DEUS NÃO SE AFASTOU DA HISTÓRIA
“Também eu fiz ficar em Israel
sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda boca que o não
beijou” (1Rs 19.18).
Por algum momento, devido as coisas
que já aconteceram, que acontecem e acontecerão ao longo da história, podemos
até pensar que o Deus Todo-poderoso, criador e sustentador de todas as coisas,
não é um Deus imanente. Que Ele não se importa com suas criaturas. Que as
coisas vão acontecendo sem nenhuma programação, ou direção de uma mente eterna
que conhece o princípio o meio e fim delas. Porém, não é bem assim. Veremos
neste rápido estudo, que Ele não só se importa, como governa, dirige, e tem o
comando de toda história em suas mãos.
Uma das perguntas mais frequentes,
quando coisas ruins acontecem, até mesmo com pessoas inocentes é: Será que Deus
não está vendo o que está acontecendo? Por que Ele não fez nada para impedir
que esse mal acontecesse? Sim, Ele está vendo todas as coisas, e, até mesmo os
mais difíceis acontecimentos na história, como esse terremoto que aconteceu no
oriente da terra, ceifando milhares de vidas, Ele, antecipadamente sabia de
tudo. Na verdade, muitos acontecimentos desastrosos vieram exatamente pelo seu
comando, como foi o caso da destruição das cidade de Sodoma e Gomorra. Tentar
entender esses mistérios, deixa-nos muitas vezes intrigado. Isaías escreveu,
falando profeticamente a voz de Deus: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu
faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas” (Is 45.7). Daniel,
após orar para que Deus revelasse o sonho do rei Nabucodonosor, louvou a Deus e
disse: “Ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os
reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o
profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz”
(Dn 2.21,22).
Desde que o Senhor criou céus e
terra, e também criou o homem e as demais coisas, que Ele interfere na
história, e nunca se afastou dela. Seja na história secular, mesmo nas nações
pagãs, e países, que aparentemente não tinham nada a ver com a divindade, o
Senhor Deus, sempre dirigiu a sua história. Basta lermos no livro de Daniel
capítulo 3, onde Deus revela a Nabucodonosor em sonhos, toda a história da humanidade,
do princípio ao final; coisas que se cumpriram, que estão se cumprindo e se
cumprirão no futuro; e muito mais na história do povo de Israel, e nesta
dispensação da graça, na história da igreja.
A nação de Israel, que foi gerada nos
lombos de Abraão, é a nação que os olhos de Deus está sobre ela de uma maneira
peculiar. Disse Moises: “Bem-aventurado és tu ó Israel! Quem é como tu, um
povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro e a espada da tua alteza? Pelo
que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as tuas alturas”
(Dt 33.29).
Foi o Senhor que levantou Moisés,
Josué e todos os juízes até Samuel, pois assim nos diz a Palavra: “E
levantou o Senhor juízes, que os livraram da mãos dos que os roubaram” (Jz
2.16). Foi Ele quem permitiu Saul se tornar o primeiro rei da nação israelita –
“E, quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe disse: Eis aqui o homem de quem
já tenho dito. Este dominará sobre o meu povo” (1Sm 9.17). Foi Ele quem
escolheu a Davi para ser chamado o homem segundo o seu coração, bem como a sua
descendência, com a promessa de uma descendência eterna, apontando para o
reinado eterno de nosso Salvador Jesus Cristo, que se cumprirá na milénio – “...
Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque
dentre os seus filhos me tenho provido de um rei” (1Sm 16.1); “Mas
confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme
para sempre” (1Cr 17.14).
Mesmo, após a divisão das tribos, onde
dez tribos ficaram sob o comando de um rei que governava desde Samaria, e
apenas duas tribos eram governadas pelo rei, desde a cidade de Jerusalém, nunca
faltou um profeta do Senhor, para ser boca de Deus para aquela nação. Durante os
tempos mais sombrios de Jeroboão, Manasses e Amom, onde o pecado grassava em
meio ao povo de Deus, lá estava um homem ou um mulher de Deus, exortando,
consolando e mostrando o caminho que deviam seguir, como o caso dos profetas
Elias, Eliseu, Micaías. Ou mesmo um profeta sem nome, como aquele homem de
Deus, que profetizou contra o altar que Jeroboão construiu em Betel – “E eis
que, por ordem do Senhor, um homem de Deus veio de Judá a Betel; e Jeroboão
estava junto ao altar, para queimar incenso. E clamou contra o altar com a palavra
do Senhor e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: eis que um filho nascerá à
casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes
dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homem se queimarão sobre ti”
(1Rs 13.1,2). O tempo passou, e muitos e muitos depois, essa profecia veio a se
cumprir, porque Deus, que é onisciente, sabe das coisas antes que aconteça, e
está presente governando a historia (2Rs 23.15-20).
Não devemos pensar que atualmente é
diferente. Deus continua a conduzir a história. Seja no mundo secular,
permitindo ou guiando, para que o calendário eterno seja cumprido; ou seja na
esfera religiosa, onde está incluso a sua Igreja.
Apesar do materialismo e frieza na
Europa, constatamos a grande explosão dos que se dizem cristãos cada vez maior,
principalmente na África e na América Latina. Há poucos dias assistimos, mais
uma vez o reavivamento que de vez em quando ocorre na universidade de Asbury.
Porém, esse crescimento dos ditos cristãos, não tem conseguido fazer a diferença
na sociedade, como ocorreu nos séculos XVIII e XIX, onde comunidades inteiras
foram impactadas pelo poder do Evangelho, onde bares e cassinos foram fechados
e guerras foram evitadas pelo clamor do povo de Deus.
Deus não se afastou da história. Ele
continua no trono governando tudo. Enganam-se os “cristãos incrédulos”, que
pensam que Deus não vê as coisas. Muitos fazem da religião apenas um lugar de convivência
social, onde seus egos são massageados, e seus dotes e talentos são vistos.
Porém, a igreja não é nada disso, apesar de tudo isso também fazer parte dos
atos litúrgicos e administrativos dela. Jesus disse de sua verdadeira igreja: “As
portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Há uma mistura
na igreja, assim como havia em meio ao povo de Israel quando saíram do Egito.
Um populacho, que mais lembrava do Egito, que seguia para Canaã. Os olhos deles
não estava em Canaã, e sim nas iguarias do Egito; mas, estava lá, como se
estivesse caminhando para Sião. Na igreja não é diferente; há os salvos, que entraram
pela Porta Estreita da Salvação, e há o populacho, que estão ao redor do
santuário. Esses jamais adentraram no santo dos santos.
Deus, continua no controle do
história da Igreja. Ele vê, e a seu tempo vai colocando as coisas em seus devidos
lugares, e isso a nível mundial. O Deus que levantou João Huss, Wiclife, Lutero,
o grande reformador, ainda é o mesmo Deus. Muitos crentes estão como o povo de
Israel no tempo do profeta Jeremias, que diziam: “Onde está a Palavra do
Senhor? Venha agora!” (Jr 17.15). Mas o Senhor diz: “... eu velo pela minha
Palavra para a cumprir” (Jr 1.12). Sim, independentemente da incredulidade
do povo, pensando que Deus não mais governa, não mais vê, não mais age na história,
Ele está fazendo, governando e agindo.
Para o cristão, não há nada mais
salutar e esperançoso, que saber que nosso Deus está no trono, e ao mesmo tempo
agindo na história da humanidade. Nossa vida não está entregue ao acaso. Não
somos vasos sem oleiro, nem ovelhas em pastor. Tem uma mente Eterna que com todo
poder cuida de nós com amor e com justiça.
Vosso em Cristo
Pr Daniel Nunes
0 comentários:
Postar um comentário