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terça-feira, 21 de março de 2023

AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA




LIÇÃO 13

AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA

TEXTO ÁUREO

"Ouvi, Senhor, a tua palavra e temi; aviva, ó Senhor a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3.2).

VERDADE PRÁTICA

É a vontade de Deus avivar a sua obra nestes últimos dias até que o Senhor Jesus volte.

Leitura Bíblica em Classe – Habacuque 3.1,2,16-19

Objetivos da Lição

1.    Apresentar o clamor pelo avivamento do profeta Habacuque;

2.    Enfatizar a Palavra de Deus como elemento fundamental do avivamento;

3.    Conscientizar a respeito da necessidade de um verdadeiro avivamento.

INTRODUÇÃO

Concordo plenamente com nosso comentarista que há uma necessidade premente de a Igreja visível ser poderosamente avivava por Deus. Essa palavra “premente” significa que há uma necessidade urgente, uma solução rápida, para que a Igreja não venha sucumbir diante da frieza do materialismo, comodismo e secularismo que tem invadido com muita força as entranhas das denominações evangélicas.

O clamor do profeta Habacuque deve ser o nosso clamor, para que haja um verdadeiro avivamento. Nada que seja apenas emocionalismo, coisas fabricadas nas mentes de atores, que levam multidões ao delírio, mas não leva à mudança de vida, ao amor ardente pelas almas dos perdidos e a busca sedenta pela santidade de Deus. Esse avivamento deve começar em cada um de nós. Não podemos estarmos satisfeitos com a metade do poder, com um quarto do poder, com três quartos do poder, mas sim, com a plenitude do poder de Deus. Cumprindo assim o que disse Paulo, aos Efésios capítulo 5 e versículo 18 “E não vos embriagueis com o vinho em que há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.

I – O CLAMOR PELO AVIVAMENTO

1.        A intercessão angustiada do profeta. O Livro do profeta Habacuque começa com uma pergunta de lamento do profeta, quando ele diz: “Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? (Hc 1.2). No capítulo 2 ele diz: “Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me dirá e que resposta eu terei da minha queixa”. Ele queria dizer que não sairia da presença do Senhor, até que obtivesse a resposta; e a resposta veio da boca do Senhor. Tem horas que parece que Deus não responde, e essas horas se tornam infindas. Parece que o tempo não passa. Porém, mesmo em silencio o Senhor está trabalhando. Ele trabalha no silencio, no sol, na sombra, no fogo, na água, no velo de lã e no redemoinho.

2.        A aparente indiferença de Deus. Essa indiferença é apenas aparente, porque de fato não existe indiferença, o que há é a tardia ira de Deus para punir os pecadores. Pedro, ao responder aos zombadores da vinda do Senhor, disse: “Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3. 9). O grande problema da humanidade, é que na sua ampla maioria, dão as costas para Deus. Porém, haverá um dia que a porta vai se fechar, não havendo mais tempo de arrependimento (Sal 9.17).

3.        A resposta pronta de Deus. Os pecados de Judá haviam se transbordado diante dos olhos do Senhor. Agora ele levanta os caldeus, para ser o seu chicote para castigar o seu povo, para traze-los de volta a sua presença. O Escritor aos Hebreus escreveu dizendo: “... Filho meu, não menosprezes a correção do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12. 5,6). Assim faz o Senhor conosco. Ele dá tempo, fala, adverte, e se não damos ouvidos, ele açoita para que o crente chegue no lugar que Ele quer.

II – O AVIVAMENTO PELA PALAVRA

1.        Ouvir a Palavra de Deus. Disse Habacuque: “Ouvi, Senhor a tua Palavra” (Hc 3.1a). Não há avivamento sem ouvir a Palavra de Deus. Disse Paulo que “A fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo” (Rm 10.17). João disse que “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escrita, pois o tempo está próximo” (Ap 1.3). É preciso ouvir a voz de Deus com atenção para viver um período de avivamento espiritual.

2.        Temer a Deus. Quando ouvimos a voz de Deus, chega o temor no coração. Lucas escreve em Atos, que o povo, ao ouvir a palavra pregada por Pedro, se encheram de temor. “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2. 37). No versículo 43 de Atos 2, diz: “Em cada alma havia temor...”. O temor é uma consequência de ouvirmos a palavra do Senhor, que no levará ao avivamento. “... e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos”. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; bom entendimento têm todos os que lhe obedecem: o seu louvor permanece para sempre” (Sal 111.10). Temor não é medo de Deus, não é pavor de Deus, mas sim, reverência diante da santidade de Deus.

3.        O clamor pelo avivamento.aviva a tua obra, ó Senhor”. Avivar é reacender a chama do Espírito no coração. Devemos clamar todos os momentos por um grande avivamento. Habacuque clamou: “Aviva tua obra, ó Senhor”. Ele sabia que somente o Senhor podia avivar. Não há verdadeiro avivamento se não vier do Senhor. Quem acende o fogo no altar de nossos corações é o Senhor. O fogo aceso pelo homem é fogo de palha que logo se apaga, mas o fogo que o Senhor acende é um fogo eterno.

III – AVIVAMENTO: QUESTÃO DE VIDA OU MORTE

1.        O clamor pela misericórdia de Deus. “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22). Grandes são as suas misericórdias! Se assim não fora, o que seria de nós? O que seria de você? O que seria de mim? Se não houver misericórdia é porque vai haver juízo. Portanto, clamemos pelas grandes misericórdias do Senhor.

2.        Deus é misericordioso. O profeta Habacuque sabia que Deus ouve as orações de pessoas que pecam, mas que se arrependem sinceramente de seus pecados e buscam a face do Senhor. Deus é misericordioso! Escreveu João: “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (1Jo 2.1). Quando o Senhor perguntou a Davi, nas mãos de quem ele queria cair, pelo desagrado do Senhor, por Davi ter enumerado o povo, ele respondeu, “Caia eu, pois, nas mãos do Senhor, porque são muitíssimas as suas misericórdias; mas que eu não caia nas mãos dos homens” (1Cr 21.13).

3.        Clamemos a Deus. Sem sombra de dúvidas, o Senhor não está nada contente com tudo o que vem ocorrendo no mundo. Diria que a depravação moral se tornou pandêmica, pois tem assolado o mundo todo. Alguém já disse que o povo de Sodoma e Gomorra teriam vergonha da população atual. O pior de tudo é que o pecado está sendo institucionalizado. O caso do aborto, do “casamento gay” e a ideologia de gênero, está cada dia mais ganhando espaço nessa sociedade licenciosa e tolerante. Como se não bastasse, agora até igrejas, ditas cristãs, estão aprovando tais abominações, inclusive no Brasil, as chamadas “Igrejas inclusivas”. Dizem eles, que se Deus é amor, não pode excluir ninguém. Esquecem eles, que o mesmo Deus que é amor, também é justiça. A Bíblia nos adverte: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14). Somente clamando ao Senhor, assim como fez Habacuque, pedindo a sua misericórdia, é que podemos mudar o curso, senão de todos, mas de muitos que estão marchando para o abismo eterno, pois o juízo do Senhor não tardará (Sal 7.12; 9.17).

CONCLUSÃO

A grande preocupação no tempo do profeta Habacuque era com a nação de Israel, o povo escolhido de Deus. A nação que era para ser exemplo das outras nações, estava precisando de um veemente e premente avivamento. Hoje não é diferente: a igreja do Senhor na terra, o povo que está aqui para fazer a diferença. Será que está fazendo? O inimigo tem ganhado espaço dentro dos arraiais cristãos, e muitas igrejas já perderam as suas marcas (Sal 74.9). Se faz necessário orarmos veementemente ao Senhor: “Aviva a tua ora, ó Senhor”. Deus pode e quer avivar ao seu povo.

Amém.

segunda-feira, 20 de março de 2023

ONDE ESTÃO NOSSOS PROFETAS?




ONDE ESTÃO NOSSOS PROFETAS?

Já não vemos os nossos símbolos; já não há profeta; nem, entre nós, quem saiba até quando” (Sal 74.9).

O Salmo 74 é um dos Salmos do cantor Asafe, que segundo a história sagrada, profetizava enquanto cantava. Asafe fazia parte da elite dos músicos de Davi. Era uma classe de músicos cantores, que tinham um estreito relacionamento com Deus. Vejamos este texto: “Davi, juntamente com os chefes do serviço, separou para o ministério os filhos de Asafe, de Hemã e de Jedutum, para profetizarem com harpas, alaúdes e címbalos. ...” (1Cr 25.1). Não era qualquer pessoa que podia fazer parte desse exército de cantores. Eles foram “separados” por Davi e pelos chefes do serviço da casa de Deus. Separados, quer dizer, consagrados para um fim específico.

No Salmo em apreço, o salmista cantor, dentre as muitas lamentações, diz algo muito espantoso. “Os teus adversários bramam no lugar das assembleias e alteiam os seus próprios símbolos” (v 4). O inimigo não estava longe. Não estava fora, mas dentro da casa de Deus. Já tinham tomado conta de tudo. Haviam retirado tudo o que representava ao Senhor Deus do Exércitos, e colocado os seus próprios símbolos. Paulo, ao falar aos anciãos de Éfeso, disse que haveria de levantar inimigos de fora, porém, o mais grave e que se levantaria no meio da própria igreja (At 20.29,30).

Os profetas de Israel, tiveram grande luta. Travaram verdadeiras batalhas para manter o povo de Israel em um regime monoteísta, visto, estarem rodeados de nações politeísta. Os deuses, como Baal, Astarote, Dagom, Moloque, eram adorados, reverenciados e cultuados pelas nações. O povo de Israel sofria influencia negativa de todos estes povos. Por isto mesmo, Deus levantava seus profetas para advertir ao seu povo de Israel, que continuassem a adorar o único e verdadeiro Deus, o Senhor Jeová. Os deuses das nações, tinham suas imagens esculpidas em pedra, ouro, prata etc. O Deus de Israel, através de sua Lei dada a Moisés, disse que não era para fazer nenhuma imagem dEle. Os homens são facilmente enganado com imagens. O homem em si, gosta muito daquilo que ele vê, toca, sente. O Deus de Israel é Espírito. Como disse Jesus em resposta a mulher samaritana: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.24). Mas, sempre vamos ver os homens se desviando para querer adorar alguma coisa que veem. Paulo fala dos “atributos invisíveis de Deus” (Rm 1. 20). Falando sobre o Deus do povo de Israel, disse Chesterton*: “Mas através de todas as suas andanças, especialmente através de todas as suas primeiras andanças, eles realmente carregavam o destino do mundo naquele tabernáculo de madeira que tinha, talvez, um símbolo sem características e certamente um Deus invisível. Podemos dizer que a característica mais essencial foi que aquele Deus era sem característica”. Continuou Chesterton*: “O Deus que não podia ter uma estátua, ou uma imagem de escultura, permaneceu um espírito”.

Por muito tempo o povo de Israel permaneceu adorando ao único Deus verdadeiro. Obedeciam a voz de Moisés, Josué e os anciãos após Josué. Porém, após a morte desses anciãos, veio uma geração idólatra, que não conhecia ao Senhor e passaram a adorar imagens de escultura (Jz 2.10-13). Isso desagradava ao Senhor, que punia o povo, fazendo que outras povos os subjugassem. Profetas e mais profetas foram levantados pelo Senhor, para falar ao povo de Israel, conduzindo-os de volta ao verdadeiro culto a Deus. Samuel, Elias, Elizeu, e outros tantos, foram levantados pelo Senhor.

A vida desses homens não era nada fácil! Muitos foram mortos; perseguidos, desprezados. Era uma missão impossível no prisma humano. Nem todos os reis deram ouvidos aos profetas. Porém, os verdadeiros profetas do Senhor não negaram ao seu chamado profético.

Porém, chegou um tempo, onde Asafe reclama: “... já não há profeta”. O inimigo havia entrado com muita força em meio ao templo, e já não havia profetas de Deus para combatê-los. Estavam com a corda toda! Deitava e rolavam dentro da casa de Deus, sem que houvesse oposição. Colocaram seus símbolos. Quer dizer: as suas marcas nocivas de idolatria estavam sendo talhadas naquele geração de adoradores, que outrora somente adoravam ao Senhor Deus Jeová.

Volto a dizer que os seres humanos têm uma tendencia perniciosa para os ídolos. Ídolos não são somente pedra e madeira; ídolos pode ser o filho, o pai, a mãe, o pastor, o cantor, o pregador, o escritor, o professor etc. Infelizmente estamos vivendo em uma geração evangélica idólatra. Vivem e morrem por um ídolo. Permitam-me dizer, talvez esteja até equivocado, mas a maioria desses que se tornaram ídolos da música (principalmente) e da pregação, gostam de ser idolatrados. Hoje em dia like da dinheiro. Quanto mais seguidores, quanto mais likes mais dinheiro no bolso. Para isto se faz necessário terem os fãs. Ai que entra a idolatria. Não importa de Jesus vai estar ou não no culto, basta que fulano ou sicrano esteja, está tudo certo. Os cultos, já faz tempo que deixou de ser um serviço para a gloria única, exclusiva para o grande e Eterno Deus. O que mais se cultua é o ego do cantor, do pastor, do pregador. Muito barulho e pouco conteúdo; muita gente e pouco adorador.

Meus amados, é com muita tristeza que estou escrevendo essas palavras. Todos sabem que estou passando por um momento muito difícil em meu ministério. Mas, nem por isto vou me calar. Preciso falar aquilo que o Senhor tem colocado em meu coração. Tenho descido pelas madrugadas aos pés do Senhor. Tenho clamado pela Igreja. Tenho também acompanhado trabalhos pelas mídias em todo Brasil. Quanta aberração se vê. A porta se abriu para os zombadores dos cultos. Línguas estranhas, antigamente eram respeitadas. A pessoa podia até não crer no dom, mas respeitava. Hoje se perdeu totalmente o respeito por esse dom tão maravilhoso. Fazem “chacotas” dos dons espirituais. A marca que o inimigo está deixando nesta geração não será facilmente apagada. Sei que há servos e servas do Senhor que estão lutando com uma boa e verdadeira fé. Pregadores fiéis estão alertando o povo. Porém, o que vemos é uma geração embebedada com o glamour e a fama, e um cem número de fãs que se esquecem de adorar ao Deus dos céus, para ficar brigando por homens e mulheres, que são tão mortais, tão pecadores como todo mundo. Todos carecem da gloria de Deus.

Despertemos povo de Deus! Vamos detectar o inimigo e vamos expulsá-lo em nome de Jesus. O Senhor ainda é o mesmo. Ele não mudou e nem mudará. Vamos levantar nossa voz profética e colocar o inimigo da idolatria para correr. Quem quiser ter seu fã clube que fique no mundo, porque na igreja, o único digno de ser adorado é o Senhor Jesus Cristo, Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Onde estão os profetas?

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

*G.K. Chesterton. Escritor inglês e cristão do século 19.


segunda-feira, 13 de março de 2023

VIVENDO NO ESPÍRITO

 

Lição 12



VIVENDO NO ESPÍRITO

TEXTO ÁUREO

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” (Gal 5.22)

VERDADE PRÁTICA

O avivamento espiritual traz uma realidade de vida no Espírito.

Leitura Bíblica em Classe – Gal 5.19-23

INTRODUÇÃO

Quero iniciar o comentário dessa tão rica lição sobre o sugestivo tema: Vivendo no Espírito, trazendo uma palavra do pastor Stanley Horton, em seu livro O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo, da CPAD, página 238, onde diz: “O amor precisa operar em nosso coração até se tornar o motivo controlador de tudo quanto fizermos. Semelhante amor traz consigo também, a totalidade do fruto do Espírito (Conforme demostra a descrição em 1Co 13.4-7). Semelhante amor nunca falhará (no sentido de chegar ao fim por ser necessário ou por deixar de ser válido)”. Prossegue o autor: “Em contraste com o amor, as profecias serão aniquiladas. As línguas cessarão. O conhecimento (Nesse contexto, provavelmente o dom espiritual da palavra de conhecimento) também cessará”.

Por que trago essa nota no inicio desta lição? Explico: Como pentecostais que somos, temos uma forte tendência de entender que uma vida vivida constantemente no Espírito Santo, seja uma vida de muitas línguas estranhas, muitas profecias, muito gloria a Deus e aleluia nos cultos. Corinhos muito movimentados, crentes chorando por todos os lados etc. Porém, a essência de uma vida vivida no Espírito é o amor. O Amor a Deus, ao próximo, a obra de Deus, a oração, a leitura da Palavra, a evangelização e muito mais.

Para que possamos viver em amor, e consequentemente sermos usados nas mãos de Deus com todos os dons espirituais, e fazendo a vontade de Deus, se faz necessário andarmos no Espírito. Coisa que não é fácil, dado a nossa natureza pecaminosa, e a tendência carnal que batalha contra o homem espiritual que em nós habita. Mas, não é impossível. Se dermos lugar pleno ao Espírito Santo, Ele nos ajudará, e finalmente quem vencerá será o homem espiritual. Gloria a Deus!

I – A VIDA NO ESPÍRITO

1.  Andando no Espírito. Paulo, escrevendo aos Romanos, disse: “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque os que se inclinam para a carne cogita das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito” (Rm 8.4,5); “Pois, todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8.14). O pastor Elinaldo explica que “andar” tem o sentido figurado de viver, experienciar, praticar e conduzir na vida espiritual. Aos Gálatas Paulo escreveu: “Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gal 5.16). Quando Paulo fala de “andar segundo o Espírito”, dá a entender que o Espírito é quem vai na frente como o “primeiro” e o crente vai logo atrás como segundo. Quer dizer, ele não toma a iniciativa da caminhada, mas, segue o que o Espírito lhe ordena que faça.

2.  Por que andar em Espírito? A resposta é óbvia: Para não cumprir os desejos da carne. Vamos simular um incidente: Enquanto dirigimos pelas ruas da cidade, levamos um chamado “trancão” de alguém em outro carro. Naquele momento, o homem carnal, pede para que corramos atrás do dito motorista e xinguemos, ou fiquemos zangados, falando palavras brutas e quem sabe até alguns palavrões torpes, porém, o homem guiado pelo Espírito Santo, vai ouvir a sua voz, e vai se controlar, não é mesmo? Foi apenas um exemplo na vida real, para que possamos entender o que é viver no Espírito. Andando no Espírito, o salvo tem vitória sobre o império da morte.

3.  Como andar em Espírito? Como disse a princípio: Não é fácil andar em Espírito, porque a inclinação carnal, herdada dos nossos primeiros pais é muito forte. Acho que a grande maioria dos chamados cristãos, não andam diariamente no Espírito. Se você não concorda comigo, então, passe daqui para frente a tomar nota de suas atitudes frente aos desafios diários. Em casa, na rua, no colégio, na faculdade, no trabalho, na feira etc. Há intrigas até nas horas de culto; nos ensaios, nas convivências. Filho crentes brigando com os pais; pais crentes brigando com os filhos; esposos crentes brigando com esposas, esposas crentes brigando com esposos; crentes fofocando da vida dos outros; mentindo, detratando, e tantas outras coisas mais que ocorrem no dia a dia. É fácil falar em “andar no Espírito”, mas, dominar a natureza velha, e viver no Espírito, somente com muita oração, vigilância e meditação na Palavra de Deus. Como diz nosso comentarista: É preciso, além de crer em Jesus, cultivar o relacionamento com Deus, e ter de fato o Espírito Santo morando 24 horas dentro dele (Jo 14.17); Ser guiado pelo Espírito (Jo 8.14); e viver cheio do Espírito (Ef 5.18).

II – O CONFRONTO ENTRE A CARNE E O ESPÍRITO

1. Carne x Espírito. Nosso maior inimigo não é o diabo. Alguém pode até discordar, mas posso lhe dizer com todas as letras e com muita convicção: Nosso maior inimigo é a nossa própria carne. Vencer a nós mesmos é nossa maior vitória. Os nosso membros guerreiam dentro de nós. Você já parou para pensar nisso? Veja o que disse Paulo: “Porque eu sei que em mim, isto e, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço [...]Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim [...] Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm 7. 18,19,21,24). A natureza herdada de Adão é alimentada pela cobiça da carne, isto é, pelos desejos carnais. Nosso comentarista cita algumas coisas que nos afasta para longe de Deus, como: Falsas religiões, pelo humanismo, materialismo etc. E o resultado não é outro senão o afastamento de Deus, e a amizade com o mundo, a carne e o diabo (Gal 5.16,17).

2.  As obras da carne. O pastor Stanley Horton classifica as obras da carne em quatro grupos: Primeiro: Adultério, fornicação, impureza e lascívia (atentados irrefreados e deliberados contra toda a decência), relacionado com a imoralidade sexual. Disse o autor, que boa parte disso nem sequer era considerada pecado pela sociedade em geral na época; Segundo: Idolatria (tanto as imagens como os deuses que representavam) e feitiçaria (inclusive a magia, os encantamentos e o uso de drogas nos rituais religiosos) relacionadas com as religiões de origens humanas; Terceiro: Inimizades (ódio), porfias (contendas, discórdias, brigas, discussões), emulações (inveja daquilo que os outros têm), iras (explosões de raiva, perda da paciência), pelejas (intrigas por motivos mercenários, devoção ao próprio interesses, como na busca de empregos públicos), dissensões (como as que existem entre os partidos políticos), heresias (diferenças de opinião, especialmente as levadas ao ponto de causarem divisões), invejas (expressadas em termos de má vontade e de malícia) e homicídios (resultantes dos motivos citados. (Mt 5.21-23; 1Jo 3.14,15). Todas essas coisas relacionam-se com os conflitos que surgem dos nossos próprios impulsos e desejos egoístas; Quarto: Bebedices e glutonarias (com as orgias, farras e pândegas). Paulo encerra essa parte da carta, dizendo “que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gal 5.21; cf 1Co 6.9).

III – O AVIVAMENTO PELO FRUTO DO ESPÍRITO

1.      O Fruto do Espírito. Dons e Fruto do Espírito são característica essenciais para a vida e o caráter cristão. É interessante lembrar que os dons são concedido, e vem de fora para dentro; enquanto o fruto e desenvolvido, gerado dentro do cristão, e deve transparecer para o exterior. Se torna um exibicionismo o uso dos dons, sem a prática do fruto. Jesus falou sobre os exibicionistas que chegarão diante de Deus, dizendo que fizeram milagres, profetizaram e fizeram maravilhas, mas não serão reconhecidos por Deus (Mt 7.21-23). Disse nosso comentarista: Nem todos os cristãos são portadores da graça dos dons espirituais, mas todos devem experimentar e testemunhar o fruto do Espírito em sua vida. Outras coisa a ser considerada, é que as “obras da carne” está no plural, mostrando assim a falta de unidade, e não poderia ser diferente. Mas, a palavra “fruto” vem no singular, mostrando assim a unidade de Deus na vida dos que geram esse precioso fruto.

2.      Os nove aspectos do fruto do Espírito. Volto a usar o que nos ensina o pastor Stanley Horton, e com isto, não estou abandonando o que nos ensinou nosso querido pastor Elinaldo, mas, estou trazendo um complemente de outro renomado autor, para que tenhamos ainda mais subsídios para essa excelente aula. O fruto começa com amor e tudo resume no amor. É chamado fruto do Espírito, porque brota do Espírito. Não cresce naturalmente do solo da nossa carne humana.

a.    O amor é idêntico ao que Deus demostrou no Calvário, quando Ele enviou seu Filho para morrer por nós, enquanto éramos ainda pecadores (Rm 5.8). Todas as qualificações desse amor está inserido em 1Corintios 13. 4-7). Esse amor como fruto do Espírito, é sofredor, benigno, não é invejoso, é humilde, cortês, não é egoísta, nem cobiçoso, nunca quer ver a desgraça alheia. Suporta tudo firme na fé. Ele nunca fracassará. 

O gozo é algo que o mundo não conhece. Muitos estão em uma corrida louca atrás dos prazeres. Alguns acham certa medida de felicidade e satisfação. Mas nem sequer poderão imaginar a experiência de ter o gozo profundo e ininterrupto que é o fruto do Espírito. Esse gozo brota em nós, à medida que o Espírito Santo torna Jesus e sua obra de salvação cada vez mais real para nosso coração (Fil 3.1).

b.  A paz verdadeira somente vem do Espírito Santo. Inclui um espírito tranquilo, mas é mais do que isso. É a consciência de que estamos num relacionamento certo com Deus (Rm 5.1).

c. Longanimidade é ter paciência com as pessoas que deliberadamente procuram magoar-nos ou causar-nos dano. Os incrédulos talvez façam o possível para nos lesar ou nos deixar irados. Mas o Espírito nos ajuda a aguentar tudo por amor, como o gozo no Senhor.

d.    A benignidade é a generosidade que procura ver as pessoas da melhor maneira possível. É compassiva e dá resposta branda que, segundo Salomão, desvia a ira, ou evita explosões de raiva (Pv 15.1).

e.    A bondade dá ideia do desenvolvimento de um caráter bom, reto, fidedigno, sem deixar de ser generoso e amigável com o próximo.

f. A Fé, como fruto do Espírito, é frequentemente distinguida da que traz a salvação e a que opera milagres. A fé, tanto no Antigo Testamento como no Novo, inclui a fidelidade e a obediência. Ela está totalmente ligada ao amor.

g.    A mansidão não é auto rebaixamento ou fazer pouco de si mesmo. Pelo contrário, é uma humildade genuína que não se considera importante demais para realizar as tarefas humildes. Não assume ares de grandeza ou imponência no sentido de deixar de ser cortês, atencioso e gentil com as pessoas.

h.    A temperança não é apenas moderação. É controle próprio. O verbo correspondente é usado para os atletas que precisam se controlar em tudo, para serem vitoriosos (1Co 9.25). O Espírito nem sempre remove todos os desejos da carne, e, certamente, nem todos os impulsos e tendências da carne. Mas parte do seu fruto é que Ele nos ajuda a desenvolver o autocontrole que domina esses desejos, impulsos, paixões e apetites.

i.  Contra o fruto do Espírito não há lei. Esse é uma conclusão tácita do velho apóstolo: “Contra essas coisas não há lei”. Não tem que venha desabonar, prender, condenar, o cristão que desenvolver o fruto do Espírito Santo. Por mais que o inimigo ranja os dentes, nada podem fazer contra a vida daquele que viva no Espírito Santo. Cultivemos, com a ajuda de Deus o fruto do Espírito Santo, e assim teremos uma vida verdadeiramente avivada.

 

CONCLUSÃO

Alguém pode até se passar por espiritual falando línguas e até operando milagres, mas se não tiver o fruto do Espírito, de nada adianta. Diante de Deus, o que conta não é a quantidade de dons, mas sim, se em nós foi gerado o fruto do Espírito Santo.

Amém.

sábado, 11 de março de 2023

DIA DE CELEBRAÇÃO A DEUS POR TER VENCIDO A COVID19

 


Nesse dia 12 de março de 2023 comemoro dois anos que o Senhor me tirou do Hospital de Clínicas em Campina Grande, onde passei 13 dias internado, sendo 9 dias na UTI e 6 dias entubado, por ter sido infectado pela COVID 19. Tive 75% dos meus pulmões comprometidos pela doença. Pneumonia bacteriana nos dois pulmões, e ainda por cima de tudo, fibrose pulmonar. Tinha tudo para ter ido a óbito e ser mais um na estatística dos mortos pela COVID, que não teria nem o direito de ser velado pela família. Mas o Senhor, que é rico em poder e misericórdia, me deu uma nova chance, e hoje estou aqui, agradecendo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, por já estar completando 2 anos da minha vitória.

Lá dentro daquela gelada UTI, o anjo do Senhor apareceu, colocou sua mão sobre mim e disse que estava me curando. Me disse que ainda teria eu muitas coisas para realizar para o Senhor nesta terra. Estou debaixo dessa promessa, e sei que quem prometeu é fiel. Reconheço que sou pó e cinza, mas o Senhor se utiliza de vasos indignos de barro para que a sua obra seja realizada a terra.

Sei, que aquele velho Daniel, ficou morto lá naquela UTI e de lá saiu um novo homem, pronto para guerrear as guerras do Senhor. Entendo que estou apenas começando, e que muito mais tem o Senhor para realizar em minha vida. Como? não sei. Só sei que os planos de Deus são maiores que os meus. E tudo o que o Senhor quer Ele faz, e ninguém há que possa o estorvar (Jo 42;2).

O Salmo 18 foi o texto sagrado que eu li, assim que saí daquele estado de morte, e por isso deixo parte dele escrito aqui neste texto de gratidão ao Senhor.

Eu te amarei do coração, ó Senhor, fortaleza minha. O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação e o meu alto refúgio. Invocarei o nome do Senhor, que é digno de louvor, e ficarei livre dos meus inimigos. Cordéis de morte me cercaram, e torrentes de impiedade me assolaram. Cordas do inferno me cingiram, laços de morte me surpreenderam. Na angústia, invoquei ao Senhor e clamei ao meu Deus; desde o seu templo ouviu a minha voz e aos seus ouvidos chegou o meu clamor perante a sua face” (Sal 18.1-6); “Enviou desde o alto e me tomou; tirou-me das muitas águas. Surpreenderam-me no dia da minha calamidade; mas o Senhor foi o meu amparo” (Sal 18.16,18).

Hoje, eu e minha família, podemos com júbilo, agradecer ao Senhor de todo nosso coração. Agradecer também ao doutor Jhony Bezerra, e toda a equipe do HC que na época cuidou de mim. Agradeço a irmã Lidiane e o irmão André, pois foram pessoas que se preocuparam comigo e com nossa família, nos dando total apoio. Jamais vou esquecer de todos aqueles que oraram por mim e estiveram sofrendo conosco naqueles dias de luta. Aos parentes de sangue, e todos nossos familiares, que Deus vos abençoe e vos guarde sempre.

Toda gratidão a minha querida esposa, Katia Cristina, meus filhos Karem, Keiler, Daniel Júnior, meu genro Jessé, minha nora Rafaela e as netinhas Bianca e Laura.

Agradecido Senhor, por todos os benefícios que nos têm feito.

A Deus seja a gloria e o louvor!

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes

segunda-feira, 6 de março de 2023

O AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA



LIÇÃO 11

O AVIVAMENTO E A MISSÃO DA IGREJA

TEXTO ÁUREO

E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15,16).

VERDADE PRÁTICA

Neste tempo marcado pela falta de fé, a Igreja só pode cumprir a sua missão se estiver imersa no avivamento espiritual.

 

Leitura Bíblica em Classe – Marcos 16.14-20

INTRODUÇÃO

A Igreja, que conhecemos como a Igreja primitiva, composta pelos primeiros discípulos de Jesus, sua mãe Maria e seus irmãos, ficaram em Jerusalém por ordem de Cristo, para serem cheios do poder do Espírito Santo, e com esse poder, eles deveriam sair e pregar o Evangelho a toda criatura.

A descida do Espírito Santo mudou por completo a vida daqueles homens e mulheres, pois, a partir de então, entrou neles um poder sobrenatural, e no primeiro sermão pregado pelo pescador Pedro, reciclado a evangelista, quase três mil almas se converteram ao Senhor.

O que entendemos muito claramente, quando Jesus disse aos seus discípulos que ficassem em Jerusalém, “Até que do alto” fossem revestidos de poder, para que, somente após esse revestimento, eles saíssem para pregar o Evangelho; é que não adianta sair pregar sem esse poder. A descida do Espírito Santo trouxe capacitação espiritual a novel igreja.

Hoje não é diferente. Por mais que estudemos a Palavra; Por mais que nos aprofundemos na exegese e hermenêutica bíblia; Por mais que estudemos as línguas originais, o mais que podemos fazer, seria impressionar alguém com nossa oratória e com nosso conhecimento. Nada mais. A conversão dos pecadores é um obra intrínseca do Espírito Santo de Deus. Ou ele está em nós nos capacitando, falando através de nós, ou nada será feito. Seria mais fácil cozinhar feijão sem fogo, que salvar uma alma sem o poder convencedor do Espírito Santo.

I – O AVIVAMENTO APÓS A RESSURREIÇÃO DE CRISTO

1.  O desânimo dos discípulos. Mesmo tendo sido avisados durante todos os três anos do ministério de Cristo, que ele havia de morrer e ressuscitar dos mortos, a decepção dos discípulos foi grande. Pedro, juntamente com mais seis discípulos, voltaram logo pescar. Jesus sabia que teria que reavivar a fé deles, por isso mesmo não tardou em ir a sua direção. Mesmo com o testemunho contundente de Maria Madalena, que testificou que estivera no sepulcro, e que encontrou com o Senhor ressurreto, eles não creram, pois, a desolação e a decepção era muito grande. Marcos relata que eles “estavam tristes e chorando” (Mc 16. 10-13). Imagina, um grupo de homens, que antes eram bravos pescadores, agora, feitos meninos sem pai e nem mãe, trancados dentro de uma casa, chorando!

2.  A aparição de Jesus aos discípulos. Jesus agora não estava mais naquele corpo mortal, mas em um corpo glorificado. Por esta razão, não houve necessidade de abrir portas ou janelas para ele passar. João descreve esta cena de forma primorosa, quando diz: “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeira da semana, e cerrada as portas onde os discípulos com medo do judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” (Jo 20.19). Foi necessário Jesus dar provas, mostrando suas mãos e o seu lado, para que eles pudessem crer que se tratava mesmo do Mestre Jesus, pois pensavam que estavam vendo apenas um espírito. O impacto negativo na mente dos discípulos foi tão grande, que, mesmo vendo os sinais dos cravos, ainda não estavam crendo (Lc 24.41), sendo então preciso Jesus pedir algo para comer, e lhe apresentaram um pedaço de peixe e favo de mel, que ele comeu diante deles (Lc 24.42).

3.  O avivamento após a ressurreição. Lucas narra em Atos 1 que Jesus, depois de padecer, se apresentou aos seus discípulos, com grande e infalíveis provas, e estivera com eles por quarenta dias, sempre falando a respeito do Reino de Deus. Nesse intervalo, ele dá ao seus discípulos o que ficou conhecido como a Grande Comissão. “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. No dizer de Mateus: “Ide, ensinai todas as nações, batizando-as em Nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo...” (Mt 28.19). O evangelista Marcos, fala sobre o poder que os discípulos receberiam para realizarem a grande comissão: “E estes sinais seguirão aos que crerem: em meu Nome, expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão” (Mc 16.17. 18). E conclui: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido o céu e assentou-se a direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” (Mc 16.19,20). Logicamente, que o versículo vinte, já fala da igreja revestida de poder, após o dia de pentecostes. A igreja primitiva era poderosa em palavras e obras. É o que está faltando na igreja hoje. Palavra até que tem, está faltando as obras!

II – O AVIVAMENTO NA MISSÃO DA IGREJA LOCAL

1.  O avivamento nas missões locais. O derramar do Espírito Santo sobre os primeiros irmãos, fez que eles se tornassem uma tocha acessa nas mãos do Senhor, e saíssem espalhando esse fogo por todos os lados. Porém, o resultado desse derramar do Espírito, não foi unicamente no ardor evangelístico, mas também na mudança de vida de maneira geral. Lucas escreve dizendo: “E perseveraram na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum” (At 2. 42-44). Sim, o pentecostes não é somente barulho. Tenho batido muito nesta tecla. Não é somente reuniões barulhentas. Pregadores e cantores frenéticos, embebedando o povo com gritos e jargões positivistas.  Avivamento é mudança de vida em todos os sentidos. Na igreja, na casa, no trabalho, na escola, na faculdade, na vizinhança etc. Sobretudo, pentecostes traduz em temor a Deus, oração, amor, santidade, reconhecimento de pecado, reconhecimento da gloria de Deus, e amor pelas almas perdidas. A prática missionária não terá nenhum valor, caso a mensagem seja apenas teórica e não prática.

2.  O avivamento nas missões regionais. Judeia e Samaria” representam aqui os locais mais afastados do centro da ação inicial, que geralmente é a maior cidade de nossa região, onde se inicia a pregação do Evangelho, para dali irradiar a outros lugares. O que temos visto, que geralmente, quem tem chegado nos lugares mais inóspitos, são as igrejas genuinamente pentecostais, que, através de irmãos, muitas vezes, pessoas simples, que sem muito conhecimento, porém, cheios do Espírito Santo, tem levado a Palavra e iniciado trabalhos nas fraudas das serras. Isso ocorreu também no início, quando veio a perseguição. A Bíblia diz: “Mas os que andavam dispersos iam por toda parte anunciando a palavra” (At 8.4). Isso é avivamento!

3.  Missões regionais atualmente. Infelizmente, hoje em dia, são poucos os que querem ir aos lugares mais difíceis. Todos buscam maior comodidade. Querem onde há os melhores hospitais, mercados, escolas, e principalmente concessionárias de veículos. Mas o Senhor continua dizendo: “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura”.  Toda criatura. O médico, o professor, o carvoeiro, o lavrador, o gari, o fazendeiro, todos precisam ouvir falar do Evangelho de Jesus. Aqui no Brasil, devemos aproveitar que ainda gozamos de liberdade religiosa, e sairmos por ai, a tempo e fora de tempo, falando que Jesus salva, cura, batiza com Espírito Santo e que voltará para o seu verdadeiro povo.

III – O AVIVAMENTO E AS MISSÕES TRANSCULTURAL

1.  A primeira igreja missionária. Definitivamente não haveria como aqueles homens iletrados levarem tão longe a obra de Deus, se não fosse pelo poder do Espírito Santo. Jesus disse que eles deveriam começar por Jerusalém, porém, ir até aos confins da terra. A princípio, a Igreja ficou acomodada em Jerusalém, mas, após a perseguição, se irradiou para outros locais, chegando até Antioquia, onde a igreja cresceu na direção de Barnabé, que contou mais tarde com o apoio de Saulo de Tarso. Mais tarde, os dois foram os primeiros missionários enviados para pregar o evangelho em missões transculturais (At 13.1-3). Naquele tempo, os candidatos para missões, não eram os mais bonitos, mais queridos do pastor, mais isso ou mais aquilo, eram os chamados e separados pelo próprio Espírito Santo. Não tinham que fazer outra coisa, a não ser orar e pedir a direção do Espírito. Foi através de Paulo que a Europa se tornou um continente cristão.

2.  Evangelização e decadência espiritual na Europa. A Europa, como é do conhecimento de todos os estudantes da historia do cristianismo, foi o berço de grandes avivamentos, e que de lá o evangelho foi disseminado por todas as partes do mundo. Basta dizer que a reforma protestante aconteceu na Alemanha, através do monge Martinho Lutero. Porém, deixaram de buscar o poder de Deus, a obra foi esfriando, ficando cada dia mais distante daquilo que o Senhor quer para a sua igreja. Assim como a igreja de Laodiceia, que ficou rica, porém, destituída dos dons de Deus, ficaram também as igrejas europeias. Hoje, infelizmente, nem 5% das pessoas nas cidades europeias frequentam qualquer igreja. Que tristeza!

3.  Clamor pelo avivamento espiritual. Sim, missão transcultural continua sendo o tendão de Aquiles de muitas igrejas. A construção dos megas e luxuosos templos, tem feito com que as finanças das igrejas sejam gastas, olhando apenas para dentro de si, e não com a obra missionária. “Ide por todo o mundo”, continua sendo a ordem de Jesus. Somente uma igreja verdadeiramente avivada obedecerá ao ide de Jesus. O tempo está cumprido e o Reino de Deus está mais próximo do que pensamos. Quantos que não estão nem aí para as profecias bíblicas. Esquecem que somos nesta terra, peregrinos e forasteiros. Nosso reino não é aqui, e temos que levar essas semente o mais longe possível. Que Deus desperte o seu povo. Que possamos, cheios do Espírito Santo, levar esse Evangelho pleno. Quem nos enviou é mais forte e mais poderoso que o mundo. Se for preciso morrer pelo Evangelho, apenas morreremos na carne, mas ressuscitaremos para vivermos para sempre com o Senhor.

Que Deus em Cristo nos abençoe

Amém.


DEUS NÃO SE AFASTOU DA HISTÓRIA

 

DEUS NÃO SE AFASTOU DA HISTÓRIA

Também eu fiz ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que se não dobraram a Baal, e toda boca que o não beijou” (1Rs 19.18).

Por algum momento, devido as coisas que já aconteceram, que acontecem e acontecerão ao longo da história, podemos até pensar que o Deus Todo-poderoso, criador e sustentador de todas as coisas, não é um Deus imanente. Que Ele não se importa com suas criaturas. Que as coisas vão acontecendo sem nenhuma programação, ou direção de uma mente eterna que conhece o princípio o meio e fim delas. Porém, não é bem assim. Veremos neste rápido estudo, que Ele não só se importa, como governa, dirige, e tem o comando de toda história em suas mãos.

Uma das perguntas mais frequentes, quando coisas ruins acontecem, até mesmo com pessoas inocentes é: Será que Deus não está vendo o que está acontecendo? Por que Ele não fez nada para impedir que esse mal acontecesse? Sim, Ele está vendo todas as coisas, e, até mesmo os mais difíceis acontecimentos na história, como esse terremoto que aconteceu no oriente da terra, ceifando milhares de vidas, Ele, antecipadamente sabia de tudo. Na verdade, muitos acontecimentos desastrosos vieram exatamente pelo seu comando, como foi o caso da destruição das cidade de Sodoma e Gomorra. Tentar entender esses mistérios, deixa-nos muitas vezes intrigado. Isaías escreveu, falando profeticamente a voz de Deus: “Eu formo a luz e crio as trevas; eu faço a paz e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas essas coisas” (Is 45.7). Daniel, após orar para que Deus revelasse o sonho do rei Nabucodonosor, louvou a Deus e disse: “Ele muda os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e com ele mora a luz” (Dn 2.21,22).

Desde que o Senhor criou céus e terra, e também criou o homem e as demais coisas, que Ele interfere na história, e nunca se afastou dela. Seja na história secular, mesmo nas nações pagãs, e países, que aparentemente não tinham nada a ver com a divindade, o Senhor Deus, sempre dirigiu a sua história. Basta lermos no livro de Daniel capítulo 3, onde Deus revela a Nabucodonosor em sonhos, toda a história da humanidade, do princípio ao final; coisas que se cumpriram, que estão se cumprindo e se cumprirão no futuro; e muito mais na história do povo de Israel, e nesta dispensação da graça, na história da igreja.

A nação de Israel, que foi gerada nos lombos de Abraão, é a nação que os olhos de Deus está sobre ela de uma maneira peculiar. Disse Moises: “Bem-aventurado és tu ó Israel! Quem é como tu, um povo salvo pelo Senhor, o escudo do teu socorro e a espada da tua alteza? Pelo que os teus inimigos te serão sujeitos, e tu pisarás sobre as tuas alturas” (Dt 33.29).

Foi o Senhor que levantou Moisés, Josué e todos os juízes até Samuel, pois assim nos diz a Palavra: “E levantou o Senhor juízes, que os livraram da mãos dos que os roubaram” (Jz 2.16). Foi Ele quem permitiu Saul se tornar o primeiro rei da nação israelita – “E, quando Samuel viu a Saul, o Senhor lhe disse: Eis aqui o homem de quem já tenho dito. Este dominará sobre o meu povo” (1Sm 9.17). Foi Ele quem escolheu a Davi para ser chamado o homem segundo o seu coração, bem como a sua descendência, com a promessa de uma descendência eterna, apontando para o reinado eterno de nosso Salvador Jesus Cristo, que se cumprirá na milénio – “... Enche o teu vaso de azeite e vem; enviar-te-ei a Jessé, o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei” (1Sm 16.1); “Mas confirmarei na minha casa e no meu reino para sempre, e o seu trono será firme para sempre” (1Cr 17.14).

Mesmo, após a divisão das tribos, onde dez tribos ficaram sob o comando de um rei que governava desde Samaria, e apenas duas tribos eram governadas pelo rei, desde a cidade de Jerusalém, nunca faltou um profeta do Senhor, para ser boca de Deus para aquela nação. Durante os tempos mais sombrios de Jeroboão, Manasses e Amom, onde o pecado grassava em meio ao povo de Deus, lá estava um homem ou um mulher de Deus, exortando, consolando e mostrando o caminho que deviam seguir, como o caso dos profetas Elias, Eliseu, Micaías. Ou mesmo um profeta sem nome, como aquele homem de Deus, que profetizou contra o altar que Jeroboão construiu em Betel – “E eis que, por ordem do Senhor, um homem de Deus veio de Judá a Betel; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso. E clamou contra o altar com a palavra do Senhor e disse: Altar, altar! Assim diz o Senhor: eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homem se queimarão sobre ti” (1Rs 13.1,2). O tempo passou, e muitos e muitos depois, essa profecia veio a se cumprir, porque Deus, que é onisciente, sabe das coisas antes que aconteça, e está presente governando a historia (2Rs 23.15-20).

Não devemos pensar que atualmente é diferente. Deus continua a conduzir a história. Seja no mundo secular, permitindo ou guiando, para que o calendário eterno seja cumprido; ou seja na esfera religiosa, onde está incluso a sua Igreja.

Apesar do materialismo e frieza na Europa, constatamos a grande explosão dos que se dizem cristãos cada vez maior, principalmente na África e na América Latina. Há poucos dias assistimos, mais uma vez o reavivamento que de vez em quando ocorre na universidade de Asbury. Porém, esse crescimento dos ditos cristãos, não tem conseguido fazer a diferença na sociedade, como ocorreu nos séculos XVIII e XIX, onde comunidades inteiras foram impactadas pelo poder do Evangelho, onde bares e cassinos foram fechados e guerras foram evitadas pelo clamor do povo de Deus.

Deus não se afastou da história. Ele continua no trono governando tudo. Enganam-se os “cristãos incrédulos”, que pensam que Deus não vê as coisas. Muitos fazem da religião apenas um lugar de convivência social, onde seus egos são massageados, e seus dotes e talentos são vistos. Porém, a igreja não é nada disso, apesar de tudo isso também fazer parte dos atos litúrgicos e administrativos dela. Jesus disse de sua verdadeira igreja: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Há uma mistura na igreja, assim como havia em meio ao povo de Israel quando saíram do Egito. Um populacho, que mais lembrava do Egito, que seguia para Canaã. Os olhos deles não estava em Canaã, e sim nas iguarias do Egito; mas, estava lá, como se estivesse caminhando para Sião. Na igreja não é diferente; há os salvos, que entraram pela Porta Estreita da Salvação, e há o populacho, que estão ao redor do santuário. Esses jamais adentraram no santo dos santos.

Deus, continua no controle do história da Igreja. Ele vê, e a seu tempo vai colocando as coisas em seus devidos lugares, e isso a nível mundial. O Deus que levantou João Huss, Wiclife, Lutero, o grande reformador, ainda é o mesmo Deus. Muitos crentes estão como o povo de Israel no tempo do profeta Jeremias, que diziam: “Onde está a Palavra do Senhor? Venha agora!” (Jr 17.15). Mas o Senhor diz: “... eu velo pela minha Palavra para a cumprir” (Jr 1.12). Sim, independentemente da incredulidade do povo, pensando que Deus não mais governa, não mais vê, não mais age na história, Ele está fazendo, governando e agindo.

Para o cristão, não há nada mais salutar e esperançoso, que saber que nosso Deus está no trono, e ao mesmo tempo agindo na história da humanidade. Nossa vida não está entregue ao acaso. Não somos vasos sem oleiro, nem ovelhas em pastor. Tem uma mente Eterna que com todo poder cuida de nós com amor e com justiça.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes