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quarta-feira, 26 de abril de 2023

MOTIM EM FAMÍLIA


LIÇÃO 5

MOTIM EM FAMÍLIA

TEXTO ÁUREO

Fazei todas as coisas sem murmuração nem contendas.” (Fil 2.14)

VERDADE PRÁTICA

Das murmurações derivam as contendas. Por isso, devemos evitá-las em nossa família.

Leitura Bíblica em Classe – Números 11.1-7; 12.1-8

Objetivos da lição:

1.    Apresentar as raízes e danos causados pela murmuração entre o povo de Deus;

2.    Identificar o real motivo que culminou a rebelião dos irmãos contra Moisés;

3.    Conscientizar de que Deus honra o líder manso é humilde de coração, de caráter verdadeiro, punindo os que lhe intentam o mal.

INTRODUÇÃO

São dois episódios que serão abordados, ou tomados como base para nossa lição desta semana: A murmuração dos estrangeiros que haviam saído do Egito com o povo de Israel, causando inclusive influência negativa ao povo hebreu; e a murmuração e motim dos irmãos de Moisés, Arão, o sumo-sacerdote de Israel, e Miriã, que também tinha papel de destaque entre o povo (Ex 15.20,21).

Miriã, era prova incontestável da maneira miraculosa como seu irmão mais novo, Moisés, tinha sido livre da morte, pois, ela foi o instrumento de Deus, juntamente com sua mãe, naquele episódio, que aconteceu no momento do nascimento de Moisés. Mesmo assim, se uniu ao seu irmão mais velho, Arão, e se levantou contra a autoridade do legislador.

A presente lição nos exorta a respeito do cuidado com as murmurações e contendas na família, que somente contribuem com a desarmonia familiar. Por isso, aprenderemos que é prudente evitar as contendas familiares para que a paz e a harmonia reinem entre os santos.

 

I – A INFLUÊNCIA NEGATIVA DA MURMURAÇÃO

1.    Assim nasce um motim. A palavra “motim”, tem sua origem no francês mutin, e segundo o dicionário da língua portuguesa on-line, significa tumulto; revolta ou agitação popular. São atos explícitos de desobediência ou uma reação negativa contra as regras e as ordens estabelecidas num grupo social. Nos dois episódios de hoje, vemos esse levante de amotinação, seja contra o líder pelo povo, ou pelos próprios irmãos contra Moisés.  Em um momento delicado, quando Deus havia acendido fogo e matado a muitos israelitas; os irmãos que eram para ajudar a apagar as contendas, agem nesciamente, contestando a autoridade espiritual de Moisés. Vejamos as três queixas que remontam a rebelião, tanto em meio ao povo, quanto na família do legislador de Israel.

2.    A primeira queixa. Após Israel passar por vales aparentemente férteis ao redor do Sinai, a imensa caravana se depara com um escaldante e inóspito deserto. Levados pelo populacho, que não tinham as mesmas promessas que Israel, o povo de Deus murmura, lamentando de que Moisés os havia trazido naquele deserto para os matar de fome, quando podiam ter ficado no Egito, pois lá sim, segundo eles, tinha alimento com fatura. Isso soou muito mal, não somente aos ouvidos de Moisés, mas também do Senhor Deus, o qual acendeu um fogo que matou um grande grupo dos israelitas. O local ficou conhecido como “Taberá” que significa “queimar” (Nm 11.1-3).

3.    A segunda queixa (Nm 11.4-7). Agora o povo murmura contra o “maná” que Deus enviava a cada manhã para saciar a fome daquela multidão, e começam a ter saudades dos alimentos do Egito. O Maná, simboliza para a igreja do Senhor, a Palavra de Deus. Quantos que hoje em dia, estão também murmurando contra a Palavra. Como disse Paulo: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” (2Tm 4.3). Já não querem ouvir a sã Palavra, mas, fábulas, historietas, e falsas profecias que massageiam seus egos inflados pelo mal.

4.    A terceira queixa (Nm 12.1-3). Moisés, toma por mulher uma cuxita, quer dizer, uma mulher da linhagem de Cam, filho de Noé, que era um povo considerado amaldiçoado por Deus, dado o episódio ocorrido entre Noé e seu filho Cam, quando o patriarca se embriagou e ficou despido na tenda (Gn 9.20-25). Isso levou os seus próprios irmãos a murmurar contra Moisés, inclusive, questionando sua liderança espiritual, perguntando, se de fato, Deus só falava através dele, e não também através de Arão e Miriã. Isso demonstra um sentimento de inveja muito grande por parte da dupla de irmãos que se levantaram contra o irmão líder. A inveja na família é um sentimento perigoso. Não podemos esquecer que por inveja Caim matou seu irmãos Abel.

II – O MOTIVO DA REBELIÃO DE MIRIÃ E ARÃO

1.    A inveja. A família de Moisés estava toda envolvida na obra de Deus. Moises era o que ouvia a voz de Deus; Arão era o sumo-sacerdote e Miriã, profetiza e cantora. Nada tinham que reclamar. Todos estavam desempenhando seus nobres papeis na cada de Deus, mas, a inveja cega até os mais sábios. Tudo parece que a questão foi encabeçada por Miriã, e como sempre, Arão é seduzido a parar o serviço e se amotinar contra seu irmão, Moisés. Julgavam eles ter a mesma autoridade que Moisés, o irmão mais novo. Vejamos bem como foi esse questionamento: “Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós?” (Nm 12.2). Esse negócio de querer o lugar dos outros é muito antigo. Vejam aí esse exemplo dentro da própria família de Moisés. Poucas pessoas se contentam com seu lugar na empresa, na faculdade, na igreja etc. Sempre querem um pouco mais, e para isso passam por cima de valores éticos, amizades, laços familiares etc.

2.    O motim familiar promove dissabores e ofensas. O fato ocorrido em família, onde a irmã profetiza e conselheira, e o irmão Sumo-sacerdote se levantam contra o irmão legislador, sem sombra de dúvida, foi uma semente plantada no coração de Coré, Datã e Abirão, que mais tarde se levantariam também contra a autoridade espiritual de Moisés (Nm 16;17). Como disse nosso comentarista, pastor Elienai Cabral, que nem Miriã, nem Arão poderiam ter-se levantado contra Moisés, e chama nossa atenção para o respeito que deve ser mantido no seio familiar.

III – MOISÉS: UM HOMEM MANSO E HUMILDE.

1.    O mais manso que havia na terra. Há um questionamento de alguns acadêmicos, se foi o próprio Moisés que escreveu isto, ou já foi uma inserção do seu sucessor Josué; uma vez que não parece apropriado que Moisés exaltasse a sim mesmo. Porém, nada tira a inspiração do texto Sagrado. E isto de fato era, porque Moisés não revidou a murmuração de seus irmãos. Sua mansidão não era algo estereotipado, da boca para fora ou apenas aparentava ser manso e humilde, ele de fato tinha essa virtude em seu coração. Jesus disse: “Bem-aventurado os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Jesus, no mesmo sermão das bem-aventuranças disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). Há aqueles que gostam de levantar contendas. Vivem procurando contendas e contendeiros. Ser manso e pacífico eram virtudes que estavam presentes na liderança de Moisés. Ser manso, não quer dizer ser covarde, fraco, mas, ter autocontrole diante de situações adversas. Paulo aponta a mansidão como parte do fruto do Espírito (Gal 5.23). Moisés agiu com firmeza, porém, não se deixou levar pela ira. Não teve atitude vingativa contra seus irmãos. O Senhor disse: “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm 12.9) (Ver ainda Dt 32.35; He 10.30). Uma das atitudes ainda mais nobre de Moisés, foi a de orar, pedindo que o Senhor curasse Miriã (Nm 12. 13). Essas duas virtudes, mansidão e pacificação são indispensáveis ao equilíbrio da família cristã.

2.    O fardo de uma liderança. Moisés já vinha desgastado com toda a grande luta para tirar o povo do Egito. Agora, em meio a um deserto seco, sem água, sem alimento e a murmuração do povo, ele se sente cansado e reclama pelo peso do seu cargo. Deus então o orienta, para que ele escolha setenta anciãos, e o Senhor tiraria do Espírito que estava operando em Moisés, e dispensaria para cada um deles, um pouco da unção que repousava sobre o líder (Nm 11. 16,17,25). Moisés era um homem comum, porém, não acho que houve outro semelhante a ele no que tange ao poder e a unção (Logicamente que não estou aqui incluindo Jesus, o homem perfeito). A unção que estava sobre ele era tão grande, que, mesmo tirando para setenta anciãos, ele ainda tinha unção sobeja para fazer a obra.

3.    A punição de Miriã e Arão. Deus não se agradou nada daquela sedição provocada por simples inveja e ciúmes por parte de Miriã e Arão. Deus então os convoca para uma reunião. Já imaginou isso? Uma reunião convocada pelo Senhor do Exércitos? (Nm 12.4). Já que eles queriam tanto ouvir a voz de Deus, o Senhor falou com eles; porém, dessa vez foi uma grave repreensão (Nm 12.6). Daquela reunião Miriã sai leprosa, sendo separada do arraial por sete dias (Nm 12.10,15). Figuradamente, nos mostra que uma família, onde um se levanta contra o outro, seja por inveja, ciúmes ou por qualquer outra coisa, os resultados são funestos. Hoje em dia, famílias se separam por causa de dinheiro, de bens materiais, empregos, e, pasmem, até por cargos na igreja. Estamos vivendo os dias em que Jesus falou que um membro da família, se levantaria contra o outro. Porém, esse não é um comportamento de quem manifesta o fruto do Espírito (Gal 5.22-24). A vontade de Deus é que a paz e a harmonia estejam sobre a família cristã, pois é o Espírito Santo que opera o caráter de Cristo na família.

CONCLUSÃO

Infelizmente vemos ao longo da Bíblia, famílias e mais famílias que não se harmonizaram entre si. O caso de Abraão e Ló, de Jacó e Esaú, de José e seus irmãos etc. Porém, devemos pedir a Deus, para que possamos andar em Espírito, pois somente assim, as obas da carne não dominarão nossas atitudes (Gal 5.25,26). É tempo de muita prudência!

Amém.


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