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quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

 

LIÇÃO 3

O AVIVAMENTO NO NOVO TESTAMENTO

TEXTO ÁUREO

Jesus respondeu e disse lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.” (Jo 4.10)

VERDADE PRÁTICA

A Palavra de Deus revela raízes de um verdadeiro avivamento espiritual, que perpassa a história.

Leitura Bíblica em Classe João 4. 7-15

Objetivos da lição:

1-    Apresentar o avivamento nos Evangelhos;

2-    Saber como se deu o avivamento no livro de Atos dos Apóstolos;

3-    Conhecer o avivamento nas Epístolas e no Apocalipse.

INTRODUÇÃO

Quero iniciar essa lição número três, por se tratar do Avivamento no Novo Testamento, com a palavra de George R. Foster, ao prefaciar o livro “Porque Tarda o Pleno Avivamento” de Leonard Ravenhill, que diz: “Avivamento. Sem dúvida esta é uma das palavras mais desgastadas no vocabulário evangélico brasileiro. Mas quando Leonard Ravenhill escreve sobre avivamento ele não toma partido entre “carismáticos” e “tradicionais” e nem toma conhecimento das questões debatidas entre ele. Para ele, a questão não é se tocamos bateria em nossos templos ou se levantamos a mão no culto de louvor. Ele nos chama a levantar um clamor a Deus para que ele fenda os céus e desça com poder e autoridade para tornar o seu nome notório na presença de seus adversários, fazendo as nações tremer diante dele”.

Por que começo com esse prefácio? Porque, vejo, que se em 1989, a palavra “avivamento”, já era tida como desgastada na visão do escritor, imagina hoje dia? Do ano passado para cá, infelizmente, surgiram muitos, que diziam avivados, pentecostais, faladores de línguas estranhas, profetizando a torto e a direito, e pior de tudo, dizendo que era Deus que estava falando em as boca. Todos foram desmascarados. Porém, a credibilidade nos milagres, nas curas divinas, nos dons de línguas, profecias, que já eram vistas como meninices, ficou pior após esse tempo. Muitos deixaram de crer, após essa enxurrada de falsos profetas.

Porém, sabemos, que Deus tem sim seus servos fiéis. Se no reinado de Acabe, havia quatrocentos profetas falsos, que falavam por conveniência, havia também um único Micaías, que falava a palavra do Senhor (1Rs 22. 6-8). Portanto, não vamos desanimar, e vamos estudar sobre o verdadeiro avivamento no Novo Testamento.

Veremos, portanto, o avivamento trazido por Cristo mediante aos homens comissionados por Ele para proclamar o Evangelho para Israel e para o mundo. Desse modo, nosso Senhor trouxe a mais poderosa mensagem que os homens ouviram: A mensagem do Reino de Deus. Através de seus escritos, como livros e epístolas, os apóstolos seguiram levando a mesma mensagem de Jesus.

I – O AVIVAMENTO NOS EVANGELHOS

Sabemos que o Novo Testamento, que é a segunda parte que compõe a Bíblia Sagrada, composta de 27 livros, foi a revelação final de Deus para a humanidade. A partir da canonização desses livros, já não se pode dizer que tal ou tal livro é inspirado por Deus, ou é a Boca de Deus falando aos homens. A abordagem em primeiro lugar do Evangelho segundo João, foi, segundo a visão do comentarista, por se tratar de um livro, “que a sua mensagem é a mais objetiva da parte de Cristo para uma missão gloriosa entre os homens”.

1.    O avivamento em João. A data apontada para a escritura do Evangelho segundo João, é entre os anos 80 - 90 d.C. Ele, diferentemente de Mateu, Marcos e Lucas, não é chamado de sinótico, “idêntico”, por ter uma abordagem diferente dos demais.

Quando Jesus encontra com a mulher samaritana, ele a oferece uma água, que até então não se havia sido falada sobre ela. Uma água que mata a sede de uma vez por todas. “E Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água (a do poço) tonará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais tornara a ter sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4. 13,14). Essa água, é a água da salvação. Como disse o pastor Elinaldo: “Esse versículo é um resumo da missão redentora de Jesus: preencher o vazio da alma com a salvação, sanar as necessidades espirituais e emocionais do ser humano”. Após aquele encontro, a vida daquela mulher foi totalmente mudada (Jo 4.28-30). Só Cristo pode fazer uma coisa dessas. Esse é o verdadeiro avivamento, onde uma vida morta em seus delitos e pecados, revive para Deus, e passa a falar de Cristo as demais pessoas.

2.  O avivamento em Mateus. Mateus é o primeiro dos Evangelhos sinóticos “idênticos”, juntamente com Marcos e Lucas. Foi escrito por volta do ao 60 d.C. É chamado de “O Evangelho do Rei, ou do Reino”, pela razão de em seus escritos, constar mais de 30 vezes as expressões “Reino dos céus”, “Reino de Deus”. O propósito de Mateus é revelar que Jesus era o Messias prometido no Antigo Testamento, primeiramente ao judeus, e logo a todo o mundo. Assim, Mateus revela o real avivamento que o mundo poderia vivenciar (Mt 4. 13-17).

3.  O avivamento em Marcos. Marcos faz coro como profeta Isaías (Is 42,43), e apresenta Jesus como Servo, e pelo menos em três aspectos. 1) Servo vencedor sobre as enfermidades, os demônios, as forças da natureza e a morte; 2) Servo sofredor, maltratado pelo liderança judaica, sacerdotes, traído por Judas, um de seus discípulos (Mc 14.10,11), e humilhado pelos soldados romanos (Mc 15. 1-20); 3) Servo triunfante. A mensagem do anjo às mulheres que foram ao sepulcro, afirma: “... já ressuscitou, não está mais aqui” (Mc 16.6-8). Esse é o grande avivamento causado pela ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele está vivo e pode nos dar vida com abundância.

4.  O avivamento em Lucas. Lucas é considerado o Evangelho do Filho do Homem (Lc 19.10). Nesse evangelho, a humanidade de Jesus é ressaltada, salientada como em nenhum outro. Ele foi quem registrou com requinte de detalhes o nascimento de Jesus (Lc 2. 10-14). Ele revela que um novo tempo estava chegando para o povo de Israel e para o mundo. Era o avivamento enviado dos céus.

II – O AVIVAMENTO NOS ATOS DOS APÓSTOLOS

David Gooding, em seu livro Según Hechos, escreve: “Suponho que a primeira razão, e a mais óbvia para estudar Atos podia ser: para aprender alguns dados diretos e honrosos sobre o começo do cristianismo e sobre o mundo antigo em que ele nasceu. [...} as coisas realmente ofensivas para a mente moderna são, primeiro, o âmbito sobrenatural do cristianismo; Sua afirmação de que Jesus é o Deus encarnado, que ressuscitou corporalmente da tumba e subiu ao céus, e virá novamente, e literalmente. E segundo, seu exclusivismo dogmático: sua insistência em que não é possível falar de salvação em outro nome, a não ser que seja Cristo” (At 4.12).

No livro “No Poder do Espírito”, editora Carisma, diz: “No passado, os evangélicos tradicionais enxergavam o livro e Atos como um texto histórico com pouca importância teológica. Essa perspectiva foi uma reação ao ceticismo histórico radical que marcou muito as obras mais antigas que classificam Lucas como teólogo. [...]. Entretanto, os evangélicos tradicionais começaram lentamente a reconhecer que Lucas era, de fato, tanto historiador quanto teólogo: ele escreveu uma narrativa histórica, mas com um propósito teológico em mente” (William & Menzies).

1.    O avivamento na Igreja Primitiva.

A promessa de Jesus, que os discípulos seriam batizados com Espírito Santo, não muito depois daqueles dias, se cumpriu cabalmente na vida de sua igreja (At 1.5; 2.1-4).  

Em sua primeira pregação, o apóstolo Pedro, fala, àquela assombrada multidão, dizendo-lhes o que estava se cumprindo na cidade de Jerusalém, ante aos olhos de todo povo. Eles haviam matado o filho, o herdeiro de tudo, porém, sua morte não havia anulado a promessa do Espírito Santo, antes, tinha facilitado seu cumprimento. E, acrescenta, que a promessa não era somente para eles, “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor chamar” (At 2.39). Essa promessa se mantem firme até os dias de hoje!

Quando lemos “E disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38), David Gooding diz que a palavra “dom” está no singular, apontado, não para os dons do Espírito, porém, muita mais do que isso, para a própria pessoa do Espírito Santo. Disse ele: “Rejeitaram e mataram o Filho, agora se lhes é oferecido o Espírito de Deus; crucificaram a segunda pessoa da trindade, agora lhes é oferecido a terceira pessoa”. Gloria a Deus! Diz o pastor Renovato: “O cumprimento dessa promessa na vida da igreja seria o maior avivamento ocorrido na história”.

2.        A descida do Espírito Santo.  É de comum acordo da grande maioria dos teólogos, que a descida do Espírito Santo marcou a inauguração da Igreja do Senhor Jesus na terra. Joel profetizou sobre esse acontecimento (Joel 2.28) em tempos remotos, onde nosso comentarista data de 835 a.C. Segundo Holman, “A datação do Livro de Joel tem sido sempre de difícil e sobretudo uma suposição, com sugestões variando do Israel pré-monárquico ao período pós-exílico, às vezes até ao período helenístico”. Bíblia de Holman – CPAD.

O evento da descida do Espírito Santo trouxe um grande avivamento espiritual no nascimento da igreja. Antes, o Senhor Jesus tinha comissionado os discípulos para levar o seu Evangelho a toda criatura (Mc 16.15), porém, faltava algo na vida da novel igreja. Ela precisava ser cheia do Espírito Santo. Isso se deu no dia de pentecostes, e a partir daí, os discípulos cheios do Espírito, saíram com grande poder e ousadia a anunciar a Palavra de Deus (At 4.31).

III – O AVIVAMENTO NAS EPÍSTOLAS E NO APOCALIPSE

1.        Nas epístolas paulinas. As epístolas paulinas estão repletas de palavras de avivamento. Desde Primeira aos Coríntios, onde Paulo fala que “A palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus” (1Co 1.18). Na mesma carta, no capítulo 12, o apóstolo fala do avivamento dos dons espirituais; no capítulo 13, sobre o avivamento do amor; no 14 ele volta a falar sobre as profecias e línguas, hinos espirituais etc. Em Efésios 5.18 diz: “E não vos embriagueis com o vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. O próprio Paulo foi cheio do Espírito (At 9.17). Em 1Tessalonicenses, Paulo adverte a igreja, que não deveria apagar o Espírito (1Ts 5.19). Para Timóteo, filho na fé de Paulo, ele aconselha dizendo: “Por este motivo, te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos” (2Tm 1.6).

2.        Nas epístolas gerais (ou universais). Se considerarmos a fé; a santificação; as boas obras realizadas por um coração verdadeiramente convertido a Deus; o crescimento na vida cristã, como avivamento, que de fato o é, as epistolas gerais, estão eivadas de palavras de avivamento, vejamos: “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e aprova das coisas que se não veem” (Hb 11.1); “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe, porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6); "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14); “Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras” (Tg 2.18); “Mas como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver” (1Pe 1.15). Podemos então dizer, que todas as epístolas universais falam sim de avivamento.

3.        No livro do Apocalipse. O último livro da Bíblia, o livro das revelações, foi escrito por volta dos anos 90 a 96 d.C. São estas as revelações que foram mostradas a João na ilha de Patmos:

a.     Revelação do Cristo glorificado e glorioso (Ap 1.1,12-17);

b.    Revelação de coisas passadas, presentes e futuras (Ap 1.19);

c.     Revelação de coisas concernentes a igreja (Ap 2,3);

d.    Revelação concernente as nações; o arrebatamento da igreja, o tribunal de Cristo (Ap 6 a seguir);

e.    Revelação do grande trono branco (Ap 20);

f.      Entrega de galardões e bodas do Cordeiro (Ap 4-22);

g.     A volta do Senhor em glória (Ap 1.7);

No momento volta do Senhor em glória, onde ele vencerá para sempre a satanás, e com ele todo mal, haverá o último e grande avivamento, descrito em Zacarias 14. Nesse episódio, a Igreja já estará com Senhor, e descerá com ele, como diz o texto: “Então, virá o Senhor, meu Deus, e todos os santos contigo ó Senhor” (Zc 14. 5b); “... Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos” (Jd 1.14b). Diz ainda: “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharam para mim, a quem transpassaram; e o prantearão como que prantei por um unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10). Será grande o avivamento nesse tempo na casa de Israel. O Senhor implantará o milênio, e o mundo viverá o maior e o último avivamento da história.

CONCLUSÃO

No Novo Testamento está contido toda a revelação de Deus para a sua Igreja e a mensagem salvífica para todos os homens. Portanto, ao longo desse divino documento, a Bíblia Sagrada, podemos ver claramente a vontade de Deus para um avivamento genuíno do seu povo. Esse avivamento contém: transformação de vida, regeneração, justificação, redenção, santificação, e por fim a glorificação. Tudo isto só acontece com a agir do Espírito Santo de Deus no interior de cada um de nós. Demos nosso coração sem reservas ao Senhor, e o mais Ele fará.

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

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