LIÇÃO 7
ESTEVÃO – UM MÁRTIR AVIVADO
TEXTO ÁUREO
“Mas ele, estando cheio do
Espírito Santo [...] disse: Eis que vejo os céus abertos e o filho do homem,
que está em pé à mão direita de Deus.” (At 7.55,56).
VERDADE PRÁTICA
Por intermédio da graça de Deus, o
cristão pode ser fiel a Cristo até a morte e contemplar a sua glória.
Leitura Bíblica em Classe
Atos 6.8-10;7.54-60
Objetivos da lição
1. Apresentar a vida de Estevão,
destacando o seu testemunho pessoal;
2. Mostrar que o crente deve permanecer
fiel a Jesus diante da perseguição e da morte;
3. Conscientizar de que cada crente precisa
do poder do Espírito Santo para se fortalecer e permanecer na fé em Cristo.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, vamos
estudar sobre a vida do diácono e evangelista Estevão, cujo nome vem do grego “Stephanos”,
e significa, coroa ou diadema. Estevão é chamado de o protomártir da igreja,
por ser o primeiro cristão a morrer pela sua fé em Jesus Cristo.
Estevão era um dos sete
diácono, os quais, segundo a recomendação dos apóstolos, deviam ser cheios do
Espírito Santo. Ele provou que de fato o era. Era “cheio de fé e poder”, “fazia
prodígios e grandes sinais entre o povo (At 6.8). A sua ousadia na pregação do
evangelho pleno de nosso Senhor Jesus Cristo, despertou grande inveja por parte
dos “... Libertos, e dos cireneus, e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia
e da Ásia”, simplesmente, porque “Não podiam resistir à sabedoria e o
Espírito com que falava” (At 6. 9,10), exatamente, porque era cheio
do Espírito Santo. Estevão foi um servo fiel até a morte e receberá a coroa da
vida, assim como disse Jesus às igrejas da Ásia Menor (Ap 2.10).
I – O TESTEMUNHO
DE ESTEVÃO
1. Estevão usado por Deus. Certamente, Estevão era um dos cento
e vinte, que receberam o batismo com Espírito Santo no dia de pentecostes. Segundo
o relato lucano, ele era “cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes
sinais entre o povo” (At 6.8). Que grande testemunho! Foi escolhido como um
dos sete diáconos (At 6.3,6). Como está fazendo falta, crentes na qualidade de
Estevão nos nossos dias. Sempre tenho tocado na tecla, que hoje há sim, grandes
movimentos; grandes festas, e por conseguinte, parece haver grandes avivamentos,
porém, não passa daquele momento. Os doentes continuam doentes; os problemas
das mais diversas áreas continuam no meio das comunidades cristãs. As pelejas
por cargos, posições, consagrações etc. seguem anos e anos a fio. Oh, como
almejamos um grande e verdadeiro avivamento, como nos dias da igreja primitiva.
Que possamos voltar a ver, o mudo falar, o cego enxergar, o paralítico andar, o
homem ser de fato e de verdade renascido de novo.
PARA REFLETIR: Será que haveria hoje, principalmente no Brasil, algum cristão que tivesse
tão cheio do Espírito Santo, a ponto de estar disposto a morrer pelo Evangelho
de Cristo?
2. Uma covarde oposição. Como os inimigos de Estevão não
podiam fazer nada contra ele pela argumentação, pois “não podiam resistir à
sabedoria e ao Espírito com que falava” (At 6.10), então usaram de uma
grande covardia contra o servo do Senhor, e “Subornaram uns homens para que
dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus”
(At 6.11). Somente para recordarmos, que esses tais que subornaram os anciãos,
eram guardadores da lei de Moisés. Entendiam que estavam prestando um trabalho
para Deus. Como se não bastasse, iniciaram também uma cessão de violência contra
o diácono Estevão, que foi levado com grande ferocidade para o conselho (At 6. 12).
Porém, algo tremendo aconteceu: “Então, todos os que estavam assentados no
conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”
(At 6.15). Como entender isso? Como estaria o rosto de Estevão, para ser
qualificado como o “rosto de um anjo?” Quem sabe brilhava intensamente. Quem
sabe havia um sorriso diferente de todos os demais. Não sabemos, mas, Lucas
relata que “Todos os que estavam... viram como o rosto de um anjo”. Era
o Brilho do Espírito Santo na face daquele homem. Gloria a Deus!
3. A fúria dos acusadores. Quer ser louvado? pregue a
prosperidade, só vitória, somente êxito, chave de carro, apartamento, emprego,
e muitos te aplaudirão; mas, quer ser massacrado, diga a verdade ao povo.
Pregue contra as mazelas deste mundo, e diga que é preciso arrependimento dos
pecados, e seguir a Cristo, que você vai passar a ser perseguido, maltratado, e
quem sabe, morto como foi Estevão.
Estevão fez um resumo da
história de Israel e de sua apostasia, quer dizer, seu distanciamento das Leis
de Deus, para em seguida mudar o foco do discurso, e confrontar a dureza de
coração da liderança judaica, dizendo: “Homens de dura cerviz e
incircuncisos de coração e ouvido, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim,
vós sois como vossos pais” (At 7.51). Com certeza, seus ouvintes entenderam
muito bem, que ele os acusavam de ter cometido traições e homicídio contra
Jesus o Filho de Deus. Não era Estevão que falava apenas, mas o Espírito Santo
que falava na boca daquele homem, por isso, o impacto causado, onde a Bíblia
diz: “E, ouvindo eles isto, enfureciam-se em seu coração e rangiam os dentes
contra ele.” (At 7. 54).
Você leitor, já passou
por algum momento como esse, onde seus ouvintes ficaram enfurecidos e quiseram te
matar? Comigo ocorreu. Certa feita, pregava em uma comunidade rural de nosso
estado da Paraíba, quando, homens enfurecidos, quiseram tirar minha vida,
porém, aquele não era o meu momento, e assim como o Senhor livrou a Paulo e a
Pedro algumas vezes, ele me livrou das mãos daqueles homens, que depois vieram
e se converteram ao Evangelho de Jesus.
II – A PRECIOSA
MORTE DE ESTEVÃO
1. Cheio do Espírito Santo. O que é um mártir? Pergunta o pastor
Antônio Gilberto, e responde: É alguém que morre em consequência do seu
testemunho, sua fé, sua convicções. Morre sustentando a fé. Completa o nobre
pastor, dizendo: O mundo odiou a Estevão não o querendo mais aqui; matou-o a
pedradas, mas Deus veio recebê-lo para conduzi-lo à gloria, como um herói vencedor.
A Bíblia diz assim sobre o momento da morte desse homem: “Mas ele,
estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus
e Jesus, que estava à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os céus aberto e o
Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” (At 7.55). Como disse
nosso comentarista: Que visão gloriosa! Uma vida espiritualmente avivada contempla
a glória de Deus diante de uma grande tormenta.
2. A violência dos acusadores. Os versículos 54-58 de Atos 7, revela
o ódio e a violência que os acusadores do primeiro mártir estavam: “E,
ouvindo eles isto, enfureciam-se em seus coração e rangiam os dentes contra ele.
Mas eles gritavam com grande voz, taparam os ouvidos e arremeteram unânimes
contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejaram. E as testemunhas
depuseram as suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo”.
No momento da morte de
Estevão, estava lá, meio que de longe, porém consentindo o ocorrido, um jovem
fariseu zeloso, chamado Saulo de Tarso. Pouco tempo depois desse episódio, o
perseguidor se converteu e passou a ser o grande mensageiro da cruz de Cristo,
o apóstolo Paulo.
Desde Estevão para cá, milhares
de cristãos tem morrido, vitimados pela violência contra o Evangelho de Jesus. Em
nossos dias atuais, não tem sido diferente. No Brasil, no início dos trabalhos
protestantes, muitos foram mortos. Até hoje, a fé evangélica e ridicularizada,
desprezada e tratada como algo de segunda categoria. Porém, há países, onde os
cristãos pagam com a vida, por crerem na pessoa de Jesus Cristo.
3. O perdão no martírio. Estevão pede perdão pelos seus algozes,
imitando assim ao seu Mestre Jesus, que na cruz, também, pediu perdão por
aqueles que o crucificaram. Jesus disse: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o
que fazem” (Lc 23.34). Estevão dizia: “... Senhor, não lhes impute este
pecado...” (At 7.60). Que imitação perfeita do Mestre! Não há espaço para mal
querência, nem ódio, nem vingança no
coração de um crente espiritualmente avivado, pois, ele está sempre pronto a
perdoar aqueles que lhe ofendem. Aleluia!
III – O
AVIVAMENTO NO SOFRIMENTO
1. Sofrimento e morte dos apóstolos. O triunfalismo do evangelho da
prosperidade se esbarra neste episódio tema do estudo de hoje, onde um santo
servo do Senhor, tem sua vida ceifada brutalmente, apenas por pregar a verdade
do Evangelho de Jesus. Com exceção de João evangelista, ou talvez Mateus, todos
os demais apóstolos, quer seja por registro bíblico, como é o caso de Paulo, ou
por meio da tradição histórica, sabemos que todos tiveram morte brutal. Veremos
o que nos diz a Bíblia e a tradição histórica de cada apóstolo do Senhor Jesus
Cristo:
1. Pedro morreu crucificado em Roma, por
ordem do imperador Nero. Conta-se que o próprio apóstolo não quis ser crucificado
como o seu Senhor, dizendo não ser digno, então o crucificaram de cabeça para
baixo;
2. André foi martirizado e morto na Grécia,
em uma cruz em forma de X;
3. Filipe, sua historia é um pouco
confusa, mas, provavelmente também foi martirizado e morto na ásia.
4. Tiago, filho de Zebedeu foi morto por
Herodes, Ele foi o primeiro apóstolo a ser martirizado (At 12.1,2);
5. Bartolomeu, foi colocado vivo em saco
amarrado e lançado ao mar;
6. Tomé, foi morto na Índia,
provavelmente perfurado por uma lança.
7. Tiago, filho de Alfeu, foi apedrejado
em Jerusalém quando estava pregando o Evangelho de Cristo;
8. Simão, o zelote, sofreu martírio na
Palestina;
9. Paulo foi decapitado em Roma.
Sabemos
que há controversas no relato tradicional histórico, quanto a morte dos
apóstolos, porém, temos certeza de que todos enfrentaram grandes provas em sua trajetória.
Diferentemente do evangelho de facilidades que se prega hoje em dia, onde o
triunfalismo é o que mais se ouve. Os apóstolos eram avivados, por isso mesmo não
negaram a sua fé no Salvador, mesmo diante da morte. Vale a pergunta: E nós,
será que resistiríamos tão grande prova?
2.
O avivamento e sofrimento. Não é nada fácil. Pode
até ser fácil falar, mas passar pela prova, viver a prova, ser esbofeteado, maltratado,
não é fácil não. É preciso estar revestidos do poder do alto, pois somente
assim, podemos resistir a tais provas. O Escritor aos Hebreus, faz um relato
dos heróis da fé muito forte quanto ao sofrimento. Vejamos: “E outros
experimentaram escárnios, e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados,
serrados, tentados, mortos a fio da espada; andaram vestidos de peles de
ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (homens dos quais o
mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e
cavernas da terra”. (Hb 11. 36-38).
CONCLUSÃO
Diante dos inimigos do
Evangelho de Cristo e da morte, o testemunho de Estevão nos mostra que Deus
concede graça, força e equilíbrio emocional para o crente espiritualmente avivado.
Que o Senhor nos ajude a glorificá-lo no meio das lutas em que a vida nos
apresenta, sejam elas espirituais ou de outra ordem qualquer. O importante, é
seguirmos o exemplo do primeiro mártir do cristianismo, Estevão, e não negarmos
a Cristo.
Amém.
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