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quarta-feira, 26 de abril de 2023

MOTIM EM FAMÍLIA


LIÇÃO 5

MOTIM EM FAMÍLIA

TEXTO ÁUREO

Fazei todas as coisas sem murmuração nem contendas.” (Fil 2.14)

VERDADE PRÁTICA

Das murmurações derivam as contendas. Por isso, devemos evitá-las em nossa família.

Leitura Bíblica em Classe – Números 11.1-7; 12.1-8

Objetivos da lição:

1.    Apresentar as raízes e danos causados pela murmuração entre o povo de Deus;

2.    Identificar o real motivo que culminou a rebelião dos irmãos contra Moisés;

3.    Conscientizar de que Deus honra o líder manso é humilde de coração, de caráter verdadeiro, punindo os que lhe intentam o mal.

INTRODUÇÃO

São dois episódios que serão abordados, ou tomados como base para nossa lição desta semana: A murmuração dos estrangeiros que haviam saído do Egito com o povo de Israel, causando inclusive influência negativa ao povo hebreu; e a murmuração e motim dos irmãos de Moisés, Arão, o sumo-sacerdote de Israel, e Miriã, que também tinha papel de destaque entre o povo (Ex 15.20,21).

Miriã, era prova incontestável da maneira miraculosa como seu irmão mais novo, Moisés, tinha sido livre da morte, pois, ela foi o instrumento de Deus, juntamente com sua mãe, naquele episódio, que aconteceu no momento do nascimento de Moisés. Mesmo assim, se uniu ao seu irmão mais velho, Arão, e se levantou contra a autoridade do legislador.

A presente lição nos exorta a respeito do cuidado com as murmurações e contendas na família, que somente contribuem com a desarmonia familiar. Por isso, aprenderemos que é prudente evitar as contendas familiares para que a paz e a harmonia reinem entre os santos.

 

I – A INFLUÊNCIA NEGATIVA DA MURMURAÇÃO

1.    Assim nasce um motim. A palavra “motim”, tem sua origem no francês mutin, e segundo o dicionário da língua portuguesa on-line, significa tumulto; revolta ou agitação popular. São atos explícitos de desobediência ou uma reação negativa contra as regras e as ordens estabelecidas num grupo social. Nos dois episódios de hoje, vemos esse levante de amotinação, seja contra o líder pelo povo, ou pelos próprios irmãos contra Moisés.  Em um momento delicado, quando Deus havia acendido fogo e matado a muitos israelitas; os irmãos que eram para ajudar a apagar as contendas, agem nesciamente, contestando a autoridade espiritual de Moisés. Vejamos as três queixas que remontam a rebelião, tanto em meio ao povo, quanto na família do legislador de Israel.

2.    A primeira queixa. Após Israel passar por vales aparentemente férteis ao redor do Sinai, a imensa caravana se depara com um escaldante e inóspito deserto. Levados pelo populacho, que não tinham as mesmas promessas que Israel, o povo de Deus murmura, lamentando de que Moisés os havia trazido naquele deserto para os matar de fome, quando podiam ter ficado no Egito, pois lá sim, segundo eles, tinha alimento com fatura. Isso soou muito mal, não somente aos ouvidos de Moisés, mas também do Senhor Deus, o qual acendeu um fogo que matou um grande grupo dos israelitas. O local ficou conhecido como “Taberá” que significa “queimar” (Nm 11.1-3).

3.    A segunda queixa (Nm 11.4-7). Agora o povo murmura contra o “maná” que Deus enviava a cada manhã para saciar a fome daquela multidão, e começam a ter saudades dos alimentos do Egito. O Maná, simboliza para a igreja do Senhor, a Palavra de Deus. Quantos que hoje em dia, estão também murmurando contra a Palavra. Como disse Paulo: “Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências” (2Tm 4.3). Já não querem ouvir a sã Palavra, mas, fábulas, historietas, e falsas profecias que massageiam seus egos inflados pelo mal.

4.    A terceira queixa (Nm 12.1-3). Moisés, toma por mulher uma cuxita, quer dizer, uma mulher da linhagem de Cam, filho de Noé, que era um povo considerado amaldiçoado por Deus, dado o episódio ocorrido entre Noé e seu filho Cam, quando o patriarca se embriagou e ficou despido na tenda (Gn 9.20-25). Isso levou os seus próprios irmãos a murmurar contra Moisés, inclusive, questionando sua liderança espiritual, perguntando, se de fato, Deus só falava através dele, e não também através de Arão e Miriã. Isso demonstra um sentimento de inveja muito grande por parte da dupla de irmãos que se levantaram contra o irmão líder. A inveja na família é um sentimento perigoso. Não podemos esquecer que por inveja Caim matou seu irmãos Abel.

II – O MOTIVO DA REBELIÃO DE MIRIÃ E ARÃO

1.    A inveja. A família de Moisés estava toda envolvida na obra de Deus. Moises era o que ouvia a voz de Deus; Arão era o sumo-sacerdote e Miriã, profetiza e cantora. Nada tinham que reclamar. Todos estavam desempenhando seus nobres papeis na cada de Deus, mas, a inveja cega até os mais sábios. Tudo parece que a questão foi encabeçada por Miriã, e como sempre, Arão é seduzido a parar o serviço e se amotinar contra seu irmão, Moisés. Julgavam eles ter a mesma autoridade que Moisés, o irmão mais novo. Vejamos bem como foi esse questionamento: “Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não falou também por nós?” (Nm 12.2). Esse negócio de querer o lugar dos outros é muito antigo. Vejam aí esse exemplo dentro da própria família de Moisés. Poucas pessoas se contentam com seu lugar na empresa, na faculdade, na igreja etc. Sempre querem um pouco mais, e para isso passam por cima de valores éticos, amizades, laços familiares etc.

2.    O motim familiar promove dissabores e ofensas. O fato ocorrido em família, onde a irmã profetiza e conselheira, e o irmão Sumo-sacerdote se levantam contra o irmão legislador, sem sombra de dúvida, foi uma semente plantada no coração de Coré, Datã e Abirão, que mais tarde se levantariam também contra a autoridade espiritual de Moisés (Nm 16;17). Como disse nosso comentarista, pastor Elienai Cabral, que nem Miriã, nem Arão poderiam ter-se levantado contra Moisés, e chama nossa atenção para o respeito que deve ser mantido no seio familiar.

III – MOISÉS: UM HOMEM MANSO E HUMILDE.

1.    O mais manso que havia na terra. Há um questionamento de alguns acadêmicos, se foi o próprio Moisés que escreveu isto, ou já foi uma inserção do seu sucessor Josué; uma vez que não parece apropriado que Moisés exaltasse a sim mesmo. Porém, nada tira a inspiração do texto Sagrado. E isto de fato era, porque Moisés não revidou a murmuração de seus irmãos. Sua mansidão não era algo estereotipado, da boca para fora ou apenas aparentava ser manso e humilde, ele de fato tinha essa virtude em seu coração. Jesus disse: “Bem-aventurado os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Jesus, no mesmo sermão das bem-aventuranças disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). Há aqueles que gostam de levantar contendas. Vivem procurando contendas e contendeiros. Ser manso e pacífico eram virtudes que estavam presentes na liderança de Moisés. Ser manso, não quer dizer ser covarde, fraco, mas, ter autocontrole diante de situações adversas. Paulo aponta a mansidão como parte do fruto do Espírito (Gal 5.23). Moisés agiu com firmeza, porém, não se deixou levar pela ira. Não teve atitude vingativa contra seus irmãos. O Senhor disse: “Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Rm 12.9) (Ver ainda Dt 32.35; He 10.30). Uma das atitudes ainda mais nobre de Moisés, foi a de orar, pedindo que o Senhor curasse Miriã (Nm 12. 13). Essas duas virtudes, mansidão e pacificação são indispensáveis ao equilíbrio da família cristã.

2.    O fardo de uma liderança. Moisés já vinha desgastado com toda a grande luta para tirar o povo do Egito. Agora, em meio a um deserto seco, sem água, sem alimento e a murmuração do povo, ele se sente cansado e reclama pelo peso do seu cargo. Deus então o orienta, para que ele escolha setenta anciãos, e o Senhor tiraria do Espírito que estava operando em Moisés, e dispensaria para cada um deles, um pouco da unção que repousava sobre o líder (Nm 11. 16,17,25). Moisés era um homem comum, porém, não acho que houve outro semelhante a ele no que tange ao poder e a unção (Logicamente que não estou aqui incluindo Jesus, o homem perfeito). A unção que estava sobre ele era tão grande, que, mesmo tirando para setenta anciãos, ele ainda tinha unção sobeja para fazer a obra.

3.    A punição de Miriã e Arão. Deus não se agradou nada daquela sedição provocada por simples inveja e ciúmes por parte de Miriã e Arão. Deus então os convoca para uma reunião. Já imaginou isso? Uma reunião convocada pelo Senhor do Exércitos? (Nm 12.4). Já que eles queriam tanto ouvir a voz de Deus, o Senhor falou com eles; porém, dessa vez foi uma grave repreensão (Nm 12.6). Daquela reunião Miriã sai leprosa, sendo separada do arraial por sete dias (Nm 12.10,15). Figuradamente, nos mostra que uma família, onde um se levanta contra o outro, seja por inveja, ciúmes ou por qualquer outra coisa, os resultados são funestos. Hoje em dia, famílias se separam por causa de dinheiro, de bens materiais, empregos, e, pasmem, até por cargos na igreja. Estamos vivendo os dias em que Jesus falou que um membro da família, se levantaria contra o outro. Porém, esse não é um comportamento de quem manifesta o fruto do Espírito (Gal 5.22-24). A vontade de Deus é que a paz e a harmonia estejam sobre a família cristã, pois é o Espírito Santo que opera o caráter de Cristo na família.

CONCLUSÃO

Infelizmente vemos ao longo da Bíblia, famílias e mais famílias que não se harmonizaram entre si. O caso de Abraão e Ló, de Jacó e Esaú, de José e seus irmãos etc. Porém, devemos pedir a Deus, para que possamos andar em Espírito, pois somente assim, as obas da carne não dominarão nossas atitudes (Gal 5.25,26). É tempo de muita prudência!

Amém.


segunda-feira, 17 de abril de 2023

ÍDOLOS NA FAMÍLIA

 

LIÇÃO 4



ÍDOLOS NA FAMÍLIA

Filhinhos, guardai-vos dos ídolos. Amém!” (1Jo 5.21).

VERDADE PRÁTICA

A adoração a ídolos implica priorizar tudo aquilo que se coloca no lugar de Deus.

Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 31.17-19,33-35; Jz 17.1,3-5).

Objetivos da lição:

1.    Apresentar o contexto no qual Raquel furtou os ídolos de seu pai Labão;

2.    Explicar o cenário político-social de Israel quando Mica abraçou a idolatria;

3.    Alertar acerca dos perigos da idolatria no seio familiar do povo de Deus.

INTRODUÇÃO

Duas famílias estarão em destaque na lição de hoje. Embora fossem da descendência de Abraão, Isaque e Jacó, e que eram em sua essência adoradores somente de Jeová, foram contaminadas com os ídolos pagãos. Neste caso eram estatuetas mesmo (terafins), assim, como vemos hoje em dia nos templos e nas casas daqueles que não são de confissão evangélica.

Podemos, então, perguntar: Poderá, nos dias de hoje, os crentes que adoram apenas o Deus dos céus, albergarem algum tipo de idolatria em seus corações? Se sim. Que tipo de ídolo existe hoje que concorrem com a adoração ao verdadeiro Deus? Como diz em nosso subsídio para os professores: “O tempo e os costumes podem mudar. Assim como os seus ídolos. Contudo, os temores, fraquezas e concupiscências humanas permanecem as mesmas. Por isso, precisamos vigiar e orar (Mt 26.41), a fim de que nós, e a nossa casa, não caiamos nos perigos da idolatria contemporânea”.

I – OS ÍDOLOS ENCONTRADOS NA TENDA DE RAQUEL

1.    A fuga de Jacó e a sua família para a terra prometida. Mesmo que Labão, ao encontrar com Jacó, lhe disse que poderia tê-lo despedido com festas, Jacó tinha suas dúvidas se isso de fato aconteceria, e que seu sogro o liberaria para que ele pudesse voltar à sua terra (Gn 31.27). Labão só não fez nada contra Jacó, porque o Senhor lhe aparecera em sonhos e lhe repreendeu dizendo: “... guarda-te, não fales a Jacó nem bem nem mal” (Gn 31. 24), senão, certamente ele faria uma guerra. Mesmo assim, fez sérias reclamações ao genro, o culpando por não tê-lo deixado beijar seus netos e suas filhas na despedida. Labão foi repreendido pelo próprio Deus, mesmo assim não o obedeceu cabalmente, mas parcialmente.

2.    Labão descobre o furto dos ídolos domésticos. Aqui vemos onde Raquel tinha apreendido a ser idólatra. Seu pai era idólatra. Certamente ela cresceu vendo o pai oferecer sacrifícios àqueles deuses estranhos. Quando foi mudar de país, achou que deveria levar aquela maldita herança. É bem verdade também, que havia um costume naquela época, que os detentores dos ídolos, eram os maiores herdeiros do clã. 

Quando saímos para Canaã, devemos deixar toda a bagagem do Egito, inclusive os deuses estranhos. Jacó sabia disso. Mais tarde, quando foram a Betel, para adorar ao Deus verdadeiro, exigiu que todos da sua família lhe entregassem os seus ídolos, e ele os escondeu ao pé de uma árvore (Gn 35. 1-4). Porém, Raquel, era diferente; acreditava que aqueles ídolos podia lhes trazer sorte, por isso os furtou (Gn 31.19). Eram ídolos do lar, estátuas fabricadas de madeira, pedra ou barro.

3.    Raquel usa a mentira para esconder o ídolo. Como sabemos, um mal chama outro. Paulo disse: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2Tm 3.13). O Salmista disse: “Um abismo chama outro abismo...” (Sal 42. 7). Labão enganou por muitas vezes a Jacó, agora foi enganado por sua própria filha. Raquel roubou, aí teve que mentir para escapar do crivo severo de seu pai, que buscava por todas as partes seus ídolos. Se os adoradores do único Deus verdadeiro, fossem tão devotos como Labão e Raquel, certamente o Senhor seria adorado com muito mais fervor.

II – UM SANTUÁRIO DE DEUSES NA CASA DE MICA

1.    A idolatria e o caráter antiético de Mica (Jz 17.1-4). Apesar de Mica ser da descendência de Jacó, da tribo de Efraim filho de José, ele fazia parte daquela geração que é citada no segundo capítulo de Juízes, versículo 10,11, que diz: “Foi também congregada a seus pais toda aquela geração; e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco as obras que fizera a Israel. Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o Senhor; pois serviram aos baalins”. Mica fazia parte dessa geração idólatra. Aqui me detenho um pouco no curso da lição, para vos chamar para uma reflexão: Será que não estamos chegando em um tempo em que já há em nosso meio, uma geração que não conheceu as operações miraculosas do Senhor, e nem lhe foi ensinada como devia ser, e, por isso mesmo, já não adora aos Deus verdadeiro, mas, busca ídolos para firmar a sua adoração? Reflitamos!

O intuito de Mica ter aquele oratório de deuses falsos em sua casa, era apenas para obtenção de bens materiais. Chegou a consagrar um de seus próprios filhos ao sacerdócio (Jz 17.5), mesmo não sendo ele da tribo de Levi, porque as coisas estavam sem comando. Quando Deus sai do centro de uma família, e os ídolos tomam conta, o desgoverno também toma conta. Assim estava Israel: “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada qual fazia o que parecia direito as seus olhos” (Jz 17.6). Triste é a casa, ou a nação, onde não há governo e todo mundo manda!

2.    A abominação de Mica (Jz 17.5). A história abominável desse homem chamado Mica, cujo nome significa “Quem é como o Senhor nosso Deus?”, vai muito além da idolatria. Envolve um roubo de 13 quilos de prata da própria mãe. E sem saber que era o próprio filho que a havia roubado, a mãe amaldiçoou o ladrão, e como Mica era muito supersticioso, teve medo da maldição da mãe, correu e foi confessar o seu pecado. A mãe o perdoou, e com o fruto do roubo, mandou fazer um “terafin”, ou seja, um deus falso, e o colocou na casa de seu filho Mica. Mica tomou gosto na idolatria, e mandou confeccionar mais e mais deuses, até ter uma casa cheia de falsos deuses (Jz 17.5). Interessante que os adoradores de falsos deuses, não se limitam em gastar dinheiro com suas imagens de escultura, mas os adoradores de Jeová, são remissos em empregar suas economias no Reino de Deus. Reflitamos!

3.    Mica tinha uma casa de deuses (Jz 17.5,6). Como já mencionamos acima, Mica era da linhagem de Jacó. Era da tribo de Efraim, que por sua vez era filho do piedoso José. Porém, isso não o impediu de ser um adorador sincrético, quer dizer, um adorador de vários deuses. Dizia também ser adorador do Deus verdadeiro, mas, nosso Deus não aceita tal adoração. Ou Ele é unicamente adorado por nós, ou então não recebe tal adoração. Jesus disse que ninguém pode servir a dois senhores (Mt 6.24). Veja que Mica, na intensão de adorar ao Deus verdadeiro, mandou fazer um éfode e consagrou seu filho como sacerdote, para oferecer os sacrifícios ordenados pela lei de Moisés. Depois, apareceu em sua casa um varão levita, o qual, sem perca de tempo, assalariou o rapaz, e o fez seu sacerdote (Jz 17.5,7-13), ficando com isso muito satisfeito, dizendo que agora sim, seria abençoado, por ter um moço levita como sacerdote de sua casa. O caro leitor tem visto que o único desejo religioso de Mica eram as bençãos materiais. Será que isso difere da grande maioria dos cristãos de hoje? Quase todos, estão nas igrejas em busca de benefícios terrenos, sem pensar nem um pouco, que a vida aqui é passageira, e que teremos depois da morte a vida eterna, seja no céu ou no inferno. Mica era do tipo, que, as pessoas que chegavam em sua casa, encontrariam um deus para cada gosto. Ele não queria desagradar a ninguém. Porém, esse tipo de adoração não é compatível com a fé no Deus verdadeiro (Sal 115.1-10).

III – A IDOLATRIA DENTRO DOS LARES

O comentarista de nossa lição, baseado nos dois casos de idolatria dentro de lares israelitas, que supostamente deveriam ser monoteístas, adorando apenas a Javé, mostra que a influência pagã foi tão forte que os levou a confiar em deuses pagãos e adorá-los. Com estes exemplos ele nos leva a refletir sobre a idolatria dentro dos lares cristãos na atualidade.

1.    Os ídolos domésticos dos tempos atuais. Paulo advertiu aos crentes de Corinto, dizendo: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1Co 10.14). A idolatria é sorrateira, insidiosa. Muitas vezes ela vem disfarçada de tal modo, que o incauto não percebe que está caindo em suas teias. É como a aranha, que pega a mosca, sem que ela perceba, e quando da fé, já está enredada, sem poder sair. Por isso, tanto Paulo, quanto o apóstolo João da esse sério conselho à Igreja.

No tempo do apóstolo das revelações apocalípticas, já havia irmãos que tinham seus ídolos caseiros (feito Mica), por isso João aconselha: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1Jo 5.21). Essa palavra “ídolo”, vem do grego eidolon, segundo o dicionário VINE, é primariamente “fantasma” ou “semelhança” (derivado de eidos, “aparência”, literalmente, “aquilo que é visto), ou “ideia, imaginação”, denota no Novo Testamente: (a) “ídolo”, “imagem que representa um falso deus (At 7.41; 1Co 12.2; Ap 9.20); (b) “o falso deus” adorado numa imagem (At 15.20; Rm 2.22; 1Co 8.4,7; 10.19; 2Co 6.16; 1Ts 1.9; 1Jo 5.21) (DICIONÁRIO VINE – CPAD). Para Vicent, quando João diz: “Guardai-vos dos ídolos”, “a ordem tem, aparentemente, o significado paulino mais amplo: guardar-se contra tudo que ocupa o lugar devido a Deus”. (VICENT – Estudo no Vocabulário Grego do Novo Testamento – CPAD). Como diz nosso comentarista: “Qualquer coisa pode se tornar um ídolo dentro de casa por exemplo: um emprego, um carro, um dinheiro, um filho um pai ou mãe, um estilo de vida”, e pergunta ele: “Como identificar a idolatria dentro e fora de casa?” Responde: “Tudo aquilo que requer lealdade e honra acima de Deus se constitui idolatria”. Nas palavras paulinas, “O ídolo, nada é no mundo” (1Co 8.4); para o salmista, tanto os ídolos quanto os seus adoradores, tornam-se a mesma coisa, quer dizer, não tem nenhum valor. Eis o perigo em endeusar pessoas, colocando-as na posição, ou acima, do Senhor Deus Todo-poderoso, que é o único digno de ser de fato adorado.

2.    Identificando os ídolos modernos dentro dos lares.  Não temos a menor dúvida que a mídia, mesmo sendo “neutra”, como falou o pastor Elienai Cabral, massifica ideias, controla, impõe, cobra, expõe, exalta, humilha, dá poder, como também empobrece. Ela é quase onipresente.  Os fatos ocorrem no Japão, e em poucos segundo, está espalhado por todo o planeta terra. Por esse motivo muitos a enaltecem e a exaltam com a um deus, e a tomam por deus e senhor de sua vida.

Vale salientar ainda neste ponto, quando falamos em identificar os ídolos modernos dentro dos lares, e, deve ser feito aqui a diferenciação de lares que não conhecem ao Deus verdadeiros, daqueles que O conhecem; e perguntar a nós mesmos: Quais são os ídolos que têm tomado o lugar singular do Pai, Filho e Espírito Santo? O que tem feito que eu desvie o meu olhar contemplativo e adorador ao Santo, Santo, Santo? Jó no capítulo 31, conhecido como o capítulo do “se”, disse: “Se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, que caminhava esplendente, e o meu coração se deixou enganar em oculto, e beijos lhes atirei com a mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria eu ao Deus lá de cima” (Jó 31. 26-28). Quantos ídolos têm sido colocado no lugar de Deus! Homens e mulheres famosos, sejam no campo da música, esportes, ciência, religião, etc. Cada um têm seus fãs, que brigam por eles; se matam por eles; se digladiam pelas redes sociais por eles. Difamam quem quer, e exaltam quem quer. Quantos que perdem tempo que poderia ser empregado para exaltar ao Deus dos céus, e ficam brigando por A ou B. Exaltando as qualidades de homens mortais, que tem apenas o folego em seu nariz, nada mais.

3.    Precisamos reagir contra os inimigos da família. Disse Jesus: “Vós sois o sal da terra e, se o sal for insípido, com que se há de salgar?” (Mt 5.13). Esta expressão do Mestre da Galileia tem um seriedade tamanha para nós, a Igreja de Cristo nos tempos modernos. A igreja primitiva e dos séculos passados, já fizeram o seu papel, iluminando a sociedade que estava em trevas, apontando para o único e verdadeiro Deus. Lendo o Livro HISTÓRIA ECLESIÁSTICA de Eusébio de Cesareia, aprendemos que os próprios apóstolos de Cristo, não queriam escrever nada, para não serem tidos como grandes; foram, porém, obrigados a escreverem para nos deixar o legado do Evangelho de Cristo. Pedro, quando foi preso e queriam crucificá-lo como o seu Senhor em uma cruz, pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como seu Salvador, e assim o fizeram. Eram homens e mulheres, que davam toda honra e a gloria somente ao Senhor.

CONCLUSÃO

Paulo, tinha um senso tão refinado quanto a adoração ao Senhor, que chegou a dizer: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). Devemos sim, como Igreja do Senhor no século 21, fazer tudo, mesmo as coisas mais simples na família, como cercar a mesa do almoço, ou do jantar, deixar transparecer para os nossos familiares, que o único a ser exaltado e glorificado seja a Trindade Santa, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Destroçamos completamente todos os ídolos em nossos corações, e entronizamos definitivamente ao Senhor no trono primário de todo nosso ser.

Amém

segunda-feira, 10 de abril de 2023

CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA

 

LIÇÃO 3



CIÚME, O MAL QUE PREJUDICA A FAMÍLIA

TEXTO ÁUREO

Porque, onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra perversa” (Tg 3.16).

VERDADE PRÁTICA

O ciúme é uma obra da carne e só o fruto do Espírito é capaz de superar as consequências ruins dessa emoção.

Leitura Bíblica em Classe: Gênesis 37. 1-4,11,18,23,24,28

Objetivos:

1.    Refletir sobre as consequências do favoritismo e do ciúme na família de Jacó;

2.    Identificar os males que o ciúme provoca nos relacionamentos;

3.    Compreender que o homem precisa orientar seu coração pela Palavra de Deus e não por suas emoções carnais.

 

INTRODUÇÃO

A palavra ciúmes no Novo Testamento, vem do grego dzelos, que vem de dzeo, um verbo primário, que significa “estar quente (ferver, sobre líquidos; ou reluzir, sobre sólidos); fervilhar, borbulhar, ferver. Então dzelos, tem o sentido de calor, “zelo” ciúme, como de um esposo. Emulação, inveja, mente invejosa. (Bíblia de Estudo Palavras-Chave - CPAD).

Apesar do ciúme ser um sentimento pernicioso, é algo inerente ao ser humano. Quem já não sentiu uma pontinha de ciúmes de alguém, ou de alguma coisa? Como está na introdução da revista do professor: há aqueles que sentem ciúmes até de seus cargos na igreja, e como há, não é mesmo? Porém, como neste trimestre estamos tratando sobre o relacionamento familiar, vamos, nesta lição especificamente tratar sobre as consequências do ciúme na família. E para tanto, nos reportaremos à história da família do patriarca Jacó, que é, além de comovente, também dramática.

José o filho amado do patriarca, estará no centro de nossa lição de hoje, por ser ele o alvo do ciúme dos seus irmãos. Não se pode negar a preferência, ou a predileção que seu pai tinha por ele, tornando-o a pessoa da máxima confiança de seu genitor. José, até por imaturidade (pois ainda era apenas um adolescente), delatava as más ações de seus irmãos para seu pai, e por esse motivo conquistou o ódio de seus irmãos mais velhos que ele. Veremos os males causados pelo ciúme e a inveja no seio desta família, e, quais lições podemos tirar para nossos dias de hoje.

I – A FALHA NO TRATAMENTO DOS FILHOS

1.    A preferência de Jacó. Em Gênesis 37.3, lemos que “Jacó amava a José mais do que a todos os seus filhos”. Israel tivera doze filhos homens. Dois deles, José e Benjamin, foram gerados de Raquel, a esposa amada de Jacó. Como diz nosso comentarista, “é possível que o patriarca tenha percebido que havia algo especial em relação a José”. Sendo Jacó um homem que tinha um estreito relacionamento com Deus, certamente que lhe fora revelado algo sobre esse filho, que não era o mais novo, porém, gerado já em sua velhice.

Com uma família tão numerosa, Jacó, certamente deveria saber as diferenças de personalidade, temperamento, caráter e emoção que tinham seus filhos. Apesar de ser duas esposas e duas concubinas, o pai era único. Então, o papel de Jacó era preponderante para a unidade da família, já que o mesmo não se podia dizer quanto as mães, por serem várias. Mas Jacó deixou transparecer essa preferência por José, e isso não foi visto com bons olhos pelos outros filhos. Aqui podemos lembrar do irmão do filho pródigo, que também não gostou da festa que o pai estava dando pelo retorno de seu irmãos (Lc 15.26-30).

2.    O ciúme em meio a preferência. Aquela túnica de várias cores, confeccionada exclusivamente para um filho entre doze, causou um sentimento nada agradável na família do patriarca Jacó. Imaginemos se isso ocorresse hoje? Em um lar onde há três ou quatro filhos, e o pai chegasse com um presente apenas para um, mesmo sem ser o dia de seu aniversário? O reboliço seria grande! Pois bem, não foi diferente com José. Aquela atitude causou ciúmes nos demais filhos. Vejamos o que diz a Bíblia: “Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, aborreceram-no e não podiam falar com ele pacificamente” (Gn 37.4). Que problemão!

3.     inveja não permite compreender os desígnios de Deus. Além do amor preferencial que o seu pai lhe proporcionava, ainda lá vem José com uns sonhos que sempre o colocava em superioridade a seus irmãos. Primeiro foi o sonho dos molhos de trigo, que se inclinavam para o seu molhos. Depois teve outro sonho, onde via o sol, a lua e onze estrelas, que se inclinavam para ele também (Gn 37.7-9). Tudo isso fazia com que seus irmãos tivessem mais ódio e inveja dele. Há um aprendizado sábio para todos nós aqui neste episódio: Não conte os seus sonhos a qualquer pessoa. Nem todos estão interessados em ver o teu progresso. Mesmo que os sonhos de José tinham um caráter profético, seus irmãos entenderam que era muita presunção daquele garoto, em achar que dominaria sobre eles. Isso de fato aconteceu anos mais tarde, quando José se tornou governador do Egito, e seus irmãos vieram e se prostraram diante dele, suplicando-lhe misericórdia (Gn 42.7-9).

II – O CIÚME COMO CAUSA DE CONFLITO

1.    A túnica: o símbolo do desprezo. Uma túnica de várias cores demorava muito tempo para ser produzida e custava muito caro. A ideia dessa vestimenta era que todos que olhassem para quem estivesse a vestindo entendesse a importância daquela pessoa, pois quem usava a túnica colorida seria o herdeiro do patriarca. O favoritismo que Jacó demostrou a José o presenteando com aquela capa colorida, ajudou na construção de um muro de separação muito forte no seio da sua família. Aquela túnica de várias cores era um objeto, naquele tempo muito caro. Só era realmente presenteado para alguém muito especial. Jacó demonstra todo seu favoritismo por José quando lhe dá essa túnica, e cria uma arena de rivalidade dentro de seu próprio lar. O sentimento de ciúme, pese ser abstrato, se manifesta através de coisas materiais, como uma pessoa, um objeto, um projeto de trabalho, uma cargo na igreja, um título acadêmico, etc.

2.    Ciúme: o agente do conflito familiar.  Como já mencionei acima, José, além do favoritismo do pai, ainda agiu com inexperiência, até pela sua tenra idade. E seus irmãos, feridos pelo tratamento dado pelo pai, não queriam nem sequer falar com seu irmão José. As agressões físicas seria apenas questão de tempo e oportunidade, como de fato vieram a ocorrer.

Tenho que relatar na íntegra o que escreve o pastor Elienai Cabral, por entender que são palavras que precisam serem repetidas, e, certamente servirão como remédio contra esse tão grande mal, o ciúmes, seja por pessoas, bens, títulos, ou outra coisa qualquer. Disse ele: “O ciúme é uma emoção que tem origem no egoísmo. É uma infecção que se espalha no corpo doente. A inveja, o rancor e o ódio, geralmente, têm no ciúme o nascedouro”. Muito sério esse assunto! O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios que tudo o que provoca contendas e dissensões tem como origem a carne (1Co 3.3). O ciúme é uma obra da carne. Por outro lado, aquele tem verdadeiramente o amor de Deus no coração não se deixa levar por esse perverso sentimento, pois “O amor não arde em ciúmes” (1Co 13.4 – ARA).

3.    A extensão do ciúme. Aqui, estamos analisando o ciúme apenas na relação entre irmãos, porém, ele poderá estar presente em todas as relações, e o que é pior, causando grandes males, seja na família, na vida conjugal, no ambiente de trabalho, nas amizades, e em qualquer relacionamento onde alguém dê vazão a ele, começarão prontamente os problemas. O ciúme, a falta de confiança e a insegurança são inseparáveis. Todo ciumento se torna um controlador. Devemos tomar cuidado, pois a linha entre o zelo como cuidado e o ciúmes pode ser muito tênue.

III – OS MALES DO CIÚME.

1.    O ciúme pode causar tragédias familiares. Você já foi alvo de ciúmes? Você já teve ciúmes de alguém, ou de algum objeto? A resposta a essas perguntas, certamente serão afirmativas. Porém, se te perguntarem: poderia o ciúme fazer você sentir vontade de matar alguém? Talvez você responda até meio que chateado, dizendo: isso é pergunta que se faça? Porém, lembre-se, que dez irmãos, apenas por ciúme, tentaram matar o próprio irmão mais jovem por causa de uma túnica e dois sonhos. O ciúme cega até os mais sábios!

Quantas tragédias já ocorreram por causa do ciúme? Pelo ciúme homens e mulheres tem tramado a morte de seus cônjuges. Pessoas prejudicam a outros simplesmente por estarem enciumadas. Jesus sofreu na pele o ciúme dos sacerdotes porque seu ministério começou a crescer. Hoje em dia, enquanto você permanece pequeno, fique tranquilo, ninguém vai te incomodar, porém, se começar a crescer, tome muito cuidado, pois começarás a ser alvo de ciúmes e inveja.

2.    O ciúmes entre os santos de Deus. Isso é triste dizer, mas, até dentro da igreja se vê muito o tal do ciúmes. Quantas pessoas que não suportam ver alguém ser seu amigo, e ao mesmo tempo ter outros amigos. Ele é exclusivista. Amigo meu, é só meu, diz ele. Isso é pecado de egoísmo. Jesus era amigos até de Judas. Nem a falsidade de Judas mudou o caráter amigável de Jesus. Para acabar com uma amizade, se calunia, difama e ofende o irmão em Cristo ou colega de ministério. Disse o pastor Elienai: “Que o Espírito Santo guarde os nossos corações, de modo que produzamos o fruto do amor, e “Não sejamos cobiçosos de vangloria, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros” (Gl 5.25).

3.    Vencendo o ciúme. Como vencer esse mal chamado ciúme? Qualquer obra da carne somente será vencida pelo poder do Espírito Santo de Deus. Como disse Paulo: “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). O homem em seu estado natural e carnal, sempre dará vazão as obras carnais, e o ciúme é uma delas. Depois, precisa alimentar a mente com a Palavra de Deus. O salmista disse: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar conta ti” (Sal 119.11). Paulo escreveu aos Filipenses dizendo: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fl 4.8). Salomão escreveu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida” (Pv 4.23). A palavra de Deus ainda é o melhor antídoto para tratar qualquer emoção negativa.

CONCLUSÃO

Não é nada fácil deter o espírito do ciúme. A própria Bíblia fala sobre isso: “Porque furioso é o ciúme do marido; e de maneira nenhuma perdoará no dia da vingança” (Pv 6.34). Porém, há um modo de detê-lo: é orando a Deus, lendo a Palavra, para que seja gerado em nós o fruto do Espírito Santo (Gl 5.22). Como disse o pastor Elienai Cabral: “Este desenvolve a nossa alma para a prática das virtudes cristãs e, ao mesmo tempo, enfraquece as emoções humanas provenientes dos vícios da alma”.

Amém

quinta-feira, 6 de abril de 2023

JESUS É A SOLUÇÃO PARA TODOS OS PROBLEMAS

 

Ao profeta deprimido, manda pão e água;

A cana trilhada, a enfaixa e cura;

O pavio fumegante, o assopra e reacende;

O vaso quebrado, o refaz novamente;

A ovelha desgarrada, a traz de volta nos ombros;

O pecador perdido, o busca e salva;

O discípulo que duvida, o enche de fé;

Aos que estão voltando entristecidos, os visita e esquece-lhes o coração;

O Pedro que o nega, abraça, perdoa e confirma;

O Saulo que o persegue, derruba, transforma e comissiona;

A mulher adúltera, a defende, perdoa e salva;

O Lázaro morto, o ressuscita;

 A Madalena possessa, a liberta;

O leproso imundo, o purifica;

No lugar que há choro, traz alegria;

Onde há fome, enche de fartura;

Se o problema é pecado, tem o perdão;

Se o caso é doença, tem a cura;

Para o solitário, é a melhor companhia;

Para o desprezado, é o melhor abraço;

Até no vale de ossos, levanta um exército;

Manda, ordena, e tudo acontece;

Faz, desfaz, levanta e abate;

Dos reis, é o Rei;

Dos senhores, é o Senhor;

Para as trevas, é a luz;

Para a fome, é o pão;

Para a sede, tem a água da vida;

Para o perdido, é o Caminho.

Ele mesmo disse:

Eu Sou a Porta das ovelhas;

Eu Sou a Ressurreição e a Vida;

Eu Sou o Caminho, a verdade e Vida;

Eu Sou Luz do mundo;

Eu Sou o Bom Pastor.

Somente Jesus poderia dizer como Jeová disse a Moisés “Eu Sou o que Sou”. Quer dizer: Eu serei o que deva ser.

Jesus é a solução para todos os problemas da alma e do espírito do homem. Descansemos nEle, e deixemos que Ele faça como lhe aprouver em nossas vidas.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

segunda-feira, 3 de abril de 2023

A PREDILEÇÃO DOS PAIS POR UM DOS FILHOS



LIÇÃO 02

A PREDILEÇÃO DOS PAIS POR UM DOS FILHOS

TEXTO ÁUREO

E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto, mas Rebeca amava a Jacó.” (Gn 25.28)

VERDADE PRÁTICA

A preferência de filhos dentro do lar gera divisão e promove o egoísmo na formação deles.

 

Leitura Bíblica em Classe – Gênesis 25. 19-28

Objetivos da lição

1.    Apresentar o plano de Deus para a família de Isaque e Rebeca;

2.    Apontar a predileção dos filhos como uma das principais causas de conflito familiar;

3.    Explicar os malefícios da predileção na formação e desenvolvimento físico, emocional e espiritual dos filhos.

 

INTRODUÇÃO

A história de nossa lição de hoje, versa sobre mais um casal do Gênesis: Isaque e Rebeca. Isaque era filho de Abraão e Sara. Apesar de ser àquele que daria sequência na linha patriarcal do povo hebreu, sabemos que ele foi criado, tendo a predileção de seus pais, por ser chamado o filho da promessa. Seu irmão Ismael, que era filho de Abraão com a escrava Agar, chegou a ser mandado embora, e só não morreu de sede no deserto por intervenção divina. Isaque tinha tudo para ser um pai que também repetiria a predileção por um filho. E não foi diferente, como diz o pastor Elienai Cabral: “A história de Isaque e Rebeca parece uma infeliz repetição da de Abraão e Sara. Por algumas vezes, Abraão não soube lidar com os sentimentos de sua esposa, cometendo erros pelos quais pagou um alto preço”.

Desde já, convém acentuarmos, que a vontade de Deus para a família, é que os filhos sejam tratados de igual modo por seus genitores. Não há nenhuma vantagem, nem para o casal, nem tampouco para os filhos, que um seja o “xodó” do pai e outro da mãe. Essa não é a vontade de Deus para a família como um todo.

I – O PLANO DE DEUS PARA A FAMÍLIA E A SUA PRESCIÊNCIA

1.      O plano divino para a família de Isaque e Rebeca. Entendemos que o jovem Isaque e a Jovem Rebeca, quando se casaram, já tinham a consciência de que seriam a continuidade do plano de Deus para abençoar todas as famílias da terra. Por indução, lendo Gênesis 18.19, entendemos que Abraão deve sim, ter falado dos planos de Deus para a sua vida e a sua família, onde diz: “Porque eu tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agirem com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado”. Isso quem disse foi o próprio Senhor. Se os planos são de Deus, ninguém pode impedir. Com isso não significa que devemos esperar de mãos abanando, ou sentados em casa sem fazer nada. Quando Isaque descobriu que sua esposa era estéril, foi orar incessantemente ao Senhor, pedindo que abrisse a madre de sua esposa (Gn 25.21).

2.      O propósito presciente de Deus. Presciência é um atributo incomunicável de Deus, quer dizer, só Deus pode de fato ter esse atributo, ninguém mais, nem mesmo o diabo tem. Presciência é ter ciência de algo que vai acontecer no futuro, previamente. Isso só Deus tem. Só Ele sabe todas as coisas do princípio ao fim. Só o Senhor pode dizer assim: “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade” (Is 46.9,10).

Entender os atos da presciência e da soberania de Deus, muitas vezes não é tão fácil. Porém, sabemos que os planos de Deus são maiores, melhores e muito, mas, muito mais perfeitos e sensatos que os nossos. Não conhecemos nada a não ser o agora. Nem sabemos o que está por trás da parede, nem mesmo o que sucederá daqui a um minuto. Portanto, vale a pena confiar da vontade de Deus, que, como nos ensinou Paulo, é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2).

II – O CONFLITO FAMILIAR

1.  A esterilidade de Rebeca. Havia uma promessa a ser cumprida. Ao amaldiçoar a serpente lá no Éden, o Eterno Criador disse: “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). Significa dizer, que a mulher estéril não esperava que essa promessa se cumprisse em sua vida. Podemos até pensar, que cada vez que uma mulher, da linhagem dos filhos de Deus engravidava, poderia pensar: Será que este menino será aquela semente que Criador falou? Rebeca era estéril, portanto, estava impedida de ser aquela que traria a luz a semente profetizada. Portanto, não havia outra saída, a não ser orar. Foi o que Isaque fez (Gn 25.21). Deus ouviu as suas orações, e Rebeca foi curada daquela esterilidade e engravidou.

Podemos até pensar: Se estava dentro dos planos eternos de Deus, não precisava nem mesmo Isaque orar, que ia acontecer de qualquer modo. Isso é um pensamento comodista. Mesmo que Deus tenha seus planos com nossa vida, se faz necessário buscarmos a sua soberana vontade, para andarmos alinhados com aquilo que o Senhor quer de fato para nós. Nós vamos ver os patriarcas e profetas, sempre buscando a face do Senhor em oração, para que as coisas viessem acontecer em suas vidas, família, nação etc.

2.  O favoritismo do casal pelos filhos. Havia uma dificuldade a ser vencida pelo casal. Os dois jovens, apesar de gêmeos, eram bem diferente um do outro, isso tanto física, como de talentos e gostos. Enquanto um era peludo, o outro era liso. Enquanto um gostava de viver no mato caçando, parecendo meio grosseiro, o outro era caseiro e dócil. Por outro lado, Esaú era o mais velho, pois havia nascido primeiro (Gn 25.25-28). Tinha legalmente o direito da primogenitura, porém, Jacó tinha a promessa, que fora revelada a sua mãe Rebeca (Gn 25.23). Como a Bíblia é um resumo dos resumos da história humana, então podemos conjecturar que havia conversas entre o casal sobre o futuro dos dois filhos. Por algumas vezes Rebeca lembrou ao marido o que Deus havia prometido ao filho menor, Jacó. Porém, parece que isso não soava bem aos ouvidos de Isaque, que amava mais a Esaú, porque caçava, e certamente, sempre trazia aquela caça que Isaque mais gostava. Como também, parecia mais forte, mais disposto, mais preparado para dar sequência no patriarcado da família. Sempre é assim: as escolhas pela aparência, pelo que os olhos veem. Porém, Deus é diferente do homem. O homem vê o que está por fora, Deus vê o coração (1Sm 16.7).

III – O PROBLEMA DA PREDILEÇÃO POR FILHOS NA FAMÍLIA

1.  Esaú, o filho predileto de Isaque. Isaque ignorou a profecia, e queria fazer cumprir na vida de Esaú a legalidade, de que o filho mais velho fosse o que recebesse a benção patriarcal (Gn 49.3; Sal 78.51). Como conjecturamos anteriormente, mesmo, quem sabe, tendo conversado sobre a profecia sobre a vida do menor, Jacó, Isaque queria ministrar a benção sobre Esaú. É importante buscarmos a presença do Senhor, para sabermos, quando o natural está sendo mudado para o sobrenatural.  A regra nem sempre é cumprida pelo cronograma de Deus. Muitas vezes perguntamos como Rebeca: “Se assim é, por que sou assim? (Gn 25.22). Então, o melhor, é fazer como ela fez: “...E foi-se a perguntar ao Senhor”. Perguntemos ao Senhor, pois há situações que somente Ele tem a resposta certa para nossas indagações.

2.  Jacó, o filho predileto de Rebeca. É aquele negócio de querer ajudar a Deus. Isso aconteceu com Abraão e Sara também, porém, não deu certo. Da mesma forma Rebeca procura dar uma forcinha nos planos de Deus. Por mais que pareça, isso não é fazer a vontade de Deus. Pois o Senhor faz todas as coisas a seu tempo, e não no tempo do homem. Lembremos-nos do caso entre Maria e Jesus na festa de casamento, quando a mãe de Jesus quis dar uma força para os noivos, pedindo para Jesus operar milagres. A resposta de Jesus foi clara: “Mulher, ainda não é chegada a minha hora” (Jo 2.4). Como é difícil esperarmos a hora de Deus, não é mesmo? O homem na sua finitude, quer logo resolver as coisas a seu modo, porém, devemos ficar no Salmo 40 e dizer como o Salmista: “Esperei com paciência no Senhor...”.

Muitas coisas houve entre aqueles dois irmãos. O mais grave de todos foi a venda do direito de primogenitura por parte de Esaú por um prato de lentilhas (Gn 25.29-34). Pode até ser que Esaú não tenha levado aquilo a sério, mas Jacó não estava brincando.

Rebeca, então, arquiteta um plano para que Jacó recebesse a benção no lugar de seu irmão Esaú. Enquanto Esaú estava no campo, procurando um animal para abater, Rebeca preparou um cabrito, e vestiu Jacó com as vestes de seu irmão, colocou do pelo do animal nos braços lisos e no pescoço de Jacó, e ele foi levar para seu pai, para ser abençoado. Realmente um plano muito bem elaborado, que, caso Isaque não tivesse cego, jamais passaria. Porém, aproveitando da cegueira do pai, Jacó chega, passando-se por Esaú e recebe a benção da primogenitura por parte do patriarca Isaque (Gn 17.24-29). Foi de fato um fraqueza de caráter muito grande por parte de Rebeca.

3.  O problema da predileção pelos filhos. Apesar de sabermos dos planos de Deus para com Jacó, e que ele era de fato o escolhido de Deus, mesmo antes de seu nascimento (Mal 1. 2,3), vimos uma falta de controle dos pais na criação de seus dois filhos. Primeiro, havia uma divisão de amor entre os pais. Isaque amava a Esaú, e a Bíblia deixa claro, que o seu amor era interesseiro: “E amava Isaque a Esaú, porque a caça era de seu gosto; ...” (Gn 25. 28). A maioria dos amores nos nossos dias são assim. Sempre tem que ter um motivo para amar.  E Rebeca amava a Jacó. A Bíblia não diz por qual motivo, apenas diz que ela amava e pronto.

Faltou, tanto em Isaque quanto em Rebeca uma avaliação do prejuízo que isso causaria nos filhos. E esta historia bíblica, nos ensina que é uma grande tragédia moral e espiritual quando os pais preferem qualquer um dos filhos, pois os mesmos são herança do Senhor (Sal 127.3). Aqui aprendemos também, que Deus não faz acepção de pessoas, por isso mesmo Jesus morreu na cruz, para perdoar os pecados de todos que se chegam a Ele. Não há aqui aquela doutrina, que Deus fez uns para perdição e outros para salvação. João três e dezesseis nos diz que “Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Deus trata-nos todos iguais!

Nós, pais, olhando o exemplo de nosso Pai que está nos céus, devemos tratar nossos filhos todos por igual. Eles não são e nunca serão iguais, mas nosso amor, carinho, respeito e oração deve ser igual por todos os nossos filhos. Eles precisam sentir-se abraçados por seus pais de uma maneira igualitária. Não há mais feio nem mais bonito. Não há o mais sábio ou o menos sábio. Todos são filhos e assim devem ser tratados por seus pais.

CONCLUSÃO

Quero concluir essa aula com o Salmo 128. “Bem-aventurado aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irás bem. A tua mulher será como a videira frutífera aos lados de tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, à roda da tua mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! O Senhor te abençoará desde Sião, e tu verás o bem de Jerusalém em todos os dias da tua vida. E verás os filhos de teus filhos e paz sobre Israel”.

Amém.