LIÇÃO 3
CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA
TEXTO ÁUREO
“Porque, onde há inveja e espírito
faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16).
VERDADE PRÁTICA
O ciúme é uma obra da carne e só o
fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins dessa emoção.
Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 37. 1-4,11,18,23,24,28
Objetivos:
1. Refletir sobre as consequências do
favoritismo e do ciúme na família de Jacó;
2. Identificar os males que o ciúme
provoca nos relacionamentos;
3. Compreender que o homem precisa
orientar seu coração pela Palavra de Deus e não por suas emoções carnais.
INTRODUÇÃO
A palavra ciúmes no Novo Testamento,
vem do grego dzelos, que vem de dzeo, um verbo primário, que
significa “estar quente (ferver, sobre líquidos; ou reluzir, sobre sólidos);
fervilhar, borbulhar, ferver. Então dzelos, tem o sentido de
calor, “zelo” ciúme, como de um esposo. Emulação, inveja, mente
invejosa. (Bíblia de Estudo Palavras-Chave - CPAD).
Apesar do ciúme ser um sentimento
pernicioso, é algo inerente ao ser humano. Quem já não sentiu uma pontinha de
ciúmes de alguém, ou de alguma coisa? Como está na introdução da revista do
professor: há aqueles que sentem ciúmes até de seus cargos na igreja, e como
há, não é mesmo? Porém, como neste trimestre estamos tratando sobre o
relacionamento familiar, vamos, nesta lição especificamente tratar sobre as
consequências do ciúme na família. E para tanto, nos reportaremos à história da
família do patriarca Jacó, que é, além de comovente, também dramática.
José o filho amado do patriarca,
estará no centro de nossa lição de hoje, por ser ele o alvo do ciúme dos seus
irmãos. Não se pode negar a preferência, ou a predileção que seu pai tinha por
ele, tornando-o a pessoa da máxima confiança de seu genitor. José, até por
imaturidade (pois ainda era apenas um adolescente), delatava as más ações de
seus irmãos para seu pai, e por esse motivo conquistou o ódio de seus irmãos
mais velhos que ele. Veremos os males causados pelo ciúme e a inveja no seio
desta família, e, quais lições podemos tirar para nossos dias de hoje.
I – A FALHA NO
TRATAMENTO DOS FILHOS
1. A preferência de Jacó. Em Gênesis 37.3, lemos que “Jacó
amava a José mais do que a todos os seus filhos”. Israel tivera doze filhos
homens. Dois deles, José e Benjamin, foram gerados de Raquel, a esposa amada de
Jacó. Como diz nosso comentarista, “é possível que o patriarca tenha percebido
que havia algo especial em relação a José”. Sendo Jacó um homem que tinha um
estreito relacionamento com Deus, certamente que lhe fora revelado algo sobre
esse filho, que não era o mais novo, porém, gerado já em sua velhice.
Com uma família tão numerosa, Jacó,
certamente deveria saber as diferenças de personalidade, temperamento, caráter
e emoção que tinham seus filhos. Apesar de ser duas esposas e duas concubinas,
o pai era único. Então, o papel de Jacó era preponderante para a unidade da
família, já que o mesmo não se podia dizer quanto as mães, por serem várias.
Mas Jacó deixou transparecer essa preferência por José, e isso não foi visto
com bons olhos pelos outros filhos. Aqui podemos lembrar do irmão do filho
pródigo, que também não gostou da festa que o pai estava dando pelo retorno de
seu irmãos (Lc 15.26-30).
2. O ciúme em meio a preferência. Aquela túnica de várias cores,
confeccionada exclusivamente para um filho entre doze, causou um sentimento
nada agradável na família do patriarca Jacó. Imaginemos se isso ocorresse hoje?
Em um lar onde há três ou quatro filhos, e o pai chegasse com um presente
apenas para um, mesmo sem ser o dia de seu aniversário? O reboliço seria
grande! Pois bem, não foi diferente com José. Aquela atitude causou ciúmes nos
demais filhos. Vejamos o que diz a Bíblia: “Vendo, pois, seus irmãos que seu
pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam
falar com ele pacificamente” (Gn 37.4). Que problemão!
3. inveja não permite compreender os desígnios de
Deus. Além do amor
preferencial que o seu pai lhe proporcionava, ainda lá vem José com uns sonhos
que sempre o colocava em superioridade a seus irmãos. Primeiro foi o sonho dos
molhos de trigo, que se inclinavam para o seu molhos. Depois teve outro sonho,
onde via o sol, a lua e onze estrelas, que se inclinavam para ele também (Gn
37.7-9). Tudo isso fazia com que seus irmãos tivessem mais ódio e inveja dele.
Há um aprendizado sábio para todos nós aqui neste episódio: Não conte os seus
sonhos a qualquer pessoa. Nem todos estão interessados em ver o teu progresso.
Mesmo que os sonhos de José tinham um caráter profético, seus irmãos entenderam
que era muita presunção daquele garoto, em achar que dominaria sobre eles. Isso
de fato aconteceu anos mais tarde, quando José se tornou governador do Egito, e
seus irmãos vieram e se prostraram diante dele, suplicando-lhe misericórdia (Gn
42.7-9).
II – O CIÚME COMO CAUSA
DE CONFLITO
1. A túnica: o símbolo do desprezo. Uma túnica de
várias cores demorava muito tempo para ser produzida e custava muito
caro. A ideia dessa vestimenta
era que todos que olhassem para quem estivesse a vestindo entendesse a
importância daquela pessoa, pois quem usava a túnica colorida seria o herdeiro
do patriarca. O favoritismo que Jacó demostrou a José o presenteando com aquela
capa colorida, ajudou na construção de um muro de separação muito forte no seio
da sua família. Aquela túnica de várias cores era um objeto, naquele tempo
muito caro. Só era realmente presenteado para alguém muito especial. Jacó demonstra
todo seu favoritismo por José quando lhe dá essa túnica, e cria uma arena de
rivalidade dentro de seu próprio lar. O sentimento de ciúme, pese ser abstrato,
se manifesta através de coisas materiais, como uma pessoa, um objeto, um
projeto de trabalho, uma cargo na igreja, um título acadêmico, etc.
2. Ciúme: o agente do conflito familiar. Como já
mencionei acima, José, além do favoritismo do pai, ainda agiu com
inexperiência, até pela sua tenra idade. E seus irmãos, feridos pelo tratamento
dado pelo pai, não queriam nem sequer falar com seu irmão José. As agressões
físicas seria apenas questão de tempo e oportunidade, como de fato vieram a
ocorrer.
Tenho que relatar na íntegra o que escreve o
pastor Elienai Cabral, por entender que são palavras que precisam serem
repetidas, e, certamente servirão como remédio contra esse tão grande mal, o
ciúmes, seja por pessoas, bens, títulos, ou outra coisa qualquer. Disse ele: “O
ciúme é uma emoção que tem origem no egoísmo. É uma infecção que se espalha no
corpo doente. A inveja, o rancor e o ódio, geralmente, têm no ciúme o
nascedouro”. Muito sério esse assunto! O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios
que tudo o que provoca contendas e dissensões tem como origem a carne (1Co 3.3).
O ciúme é uma obra da carne. Por outro lado, aquele tem verdadeiramente o amor
de Deus no coração não se deixa levar por esse perverso sentimento, pois “O
amor não arde em ciúmes” (1Co 13.4 – ARA).
3. A extensão do ciúme. Aqui, estamos analisando o ciúme apenas na
relação entre irmãos, porém, ele poderá estar presente em todas as relações, e
o que é pior, causando grandes males, seja na família, na vida conjugal, no
ambiente de trabalho, nas amizades, e em qualquer relacionamento onde alguém dê
vazão a ele, começarão prontamente os problemas. O ciúme, a falta de confiança
e a insegurança são inseparáveis. Todo ciumento se torna um controlador.
Devemos tomar cuidado, pois a linha entre o zelo como cuidado e o ciúmes pode
ser muito tênue.
III – OS MALES DO CIÚME.
1. O ciúme pode causar tragédias familiares. Você já foi alvo de ciúmes? Você já teve
ciúmes de alguém, ou de algum objeto? A resposta a essas perguntas, certamente
serão afirmativas. Porém, se te perguntarem: poderia o ciúme fazer você sentir
vontade de matar alguém? Talvez você responda até meio que chateado, dizendo:
isso é pergunta que se faça? Porém, lembre-se, que dez irmãos, apenas por
ciúme, tentaram matar o próprio irmão mais jovem por causa de uma túnica e dois
sonhos. O ciúme cega até os mais sábios!
Quantas tragédias já ocorreram por causa do
ciúme? Pelo ciúme homens e mulheres tem tramado a morte de seus cônjuges. Pessoas
prejudicam a outros simplesmente por estarem enciumadas. Jesus sofreu na pele o
ciúme dos sacerdotes porque seu ministério começou a crescer. Hoje em dia,
enquanto você permanece pequeno, fique tranquilo, ninguém vai te incomodar,
porém, se começar a crescer, tome muito cuidado, pois começarás a ser alvo de
ciúmes e inveja.
2. O ciúmes entre os santos de Deus. Isso é triste dizer, mas, até dentro da igreja
se vê muito o tal do ciúmes. Quantas pessoas que não suportam ver alguém ser
seu amigo, e ao mesmo tempo ter outros amigos. Ele é exclusivista. Amigo meu, é
só meu, diz ele. Isso é pecado de egoísmo. Jesus era amigos até de Judas. Nem a
falsidade de Judas mudou o caráter amigável de Jesus. Para acabar com uma
amizade, se calunia, difama e ofende o irmão em Cristo ou colega de ministério.
Disse o pastor Elienai: “Que o Espírito Santo guarde os nossos corações, de
modo que produzamos o fruto do amor, e “Não sejamos cobiçosos de vangloria,
provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.25).
3. Vencendo o ciúme. Como vencer esse mal chamado ciúme? Qualquer
obra da carne somente será vencida pelo poder do Espírito Santo de Deus. Como
disse Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a
concupiscência da carne” (Gl 5.16). O homem em seu estado natural e carnal,
sempre dará vazão as obras carnais, e o ciúme é uma delas. Depois, precisa
alimentar a mente com a Palavra de Deus. O salmista disse: “Escondi a tua
palavra no meu coração, para eu não pecar conta ti” (Sal 119.11). Paulo
escreveu aos Filipenses dizendo: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai” (Fl 4.8). Salomão escreveu: “Sobre tudo o que se
deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida”
(Pv 4.23). A palavra de Deus ainda é o melhor antídoto para tratar qualquer
emoção negativa.
CONCLUSÃO
Não é nada fácil deter o espírito do ciúme. A
própria Bíblia fala sobre isso: “Porque furioso é o ciúme do marido; e de
maneira nenhuma perdoará no dia da vingança” (Pv 6.34). Porém, há um modo
de detê-lo: é orando a Deus, lendo a Palavra, para que seja gerado em nós o
fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Como disse o pastor Elienai Cabral: “Este
desenvolve a nossa alma para a prática das virtudes cristãs e, ao mesmo tempo,
enfraquece as emoções humanas provenientes dos vícios da alma”.
Amém
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