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terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL

 




LIÇÃO 9

O AVIVAMENTO PENTECOSTAL NO BRASIL

TEXTO ÁUREO

E os que ouviram foram batizado em nome do Senhor Jesus. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam” (At 19.5,6).

VERDADE PRÁTICA

Deus derramou o grande avivamento pentecostal no Brasil. Ele pode avivar mais uma vez o seu povo.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – At 19.1-7

Objetivos da lição

1.    Mostrar que o movimento de Atos se repete no Brasil;

2.    Pontuar o nascimento do novo movimento;

3.    Explicar a expansão do avivamento pentecostal.

INTRODUÇÃO

Mesmo sabendo que os cristãos reformados chegaram no Brasil, bem antes que os pentecostais, sabemos também que foi após a chegada destes que houve a grande explosão de crescimento do povo denominado “protestante”. Termo esse que vem cada vez mais perdendo força, para dar lugar tão somente ao termo “evangélicos”, como também ao termo inglês “gospel”, principalmente na área da música.

Com a chegada do Movimento Pentecostal ao Brasil, muda-se também a realidade espiritual do país de forma incontestável, e como disse nosso comentarista, “irreversível” em termos de liturgia, proclamação do Evangelho, manifestação do poder de Deus com sinais, prodígios e maravilhas. Através de dois servos de Deus, Daniel Berg e Gunnar Vingren, suecos, porém, vindo dos Estados Unidos, o Senhor iniciou o maior avivamento espiritual em terras brasileiras. É isso que vamos estudar nesta lição.

 

 

I – O MOVIMENTO DE ATOS SE REPETE NO BRASIL

1.  Pentecostes entre os salvos. É possível que alguém seja salvo, sem ser batizado com o Espírito Santo? Dizem o reformados que, no momento da salvação, a pessoa já recebe a plenitude do Espírito Santo. Será? Veremos este texto bíblico: “Perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que exista o Espírito Santo” (At 19.2), e prossegue: “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam” (At 19.6). Aqueles varões na cidade de Éfeso, tinham a fé salvífica, já eram batizados no batismo para o arrependimento, que era o batismo de João, mas, faltava-lhes a plenitude do Espírito Santo em suas vidas; coisa que ocorreu, assim que Paulo orou, impondo-lhes as mãos.

2.  A plenitude do Espírito Santo. Na verdade, a salvação e a plenitude do Espírito Santo, são duas experiencias distintas. Nem todos os cristãos entendem isto. Muitos acham que no momento da salvação, são totalmente plenos pelo Santo Espírito, porém, o texto de Atos 19, deixa bem claro que não. Uma é a experiencia da salvação, que é claro, é uma obra do Espírito Santo (Jo 3.3,5), porém, não se trata aqui do enchimento, ou do batismo no Espírito Santo, conforme Atos 2. Vemos que os discípulos que ficaram em Jerusalém, todos já eram salvos. Todos já tinham tido um experiencia extraordinária com Jesus. Tinham recebido o Espírito Santo (Jo 20.22), porém, Jesus disse-lhes: “Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). E foi exatamente isto que aconteceu (At 2.1-4).

3.  Chamados por Deus. Após terem tido a experiencia pentecostal, com a evidencia de falar em outras línguas, os dois jovens suecos, Daniel Berg e Gunnar Vingren, desembarcaram no porto de Belém do Pará, no dia 19 de novembro de 1910.

Os nomes que foram ancestrais, podemos assim dizer, do movimento pentecostal no Brasil, foram Charles Fox Parham, William Joseph Seymour e William Howard Durham. Sendo que diretamente, os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren, foram influenciados por Durham. Assim nos escreve o pastor Esequias Soares: “Os que mais tarde se tornaram pioneiros no movimento pentecostal frequentavam os cultos de Durham, e entre os pioneiros do Brasil estão Luigi Francescon, fundador da Congregação Cristã no Brasil, e Daniel Berg e Gunnar Vingren fundadores da Assembleia de Deus em nosso país”. (O Pentecostalismo Brasileiro – CPAD).

Quando os missionários suecos chegaram ao Brasil, predominava em terras tupiniquins, igrejas históricas ou também conhecidas como “tradicionais”. Os crentes já haviam experimentado a salvação, porém, não tinham conhecimento da doutrina do Espírito Santo, e muito menos ouvido falar do glorioso Batismo no Espírito Santo, tal qual a igreja de Atos do Apóstolos havia experimentado.

II – O NASCIMENTO DE UM NOVO MOVIMENTO

1.              A pregação do avivamento pentecostal. Sempre que falamos de avivamento, se torna importante lembrar que, para se avivar, se faz necessário que as chamas estejam apagadas, ou querendo a se apagar. Assim estavam as igrejas brasileiras. Foi exatamente por isto, que o Espírito soprou lá na América do Norte, e trouxe os dois jovens pentecostais, batizados com o Espírito Santo, falando em línguas estranhas e com dons espirituais, para disseminar essa gloriosa doutrina em nossa nação brasileira. Logicamente que essa pregação incomodou aos pastores tradicionais, pois, logo após a chegada dos missionários, a  irmã Celina de Albuquerque recebeu a promessa de Deus e passou a falar em outras línguas. Assim os missionários e todos que criam naquela pregação (cerca de 9 irmãos) foram lançados fora da igreja Batista, e no dia 18 de junho de 1911, na casa do casal Henrique e Celina de Albuquerque, foi realizado o primeiro culto pentecostal da igreja, que a princípio foi chamada de “Missão de Fé Apostólica”. Assim nasceu a Assembleia de Deus no Brasil, que foi registrada com esse nome no dia 04 de Janeiro de 1918.

2.  Crescimento e perseguição. São muitos os relatos de perseguição contra os pentecostais. Jesus, no sermão das bem-aventuranças, disse: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5.10). Nosso comentarista cita alguns episódios de perseguição, entre os quais, em um dia de batismo, onde os inimigos da obra tentaram impedir o ato batismal. Um outro homem tentou  tirar a vida do missionário Gunnar Vingren com um punhal, mas, valentemente a irmã Celina o impediu de cometer o crime, jogando-se na frente do meliante. Em Mosqueiro, interior do estado do Pará, uma casa de pregação foi cercada e apedrejada. Os crentes tiveram que sair para se proteger. Sim, historias como estas e muitas de maior gravidade ainda, são inúmeras, principalmente contadas pelos pioneiros, Daniel Berg e Gunnar Vingren. Fato é, que o Senhor deu grande livramento aos seus servos, e a obra continuo crescendo para a gloria de Deus.

3.  Curas divinas. Diria eu que no início do mover pentecostal no Brasil, e podemos dizer, até a uns 30 anos atrás, podíamos presenciar muitos milagres que aconteciam quase que constantemente em nossos cultos. Não era preciso marcar culto de libertação, que havia libertação em todos os cultos. Não era preciso marcar culto de avivamento, porque havia aviamento em todos os cultos. Os crentes gostavam dos cultos de oração e vigílias. As vigílias eram de fato de oração. Se passava mais tempo de joelhos que em pé ou sentado.  Havia uma real presença do Senhor em nosso meio. Isso pode haver nos dias atuais, é somente a igreja do Senhor buscar a presença do Espírito Santo, se arrepender dos seus pecados, se converter dos maus caminhos. Deixar de pensar somente em cargos, fama, posições, e deixar que o Pai venha derramar sobre nós da sua unção e veremos o que pode acontecer em nosso meio.

Nosso comentarista nos dá uma lista de exemplos de milagres, curas divinas e até ressurreição de mortos que houve, com a oração dos missionários, e logicamente com a intervenção de Deus. Esses relatos são importantes para mostrar que onde há o fogo do Espírito Santo, há também as manifestações dos dons espirituais, com obras sobrenaturais, como disse Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados” (Mc 16. 15-18). Tudo isto o Senhor faz, para mostrar o seu poder e para que os homens vejam e se convertam dos seus pecados e creiam em Jesus como seu Salvador e tenham a vida eterna junto do Pai (Jo 20.30,31).

III – A EXPANSÃO DO AVIVAMENTO PENTECOSTAL

1.      Um modelo centrífugo. O que é o modelo centrífugo? É um modelo de crescimento de dentro para fora. Esse era a maneira de Paulo trabalhar. Lembra quando ele chegou em Filipos? Foi logo para a beira do rio orar. Logo para a casa de Lídia, e depois, a igreja de Filipos se tornou uma grande igreja local. Os missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren começaram em uma casa, depois em um pequeno salão, num bairro, numa cidade. Os pentecostais não perdem tempo, eles evangelizam onde se abrem as portas, e até onde as portas estão fechadas. Eles oram e o Senhor abre as portas dos hospitais, feiras livres, ruas, casas, escolas, quarteis, manicômios, leprosários etc. A pregação era somente essa: Jesus Cristo salva, cura, batiza com Espírito Santo e voltará para buscar a sua igreja. E o Senhor salvava, curava, batizava com Espírito Santo.  E a obra cresceu vertiginosamente do norte ao sul da nação brasileira. Um dia perguntaram ao missionário Daniel Berg: A quem o senhor credita, todo esse crescimento das Assembleia de Deus? Ele, prontamente disse: Ao Espírito Santo. Gloria a Deus.

2.      Um crescimento acentuado. Os pentecostais não cresceram no Brasil, buscando crentes em outras igrejas. Eles cresceram evangelizando, discipulando e batizando em Nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Dos 42 milhões de evangélicos, segundo dados do IBGE em 2010, a maioria esmagadora é composta de pentecostais. Entendemos que tudo isso foi fruto do poderoso avivamento pentecostal que Deus enviou para a nossa nação.

Há, porém, que ressaltar, que estamos vivendo dias de muita mistura. Coisa parecidas com avivamento que de fato não é. Todo avivamento produz movimento, porém, nem todo movimento é avivamento. Precisamos ter o discernimento do profeta Elias, para saber quando o fogo é do Senhor e quando o fogo é estranho. Hoje em dia, temos muitos Nadabes e Abiús, que estão levando fogo estranho para o altar do Senhor. Alguém pode perguntar: Por que eles não estão morrendo? A resposta é só uma: Porque já estão mortos. O problema, é que estão matando também. Nunca o texto de Malaquias foi tão atual: “Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar...” (Ml 1.10). Muito barulho e pouca unção. Muito movimento e pouca ação. Muito grito e pouco poder. Muito jargão, e nada de ressurreição. Os ossos continuam secos, os mortos continuam mortos, os doentes continuam doentes, e poucos irmãos são de fato batizados com Espirito Santo. Pergunto eu: O Senhor mudou? Não. Assim está escrito: “Porque Eu, o Senhor, não mudo...” (Ml 3.6).O problema não está no Senhor mas em nós.

 

 

CONCLUSÃO

Antes do avivamento pentecostal em solo brasileiro, o que dominava o cenário religioso evangélico era o sistema de doutrina das Igrejas Históricas que não admitia o batismo com Espírito Santo, com evidência de falar em outras línguas, e a contemporaneidade dos dons espirituais. Essas manifestações espirituais, fundadas na Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, são marcas do verdadeiro avivamento pentecostal no Brasil. O que devemos fazer é preservá-las de maneira autêntica. Não admitindo fogo estranho, e tampouco deixar de buscá-las.

Amém.

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