LIÇÃO 9
O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL
TEXTO ÁUREO
“E os que ouviram foram batizado em
nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito
Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.5,6).
VERDADE PRÁTICA
Deus derramou o grande avivamento
pentecostal no Brasil. Ele pode avivar mais uma vez o seu povo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – At 19.1-7
Objetivos
da lição
1. Mostrar que o movimento de Atos se
repete no Brasil;
2. Pontuar o nascimento do novo
movimento;
3. Explicar a expansão do avivamento
pentecostal.
INTRODUÇÃO
Mesmo sabendo que os cristãos
reformados chegaram no Brasil, bem antes que os pentecostais, sabemos também
que foi após a chegada destes que houve a grande explosão de crescimento do
povo denominado “protestante”. Termo esse que vem cada vez mais perdendo força,
para dar lugar tão somente ao termo “evangélicos”, como também ao termo inglês
“gospel”, principalmente na área da música.
Com a chegada do Movimento
Pentecostal ao Brasil, muda-se também a realidade espiritual do país de forma
incontestável, e como disse nosso comentarista, “irreversível” em termos de
liturgia, proclamação do Evangelho, manifestação do poder de Deus com sinais,
prodígios e maravilhas. Através de dois servos de Deus, Daniel Berg e Gunnar
Vingren, suecos, porém, vindo dos Estados Unidos, o Senhor iniciou o maior
avivamento espiritual em terras brasileiras. É isso que vamos estudar nesta
lição.
I – O MOVIMENTO DE ATOS
SE REPETE NO BRASIL
1. Pentecostes entre os salvos. É possível que alguém seja salvo, sem
ser batizado com o Espírito Santo? Dizem o reformados que, no momento da
salvação, a pessoa já recebe a plenitude do Espírito Santo. Será? Veremos este
texto bíblico: “Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo
quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que
exista o Espírito Santo” (At 19.2), e prossegue: “E, impondo-lhes Paulo
as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como
profetizavam” (At 19.6). Aqueles varões na cidade de Éfeso, tinham a fé
salvífica, já eram batizados no batismo para o arrependimento, que era o
batismo de João, mas, faltava-lhes a plenitude do Espírito Santo em suas vidas;
coisa que ocorreu, assim que Paulo orou, impondo-lhes as mãos.
2. A plenitude do Espírito Santo. Na verdade, a salvação e a plenitude
do Espírito Santo, são duas experiencias distintas. Nem todos os cristãos
entendem isto. Muitos acham que no momento da salvação, são totalmente plenos
pelo Santo Espírito, porém, o texto de Atos 19, deixa bem claro que não. Uma é
a experiencia da salvação, que é claro, é uma obra do Espírito Santo (Jo
3.3,5), porém, não se trata aqui do enchimento, ou do batismo no Espírito
Santo, conforme Atos 2. Vemos que os discípulos que ficaram em Jerusalém, todos
já eram salvos. Todos já tinham tido um experiencia extraordinária com Jesus.
Tinham recebido o Espírito Santo (Jo 20.22), porém, Jesus disse-lhes: “Porque
João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito
Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). E foi exatamente isto que
aconteceu (At 2.1-4).
3. Chamados por Deus. Após terem tido a experiencia
pentecostal, com a evidencia de falar em outras línguas, os dois jovens suecos,
Daniel Berg e Gunnar Vingren, desembarcaram no porto de Belém do Pará, no dia 19
de novembro de 1910.
Os nomes que foram ancestrais, podemos
assim dizer, do movimento pentecostal no Brasil, foram Charles Fox Parham,
William Joseph Seymour e William Howard Durham. Sendo que diretamente, os
missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, foram influenciados por Durham.
Assim nos escreve o pastor Esequias Soares: “Os que mais tarde se tornaram pioneiros no movimento
pentecostal frequentavam os cultos de Durham, e entre os pioneiros do Brasil
estão Luigi Francescon, fundador da Congregação Cristã no Brasil, e Daniel Berg
e Gunnar Vingren fundadores da Assembleia de Deus em nosso país”. (O Pentecostalismo Brasileiro –
CPAD).
Quando os missionários suecos
chegaram ao Brasil, predominava em terras tupiniquins, igrejas históricas ou
também conhecidas como “tradicionais”. Os crentes já haviam experimentado a
salvação, porém, não tinham conhecimento da doutrina do Espírito Santo, e muito
menos ouvido falar do glorioso Batismo no Espírito Santo, tal qual a igreja de
Atos do Apóstolos havia experimentado.
II – O NASCIMENTO DE UM
NOVO MOVIMENTO
1.
A pregação do avivamento pentecostal. Sempre que falamos de avivamento, se torna importante
lembrar que, para se avivar, se faz necessário que as chamas estejam apagadas,
ou querendo a se apagar. Assim estavam as igrejas brasileiras. Foi exatamente
por isto, que o Espírito soprou lá na América do Norte, e trouxe os dois jovens
pentecostais, batizados com o Espírito Santo, falando em línguas estranhas e
com dons espirituais, para disseminar essa gloriosa doutrina em nossa nação
brasileira. Logicamente que essa pregação incomodou aos pastores tradicionais,
pois, logo após a chegada dos missionários, a irmã Celina de Albuquerque recebeu a promessa
de Deus e passou a falar em outras línguas. Assim os missionários e todos que
criam naquela pregação (cerca de 9 irmãos) foram lançados fora da igreja
Batista, e no dia 18 de junho de 1911, na casa do casal Henrique e Celina de
Albuquerque, foi realizado o primeiro culto pentecostal da igreja, que a
princípio foi chamada de “Missão de Fé Apostólica”. Assim nasceu a Assembleia
de Deus no Brasil, que foi registrada com esse nome no dia 04 de Janeiro de
1918.
2. Crescimento e perseguição. São muitos os relatos de perseguição
contra os pentecostais. Jesus, no sermão das bem-aventuranças, disse: “Bem-aventurados
os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt
5.10). Nosso comentarista cita alguns episódios de perseguição, entre os quais,
em um dia de batismo, onde os inimigos da obra tentaram impedir o ato batismal.
Um outro homem tentou tirar a vida do
missionário Gunnar Vingren com um punhal, mas, valentemente a irmã Celina o
impediu de cometer o crime, jogando-se na frente do meliante. Em Mosqueiro,
interior do estado do Pará, uma casa de pregação foi cercada e apedrejada. Os
crentes tiveram que sair para se proteger. Sim, historias como estas e muitas
de maior gravidade ainda, são inúmeras, principalmente contadas pelos
pioneiros, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Fato é, que o Senhor deu grande
livramento aos seus servos, e a obra continuo crescendo para a gloria de Deus.
3. Curas divinas. Diria eu que no início do mover
pentecostal no Brasil, e podemos dizer, até a uns 30 anos atrás, podíamos presenciar
muitos milagres que aconteciam quase que constantemente em nossos cultos. Não
era preciso marcar culto de libertação, que havia libertação em todos os
cultos. Não era preciso marcar culto de avivamento, porque havia aviamento em
todos os cultos. Os crentes gostavam dos cultos de oração e vigílias. As
vigílias eram de fato de oração. Se passava mais tempo de joelhos que em pé ou
sentado. Havia uma real presença do
Senhor em nosso meio. Isso pode haver nos dias atuais, é somente a igreja do
Senhor buscar a presença do Espírito Santo, se arrepender dos seus pecados, se
converter dos maus caminhos. Deixar de pensar somente em cargos, fama,
posições, e deixar que o Pai venha derramar sobre nós da sua unção e veremos o
que pode acontecer em nosso meio.
Nosso comentarista nos dá uma lista
de exemplos de milagres, curas divinas e até ressurreição de mortos que houve,
com a oração dos missionários, e logicamente com a intervenção de Deus. Esses
relatos são importantes para mostrar que onde há o fogo do Espírito Santo, há
também as manifestações dos dons espirituais, com obras sobrenaturais, como
disse Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será
condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome,
expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma
coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os
enfermos, eles ficarão curados” (Mc 16. 15-18). Tudo isto o Senhor faz,
para mostrar o seu poder e para que os homens vejam e se convertam dos seus
pecados e creiam em Jesus como seu Salvador e tenham a vida eterna junto do Pai
(Jo 20.30,31).
III – A EXPANSÃO DO
AVIVAMENTO PENTECOSTAL
1. Um modelo centrífugo. O que é o modelo centrífugo? É um
modelo de crescimento de dentro para fora. Esse era a maneira de Paulo
trabalhar. Lembra quando ele chegou em Filipos? Foi logo para a beira do rio
orar. Logo para a casa de Lídia, e depois, a igreja de Filipos se tornou uma
grande igreja local. Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren começaram em
uma casa, depois em um pequeno salão, num bairro, numa cidade. Os pentecostais
não perdem tempo, eles evangelizam onde se abrem as portas, e até onde as
portas estão fechadas. Eles oram e o Senhor abre as portas dos hospitais,
feiras livres, ruas, casas, escolas, quarteis, manicômios, leprosários etc. A
pregação era somente essa: Jesus Cristo salva, cura, batiza com Espírito Santo
e voltará para buscar a sua igreja. E o Senhor salvava, curava, batizava com
Espírito Santo. E a obra cresceu
vertiginosamente do norte ao sul da nação brasileira. Um dia perguntaram ao
missionário Daniel Berg: A quem o senhor credita, todo esse crescimento das
Assembleia de Deus? Ele, prontamente disse: Ao Espírito Santo. Gloria a Deus.
2. Um crescimento acentuado. Os pentecostais não cresceram no
Brasil, buscando crentes em outras igrejas. Eles cresceram evangelizando,
discipulando e batizando em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Dos 42
milhões de evangélicos, segundo dados do IBGE em 2010, a maioria esmagadora é
composta de pentecostais. Entendemos que tudo isso foi fruto do poderoso
avivamento pentecostal que Deus enviou para a nossa nação.
Há, porém, que ressaltar, que estamos
vivendo dias de muita mistura. Coisa parecidas com avivamento que de fato não
é. Todo avivamento produz movimento, porém, nem todo movimento é avivamento.
Precisamos ter o discernimento do profeta Elias, para saber quando o fogo é do
Senhor e quando o fogo é estranho. Hoje em dia, temos muitos Nadabes e Abiús,
que estão levando fogo estranho para o altar do Senhor. Alguém pode perguntar: Por
que eles não estão morrendo? A resposta é só uma: Porque já estão mortos. O
problema, é que estão matando também. Nunca o texto de Malaquias foi tão atual:
“Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis,
debalde, o fogo do meu altar...” (Ml 1.10). Muito barulho e pouca unção.
Muito movimento e pouca ação. Muito grito e pouco poder. Muito jargão, e nada
de ressurreição. Os ossos continuam secos, os mortos continuam mortos, os
doentes continuam doentes, e poucos irmãos são de fato batizados com Espirito
Santo. Pergunto eu: O Senhor mudou? Não. Assim está escrito: “Porque Eu, o
Senhor, não mudo...” (Ml 3.6).O problema não está no Senhor mas em nós.
CONCLUSÃO
Antes do avivamento pentecostal em
solo brasileiro, o que dominava o cenário religioso evangélico era o sistema de
doutrina das Igrejas Históricas que não admitia o batismo com Espírito Santo,
com evidência de falar em outras línguas, e a contemporaneidade dos dons
espirituais. Essas manifestações espirituais, fundadas na Palavra de Deus, a
Bíblia Sagrada, são marcas do verdadeiro avivamento pentecostal no Brasil. O
que devemos fazer é preservá-las de maneira autêntica. Não admitindo fogo
estranho, e tampouco deixar de buscá-las.
Amém.
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