e decidiram que iriam para a Judeia (Rt 1.10). Noemi, porém, insiste com elas, dizendo que já não havia mais tempo e nem condições de ela ter filhos para se casarem com as duas noras. Então, Orfa decide voltar para sua casa, porém, Rute, toma uma decisão irrevogável de não abandonar sua sogra. Certamente, Rute, que já conhecia o Deus de Noemi, estava andando na direção do Senhor, porque, se ela não volta com sua sogra, não haveria como ser restituída a herança de Noemi, conforme Deuteronômio 25. 5ss.

2.    Rute conhece o Deus de sua sogra (Rt 1.16).  Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixes e me afaste de ti; porque, aonde quer tu fores, irei eu e, onde quer que pousares à noite, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus.” (Rt 1.16). Rute já não queria adorar a outro que não fosse o Deus verdadeiro de Noemi, e não queria outro povo que não fosse o povo de Noemi. Isso é uma verdadeira conversão. Se ela se convertesse enquanto estava namorando o filho de Noemi, alguém poderia dizer que ela estava sendo uma crente pela circunstância, porém, agora, o que fazia dela uma serva do Deus de Israel? E o que levou Rute a querer ser também uma judia? Certamente, um conhecimento profundo que lhe fora passado por sua sogra, sobre o Deus de Israel. Mesmo passando por provas e privações financeiras, Noemi, certamente não deixou de falar do Deus de Israel às suas noras, e quem sabe aos habitantes das terras de Moabe. Nos diz o comentarista: “Quando sogra e nora estão unidas na presença de Deus é uma benção para toda família. Por intermédio dessa união, Deu traz provisões extraordinárias para as necessidades familiares.

3.    Unidas contra a crise. Tenho que relatar na íntegra o que principia dizendo neste subponto o pastor Elienai Cabral: “Toda família pode passar um período em que parece que não há perspectiva de mudança diante de uma situação difícil. Como no caso de Noemi, às vezes, a família parece chegar a “um beco sem saída” para a vida material, emocional e, até mesmo espiritual. Até certo ponto isso é natural, pois quando nos deparamos com determinadas crises, nossa visão tende a ficar embaçada e limitada. Entretanto, a Palavra de Deus diz: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). Nada melhor, quando a crise abate a uma família, os seus membros estarem unidos, pois, como diz o velho provérbio: “A união faz a força”. Se uma família estiver unida, não haverá vento de luta e provação que a derrube. Rute, agora já conhecendo com profundidade o Deus de Noemi, começa a ver o invisível, e crer no impossível. Ela passa a ter esperança em dias melhores, tanto para sua sogra, como para ela. A fé faz essas coisas! Em meio as grande provas, Deus nos faz ver o futuro promissor à nossas frente (Hb 11.26).

III – FÉ E TRABALHO NUMA NOVA PERSPECTIVA

1.    A chegada a terra do pão (Rt 1.19). O que se espera de uma família que sai para outras terras, ao voltar a sua cidade, é que traga algo que adquiriu fora. Porém, com Noemi foi diferente; ela voltou muito mais vazia do que quando saiu de Belém. Tudo indica que ela era bem conhecida, pois “...toda a cidade se comoveu por causa delas, e diziam: Não é esta Noemi?” (Rt 1.19). O estado de seu regresso, juntamente com sua nora, ambas viúvas, trouxe uma grande comoção na cidade de Belém. Ela, por sua vez, disse que não a chamasse de Noemí, cujo significado é amável, doce, mas a chamasse de Mara, que significa amarga, ou amargurada (Rt 1.20). Na verdade, seria um recomeço de vida familiar, social e financeira muito dolorosa para aquelas duas mulheres. Porém, não podemos esquecer que Deus estava naquele negócio. A volta de Noemi, trazendo Rute consigo, estava dentro do planos eternos de Deus, para que ali em Belém, da tribo de Judá, viesse nascer Davi, que seria um dos grandes ancestrais de nosso Salvador Jesus Cristo (Mt 1.1). Certamente, Rute, agora convertida ao Deus de Israel, estava disposta a vencer juntamente com sua sogra, todas as barreiras, na esperança de que o Senhor lhes daria vitória (Rm 1.17; Hb 11.6).

2.    Recuperando a autoestima (Rt 1.15-18). É muito importante, quando alguém da família está passando por lutas, outros membros o anime com palavras, ações, orações e orientações. Foi o que estas duas mulheres fizeram. Eram as duas e ninguém mais. Então, Noemi, que era a sogra, e certamente mais experiente, deu conselhos a Rute, que fosse a rabiscar espigas que eram deixadas pelos segadores (Rt 2.2).

A melhor coisa é fazer tudo na direção de Deus. A Bíblia diz que Rute foi exatamente colher nos campos do poderoso Boaz, que era um parente chegado de Noemi, e poderia remir a herança de seu marido (Rt 2.1). Aqui Boaz representa Cristo, que é nosso parente Remidor, que remiu a nossa alma, quando estávamos perdidos, famintos, e deserdados, Jesus, com sua morte na cruz do Calvário, nos redimiu e nos deu a vida eterna como herança (Rm 8.17).

Por outro lado, Rute demonstra coragem, dedicação e vontade de vencer. Não fica de braços cruzados, nem envergonhada por ser uma estrangeira pobre, mas, levanta a cabeça e sai colher as espigas deixadas pelos segadores, por ordem de Deus, aos pobres e estrangeiros (Lv 19.9,10). Isso é uma lição para todos nós. Ninguém está isento de passar por provas e lutas em qualquer área da vida, e não podemos nunca nos envergonhar do trabalho, pois, o mesmo dignifica o homem e a mulher. Boaz, ao ver a dedicação de Rute para com a sua sogra, abre ainda mais espaço para que ela colha mais, e chegue em casa com abundância de pão (Rt 2.5-7). Era Deus abrindo as portas para a vitória plena na vida daquelas duas mulheres.

IV – RUTE ENCONTRA O REMIDOR DA FAMÍLIA

1.    Rute descobre o remidor de Noemi. Em Deuteronômio 25.5, diz: “Quando alguns irmãos morarem juntos, e algum deles morrer e não tiver filho, então, a mulher do defunto não se casará com homem estranho de fora; seu cunhado entrará a ela, e a tomará por mulher, e fará a obrigação de cunhado para com ela”. Esta era a lei do parente remidor. Havia três requisitos básicos para ser um parente remidor: Relacionamento, capacidade financeira e disposição. Aqui vemos por que Cristo teve que vir em carne (relacionamento), mas que foi também plenamente Deus (capacidade plena para nos remir), e voluntariamente aceitou o custo, ele pagou a nossa dívida (Mt 26.39,42). Boaz tinha todas as características para poder remir a Noemi, e se tornou um tipo de Cristo.

2.    Boaz redime Rute a moabita. Outro senhor era o parente mais próximo, e o que detinha a posse da herança que pertencia a Elimeleque, porém, este disse que não poderia redimir, para não lhe causar nenhum dano (Rt 4.6), então Boaz se dispõe a redimir Rute. A mulher rejeitada pelo remidor, tinha o direito de humilhá-lo perante os anciãos da cidade. Ela poderia, segundo o costume, ter tirado a sandália dele, e cuspido em seu rosto, mas ela não fez nada disso. Provando assim ser uma mulher, como bem falou Boaz: “Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa” (Rt 3.11). Sim, quanta virtude havia naquela mulher! Boaz teria que pagar o preço da herdade e casar-se com Rute, aí sim, aquelas mulheres, Noemi e Rute estariam redimidas. E assim ele fez. Dessa união, nasceu Obede, que foi pai de Jesse, que foi pai de Davi, o qual se tornou o rei mais querido de Israel, e o ancestral mais famoso de nosso Senhor Jesus Cristo (Ap 5.5;22.16).

3.    Noras e sogras. O relacionamento amigável entre Noemi e Rute, sogra e nora respectivamente, muito contribuiu para o desfecho feliz dessa história.  Como a Bíblia diz, que “Tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito...” (Rm 15.4), vemos neste belo episódio um grande exemplo a ser seguido, não somente por nora e sogras, mas também por genros e sogros, pais, filhos e demais parentes. Paulo nos ensina, que “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1Tm 5.8).

CONCLUSÃO

A história bíblica de Rute é um exemplo de fé no relacionamento entre uma nora e sua sogra. Mesmo sendo estrangeira, Rute foi capaz de cuidar da sua sogra, demonstrando grande carinho e respeito por ela, além de administrar dentro de si perdas enormes; O cunhado e o marido. Mas diante de tudo isso, Deus honrou seu trabalho pelo qual sustentou a si mesma e a casa de Noemi. Portanto, a vontade de Deus é que sogras e noras, bem como genros e sogros, vivam em união de maneira que a família seja ricamente abençoada por Deus.

Amém

Pr Daniel Nunes