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segunda-feira, 10 de abril de 2023

CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA

 

LIÇÃO 3



CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA

TEXTO ÁUREO

Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16).

VERDADE PRÁTICA

O ciúme é uma obra da carne e só o fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins dessa emoção.

Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 37. 1-4,11,18,23,24,28

Objetivos:

1.    Refletir sobre as consequências do favoritismo e do ciúme na família de Jacó;

2.    Identificar os males que o ciúme provoca nos relacionamentos;

3.    Compreender que o homem precisa orientar seu coração pela Palavra de Deus e não por suas emoções carnais.

 

INTRODUÇÃO

A palavra ciúmes no Novo Testamento, vem do grego dzelos, que vem de dzeo, um verbo primário, que significa “estar quente (ferver, sobre líquidos; ou reluzir, sobre sólidos); fervilhar, borbulhar, ferver. Então dzelos, tem o sentido de calor, “zelo” ciúme, como de um esposo. Emulação, inveja, mente invejosa. (Bíblia de Estudo Palavras-Chave - CPAD).

Apesar do ciúme ser um sentimento pernicioso, é algo inerente ao ser humano. Quem já não sentiu uma pontinha de ciúmes de alguém, ou de alguma coisa? Como está na introdução da revista do professor: há aqueles que sentem ciúmes até de seus cargos na igreja, e como há, não é mesmo? Porém, como neste trimestre estamos tratando sobre o relacionamento familiar, vamos, nesta lição especificamente tratar sobre as consequências do ciúme na família. E para tanto, nos reportaremos à história da família do patriarca Jacó, que é, além de comovente, também dramática.

José o filho amado do patriarca, estará no centro de nossa lição de hoje, por ser ele o alvo do ciúme dos seus irmãos. Não se pode negar a preferência, ou a predileção que seu pai tinha por ele, tornando-o a pessoa da máxima confiança de seu genitor. José, até por imaturidade (pois ainda era apenas um adolescente), delatava as más ações de seus irmãos para seu pai, e por esse motivo conquistou o ódio de seus irmãos mais velhos que ele. Veremos os males causados pelo ciúme e a inveja no seio desta família, e, quais lições podemos tirar para nossos dias de hoje.

I – A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS

1.    A preferência de Jacó. Em Gênesis 37.3, lemos que “Jacó amava a José mais do que a todos os seus filhos”. Israel tivera doze filhos homens. Dois deles, José e Benjamin, foram gerados de Raquel, a esposa amada de Jacó. Como diz nosso comentarista, “é possível que o patriarca tenha percebido que havia algo especial em relação a José”. Sendo Jacó um homem que tinha um estreito relacionamento com Deus, certamente que lhe fora revelado algo sobre esse filho, que não era o mais novo, porém, gerado já em sua velhice.

Com uma família tão numerosa, Jacó, certamente deveria saber as diferenças de personalidade, temperamento, caráter e emoção que tinham seus filhos. Apesar de ser duas esposas e duas concubinas, o pai era único. Então, o papel de Jacó era preponderante para a unidade da família, já que o mesmo não se podia dizer quanto as mães, por serem várias. Mas Jacó deixou transparecer essa preferência por José, e isso não foi visto com bons olhos pelos outros filhos. Aqui podemos lembrar do irmão do filho pródigo, que também não gostou da festa que o pai estava dando pelo retorno de seu irmãos (Lc 15.26-30).

2.    O ciúme em meio a preferência. Aquela túnica de várias cores, confeccionada exclusivamente para um filho entre doze, causou um sentimento nada agradável na família do patriarca Jacó. Imaginemos se isso ocorresse hoje? Em um lar onde há três ou quatro filhos, e o pai chegasse com um presente apenas para um, mesmo sem ser o dia de seu aniversário? O reboliço seria grande! Pois bem, não foi diferente com José. Aquela atitude causou ciúmes nos demais filhos. Vejamos o que diz a Bíblia: “Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente” (Gn 37.4). Que problemão!

3.     inveja não permite compreender os desígnios de Deus. Além do amor preferencial que o seu pai lhe proporcionava, ainda lá vem José com uns sonhos que sempre o colocava em superioridade a seus irmãos. Primeiro foi o sonho dos molhos de trigo, que se inclinavam para o seu molhos. Depois teve outro sonho, onde via o sol, a lua e onze estrelas, que se inclinavam para ele também (Gn 37.7-9). Tudo isso fazia com que seus irmãos tivessem mais ódio e inveja dele. Há um aprendizado sábio para todos nós aqui neste episódio: Não conte os seus sonhos a qualquer pessoa. Nem todos estão interessados em ver o teu progresso. Mesmo que os sonhos de José tinham um caráter profético, seus irmãos entenderam que era muita presunção daquele garoto, em achar que dominaria sobre eles. Isso de fato aconteceu anos mais tarde, quando José se tornou governador do Egito, e seus irmãos vieram e se prostraram diante dele, suplicando-lhe misericórdia (Gn 42.7-9).

II – O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITO

1.    A túnica: o símbolo do desprezo. Uma túnica de várias cores demorava muito tempo para ser produzida e custava muito caro. A ideia dessa vestimenta era que todos que olhassem para quem estivesse a vestindo entendesse a importância daquela pessoa, pois quem usava a túnica colorida seria o herdeiro do patriarca. O favoritismo que Jacó demostrou a José o presenteando com aquela capa colorida, ajudou na construção de um muro de separação muito forte no seio da sua família. Aquela túnica de várias cores era um objeto, naquele tempo muito caro. Só era realmente presenteado para alguém muito especial. Jacó demonstra todo seu favoritismo por José quando lhe dá essa túnica, e cria uma arena de rivalidade dentro de seu próprio lar. O sentimento de ciúme, pese ser abstrato, se manifesta através de coisas materiais, como uma pessoa, um objeto, um projeto de trabalho, uma cargo na igreja, um título acadêmico, etc.

2.    Ciúme: o agente do conflito familiar.  Como já mencionei acima, José, além do favoritismo do pai, ainda agiu com inexperiência, até pela sua tenra idade. E seus irmãos, feridos pelo tratamento dado pelo pai, não queriam nem sequer falar com seu irmão José. As agressões físicas seria apenas questão de tempo e oportunidade, como de fato vieram a ocorrer.

Tenho que relatar na íntegra o que escreve o pastor Elienai Cabral, por entender que são palavras que precisam serem repetidas, e, certamente servirão como remédio contra esse tão grande mal, o ciúmes, seja por pessoas, bens, títulos, ou outra coisa qualquer. Disse ele: “O ciúme é uma emoção que tem origem no egoísmo. É uma infecção que se espalha no corpo doente. A inveja, o rancor e o ódio, geralmente, têm no ciúme o nascedouro”. Muito sério esse assunto! O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios que tudo o que provoca contendas e dissensões tem como origem a carne (1Co 3.3). O ciúme é uma obra da carne. Por outro lado, aquele tem verdadeiramente o amor de Deus no coração não se deixa levar por esse perverso sentimento, pois “O amor não arde em ciúmes” (1Co 13.4 – ARA).

3.    A extensão do ciúme. Aqui, estamos analisando o ciúme apenas na relação entre irmãos, porém, ele poderá estar presente em todas as relações, e o que é pior, causando grandes males, seja na família, na vida conjugal, no ambiente de trabalho, nas amizades, e em qualquer relacionamento onde alguém dê vazão a ele, começarão prontamente os problemas. O ciúme, a falta de confiança e a insegurança são inseparáveis. Todo ciumento se torna um controlador. Devemos tomar cuidado, pois a linha entre o zelo como cuidado e o ciúmes pode ser muito tênue.

III – OS MALES DO CIÚME.

1.    O ciúme pode causar tragédias familiares. Você já foi alvo de ciúmes? Você já teve ciúmes de alguém, ou de algum objeto? A resposta a essas perguntas, certamente serão afirmativas. Porém, se te perguntarem: poderia o ciúme fazer você sentir vontade de matar alguém? Talvez você responda até meio que chateado, dizendo: isso é pergunta que se faça? Porém, lembre-se, que dez irmãos, apenas por ciúme, tentaram matar o próprio irmão mais jovem por causa de uma túnica e dois sonhos. O ciúme cega até os mais sábios!

Quantas tragédias já ocorreram por causa do ciúme? Pelo ciúme homens e mulheres tem tramado a morte de seus cônjuges. Pessoas prejudicam a outros simplesmente por estarem enciumadas. Jesus sofreu na pele o ciúme dos sacerdotes porque seu ministério começou a crescer. Hoje em dia, enquanto você permanece pequeno, fique tranquilo, ninguém vai te incomodar, porém, se começar a crescer, tome muito cuidado, pois começarás a ser alvo de ciúmes e inveja.

2.    O ciúmes entre os santos de Deus. Isso é triste dizer, mas, até dentro da igreja se vê muito o tal do ciúmes. Quantas pessoas que não suportam ver alguém ser seu amigo, e ao mesmo tempo ter outros amigos. Ele é exclusivista. Amigo meu, é só meu, diz ele. Isso é pecado de egoísmo. Jesus era amigos até de Judas. Nem a falsidade de Judas mudou o caráter amigável de Jesus. Para acabar com uma amizade, se calunia, difama e ofende o irmão em Cristo ou colega de ministério. Disse o pastor Elienai: “Que o Espírito Santo guarde os nossos corações, de modo que produzamos o fruto do amor, e “Não sejamos cobiçosos de vangloria, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.25).

3.    Vencendo o ciúme. Como vencer esse mal chamado ciúme? Qualquer obra da carne somente será vencida pelo poder do Espírito Santo de Deus. Como disse Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). O homem em seu estado natural e carnal, sempre dará vazão as obras carnais, e o ciúme é uma delas. Depois, precisa alimentar a mente com a Palavra de Deus. O salmista disse: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar conta ti” (Sal 119.11). Paulo escreveu aos Filipenses dizendo: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fl 4.8). Salomão escreveu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). A palavra de Deus ainda é o melhor antídoto para tratar qualquer emoção negativa.

CONCLUSÃO

Não é nada fácil deter o espírito do ciúme. A própria Bíblia fala sobre isso: “Porque furioso é o ciúme do marido; e de maneira nenhuma perdoará no dia da vingança” (Pv 6.34). Porém, há um modo de detê-lo: é orando a Deus, lendo a Palavra, para que seja gerado em nós o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Como disse o pastor Elienai Cabral: “Este desenvolve a nossa alma para a prática das virtudes cristãs e, ao mesmo tempo, enfraquece as emoções humanas provenientes dos vícios da alma”.

Amém

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