A ENCARNAÇÃO DO VERBO
“No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo
1.1);
“E o Verbo
se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do
Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14);
“E, sem
dúvida alguma, grande é o mistério da piedade; Aquele que se manifestou em
carne foi justificado em Espírito; visto dos anjos, pregado aos gentios, crido
no mundo e recebido acima na gloria” (1Tm 3.16);
“Nisto
conhecereis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo
veio em carne é de Deus e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio
em carne não é de Deus” (1Jo 4.2,3).
Logicamente,
para falarmos sobre a verdadeira humanidade de Jesus, vamos usar como base
fundamental os textos do Novo Testamento. Normam Geisler nos diz que são textos
comprovadamente autênticos, e que “O registro do Novo Testamento,
principalmente dos evangelhos, é um dos documentos mais confiáveis do mundo
antigo”.
Antes de
falarmos sobre tão profundo e relevante assunto, perguntamos: Qual o verdadeiro
alvo da encarnação do verbo, ou da humanização do filho de Deus? Veremos
algumas respostas dadas pelo próprio Senhor Jesus Cristo:
- Porque o filho Homem veio salvar
o que se havia perdido (Mt 18.11);
- Prosseguiu Jesus: Eu vim a este
mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem
cegos (Jo 9.39);
- Eu para isso nasci e para isso
vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade (Jo 18.37);
- Eu vim para que tenham vida e a
tenham com abundância (Jo 10.10);
Vejamos agora o que
os apóstolos disseram e o que os anjos falaram a respeito de sua missão na
terra:
- Ela dará à luz um filho e lhe
porás o nome de Jesus, porque ele Salvará o seu povo dos seus pecados” (Mt
1.21); Disse o anjo para José.
- Este será grande e será chamado
Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai (Lc
1.32), isto é, que Ele veio para assumir o controle da humanidade, disse o anjo
a Maria;
- E aos pastores disseram: é que
hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor (Lc
2.11);
- E para isto se manifestou o
Filho de Deus: para destruir as obras do diabo (1Jo 3.8); Disse O apóstolo
João.
- Disse João Batista: Ele vos
batizará com Espírito Santo e com fogo (Mt 3.11);
- Paulo disse que Ele veio para derrubar
a parede de separação que havia entre os povos (Ef 2.14);
- Paulo ainda disse: “Deus estava
em Cristo, reconciliando consigo o mundo (2Co 5.19).
- A Tito, Paulo escreveu dizendo: “Porque
a graça de Deu se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens” (Ti
2.11).
- A encarnação do Verbo é a prova
incontestável do grande amor de Deus pela humanidade: “Porque Deus amor o
mundo de tal maneira, que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).
Na verdade,
toda história de nossa redenção começa com a encarnação do Verbo. Isto
representa a intervenção divina na terra. Representa a inutilização de todas as
pretensões do diabo. Pois, desde o princípio já ficou dito pelo Senhor Deus,
que Ele enviaria um que esmagaria a cabeça da serpente, quer dizer, os
pensamentos, as intensões, as tramas, ou estratagemas do diabo, ficaram
destruídas com a vinda do Messias de Deus. Disse João: “...para isto se
manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo” (1Jo 3.8b).
Sem a
encarnação não haveria a morte na cruz, e consequentemente, não haveria a
ressurreição. Outra coisa que a
encarnação marca, é a chegada da plenitude dos tempos, referido por Paulo em
Gálatas 4.4. Os gregos deram a língua para o mundo de então, os romanos a paz e
as estradas para que o evangelho percorresse com maior velocidade, e os Judeus
esperavam ansiosamente a vinda do Messias. A pergunta feita pelos discípulos,
quando o Senhor estava para subir aos céus, revela a ânsia dos judeus pela
emancipação: “Restauraras tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não
vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu
próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre
vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e
Samaria e até aos confins da terra” (At 1. 6-8).
A ENCARNAÇÃO
DO VERBO NA HISTORIA DA HUMANIDADE
Deus, o Pai,
resolve o problema do homem, usando o próprio homem. Porém, não um homem
qualquer, mas um homem perfeito. Disse Deus: “E porei inimizade entre ti e a
mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirá o calcanhar” (Gn 3.15). O evangelista Moody chamou esse texto de protoevangelho.
Outro texto
de singular importância quanto ao assunto, é o de Romanos 8.2: “Porquanto, o
que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando
o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na
carne”. Todos que olhavam para Jesus, viam nele apenas um homem. Como disse
Isaias: “Era desprezado e o mais indigno entre os homens, homem de dores,
experimentado nos trabalhos...” (Is 53.3). A mulher samaritana disse: “...Como,
sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?” (Jo 4.
9). Pilatos, ao apresentá-lo para ser crucificado disse: “...Eis aqui o
homem” (Jo 10. 5b).
O único
problema do homem é definitivamente o pecado. Mesmo que o marxismo diga que é
econômico; a psicologia e a filosofia diga que é a falta de conhecimento; a psicanálise
afirme ser de natureza sexual; Jesus disse que o problema do homem é o pecado.
O problema do
pecado, não poderia ser resolvido pelo próprio homem. E para tão complexo
problema, a solução teria que vir da parte de Deus, começando de dentro para
fora. No plano eterno de Deus, tudo já estava realizado, bastava agora, se
cumprir o que escreveu o escritor aos Hebreus, citando o Salmo 40, “Pelo
que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste”
(Hb 10.5). Jesus tinha um corpo tão real, tão natural como qualquer um de nós.
Como escreveu João: “O que era desde o princípio, o que vimos com os nossos
olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida”
(1Jo 1.1); Jesus, por ocasião da celebração da ceia com seus discípulos disse:
“...Isto é o meu corpo, que por vós é dado...” (Lc 22. 19).
Seria
necessário o Deus eterno entrar no próprio ser humano para tratá-lo. Somente a
divindade suprema e cheia de amor, perfeita, poderia penetrar no seu interior
para conhecê-lo por dentro e por fora. Sendo assim, Jesus, sofreu tudo o que o
ser humano sofre, pois vivenciou todas as situações, como fome, sede, cansaço,
emoções, aspirações, frustações, dores, lutas, dificuldades e tentações, pois
dEle está escrito: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi
tentado, mas, sem pecado” (Hb 4.15).
Jesus,
tornou-se plenamente humano. Nasceu como todas as criancinhas nascem. Foi
amamentado com leite materno, submeteu-se as leis da natureza, crescendo como
qualquer homem, passando por todas as fases: infância, adolescência e
maturidade. Foi registrado nos anais da humanidade, pois ele nasceu em meio a
um recenseamento e seus pais não deixariam de registrá-lo, logo Ele fez questão
de ser chamado de “Filho do Homem” para enfatizar a sua humanidade (Mt 20.28).
Portanto a
doutrina da encarnação do Verbo é a doutrina mater do cristianismo. O
diabo fez de tudo para que o nascimento de Jesus não acontecesse. Pois o seu
nascimento foi o maior golpe que Satanás recebeu. Desde que ele incitou a Faraó
matar os filhos dos hebreus, e a Herodes a matar as criancinhas de dois anos
para baixo, demostrava o medo do nascimento daquele que iria lhe esmagar a
cabeça.
Paulo, ao
escrever aos Filipenses, falando sobre Jesus, nos diz: “Que, sendo em forma
de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo,
tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achando na forma
de homem, humilhou-se a sim mesmo, sendo obediente até a morte e morte de cruz”
(Fil 2. 6-8).
Já no segundo
século os pais da igreja combateram as heresias do “docetismo”, doutrina
herética que pregava que o corpo de Jesus era apenas de aparência e não real.
Docetismo vem do grego dokeo = para parecer. O próprio Jesus, após ressuscitado disse a
Tomé: “Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mãos e põe-na no
meu lado; não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20. 27). Aos 11 reunidos,
ele disse: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo. Tocai-me e
vede, pois um espírito não tem carne nem osso, como vedes que eu tenho” (Lc
24. 39).
Jesus, o
Verbo de Deus encarnado. Ele de fato esteve aqui nesta terra. Ele habitou com
os homens.
Um poeta
cristão escreveu
Aquela Forma
gloriosa, aquela Luz inefável...
Ele tudo
deixou de lado para estar aqui conosco,
Abandonou a
corte celestial da eternidade,
Preferiu
estar aqui, numa casa escura, de barro mortal.
Amém
Pr Daniel
Nunes da Silva
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