ONDE ESTÃO NOSSOS PROFETAS?
“Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até
quando” (Sal 74.9).
O Salmo 74 é um dos Salmos do cantor
Asafe, que segundo a história sagrada, profetizava enquanto cantava. Asafe
fazia parte da elite dos músicos de Davi. Era uma classe de músicos
cantores, que tinham um estreito relacionamento com Deus. Vejamos este texto: “Davi,
juntamente com os chefes do serviço, separou para o ministério os filhos de
Asafe, de Hemã e de Jedutum, para profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos.
...” (1Cr 25.1). Não era qualquer pessoa que podia fazer parte desse
exército de cantores. Eles foram “separados” por Davi e pelos chefes do
serviço da casa de Deus. Separados, quer dizer, consagrados para um fim específico.
No Salmo em apreço, o salmista
cantor, dentre as muitas lamentações, diz algo muito espantoso. “Os teus adversários
bramam no lugar das assembleias e alteiam os seus próprios símbolos” (v 4).
O inimigo não estava longe. Não estava fora, mas dentro da casa de Deus. Já
tinham tomado conta de tudo. Haviam retirado tudo o que representava ao Senhor
Deus do Exércitos, e colocado os seus próprios símbolos. Paulo, ao falar aos
anciãos de Éfeso, disse que haveria de levantar inimigos de fora, porém, o mais
grave e que se levantaria no meio da própria igreja (At 20.29,30).
Os profetas de Israel, tiveram grande
luta. Travaram verdadeiras batalhas para manter o povo de Israel em um regime
monoteísta, visto, estarem rodeados de nações politeísta. Os deuses, como Baal,
Astarote, Dagom, Moloque, eram adorados, reverenciados e cultuados pelas
nações. O povo de Israel sofria influencia negativa de todos estes povos. Por
isto mesmo, Deus levantava seus profetas para advertir ao seu povo de Israel,
que continuassem a adorar o único e verdadeiro Deus, o Senhor Jeová. Os deuses
das nações, tinham suas imagens esculpidas em pedra, ouro, prata etc. O Deus de
Israel, através de sua Lei dada a Moisés, disse que não era para fazer nenhuma
imagem dEle. Os homens são facilmente enganado com imagens. O homem em si,
gosta muito daquilo que ele vê, toca, sente. O Deus de Israel é Espírito. Como
disse Jesus em resposta a mulher samaritana: “Deus é espírito; e importa que
os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Mas,
sempre vamos ver os homens se desviando para querer adorar alguma coisa que
veem. Paulo fala dos “atributos invisíveis de Deus” (Rm 1. 20). Falando
sobre o Deus do povo de Israel, disse Chesterton*: “Mas através de todas as
suas andanças, especialmente através de todas as suas primeiras andanças, eles
realmente carregavam o destino do mundo naquele tabernáculo de madeira que
tinha, talvez, um símbolo sem características e certamente um Deus invisível. Podemos
dizer que a característica mais essencial foi que aquele Deus era sem
característica”. Continuou Chesterton*: “O Deus que não podia ter uma estátua, ou
uma imagem de escultura, permaneceu um espírito”.
Por muito tempo o povo de Israel
permaneceu adorando ao único Deus verdadeiro. Obedeciam a voz de Moisés, Josué
e os anciãos após Josué. Porém, após a morte desses anciãos, veio uma geração
idólatra, que não conhecia ao Senhor e passaram a adorar imagens de escultura
(Jz 2.10-13). Isso desagradava ao Senhor, que punia o povo, fazendo que outras povos
os subjugassem. Profetas e mais profetas foram levantados pelo Senhor, para
falar ao povo de Israel, conduzindo-os de volta ao verdadeiro culto a Deus. Samuel,
Elias, Elizeu, e outros tantos, foram levantados pelo Senhor.
A vida desses homens não era nada fácil!
Muitos foram mortos; perseguidos, desprezados. Era uma missão impossível no
prisma humano. Nem todos os reis deram ouvidos aos profetas. Porém, os
verdadeiros profetas do Senhor não negaram ao seu chamado profético.
Porém, chegou um tempo, onde Asafe
reclama: “... já não há profeta”. O inimigo havia entrado com muita
força em meio ao templo, e já não havia profetas de Deus para combatê-los.
Estavam com a corda toda! Deitava e rolavam dentro da casa de Deus, sem que
houvesse oposição. Colocaram seus símbolos. Quer dizer: as suas marcas nocivas
de idolatria estavam sendo talhadas naquele geração de adoradores, que outrora somente
adoravam ao Senhor Deus Jeová.
Volto a dizer que os seres humanos têm
uma tendencia perniciosa para os ídolos. Ídolos não são somente pedra e madeira;
ídolos pode ser o filho, o pai, a mãe, o pastor, o cantor, o pregador, o
escritor, o professor etc. Infelizmente estamos vivendo em uma geração
evangélica idólatra. Vivem e morrem por um ídolo. Permitam-me dizer, talvez esteja
até equivocado, mas a maioria desses que se tornaram ídolos da música
(principalmente) e da pregação, gostam de ser idolatrados. Hoje em dia like da
dinheiro. Quanto mais seguidores, quanto mais likes mais dinheiro no bolso.
Para isto se faz necessário terem os fãs. Ai que entra a idolatria. Não importa
de Jesus vai estar ou não no culto, basta que fulano ou sicrano esteja, está
tudo certo. Os cultos, já faz tempo que deixou de ser um serviço para a gloria
única, exclusiva para o grande e Eterno Deus. O que mais se cultua é o ego do
cantor, do pastor, do pregador. Muito barulho e pouco conteúdo; muita gente e
pouco adorador.
Meus amados, é com muita tristeza que
estou escrevendo essas palavras. Todos sabem que estou passando por um momento
muito difícil em meu ministério. Mas, nem por isto vou me calar. Preciso falar
aquilo que o Senhor tem colocado em meu coração. Tenho descido pelas madrugadas
aos pés do Senhor. Tenho clamado pela Igreja. Tenho também acompanhado
trabalhos pelas mídias em todo Brasil. Quanta aberração se vê. A porta se abriu
para os zombadores dos cultos. Línguas estranhas, antigamente eram respeitadas.
A pessoa podia até não crer no dom, mas respeitava. Hoje se perdeu totalmente o
respeito por esse dom tão maravilhoso. Fazem “chacotas” dos dons espirituais. A
marca que o inimigo está deixando nesta geração não será facilmente apagada. Sei
que há servos e servas do Senhor que estão lutando com uma boa e verdadeira fé.
Pregadores fiéis estão alertando o povo. Porém, o que vemos é uma geração
embebedada com o glamour e a fama, e um cem número de fãs que se esquecem de
adorar ao Deus dos céus, para ficar brigando por homens e mulheres, que são tão
mortais, tão pecadores como todo mundo. Todos carecem da gloria de Deus.
Despertemos povo de Deus! Vamos
detectar o inimigo e vamos expulsá-lo em nome de Jesus. O Senhor ainda é o
mesmo. Ele não mudou e nem mudará. Vamos levantar nossa voz profética e colocar
o inimigo da idolatria para correr. Quem quiser ter seu fã clube que fique no
mundo, porque na igreja, o único digno de ser adorado é o Senhor Jesus Cristo,
Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Onde estão os profetas?
Vosso em Cristo
Pr Daniel Nunes
*G.K. Chesterton.
Escritor inglês e cristão do século 19.
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