LIÇÃO 3
O AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO
TEXTO ÁUREO
“Jesus respondeu e disse lhe: Se
tu conheceras o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
pedirias, e ele te daria água viva.” (Jo 4.10)
VERDADE PRÁTICA
A Palavra de Deus revela raízes de um
verdadeiro avivamento espiritual, que perpassa a história.
Leitura Bíblica em Classe – João 4. 7-15
Objetivos da lição:
1- Apresentar o avivamento nos
Evangelhos;
2- Saber como se deu o avivamento no
livro de Atos dos Apóstolos;
3- Conhecer o avivamento nas Epístolas e
no Apocalipse.
INTRODUÇÃO
Quero iniciar essa lição número três,
por se tratar do Avivamento no Novo Testamento, com a palavra de George R.
Foster, ao prefaciar o livro “Porque Tarda o Pleno Avivamento” de Leonard
Ravenhill, que diz: “Avivamento. Sem dúvida esta é uma das palavras mais
desgastadas no vocabulário evangélico brasileiro. Mas quando Leonard Ravenhill
escreve sobre avivamento ele não toma partido entre “carismáticos” e
“tradicionais” e nem toma conhecimento das questões debatidas entre ele. Para
ele, a questão não é se tocamos bateria em nossos templos ou se levantamos a
mão no culto de louvor. Ele nos chama a levantar um clamor a Deus para que ele
fenda os céus e desça com poder e autoridade para tornar o seu nome notório na
presença de seus adversários, fazendo as nações tremer diante dele”.
Por que começo com esse prefácio?
Porque, vejo, que se em 1989, a palavra “avivamento”, já era tida como
desgastada na visão do escritor, imagina hoje dia? Do ano passado para cá,
infelizmente, surgiram muitos, que diziam avivados, pentecostais, faladores de
línguas estranhas, profetizando a torto e a direito, e pior de tudo, dizendo
que era Deus que estava falando em as boca. Todos foram desmascarados. Porém, a
credibilidade nos milagres, nas curas divinas, nos dons de línguas, profecias,
que já eram vistas como meninices, ficou pior após esse tempo. Muitos deixaram
de crer, após essa enxurrada de falsos profetas.
Porém, sabemos, que Deus tem sim seus
servos fiéis. Se no reinado de Acabe, havia quatrocentos profetas falsos, que
falavam por conveniência, havia também um único Micaías, que falava a palavra
do Senhor (1Rs 22. 6-8). Portanto, não vamos desanimar, e vamos estudar sobre o
verdadeiro avivamento no Novo Testamento.
Veremos, portanto, o avivamento
trazido por Cristo mediante aos homens comissionados por Ele para proclamar o
Evangelho para Israel e para o mundo. Desse modo, nosso Senhor trouxe a mais
poderosa mensagem que os homens ouviram: A mensagem do Reino de Deus. Através
de seus escritos, como livros e epístolas, os apóstolos seguiram levando a
mesma mensagem de Jesus.
I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS
Sabemos que o Novo Testamento, que é
a segunda parte que compõe a Bíblia Sagrada, composta de 27 livros, foi a
revelação final de Deus para a humanidade. A partir da canonização desses
livros, já não se pode dizer que tal ou tal livro é inspirado por Deus, ou é a
Boca de Deus falando aos homens. A abordagem em primeiro lugar do Evangelho
segundo João, foi, segundo a visão do comentarista, por se tratar de um livro, “que
a sua mensagem é a mais objetiva da parte de Cristo para uma missão gloriosa
entre os homens”.
1. O avivamento em João. A data apontada para a escritura do
Evangelho segundo João, é entre os anos 80 - 90 d.C. Ele, diferentemente de
Mateu, Marcos e Lucas, não é chamado de sinótico, “idêntico”, por ter
uma abordagem diferente dos demais.
Quando Jesus encontra com a mulher
samaritana, ele a oferece uma água, que até então não se havia sido falada
sobre ela. Uma água que mata a sede de uma vez por todas. “E Jesus respondeu
e disse-lhe: Qualquer que beber desta água (a do poço) tonará a ter sede, mas
aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais tornara a ter sede,
porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a
vida eterna” (Jo 4. 13,14). Essa água, é a água da salvação. Como disse o
pastor Elinaldo: “Esse versículo é um resumo da missão redentora de Jesus:
preencher o vazio da alma com a salvação, sanar as necessidades espirituais e
emocionais do ser humano”. Após aquele encontro, a vida daquela mulher foi
totalmente mudada (Jo 4.28-30). Só Cristo pode fazer uma coisa dessas. Esse é o
verdadeiro avivamento, onde uma vida morta em seus delitos e pecados, revive
para Deus, e passa a falar de Cristo as demais pessoas.
2. O avivamento em Mateus. Mateus é o primeiro dos Evangelhos sinóticos
“idênticos”, juntamente com Marcos e Lucas. Foi escrito por volta do ao 60 d.C.
É chamado de “O Evangelho do Rei, ou do Reino”, pela razão de em seus escritos,
constar mais de 30 vezes as expressões “Reino dos céus”, “Reino de Deus”. O
propósito de Mateus é revelar que Jesus era o Messias prometido no Antigo
Testamento, primeiramente ao judeus, e logo a todo o mundo. Assim, Mateus
revela o real avivamento que o mundo poderia vivenciar (Mt 4. 13-17).
3. O avivamento em Marcos. Marcos faz coro como profeta Isaías
(Is 42,43), e apresenta Jesus como Servo, e pelo menos em três aspectos. 1) Servo
vencedor sobre as enfermidades, os demônios, as forças da natureza e a
morte; 2) Servo sofredor, maltratado pelo liderança judaica, sacerdotes,
traído por Judas, um de seus discípulos (Mc 14.10,11), e humilhado pelos
soldados romanos (Mc 15. 1-20); 3) Servo triunfante. A mensagem do anjo
às mulheres que foram ao sepulcro, afirma: “... já ressuscitou, não está mais
aqui” (Mc 16.6-8). Esse é o grande avivamento causado pela ressurreição de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele está vivo e pode nos dar vida com abundância.
4. O avivamento em Lucas. Lucas é considerado o Evangelho do
Filho do Homem (Lc 19.10). Nesse evangelho, a humanidade de Jesus é ressaltada,
salientada como em nenhum outro. Ele foi quem registrou com requinte de
detalhes o nascimento de Jesus (Lc 2. 10-14). Ele revela que um novo tempo
estava chegando para o povo de Israel e para o mundo. Era o avivamento enviado
dos céus.
II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS
APÓSTOLOS
David Gooding, em seu livro Según
Hechos, escreve: “Suponho que a primeira razão, e a mais óbvia para estudar
Atos podia ser: para aprender alguns dados diretos e honrosos sobre o começo do
cristianismo e sobre o mundo antigo em que ele nasceu. [...} as coisas
realmente ofensivas para a mente moderna são, primeiro, o âmbito sobrenatural
do cristianismo; Sua afirmação de que Jesus é o Deus encarnado, que ressuscitou
corporalmente da tumba e subiu ao céus, e virá novamente, e literalmente. E
segundo, seu exclusivismo dogmático: sua insistência em que não é possível
falar de salvação em outro nome, a não ser que seja Cristo” (At 4.12).
No livro “No Poder do Espírito”,
editora Carisma, diz: “No passado, os evangélicos tradicionais enxergavam o
livro e Atos como um texto histórico com pouca importância teológica. Essa
perspectiva foi uma reação ao ceticismo histórico radical que marcou muito as
obras mais antigas que classificam Lucas como teólogo. [...]. Entretanto, os
evangélicos tradicionais começaram lentamente a reconhecer que Lucas era, de
fato, tanto historiador quanto teólogo: ele escreveu uma narrativa histórica,
mas com um propósito teológico em mente” (William & Menzies).
1. O avivamento na Igreja Primitiva.
A promessa de Jesus, que os
discípulos seriam batizados com Espírito Santo, não muito depois daqueles dias,
se cumpriu cabalmente na vida de sua igreja (At 1.5; 2.1-4).
Em sua primeira pregação, o apóstolo
Pedro, fala, àquela assombrada multidão, dizendo-lhes o que estava se cumprindo
na cidade de Jerusalém, ante aos olhos de todo povo. Eles haviam matado o
filho, o herdeiro de tudo, porém, sua morte não havia anulado a promessa do
Espírito Santo, antes, tinha facilitado seu cumprimento. E, acrescenta, que a
promessa não era somente para eles, “Porque a promessa vos diz respeito a
vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso
Senhor chamar” (At 2.39). Essa promessa se mantem firme até os dias de
hoje!
Quando lemos “E disse-lhes Pedro:
arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38), David
Gooding diz que a palavra “dom” está no singular, apontado, não para os dons do
Espírito, porém, muita mais do que isso, para a própria pessoa do Espírito
Santo. Disse ele: “Rejeitaram e mataram o Filho, agora se lhes é oferecido o
Espírito de Deus; crucificaram a segunda pessoa da trindade, agora lhes é
oferecido a terceira pessoa”. Gloria a Deus! Diz o pastor Renovato: “O
cumprimento dessa promessa na vida da igreja seria o maior avivamento ocorrido
na história”.
2.
A descida do Espírito Santo. É de comum acordo da
grande maioria dos teólogos, que a descida do Espírito Santo marcou a
inauguração da Igreja do Senhor Jesus na terra. Joel profetizou sobre esse
acontecimento (Joel 2.28) em tempos remotos, onde nosso comentarista data de
835 a.C. Segundo Holman, “A datação do Livro de Joel tem sido sempre de difícil
e sobretudo uma suposição, com sugestões variando do Israel pré-monárquico ao
período pós-exílico, às vezes até ao período helenístico”. Bíblia de Holman –
CPAD.
O evento da descida do Espírito Santo
trouxe um grande avivamento espiritual no nascimento da igreja. Antes, o Senhor
Jesus tinha comissionado os discípulos para levar o seu Evangelho a toda
criatura (Mc 16.15), porém, faltava algo na vida da novel igreja. Ela precisava
ser cheia do Espírito Santo. Isso se deu no dia de pentecostes, e a partir daí,
os discípulos cheios do Espírito, saíram com grande poder e ousadia a anunciar
a Palavra de Deus (At 4.31).
III – O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO
APOCALIPSE
1.
Nas epístolas paulinas. As epístolas paulinas estão repletas de palavras de
avivamento. Desde Primeira aos Coríntios, onde Paulo fala que “A palavra da
cruz é loucura para os que perecem; mas para nós que somos salvos, é o poder de
Deus” (1Co 1.18). Na mesma carta, no capítulo 12, o apóstolo fala do avivamento
dos dons espirituais; no capítulo 13, sobre o avivamento do amor; no 14 ele
volta a falar sobre as profecias e línguas, hinos espirituais etc. Em Efésios
5.18 diz: “E não vos embriagueis com o vinho, em que há contenda, mas
enchei-vos do Espírito”. O próprio Paulo foi cheio do Espírito (At 9.17).
Em 1Tessalonicenses, Paulo adverte a igreja, que não deveria apagar o Espírito
(1Ts 5.19). Para Timóteo, filho na fé de Paulo, ele aconselha dizendo: “Por
este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela
imposição das minhas mãos” (2Tm 1.6).
2.
Nas epístolas gerais (ou universais). Se considerarmos a fé; a santificação; as boas obras
realizadas por um coração verdadeiramente convertido a Deus; o crescimento na
vida cristã, como avivamento, que de fato o é, as epistolas gerais, estão
eivadas de palavras de avivamento, vejamos: “Ora, a fé é o firme fundamento
das coisas que se esperam e aprova das coisas que se não veem” (Hb 11.1); “Ora,
sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima
de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb
11.6); "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá
o Senhor” (Hb 12.14); “Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho as
obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas
minhas obras” (Tg 2.18); “Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1.15). Podemos então
dizer, que todas as epístolas universais falam sim de avivamento.
3.
No livro do Apocalipse. O último livro da Bíblia, o livro das revelações, foi
escrito por volta dos anos 90 a 96 d.C. São estas as revelações que foram
mostradas a João na ilha de Patmos:
a.
Revelação
do Cristo glorificado e glorioso (Ap 1.1,12-17);
b.
Revelação
de coisas passadas, presentes e futuras (Ap 1.19);
c.
Revelação
de coisas concernentes a igreja (Ap 2,3);
d.
Revelação
concernente as nações; o arrebatamento da igreja, o tribunal de Cristo (Ap 6 a
seguir);
e.
Revelação
do grande trono branco (Ap 20);
f.
Entrega
de galardões e bodas do Cordeiro (Ap 4-22);
g.
A
volta do Senhor em glória (Ap 1.7);
No momento volta do Senhor em glória,
onde ele vencerá para sempre a satanás, e com ele todo mal, haverá o último e
grande avivamento, descrito em Zacarias 14. Nesse episódio, a Igreja já estará
com Senhor, e descerá com ele, como diz o texto: “Então, virá o Senhor, meu
Deus, e todos os santos contigo ó Senhor” (Zc 14. 5b); “... Eis que é
vindo o Senhor com milhares de seus santos” (Jd 1.14b). Diz ainda: “E
sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito
de graça e de súplicas; e olharam para mim, a quem transpassaram; e o
prantearão como que prantei por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como
se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Será grande o avivamento
nesse tempo na casa de Israel. O Senhor implantará o milênio, e o mundo viverá
o maior e o último avivamento da história.
CONCLUSÃO
No Novo Testamento está contido toda
a revelação de Deus para a sua Igreja e a mensagem salvífica para todos os
homens. Portanto, ao longo desse divino documento, a Bíblia Sagrada, podemos ver
claramente a vontade de Deus para um avivamento genuíno do seu povo. Esse avivamento
contém: transformação de vida, regeneração, justificação, redenção,
santificação, e por fim a glorificação. Tudo isto só acontece com a agir do Espírito
Santo de Deus no interior de cada um de nós. Demos nosso coração sem reservas
ao Senhor, e o mais Ele fará.
Vosso em Cristo
Pr Daniel Nunes da Silva
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