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segunda-feira, 17 de abril de 2023

ÍDOLOS NA FAMÍLIA

 

LIÇÃO 4



ÍDOLOS NA FAMÍLIA

Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!” (1Jo 5.21).

VERDADE PRÁTICA

A adoração a ídolos implica priorizar tudo aquilo que se coloca no lugar de Deus.

Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 31.17-19,33-35; Jz 17.1,3-5).

Objetivos da lição:

1.    Apresentar o contexto no qual Raquel furtou os ídolos de seu pai Labão;

2.    Explicar o cenário político-social de Israel quando Mica abraçou a idolatria;

3.    Alertar acerca dos perigos da idolatria no seio familiar do povo de Deus.

INTRODUÇÃO

Duas famílias estarão em destaque na lição de hoje. Embora fossem da descendência de Abraão, Isaque e Jacó, e que eram em sua essência adoradores somente de Jeová, foram contaminadas com os ídolos pagãos. Neste caso eram estatuetas mesmo (terafins), assim, como vemos hoje em dia nos templos e nas casas daqueles que não são de confissão evangélica.

Podemos, então, perguntar: Poderá, nos dias de hoje, os crentes que adoram apenas o Deus dos céus, albergarem algum tipo de idolatria em seus corações? Se sim. Que tipo de ídolo existe hoje que concorrem com a adoração ao verdadeiro Deus? Como diz em nosso subsídio para os professores: “O tempo e os costumes podem mudar. Assim como os seus ídolos. Contudo, os temores, fraquezas e concupiscências humanas permanecem as mesmas. Por isso, precisamos vigiar e orar (Mt 26.41), a fim de que nós, e a nossa casa, não caiamos nos perigos da idolatria contemporânea”.

I – OS ÍDOLOS ENCONTRADOS NA TENDA DE RAQUEL

1.    A fuga de Jacó e a sua família para a terra prometida. Mesmo que Labão, ao encontrar com Jacó, lhe disse que poderia tê-lo despedido com festas, Jacó tinha suas dúvidas se isso de fato aconteceria, e que seu sogro o liberaria para que ele pudesse voltar à sua terra (Gn 31.27). Labão só não fez nada contra Jacó, porque o Senhor lhe aparecera em sonhos e lhe repreendeu dizendo: “... guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal” (Gn 31. 24), senão, certamente ele faria uma guerra. Mesmo assim, fez sérias reclamações ao genro, o culpando por não tê-lo deixado beijar seus netos e suas filhas na despedida. Labão foi repreendido pelo próprio Deus, mesmo assim não o obedeceu cabalmente, mas parcialmente.

2.    Labão descobre o furto dos ídolos domésticos. Aqui vemos onde Raquel tinha apreendido a ser idólatra. Seu pai era idólatra. Certamente ela cresceu vendo o pai oferecer sacrifícios àqueles deuses estranhos. Quando foi mudar de país, achou que deveria levar aquela maldita herança. É bem verdade também, que havia um costume naquela época, que os detentores dos ídolos, eram os maiores herdeiros do clã. 

Quando saímos para Canaã, devemos deixar toda a bagagem do Egito, inclusive os deuses estranhos. Jacó sabia disso. Mais tarde, quando foram a Betel, para adorar ao Deus verdadeiro, exigiu que todos da sua família lhe entregassem os seus ídolos, e ele os escondeu ao pé de uma árvore (Gn 35. 1-4). Porém, Raquel, era diferente; acreditava que aqueles ídolos podia lhes trazer sorte, por isso os furtou (Gn 31.19). Eram ídolos do lar, estátuas fabricadas de madeira, pedra ou barro.

3.    Raquel usa a mentira para esconder o ídolo. Como sabemos, um mal chama outro. Paulo disse: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13). O Salmista disse: “Um abismo chama outro abismo...” (Sal 42. 7). Labão enganou por muitas vezes a Jacó, agora foi enganado por sua própria filha. Raquel roubou, aí teve que mentir para escapar do crivo severo de seu pai, que buscava por todas as partes seus ídolos. Se os adoradores do único Deus verdadeiro, fossem tão devotos como Labão e Raquel, certamente o Senhor seria adorado com muito mais fervor.

II – UM SANTUÁRIO DE DEUSES NA CASA DE MICA

1.    A idolatria e o caráter antiético de Mica (Jz 17.1-4). Apesar de Mica ser da descendência de Jacó, da tribo de Efraim filho de José, ele fazia parte daquela geração que é citada no segundo capítulo de Juízes, versículo 10,11, que diz: “Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor; pois serviram aos baalins”. Mica fazia parte dessa geração idólatra. Aqui me detenho um pouco no curso da lição, para vos chamar para uma reflexão: Será que não estamos chegando em um tempo em que já há em nosso meio, uma geração que não conheceu as operações miraculosas do Senhor, e nem lhe foi ensinada como devia ser, e, por isso mesmo, já não adora aos Deus verdadeiro, mas, busca ídolos para firmar a sua adoração? Reflitamos!

O intuito de Mica ter aquele oratório de deuses falsos em sua casa, era apenas para obtenção de bens materiais. Chegou a consagrar um de seus próprios filhos ao sacerdócio (Jz 17.5), mesmo não sendo ele da tribo de Levi, porque as coisas estavam sem comando. Quando Deus sai do centro de uma família, e os ídolos tomam conta, o desgoverno também toma conta. Assim estava Israel: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito as seus olhos” (Jz 17.6). Triste é a casa, ou a nação, onde não há governo e todo mundo manda!

2.    A abominação de Mica (Jz 17.5). A história abominável desse homem chamado Mica, cujo nome significa “Quem é como o Senhor nosso Deus?”, vai muito além da idolatria. Envolve um roubo de 13 quilos de prata da própria mãe. E sem saber que era o próprio filho que a havia roubado, a mãe amaldiçoou o ladrão, e como Mica era muito supersticioso, teve medo da maldição da mãe, correu e foi confessar o seu pecado. A mãe o perdoou, e com o fruto do roubo, mandou fazer um “terafin”, ou seja, um deus falso, e o colocou na casa de seu filho Mica. Mica tomou gosto na idolatria, e mandou confeccionar mais e mais deuses, até ter uma casa cheia de falsos deuses (Jz 17.5). Interessante que os adoradores de falsos deuses, não se limitam em gastar dinheiro com suas imagens de escultura, mas os adoradores de Jeová, são remissos em empregar suas economias no Reino de Deus. Reflitamos!

3.    Mica tinha uma casa de deuses (Jz 17.5,6). Como já mencionamos acima, Mica era da linhagem de Jacó. Era da tribo de Efraim, que por sua vez era filho do piedoso José. Porém, isso não o impediu de ser um adorador sincrético, quer dizer, um adorador de vários deuses. Dizia também ser adorador do Deus verdadeiro, mas, nosso Deus não aceita tal adoração. Ou Ele é unicamente adorado por nós, ou então não recebe tal adoração. Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Veja que Mica, na intensão de adorar ao Deus verdadeiro, mandou fazer um éfode e consagrou seu filho como sacerdote, para oferecer os sacrifícios ordenados pela lei de Moisés. Depois, apareceu em sua casa um varão levita, o qual, sem perca de tempo, assalariou o rapaz, e o fez seu sacerdote (Jz 17.5,7-13), ficando com isso muito satisfeito, dizendo que agora sim, seria abençoado, por ter um moço levita como sacerdote de sua casa. O caro leitor tem visto que o único desejo religioso de Mica eram as bençãos materiais. Será que isso difere da grande maioria dos cristãos de hoje? Quase todos, estão nas igrejas em busca de benefícios terrenos, sem pensar nem um pouco, que a vida aqui é passageira, e que teremos depois da morte a vida eterna, seja no céu ou no inferno. Mica era do tipo, que, as pessoas que chegavam em sua casa, encontrariam um deus para cada gosto. Ele não queria desagradar a ninguém. Porém, esse tipo de adoração não é compatível com a fé no Deus verdadeiro (Sal 115.1-10).

III – A IDOLATRIA DENTRO DOS LARES

O comentarista de nossa lição, baseado nos dois casos de idolatria dentro de lares israelitas, que supostamente deveriam ser monoteístas, adorando apenas a Javé, mostra que a influência pagã foi tão forte que os levou a confiar em deuses pagãos e adorá-los. Com estes exemplos ele nos leva a refletir sobre a idolatria dentro dos lares cristãos na atualidade.

1.    Os ídolos domésticos dos tempos atuais. Paulo advertiu aos crentes de Corinto, dizendo: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1Co 10.14). A idolatria é sorrateira, insidiosa. Muitas vezes ela vem disfarçada de tal modo, que o incauto não percebe que está caindo em suas teias. É como a aranha, que pega a mosca, sem que ela perceba, e quando da fé, já está enredada, sem poder sair. Por isso, tanto Paulo, quanto o apóstolo João da esse sério conselho à Igreja.

No tempo do apóstolo das revelações apocalípticas, já havia irmãos que tinham seus ídolos caseiros (feito Mica), por isso João aconselha: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21). Essa palavra “ídolo”, vem do grego eidolon, segundo o dicionário VINE, é primariamente “fantasma” ou “semelhança” (derivado de eidos, “aparência”, literalmente, “aquilo que é visto), ou “ideia, imaginação”, denota no Novo Testamente: (a) “ídolo”, “imagem que representa um falso deus (At 7.41; 1Co 12.2; Ap 9.20); (b) “o falso deus” adorado numa imagem (At 15.20; Rm 2.22; 1Co 8.4,7; 10.19; 2Co 6.16; 1Ts 1.9; 1Jo 5.21) (DICIONÁRIO VINE – CPAD). Para Vicent, quando João diz: “Guardai-vos dos ídolos”, “a ordem tem, aparentemente, o significado paulino mais amplo: guardar-se contra tudo que ocupa o lugar devido a Deus”. (VICENT – Estudo no Vocabulário Grego do Novo Testamento – CPAD). Como diz nosso comentarista: “Qualquer coisa pode se tornar um ídolo dentro de casa por exemplo: um emprego, um carro, um dinheiro, um filho um pai ou mãe, um estilo de vida”, e pergunta ele: “Como identificar a idolatria dentro e fora de casa?” Responde: “Tudo aquilo que requer lealdade e honra acima de Deus se constitui idolatria”. Nas palavras paulinas, “O ídolo, nada é no mundo” (1Co 8.4); para o salmista, tanto os ídolos quanto os seus adoradores, tornam-se a mesma coisa, quer dizer, não tem nenhum valor. Eis o perigo em endeusar pessoas, colocando-as na posição, ou acima, do Senhor Deus Todo-poderoso, que é o único digno de ser de fato adorado.

2.    Identificando os ídolos modernos dentro dos lares.  Não temos a menor dúvida que a mídia, mesmo sendo “neutra”, como falou o pastor Elienai Cabral, massifica ideias, controla, impõe, cobra, expõe, exalta, humilha, dá poder, como também empobrece. Ela é quase onipresente.  Os fatos ocorrem no Japão, e em poucos segundo, está espalhado por todo o planeta terra. Por esse motivo muitos a enaltecem e a exaltam com a um deus, e a tomam por deus e senhor de sua vida.

Vale salientar ainda neste ponto, quando falamos em identificar os ídolos modernos dentro dos lares, e, deve ser feito aqui a diferenciação de lares que não conhecem ao Deus verdadeiros, daqueles que O conhecem; e perguntar a nós mesmos: Quais são os ídolos que têm tomado o lugar singular do Pai, Filho e Espírito Santo? O que tem feito que eu desvie o meu olhar contemplativo e adorador ao Santo, Santo, Santo? Jó no capítulo 31, conhecido como o capítulo do “se”, disse: “Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, que caminhava esplendente, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e beijos lhes atirei com a mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria eu ao Deus lá de cima” (Jó 31. 26-28). Quantos ídolos têm sido colocado no lugar de Deus! Homens e mulheres famosos, sejam no campo da música, esportes, ciência, religião, etc. Cada um têm seus fãs, que brigam por eles; se matam por eles; se digladiam pelas redes sociais por eles. Difamam quem quer, e exaltam quem quer. Quantos que perdem tempo que poderia ser empregado para exaltar ao Deus dos céus, e ficam brigando por A ou B. Exaltando as qualidades de homens mortais, que tem apenas o folego em seu nariz, nada mais.

3.    Precisamos reagir contra os inimigos da família. Disse Jesus: “Vós sois o sal da terra e, se o sal for insípido, com que se há de salgar?” (Mt 5.13). Esta expressão do Mestre da Galileia tem um seriedade tamanha para nós, a Igreja de Cristo nos tempos modernos. A igreja primitiva e dos séculos passados, já fizeram o seu papel, iluminando a sociedade que estava em trevas, apontando para o único e verdadeiro Deus. Lendo o Livro HISTÓRIA ECLESIÁSTICA de Eusébio de Cesareia, aprendemos que os próprios apóstolos de Cristo, não queriam escrever nada, para não serem tidos como grandes; foram, porém, obrigados a escreverem para nos deixar o legado do Evangelho de Cristo. Pedro, quando foi preso e queriam crucificá-lo como o seu Senhor em uma cruz, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como seu Salvador, e assim o fizeram. Eram homens e mulheres, que davam toda honra e a gloria somente ao Senhor.

CONCLUSÃO

Paulo, tinha um senso tão refinado quanto a adoração ao Senhor, que chegou a dizer: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Devemos sim, como Igreja do Senhor no século 21, fazer tudo, mesmo as coisas mais simples na família, como cercar a mesa do almoço, ou do jantar, deixar transparecer para os nossos familiares, que o único a ser exaltado e glorificado seja a Trindade Santa, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Destroçamos completamente todos os ídolos em nossos corações, e entronizamos definitivamente ao Senhor no trono primário de todo nosso ser.

Amém

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