LIÇÃO 10
O AVIVAMENTO NA VIDA PESSOAL
TEXTO ÁUREO
“Porque a tua benignidade é melhor
do que a vida; os meus lábios te louvarão. Assim, eu te bendirei enquanto viver,
em teu nome levantarei as minhas mãos” (Sal 63.3,4).
VERDADE PRÁTICA
A presença do Espírito Santo é uma
realidade em todo os dias da vida de um crente avivado.
Leitura
Bíblica em Classe: Salmos 63. 1-8.
INTRODUÇÃO
Disse o Dr. A. W. Tozer: “Os
cientistas perderam Deus de vista, em meio às maravilhas da criação; nós, os
crentes, corremos o perigo de perdermos
Deus de vista em meio às maravilhas da sua Palavra. Andamos quase inteiramente
esquecidos de que Deus é uma pessoa, e que, por isso, devemos cultivar nossa
comunhão com Ele como cultivamos nosso companheirismo com qualquer outra pessoa.
[...] Somente após uma prolongada e efetuosa convivência é que dois seres podem
avaliar mutuamente sua capacidade total”.
É impossível avivamento sem devoção,
e devoção sem oração e jejum. Quantas vezes batemos à porta do céu por dia?
Quanto tempo passamos a sós com o Espírito Santo de Deus cada dia? Davi foi
exemplo de um homem que tinha ânsia espiritual. Ele tinha ânsia por Deus.
Disse: “Como a corça sedenta em busca de água, assim eu suspiro por ti, meu
Deus. Tenho sede de Deus, do Deus da vida! Quando poderei contemplar a presença
de Deus?” (Sal 42.1,2 – Versão Portuguesa).
O desejo do Pai é que todos os
crentes sejam espiritualmente avivados. O avivamento que o Senhor Deus quer
para o seu povo, não é um avivamento de pulos e gritos frenéticos em um culto
apenas, mas, um avivamento que a sociedade, que é de fato o ambiente da igreja,
seja impactada pela mensagem do Evangelho, e pessoas que não conheçam a Cristo,
possam conhecê-lo através do avivamento na vidas dos crentes. Como diz nosso
comentador: Além de esse avivamento se manifestar no templo, ele se revela em
todos os lugares, no testemunho cotidiano da vida, que inclui o casamento, a
vida familiar, a escola/faculdade, o trabalho, os negócios, enfim, em toda
nossa área de atividades e, principalmente, na proclamação do Evangelho. Estudemos
então, o avivamento espiritual na vida diária do crente.
I – O AVIVAMENTO NA
VIDA DO SALMISTA
1. Uma busca sincera. Todos os estudantes atentos das
Escrituras Sagradas, sabem que o salmista Davi experimentou momentos de lutas,
dificuldades, pecados, opressões, levantes ao longo da vida. No entanto, em
qualquer situação que estivesse, por difícil que fosse, ele anelava
ardentemente a presença de Deus: “Ó Deus, tu és o meu Deus; de madrugada te
buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma
terra seca e cansada, onde não há água” (Sal 63.1). Uma convicção firme o
salmista tinha: “Tu és o meu Deus”. E nós, como estamos? Qual é a nossa convicção?
2. Contemplando e bendizendo ao Senhor. “Para ver a tua fortaleza e a tua
glória, como te vi no santuário” (Sal 63.2). Ele queria que aquela linda e
gratificante experiencia fosse real novamente em sua vida. Isso era para Davi,
mais que a sua própria vida, pois assim se expressou ele: “Porque a tua
benignidade é melhor do que a vida; os meus lábios te louvarão” (Sal 63.3).
Quer dizer: Não adiante ter vida, se não tiver a tua benignidade. Ter a
benignidade dos homens é muito bom, porém, a de Deus é incomparavelmente
melhor. Não há como não louvar ao Senhor, quando nosso ser é cheio dessa
presença: “... os meus lábios te louvarão”. Davi faz então um pacto com
o Senhor, dizendo: “Assim, eu te bendirei enquanto viver” (Sal 63.4).
Ele não estava no luxo do palácio, nem da casa real, ele estava no deserto de
Judá. Não importa o lugar que estejamos, ou a situação que nós nos encontremos,
o Senhor pode se manifestar o seu poder. Muitos esperam apenas a manifestação do
Senhor em um culto, onde tenham pessoas influentes, cantores e pregadores famosos,
mas, Deus se manifesta onde haja um coração contrito e humilhado em sua
presença. O Senhor ainda quer e pode se manifestar aos seus verdadeiros servos,
que buscam de todo coração o verdadeiro avivamento espiritual.
3. Deus é nosso auxílio. “A minha alma se fartará, como de
tutano e de gordura; e a minha boca te louvará com alegres lábios” (Sal 63.5).
O salmista busca na familiaridade alimentícia judaica, onde as mães preparavam
os tutanos, fosse de bois ou de cordeiros, para alimentar bem seus filhos, e
diz ao Senhor, que a sua alma seria farta, assim como o estômago de tutano e
gordura. Quer dizer, uma comida, que além de saborosa, muito substanciosa, que
dava sustentação ao corpo durante todo dia. Assim seria a presença de Deus para
ele. Assim também será para cada um de nós a presença sacrossanta do Senhor.
Alimentará a nossa alma, e permaneceremos avivamos em todo tempo.
II – O AVIVAMENTO ESPIRITUAL
DO CRENTE
1. Reservando uma agenda de piedade. A palavra “devoção”, tem sua origem no latim devotio,
derivado do verbo devorere, que significa “prometer solenemente, dedicar
através de um voto, sacrificar-se”. A palavra grega para devoção é eusebeia,
“piedade, reverencia”, de eusebeõ, “ser pio, piedoso, devoto”. Sendo
assim, o momento devocional de cada cristão, é aquele tempo tirado para
dedicação de si mesmo a Deus, em uma atitude de reverencia, devoção e piedade,
lendo a Palavra, orando e adorando ao Senhor. É de suma importância, que cada
um de nós, reserve um momento ao longo do dia para desfrutar de períodos
especiais em que cultivemos a vida devocional e, consequentemente, estreitemos
nossa comunhão com Deus (Sal 55.17; Dn 6.10).
Ouçamos esse Salmo: “A quem tenho
eu no céu senão a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A minha
carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu coração e a
minha porção para sempre. Pois eis que os que se alongam de ti perecerão; tu
tens destruído todos aqueles que, apostatando, se desvia de ti. Mas, para mim,
bom é aproximar-me de Deus; pus a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar
as tuas obras” (Sal 73. 25-28). Homens como o salmista, quando buscavam ao
Senhor, choravam por Ele, oravam, lutavam e o buscavam de dia e de noite, a
tempo e fora de tempo, e, quando o encontravam, sentiam o sabor daquela longa
procura. O Senhor prometeu: “E buscar-me-eis e me achareis quando me
buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29.13).
2. A prática da oração. Já disse acima: É impossível ser
avivado sem a prática da oração, jejum e devoção a Deus. Veremos aqui três exemplos
de homens que desenvolveram o bom hábito da oração ao longo de cada dia; Davi
orava pelo menos três vezes ao dia (Sal 55.17); Daniel orava três vezes ao dia
(Dn 6.10); Jesus, que é sem dúvida o nosso maior modelo de oração, orava
intensamente no dia (Mt 26.36-44). Se queremos ter de fato, uma vida
espiritualmente avivada, precisamos permanecer no exercício diário da oração.
Abraão, Moises, Davi, Esdras, Neemias, Pedro, Paulo, Tiago, foram homens de
vida intensa de oração.
3. A leitura devocional da Bíblia. Todo crente deve ler diariamente a
Bíblia. Aqueles que não sabem ler, devem procurar alguém que saiba, e pedir
para que seja feita uma leitura da Palavra para que ele possa ouvir. A Bíblia
não diz, que são apenas os que leem que são bem-aventurados, mas também os que
ouvem as palavras de Deus (Ap 1.3). A Palavra de Deus é a espada do Espírito
que devemos usar contra o inimigo (Ef 6.10). Ela é uma espada de dois fios, e
penetra no mais profundo do ser do homem (Hb 4.12). A Bíblia, deve ser estudada
levando em consideração os seguintes pontos: Ela nos permite meditar nas coisas
de Deus (Sal 119.97); ela previne o nosso coração de pecar (Sal 119.11); ela
nos consola (Sal 119.50); ela dirige a vida (Sal 119.105); e ela ordena a vida
pessoal (Sal 119.133).
III – A VIDA PESSOAL E
A FAMILIAR DO CRENTE AVIVADO
1. A vida pessoal. Não haveria nenhum resultado positivo
na coletividade, nem na comunidade, se o avivamento não passasse pela
individualidade de cada um de nós. É, exatamente esse efeito pessoal,
individual, seja em nosso modo de ser, tratar, viver, conviver em família, vizinhança,
igreja, que leva a uma coletividade a experimentar o avivamento. Os grandes
avivamento em nações, iniciaram com uma ou duas pessoas, como no caso do
avivamento nos tempos de Wesley, que começou com um pequeno grupo de jovens
ansiosos por uma vida santa. Toda a nação foi envolvida. Há quem diga, que se
não fosse o avivamento do metodismo, a Inglaterra teria entrado em uma guerra
sangrenta, assim como ocorreu com a França. E tudo começou, quando um jovem
buscou a Deus. Não nos cansemos, de sozinhos ou acompanhados por poucos,
buscarmos a face do Senhor, até nos sentirmos novamente avivados.
2. A vida com o cônjuge. O que temos visto e ouvido, é de
maridos muito avivados na igreja, porém, espancadores em casa. Homens que
querem ser dominadores de suas esposas, na base do grito e até espancamento. Há
mulheres de obreiros que já não suportam mais sua conduta, onde na igreja é um
santão e em casa é um leão. Diz o pastor Elinaldo: Uma vida matrimonial pode e
deve ser vivida no Espírito de Deus. Uma vida avivada no Espírito tem como consequência
básica: O amor e a submissão (Ef 5.22,25-27); A demonstração de carinho e afeto
(Pv 31.29); Uma comunicação eficiente e atenta (Tg 1.19; Pv 18.13,20). Então não
se pode conceber que alguém seja cheio do Espírito, conforme Efésios 5.18, é
viva de modo que não agrade a Deus no convívio do lar.
3. A vida com os filhos. Alguém pode até perguntar: Mais o que tem a
ver avivamento com o convívio com os filhos? Tem tudo a ver. Como falamos acima:
se o avivamento que pregamos e dizemos que temos, não surtir efeito na
sociedade em que nos cerca, não tem utilidade nenhuma. Deus não nos aviva para
fazermos movimento e barulho em reuniões da igreja; o avivamento precisa ser
prático, e nada melhor, que começar dentro de nossa casa com nossos filhos. O
crente avivado dá atenção ao seu relacionamento com os filhos. Aqui, há
cuidados indispensáveis para uma vida cristã avivada e feliz no relacionamento
entre pais e filhos: O afeto (Fl 2.1,2; Sal 2.12); os cuidados espirituais (Dt
11.18-21); o hábito do culto doméstico (Sal 78.1-9); o relacionamento cristão
com os filhos (Ef 6.4; Col 3.21). a disciplina dos filhos (Hb 12.7; Pv 19.18;
Jr 31.20).
4. Os efeito do avivamento na vida
pessoal. Certamente
que o avivamento produz inúmeros efeitos na vida de cada crente, individualmente.
Desde o desejo de falar de Jesus aos pecadores, o desejo pela santidade
pessoal, a reprovação dos pecados cometidos, a vontade de exaltar e glorificar a
Deus com maior entusiasmo cada dia, o sentimento da grandeza de Deus, e da
nossa nulidade, e a alegria pela imensurável graça de Deus que nos alcançou,
mesmo sem nenhum mérito nosso, mas unicamente de Deus, e nos salvou, nos
justificou, nos regenerou e nos santificou.
Se o avivamento não nos causar isto,
não é avivamento, mas, mera emoção momentânea, que não alcançou o objetivo
pretendido pelo Espírito Santo em nossas vidas. O que mais temos visto nos dias
de hoje é exatamente isto: Cultos “cheios de poder”, e crentes vazios de
resultados. Que Deus tenha misericórdia do seu povo. Creio que o avivamento
pessoal e verdadeiro passa pelo texto de 2Pedro 1. 3-8).
CONCLUSÃO
Pessoalmente precisamos, urgentemente
sair da teoria para um avivamento prático, verdadeiro, notável pela sociedade
que nos cerca. O mundo precisa ver isso nos crentes. Os avivamentos na historia da humanidade,
tiveram grandes efeitos benéficos na vida de todos. Hoje, se propaga o Brasil,
como a maior nação pentecostal no mundo, porém, os efeitos benéficos práticos
não são notados. Quando o número de crentes pentecostais era bem menos, se podia
ver mais. A pergunta é: O que está de fato faltando? Será que não está na hora
de cada um de nós, fazermos um exame de consciência e nos arrependermos de todo
nosso coração, e buscarmos a face do Senhor, assim como fez o salmista, para
vermos de fato a face do Senhor, e, somente assim, teremos o avivamento tão
anelado por todos nós?
Deus nos ajude!