LIÇÃO
02
A
PREDILEÇÃO DOS PAIS POR UM DOS FILHOS
TEXTO
ÁUREO
“E
amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.”
(Gn 25.28)
VERDADE
PRÁTICA
A
preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na
formação deles.
Leitura Bíblica em Classe
– Gênesis
25. 19-28
Objetivos da lição
1. Apresentar
o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca;
2. Apontar
a predileção dos filhos como uma das principais causas de conflito familiar;
3. Explicar
os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e
espiritual dos filhos.
INTRODUÇÃO
A
história de nossa lição de hoje, versa sobre mais um casal do Gênesis: Isaque e
Rebeca. Isaque era filho de Abraão e Sara. Apesar de ser àquele que daria sequência
na linha patriarcal do povo hebreu, sabemos que ele foi criado, tendo a predileção
de seus pais, por ser chamado o filho da promessa. Seu irmão Ismael, que era
filho de Abraão com a escrava Agar, chegou a ser mandado embora, e só não morreu
de sede no deserto por intervenção divina. Isaque tinha tudo para ser um pai
que também repetiria a predileção por um filho. E não foi diferente, como diz o
pastor Elienai Cabral: “A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz
repetição da de Abraão e Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os
sentimentos de sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um alto preço”.
Desde
já, convém acentuarmos, que a vontade de Deus para a família, é que os filhos sejam
tratados de igual modo por seus genitores. Não há nenhuma vantagem, nem para o
casal, nem tampouco para os filhos, que um seja o “xodó” do pai e outro da mãe.
Essa não é a vontade de Deus para a família como um todo.
I – O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E A SUA PRESCIÊNCIA
1. O
plano divino para a família de Isaque e Rebeca. Entendemos
que o jovem Isaque e a Jovem Rebeca, quando se casaram, já tinham a consciência
de que seriam a continuidade do plano de Deus para abençoar todas as famílias da
terra. Por indução, lendo Gênesis 18.19, entendemos que Abraão deve sim, ter
falado dos planos de Deus para a sua vida e a sua família, onde diz: “Porque
eu tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois
dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agirem com justiça e juízo;
para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado”. Isso
quem disse foi o próprio Senhor. Se os planos são de Deus, ninguém pode
impedir. Com isso não significa que devemos esperar de mãos abanando, ou sentados
em casa sem fazer nada. Quando Isaque descobriu que sua esposa era estéril, foi
orar incessantemente ao Senhor, pedindo que abrisse a madre de sua esposa (Gn
25.21).
2. O
propósito presciente de Deus. Presciência é um
atributo incomunicável de Deus, quer dizer, só Deus pode de fato ter esse atributo,
ninguém mais, nem mesmo o diabo tem. Presciência é ter ciência de algo que vai
acontecer no futuro, previamente. Isso só Deus tem. Só Ele sabe todas as coisas
do princípio ao fim. Só o Senhor pode dizer assim: “Lembrai-vos das coisas
passadas desde a antiguidade: que sou Deus, e não há outro Deus, não há outro
semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade,
as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei
toda a minha vontade” (Is 46.9,10).
Entender
os atos da presciência e da soberania de Deus, muitas vezes não é tão fácil.
Porém, sabemos que os planos de Deus são maiores, melhores e muito, mas, muito
mais perfeitos e sensatos que os nossos. Não conhecemos nada a não ser o agora.
Nem sabemos o que está por trás da parede, nem mesmo o que sucederá daqui a um
minuto. Portanto, vale a pena confiar da vontade de Deus, que, como nos ensinou
Paulo, é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).
II – O CONFLITO FAMILIAR
1. A
esterilidade de Rebeca. Havia uma promessa a ser cumprida. Ao
amaldiçoar a serpente lá no Éden, o Eterno Criador disse: “E porei inimizade
entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a
cabeça, e tu lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). Significa dizer, que a mulher
estéril não esperava que essa promessa se cumprisse em sua vida. Podemos até
pensar, que cada vez que uma mulher, da linhagem dos filhos de Deus engravidava,
poderia pensar: Será que este menino será aquela semente que Criador falou? Rebeca
era estéril, portanto, estava impedida de ser aquela que traria a luz a semente
profetizada. Portanto, não havia outra saída, a não ser orar. Foi o que Isaque
fez (Gn 25.21). Deus ouviu as suas orações, e Rebeca foi curada daquela
esterilidade e engravidou.
Podemos
até pensar: Se estava dentro dos planos eternos de Deus, não precisava nem mesmo
Isaque orar, que ia acontecer de qualquer modo. Isso é um pensamento comodista.
Mesmo que Deus tenha seus planos com nossa vida, se faz necessário buscarmos a
sua soberana vontade, para andarmos alinhados com aquilo que o Senhor quer de
fato para nós. Nós vamos ver os patriarcas e profetas, sempre buscando a face
do Senhor em oração, para que as coisas viessem acontecer em suas vidas, família,
nação etc.
2. O
favoritismo do casal pelos filhos. Havia uma dificuldade a
ser vencida pelo casal. Os dois jovens, apesar de gêmeos, eram bem diferente um
do outro, isso tanto física, como de talentos e gostos. Enquanto um era peludo,
o outro era liso. Enquanto um gostava de viver no mato caçando, parecendo meio
grosseiro, o outro era caseiro e dócil. Por outro lado, Esaú era o mais velho, pois
havia nascido primeiro (Gn 25.25-28). Tinha legalmente o direito da
primogenitura, porém, Jacó tinha a promessa, que fora revelada a sua mãe Rebeca
(Gn 25.23). Como a Bíblia é um resumo dos resumos da história humana, então
podemos conjecturar que havia conversas entre o casal sobre o futuro dos dois
filhos. Por algumas vezes Rebeca lembrou ao marido o que Deus havia prometido ao
filho menor, Jacó. Porém, parece que isso não soava bem aos ouvidos de Isaque,
que amava mais a Esaú, porque caçava, e certamente, sempre trazia aquela caça
que Isaque mais gostava. Como também, parecia mais forte, mais disposto, mais
preparado para dar sequência no patriarcado da família. Sempre é assim: as
escolhas pela aparência, pelo que os olhos veem. Porém, Deus é diferente do
homem. O homem vê o que está por fora, Deus vê o coração (1Sm 16.7).
III – O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS NA FAMÍLIA
1. Esaú,
o filho predileto de Isaque. Isaque ignorou a
profecia, e queria fazer cumprir na vida de Esaú a legalidade, de que o filho
mais velho fosse o que recebesse a benção patriarcal (Gn 49.3; Sal 78.51). Como
conjecturamos anteriormente, mesmo, quem sabe, tendo conversado sobre a
profecia sobre a vida do menor, Jacó, Isaque queria ministrar a benção sobre
Esaú. É importante buscarmos a presença do Senhor, para sabermos, quando o
natural está sendo mudado para o sobrenatural. A regra nem sempre é cumprida pelo cronograma
de Deus. Muitas vezes perguntamos como Rebeca: “Se assim é, por que sou
assim? (Gn 25.22). Então, o melhor, é fazer como ela fez: “...E
foi-se a perguntar ao Senhor”. Perguntemos ao Senhor, pois há situações que
somente Ele tem a resposta certa para nossas indagações.
2. Jacó,
o filho predileto de Rebeca. É aquele negócio de
querer ajudar a Deus. Isso aconteceu com Abraão e Sara também, porém, não deu
certo. Da mesma forma Rebeca procura dar uma forcinha nos planos de Deus. Por
mais que pareça, isso não é fazer a vontade de Deus. Pois o Senhor faz todas as
coisas a seu tempo, e não no tempo do homem. Lembremos-nos do caso entre Maria e
Jesus na festa de casamento, quando a mãe de Jesus quis dar uma força para os
noivos, pedindo para Jesus operar milagres. A resposta de Jesus foi clara: “Mulher,
ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4). Como é difícil esperarmos a
hora de Deus, não é mesmo? O homem na sua finitude, quer logo resolver as
coisas a seu modo, porém, devemos ficar no Salmo 40 e dizer como o Salmista: “Esperei
com paciência no Senhor...”.
Muitas
coisas houve entre aqueles dois irmãos. O mais grave de todos foi a venda do
direito de primogenitura por parte de Esaú por um prato de lentilhas (Gn
25.29-34). Pode até ser que Esaú não tenha levado aquilo a sério, mas Jacó não
estava brincando.
Rebeca,
então, arquiteta um plano para que Jacó recebesse a benção no lugar de seu
irmão Esaú. Enquanto Esaú estava no campo, procurando um animal para abater,
Rebeca preparou um cabrito, e vestiu Jacó com as vestes de seu irmão, colocou
do pelo do animal nos braços lisos e no pescoço de Jacó, e ele foi levar para
seu pai, para ser abençoado. Realmente um plano muito bem elaborado, que, caso Isaque
não tivesse cego, jamais passaria. Porém, aproveitando da cegueira do pai, Jacó
chega, passando-se por Esaú e recebe a benção da primogenitura por parte do
patriarca Isaque (Gn 17.24-29). Foi de fato um fraqueza de caráter muito grande
por parte de Rebeca.
3. O
problema da predileção pelos filhos. Apesar de sabermos dos
planos de Deus para com Jacó, e que ele era de fato o escolhido de Deus, mesmo
antes de seu nascimento (Mal 1. 2,3), vimos uma falta de controle dos pais na
criação de seus dois filhos. Primeiro, havia uma divisão de amor entre os pais.
Isaque amava a Esaú, e a Bíblia deixa claro, que o seu amor era interesseiro: “E
amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; ...” (Gn 25. 28). A
maioria dos amores nos nossos dias são assim. Sempre tem que ter um motivo para
amar. E Rebeca amava a Jacó. A
Bíblia não diz por qual motivo, apenas diz que ela amava e pronto.
Faltou,
tanto em Isaque quanto em Rebeca uma avaliação do prejuízo que isso causaria
nos filhos. E esta historia bíblica, nos ensina que é uma grande tragédia moral
e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos, pois os mesmos são
herança do Senhor (Sal 127.3). Aqui aprendemos também, que Deus não faz acepção
de pessoas, por isso mesmo Jesus morreu na cruz, para perdoar os pecados de
todos que se chegam a Ele. Não há aqui aquela doutrina, que Deus fez uns para
perdição e outros para salvação. João três e dezesseis nos diz que “Deus amou
o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle
crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus trata-nos todos iguais!
Nós,
pais, olhando o exemplo de nosso Pai que está nos céus, devemos tratar nossos filhos todos por igual. Eles não são e nunca serão iguais, mas nosso amor,
carinho, respeito e oração deve ser igual por todos os nossos filhos. Eles
precisam sentir-se abraçados por seus pais de uma maneira igualitária. Não há
mais feio nem mais bonito. Não há o mais sábio ou o menos sábio. Todos são
filhos e assim devem ser tratados por seus pais.
CONCLUSÃO
Quero
concluir essa aula com o Salmo 128. “Bem-aventurado aquele que teme ao
Senhor e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz
serás, e te irás bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados de
tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que
assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! O Senhor te abençoará desde
Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os filhos
de teus filhos e paz sobre Israel”.
Amém.
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