LIÇÃO 5
A DESSACRALIZAÇÃO DA
VIDA NO VENTRE MATERNO
TEXTO ÁUREO
“E eis que em teu ventre
conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.” (Lc
1.31).
VERDADE PRÁTICA
A concepção divina de Jesus
Cristo sacraliza a vida no ventre materno e se opõe à cultura da morte infantil
intrauterina do presente século.
Leitura Bíblica em
Classe: Lucas 1.26-33,39-45
Objetivos da Lição
1.
Refletir sobre a divina concepção e nascimento de Jesus,
demonstrando o milagre da vida e da capacidade de procriar.;
2.
Identificar os traços da cultura da morte presentes em
nossos dias e suas consequências;
3.
Compreender a sacralidade da vida e a importância de a
Igreja de Cristo combater toda cultura que viole os princípios da Palavra de
Deus.
INTRODUÇÃO
A sacralidade se diz
do que é sagrado, santo, puro; assim é a concepção da vida. Ela não é algo sem
valor, vulgar, ou sem importância. A vida, desde a sua concepção, já deve ser
respeitada, cuidada, e entendida que foi a vontade do Senhor, o Pai dos
espírito, que permitiu a vinda daquele ser ao mundo. Como diz o Senhor, através
do profeta Malaquias: “Não temos nós todos um mesmo Pai? Não nos criou um
mesmo Deus? ...” (Ml 2.10). Deus é o autor supremo da vida (Gn 2.7). O
Senhor conhece o nosso ser, a partir do momento que o óvulo é fecundado, ali,
para Deus já há uma vida em movimento (Sal 139.13-16; Jr 1.5). Portanto, querer
alterar, mudar ou desqualificar esse alto conceito da vida que é ensinada na
Palavra de Deus, é uma maneira de ensinar a cultura da morte infantil ainda no
útero da mãe. O ser humano não é autônomo quanto a vida; somente a Deus compete
dar a vida e a tirar. Nesta lição, estudaremos a concepção sobrenatural de
Jesus Cristo, a apologia ideológica da cultura da morte e o conceito da
sacralidade da vida no útero materno.
I – A
CONCEPÇÃO DE CRISTO
1.
O anúncio
do nascimento. Maria estava desposada
com José, quer dizer, ela estava noiva; que era um estágio muito importante
naquele tempo na vida do casal hebreu. Eles estavam comprometidos, faltando
apenas o casamento. Naquele tempo, segundo nos ensina o pastor Antônio
Gilberto, a festa do noivado era maior que a festa do casamento. Nesse tempo de
espera para o casamento, Maria recebe a visita do anjo Gabriel em Nazaré, e lhe
diz que ela terá um filho, que deveria se chamar Jesus (Lc 1.26,2,31). Você já
imaginou o que passou na cabeça de Maria? Como ela responderia às pessoas
quando perguntassem sobre aquela gravides? Ela mesma testemunha que não
conhecia varão, quer dizer: ela e José, estavam apenas desposados, e não
casados (Lc 1.34). Tudo o que estava acontecendo com Maria, já fazia parte do
plano eterno de Deus, que desde Gênesis 3.15, já havia dito, que da semente da
mulher, ia nascer um que esmagaria a cabeça da serpente, no caso aqui, uma
figura de Satanás (Ap 20.2).
2.
A
miraculosa concepção. Não seria uma concepção normal, natural,
porém, miraculosa e sobrenatural. Disse Gabriel: “Descerá sobre ti o Espírito
Santo, e virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o
Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Fico
aqui imaginando, que se Deus o Pai, não tivesse a concepção como algo sagrado,
divino, Ele jamais teria enviado o seu filho para nascer de uma mulher. Paulo
nos assevera dizendo: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a forma da lei” (Gl 4.4). Naquele
momento, para que Maria cresse no milagre que estava prestes a acontecer, o
anjo de Deus, lhe revela que Isabel, sua prima já estava gravida de seis meses
de seu filho, que seria chamado de João (Lc 1.36). Gabriel, sendo um ser
angelical, fala uma palavra, que certamente enche o coração de Maria de muita
fé: “Porque para Deus nada é impossível” (Lc 1.3). Quer dizer, o que
estava acontecendo com Isabel e com Maria era algo que vinha da parte de Deus.
3.
A benção
do nascimento. Davi disse: “Eu te
louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado...” (Sal
139.14). Sim, a vida é um grande milagre (Ec 11.5). Foi Deus quem dotou o ser
humano, bem como os animais para que pudessem procriar (Gn 1.28). Salomão disse
que os filhos são herança do Senhor (Sal 12.3). Se Deus cerrar a madre, nada
acontece (Gn 30.1,2). Portanto, todas as vezes que ocorre a concepção, foi
obra, não somente do homem e da mulher, mas primeiramente de Deus. Porque se
ele não permitisse não haveria nenhuma concepção, e quando ele permite, até a
estéril abraço o seu filho (1Sm 2.5), foi o caso da concepção de Jesus, no
ventre virgem de Maria, e de João Batista, no ventre estéril de Isabel, uma
mulher já de idade avançada (Lc 1.34,36). Lembremos as palavras de Gabriel: “Porque
para Deus nada é impossível”.
II –
A CULTURA DA MORTE
1.
O projeto
ideológico. Na pauta progressista
está o conjunto de ideias que visa modificar o conceito bíblico da concepção da
vida. Entre as quais a legalização do aborto e da eutanásia (ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido
por afecção incurável), apologia
ao suicídio e o controle da natalidade; coisa que podemos chamar de “cultura da
morte”. Mediante estratégias culturais, intelectuais e políticas, impõe-se uma
agenda de desconstrução da sacralidade da vida, algo caro à cultura cristã.
Apontando pelo menos quatro pontos, nosso comentarista diz ser nesse caso, um
estímulo a “eugenia” (A
eugenia é a seleção dos seres
humanos com base em suas características hereditárias com objetivo de melhorar
as gerações futuras. O
termo foi criado pelo cientista inglês Francis Galton (1822 - 1911), em 1883. A
palavra eugenia deriva do grego e significa "bom em sua origem ou bem-nascido"). 1) O descarte do ser humano com alguma
má-formação ainda no útero materno; 2) A maternidade é depreciada a fim de que
a mulher não deseje ser mãe; 3) O conceito de saúde reprodutiva é modificado
para justificar o aborto como medida de saúde feminina; 4) O direito a vida no
útero é substituído pelo direito incondicional da mulher sobre o próprio corpo,
que por meio do aborto decreta a morte do fruto no ventre.
2.
O direito
sobre o corpo. O slogan “meu corpo
minhas regras”, nada mais é que um cheque em branco para a libertinagem.
Abre-se espaço para a defesa das liberdades sexuais e reprodutivas, como também
para a escolha de vida ou morte. Ai também se encontra o direito à prostituição
do corpo, aborto, eutanásia, suicídio, entre outros males. Qualquer que seja a
opinião que seja contrária a esse discurso, se torna algo que viola a liberdade
humana. A Bíblia é clara que o corpo deve ser cuidado, nutrido e respeitado (Ef
5.28,28). Nosso corpo é templo de Deus e deve, portanto, ser bem cuidado (1Co
3.16,17).
3.
A prática
do aborto. Abortar é interromper a
vida de um embrião ou feto ainda no ventre da mãe. Nada mais e nada menos que
matar um ser indefeso. Pior que matar um adulto, que tem como se defender,
correr, reagir contra seu algoz etc. A criança que está no ventre da mãe, nada
pode fazer, senão aceitar ser despedaçado e retirado do seu lugar, onde, após
os 9 meses de gestação, estaria formado para vir ao mundo. O sexto mandamento é
claro: “Não matarás” (Êx 20.13). o mesmo que não assassinar alguém, seja
uma feto, um embrião, uma criancinha, um adolescente, um jovem, adulto ou
ancião. O verbo matar aí, é rasab, que tem o sentido de assassinar
intencionalmente. A ação do médico, tirando a vida do paciente, é vista como um
assassinato, segundo a maioria dos estudiosos da ética cristã. Os intérpretes
do decálogo concordam que a proibição do aborto está incluída neste mandamento.
Portanto, quem mata um embrião ou um feto atenta contra a dignidade humana e a
sacralidade da vida no ventre materno.
III – A SACRALIDADE DA VIDA
1.
A vida é
inviolável. Como acostumamos dizer: A
nossa vida pertence a Deus. Nossa vida está nas mãos de Deus. É isso mesmo,
pois é Ele o autor e a fonte originaria do fôlego de vida (Gn 2.7; Jó 12.10;
33.4). Então, na perspectiva bíblica, a vida é sagrada, doada por Deus,
portanto digna de ser respeitada a sua inviolabilidade (Sal 36.9; 90.12).
Poderia então se perguntar: Desde quando devemos manter a inviolabilidade da
vida? Desde o momento da concepção, sem exceção e sem concessão. Devemos como cristãos nos mantermos firmes na
Palavra, e não abrirmos mão para essa sociedade secularizada e sem Deus (Rm
12.2).
2.
O começo da
vida. O Senhor disse Jeremias: “Antes
que eu te formasse no ventre, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te
santifiquei e às nações te dei por profeta” (Jr 1.5). O 'antes' sublinha a verdade bíblica de que a
vida humana advém de uma decisão atemporal realizada por Deus, que dentro da
sua existência onipotente e sábia já formou, conheceu e santificou a vida
humana". O verbo "formar", originalmente "iatsar", em
hebraico, "traz a ideia fundamental de um ato criador realizado em um
passado muito remoto que, igualmente, pode ser entendido como o eterno presente
que define a existência de Deus, aquele que não possui passado ou futuro".
Sim, por mais difícil que pareça, mas a Palavra de Deus nos faz entender que
nosso Deus, que é onisciente, já nos conhece, mesmo antes de nosso nascimento.
Portanto, tirar a vida de uma criança no ventre de sua mãe, é sim um
assassinato de uma pessoa a qual nosso Deus já o ama.
3.
A posição
cristã. A igreja que mantém o princípio
teológico da autoridade das Escrituras Inspiradas de Deus (2Tm 3.16) defende a
dignidade humana e a inviolabilidade da vida desde a sua concepção. Ensina a
sacralidade da vida humana em todos seus estágios de desenvolvimento. Ratifica
que toda ideologia que seculariza os princípios bíblicos deve ser combatida
(2Tm 3.8)
CONCLUSÃO
Volto a dizer na conclusão da lição, o que disse lá no
início: Quando Deus, fez com que o Verbo se tornasse carne por meio do ventre
de uma mulher, Ele sacraliza esse ato, e diz a todos, que a concepção do seres
humanos é algo divino. Por mais que o corpo humano, que foi formado por Deus,
seja algo simplesmente maravilhoso, principalmente no que tange a reprodução
humana, porém, não podemos esquecer que quem de fato dá a vida é Deus. A valorização e a dignidade humana, o direito
à vida e o cuidado à pessoa vulnerável são princípios imutáveis do cristianismo
bíblico (Jo 10.10). Acerca do assunto, a Bíblia assegura que Deus é o autor e o
detentor da vida humana (Jó 12.10).
Amém
Pr Daniel Nunes