LIÇÃO 11
O AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA
TEXTO ÁUREO
“E disse-lhes: Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15,16).
VERDADE PRÁTICA
Neste tempo marcado pela falta de fé,
a Igreja só pode cumprir a sua missão se estiver imersa no avivamento
espiritual.
Leitura Bíblica em Classe – Marcos 16.14-20
INTRODUÇÃO
A Igreja, que conhecemos como a
Igreja primitiva, composta pelos primeiros discípulos de Jesus, sua mãe Maria e
seus irmãos, ficaram em Jerusalém por ordem de Cristo, para serem cheios do
poder do Espírito Santo, e com esse poder, eles deveriam sair e pregar o
Evangelho a toda criatura.
A descida do Espírito Santo mudou por
completo a vida daqueles homens e mulheres, pois, a partir de então, entrou
neles um poder sobrenatural, e no primeiro sermão pregado pelo pescador Pedro,
reciclado a evangelista, quase três mil almas se converteram ao Senhor.
O que entendemos muito claramente,
quando Jesus disse aos seus discípulos que ficassem em Jerusalém, “Até que
do alto” fossem revestidos de poder, para que, somente após esse revestimento,
eles saíssem para pregar o Evangelho; é que não adianta sair pregar sem esse
poder. A descida do Espírito Santo trouxe capacitação espiritual a novel
igreja.
Hoje não é diferente. Por mais que
estudemos a Palavra; Por mais que nos aprofundemos na exegese e hermenêutica bíblia;
Por mais que estudemos as línguas originais, o mais que podemos fazer, seria
impressionar alguém com nossa oratória e com nosso conhecimento. Nada mais. A
conversão dos pecadores é um obra intrínseca do Espírito Santo de Deus. Ou ele
está em nós nos capacitando, falando através de nós, ou nada será feito. Seria
mais fácil cozinhar feijão sem fogo, que salvar uma alma sem o poder convencedor
do Espírito Santo.
I – O AVIVAMENTO APÓS A
RESSURREIÇÃO DE CRISTO
1. O desânimo dos discípulos. Mesmo tendo sido avisados durante
todos os três anos do ministério de Cristo, que ele havia de morrer e ressuscitar
dos mortos, a decepção dos discípulos foi grande. Pedro, juntamente com mais
seis discípulos, voltaram logo pescar. Jesus sabia que teria que reavivar a fé
deles, por isso mesmo não tardou em ir a sua direção. Mesmo com o testemunho
contundente de Maria Madalena, que testificou que estivera no sepulcro, e que
encontrou com o Senhor ressurreto, eles não creram, pois, a desolação e a
decepção era muito grande. Marcos relata que eles “estavam tristes e
chorando” (Mc 16. 10-13). Imagina, um grupo de homens, que antes eram
bravos pescadores, agora, feitos meninos sem pai e nem mãe, trancados dentro de
uma casa, chorando!
2. A aparição de Jesus aos discípulos. Jesus agora não estava mais naquele
corpo mortal, mas em um corpo glorificado. Por esta razão, não houve
necessidade de abrir portas ou janelas para ele passar. João descreve esta cena
de forma primorosa, quando diz: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o
primeira da semana, e cerrada as portas onde os discípulos com medo do judeus,
se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja
convosco” (Jo 20.19). Foi necessário Jesus dar provas, mostrando suas mãos
e o seu lado, para que eles pudessem crer que se tratava mesmo do Mestre Jesus,
pois pensavam que estavam vendo apenas um espírito. O impacto negativo na mente
dos discípulos foi tão grande, que, mesmo vendo os sinais dos cravos, ainda não
estavam crendo (Lc 24.41), sendo então preciso Jesus pedir algo para comer, e
lhe apresentaram um pedaço de peixe e favo de mel, que ele comeu diante deles
(Lc 24.42).
3. O avivamento após a ressurreição. Lucas narra em Atos 1 que Jesus,
depois de padecer, se apresentou aos seus discípulos, com grande e infalíveis
provas, e estivera com eles por quarenta dias, sempre falando a respeito do
Reino de Deus. Nesse intervalo, ele dá ao seus discípulos o que ficou conhecido
como a Grande Comissão. “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”.
No dizer de Mateus: “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em Nome do
Pai, e do Filho e do Espirito Santo...” (Mt 28.19). O evangelista Marcos,
fala sobre o poder que os discípulos receberiam para realizarem a grande comissão:
“E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu Nome, expulsarão demônios;
falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa
mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os
curarão” (Mc 16.17. 18). E conclui: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter
falado, foi recebido o céu e assentou-se a direita de Deus. E eles, tendo partido,
pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a
palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” (Mc 16.19,20). Logicamente,
que o versículo vinte, já fala da igreja revestida de poder, após o dia de
pentecostes. A igreja primitiva era poderosa em palavras e obras. É o que está
faltando na igreja hoje. Palavra até que tem, está faltando as obras!
II – O AVIVAMENTO NA
MISSÃO DA IGREJA LOCAL
1. O avivamento nas missões locais. O derramar do Espírito Santo sobre os
primeiros irmãos, fez que eles se tornassem uma tocha acessa nas mãos do
Senhor, e saíssem espalhando esse fogo por todos os lados. Porém, o resultado
desse derramar do Espírito, não foi unicamente no ardor evangelístico, mas
também na mudança de vida de maneira geral. Lucas escreve dizendo: “E
perseveraram na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e
nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum”
(At 2. 42-44). Sim, o pentecostes não é somente barulho. Tenho batido muito
nesta tecla. Não é somente reuniões barulhentas. Pregadores e cantores
frenéticos, embebedando o povo com gritos e jargões positivistas. Avivamento é mudança de vida em todos os
sentidos. Na igreja, na casa, no trabalho, na escola, na faculdade, na vizinhança
etc. Sobretudo, pentecostes traduz em temor a Deus, oração, amor, santidade,
reconhecimento de pecado, reconhecimento da gloria de Deus, e amor pelas almas
perdidas. A prática missionária não terá nenhum valor, caso a mensagem seja
apenas teórica e não prática.
2. O avivamento nas missões regionais. “Judeia e Samaria” representam
aqui os locais mais afastados do centro da ação inicial, que geralmente é a
maior cidade de nossa região, onde se inicia a pregação do Evangelho, para dali
irradiar a outros lugares. O que temos visto, que geralmente, quem tem chegado
nos lugares mais inóspitos, são as igrejas genuinamente pentecostais, que,
através de irmãos, muitas vezes, pessoas simples, que sem muito conhecimento,
porém, cheios do Espírito Santo, tem levado a Palavra e iniciado trabalhos nas
fraudas das serras. Isso ocorreu também no início, quando veio a perseguição. A
Bíblia diz: “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a
palavra” (At 8.4). Isso é avivamento!
3. Missões regionais atualmente. Infelizmente, hoje em dia, são poucos
os que querem ir aos lugares mais difíceis. Todos buscam maior comodidade.
Querem onde há os melhores hospitais, mercados, escolas, e principalmente concessionárias
de veículos. Mas o Senhor continua dizendo: “Ide por todo o mundo, pregai o
Evangelho a toda criatura”. Toda
criatura. O médico, o professor, o carvoeiro, o lavrador, o gari, o fazendeiro,
todos precisam ouvir falar do Evangelho de Jesus. Aqui no Brasil, devemos
aproveitar que ainda gozamos de liberdade religiosa, e sairmos por ai, a tempo
e fora de tempo, falando que Jesus salva, cura, batiza com Espírito Santo e que
voltará para o seu verdadeiro povo.
III – O AVIVAMENTO E AS
MISSÕES TRANSCULTURAL
1. A primeira igreja missionária. Definitivamente não haveria como
aqueles homens iletrados levarem tão longe a obra de Deus, se não fosse pelo
poder do Espírito Santo. Jesus disse que eles deveriam começar por Jerusalém, porém,
ir até aos confins da terra. A princípio, a Igreja ficou acomodada em
Jerusalém, mas, após a perseguição, se irradiou para outros locais, chegando
até Antioquia, onde a igreja cresceu na direção de Barnabé, que contou mais
tarde com o apoio de Saulo de Tarso. Mais tarde, os dois foram os primeiros
missionários enviados para pregar o evangelho em missões transculturais (At
13.1-3). Naquele tempo, os candidatos para missões, não eram os mais bonitos,
mais queridos do pastor, mais isso ou mais aquilo, eram os chamados e separados
pelo próprio Espírito Santo. Não tinham que fazer outra coisa, a não ser orar e
pedir a direção do Espírito. Foi através de Paulo que a Europa se tornou um
continente cristão.
2. Evangelização e decadência espiritual
na Europa. A Europa,
como é do conhecimento de todos os estudantes da historia do cristianismo, foi
o berço de grandes avivamentos, e que de lá o evangelho foi disseminado por
todas as partes do mundo. Basta dizer que a reforma protestante aconteceu na
Alemanha, através do monge Martinho Lutero. Porém, deixaram de buscar o poder de
Deus, a obra foi esfriando, ficando cada dia mais distante daquilo que o Senhor
quer para a sua igreja. Assim como a igreja de Laodiceia, que ficou rica, porém,
destituída dos dons de Deus, ficaram também as igrejas europeias. Hoje, infelizmente,
nem 5% das pessoas nas cidades europeias frequentam qualquer igreja. Que
tristeza!
3. Clamor pelo avivamento espiritual. Sim, missão transcultural continua
sendo o tendão de Aquiles de muitas igrejas. A construção dos megas e luxuosos
templos, tem feito com que as finanças das igrejas sejam gastas, olhando apenas
para dentro de si, e não com a obra missionária. “Ide por todo o mundo”,
continua sendo a ordem de Jesus. Somente uma igreja verdadeiramente avivada obedecerá
ao ide de Jesus. O tempo está cumprido e o Reino de Deus está mais próximo do
que pensamos. Quantos que não estão nem aí para as profecias bíblicas. Esquecem
que somos nesta terra, peregrinos e forasteiros. Nosso reino não é aqui, e
temos que levar essas semente o mais longe possível. Que Deus desperte o seu
povo. Que possamos, cheios do Espírito Santo, levar esse Evangelho pleno. Quem nos
enviou é mais forte e mais poderoso que o mundo. Se for preciso morrer pelo Evangelho,
apenas morreremos na carne, mas ressuscitaremos para vivermos para sempre com o
Senhor.
Que Deus em Cristo nos abençoe
Amém.
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