“E me lancei perante o SENHOR, como dantes...” (Dt 9.18)
Ao escrever Deuteronômio, a segunda Lei,
Moisés, explica aos filhos dos israelitas, que nasceram no deserto, os fatos
ocorridos com seus pais, durante a longa caminhada no deserto, que já passava
dos trinto e oito anos.
No capítulo nove, narra sobre o
triste episódio, onde, os filhos de Israel, liderado por Arão, irmão mais velho
de Moisés, constroem um bezerro de ouro, e oferecem culto ao ídolo, chamando-o
de deus, e dizendo que fora ele que os tirara do Egito. Isso, logicamente, foi
um pecado muito grave; gravíssimo. Se havia uma coisa que Deus abominava, era a
idolatria. No Decálogo, o primeiro mandamento é: “Não terás outros deuses
diante de mim” (Êx 20. 3), pois o Senhor lhes disse: “Eu Sou o Senhor,
teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2).
Porém, bastou Moisés passar quarenta dias no monte, para que Arão fosse levado
pelos apelos do povo, e construísse um ídolo, chamando-o de deus. Muitos
líderes são levados pelos apelos do povo!
No texto em apreço, Moisés diz o
seguinte: “E olhei, e eis que havíeis pecado contra o Senhor, vosso Deus;
vós tínheis feito um bezerro de fundição; cedo vos desviastes do caminho que o
Senhor vos ordenara” (Dt 9.16). Aquele pecado, aborreceu tanto a Moisés,
que, descendo do monte, com as tábuas de pedra, que tinham sido esculpidas e
escritas pelo próprio Deus, lança-as no chão, as tornando em pedaços. Era de
fato algo horrível que Israel tinha feito. Porém, após quebrar as pedras,
Moisés não virou as costas aos filhos de Israel, mesmo que Israel estava em uma
situação deplorável diante de Deus. Ele passou da fúria pelo pecado, para a misericórdia
da intercessão. Se lançou diante de Deus e oração intercessórias. Disse ele: “E
me lancei perante o Senhor, como dantes; quarenta dias e quarenta noites, não
comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis pecado,
fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar a ira. Porque temi por causa
da ira e do furor com que o Senhor tanto estava irado contra vós, para vos
destruir; porém, ainda por esta vez, o Senhor me ouviu” (Dt 9. 18,19). Ainda
houve, por parte de Moisés, uma intercessão exclusiva por Arão, pois o Senhor,
queria destruí-lo também. “Também o Senhor se irou muito contra Arão para o
destruir; mas também orei por Arão ao mesmo tempo” (Dt 9.20).
A oração intercessórias, é realizada
por alguém, que não está passando pelos mesmos problemas para quem ele vai
interceder. Ele se coloca no lugar do outro, rogando a Deus, que livre da
culpa, que o cure, que o abençoe, que o redima, que o livre etc. Deve ser uma
oração feita com muita intimidade com Deus, logicamente, através do Espírito
Santo, em nome de Jesus, e com clamor e lágrimas. Pois, geralmente, quando
vamos interceder por alguém, é porque, as coisas estão difíceis. A situação
pode estar grave, seja física, espiritual, financeira, família ou emocional.
No caso dos filhos de Israel, por
causa do pecado, Deus estava decidido a destruí-los. Porém, Moisés teve êxito
em sua intercessão, quando disse: “...ainda por esta vez, o Senhor me ouviu”.
Que maravilha, quando há crentes dispostos a interceder uns pelos outros.
Estamos vivendo dias de muita falta de empatia, altruísmo. Cada um se preocupa
exclusivamente consigo mesmo, com seu grupinho formado na igreja, em seu círculo
de amizade. E os outros? Bem, os outros é outra história. Os outros que se
cuidem por si. A maioria, dos crentes, preferem falar mal nas redes sociais, que
interceder diante de Deus. Veja, que Moisés tinha o costume da intercessão: “E
me lancei perante o Senhor, como dantes...”. A expressão “como dantes”, indica
que Moisés tinha esse bom costume de interceder pelos outros. Ele sempre
comparecia diante de Deus em oração intercessória.
Somente entenderemos o valor da intercessão,
verdadeiramente, quando, de fato, precisamos. Bom é sabermos, que, no passado
plantamos, e agora vamos colher também esses frutos da intercessão. Se há, um
grupo, (que infelizmente não é pequeno) que atira pedras, há um grupo, pequeno
na verdade, porém, poderoso diante de Deus, que está na brecha da intercessão. O
grupo dos intercessores, sempre é pequeno. Somente Moisés intercedeu por todo o
povo de Israel; Somente Jó orou intercedendo por seus amigos.
Paulo, se colocava na brecha da
intercessão, pelas igrejas que ele próprio havia fundado. Escutemos o apóstolo:
“Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas
orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê
em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação...” Ef 1. 16ss; “Por
causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do
qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas
da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Espírito no
homem interior; ...” Ef 3. 14-16). Vejamos bem, que Paulo não está orando por
sim mesmo, mas intercedendo pela igreja de Éfeso.
Que o Senhor levante muitos crentes,
com um espírito quebrantado e voluntário na intercessão. A terra está
precisando!
Vosso em Cristo
Pr Daniel Nunes da Silva
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