“Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem
os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai”. (Mt
24.36)
Sem sombra de
dúvida, esse é um texto de difícil interpretação das Escrituras Sagradas. Os adeptos
do arianismo, tomam textos como esse, para tentar desacreditar na deidade de
Cristo, e pregar contra a Trindade. Porém, não há nenhum espaço para tal
interpretação errônea. Vamos então, procurar, de forma simples, porém didática,
expor para os interessados no assunto, a interpretação correta, segunda a
ortodoxia da igreja verdadeiramente cristã.
Sabemos que
Jesus, era o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Paulo, escrevendo dEle
disse: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens” (Fil 2. 6,7). O esvaziamento, ou como está escrito no grego, a kenosis
do Filho de Deus, é interpretada, como: a) Sua autolimitação parcial, eventual
e voluntária; b) seu esvaziamento parcial, eventual e voluntário; c) seu
evitamento de fazer uso de suas prerrogativas divinas; d) sua auto restrição
voluntária, parcial e eventual.
O esvaziamento de Cristo, continua sendo um
grande mistério, como disse Paulo em 1Timóteo 3.16 “E, sem dúvida alguma,
grande é o mistério da piedade; Aquele que se manifestou em carne foi
justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e
recebido acima, na gloria”.
Segundo o
pastor Antônio Gilberto, o termo grego kenosis é a forma nominal do
verbo grego kenoo, de Fil 2.7, traduzido em português por “aniquilar-se”,
“esvaziar-se”, “despojar-se”, “autolimitar-se”, em relação Cristo, ao
encarnar-se. Logo, a kenosis foi o ato em que Cristo se autolimitou, de
forma parcial e voluntária e eventualmente, em relação a alguns atributos
divinos, como, por exemplo: a onipresença física, a onisciência, e a onipotência.
Tudo isto, como já foi dito, de forma voluntária e eventual. Um exemplo claro,
temos, quando Jesus está cansado, dormindo na popa do barco, e foi despertado
por seus discípulos apavorados com a tempestade, dizendo-lhe: “...Mestre,
não te importa que pereçamos? (Mc 4.38). Então a Bíblia nos diz: “E ele,
despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento
se aquietou, e houve grande bonança” (Mc 4. 39). O verbo Jesus esvaziado de
suas prerrogativas dormia cansado, mas o Deus encarnado, repreende o vento e o
mar, e eles o ouvem e se acalmam.
Voltando ao texto
de Mateus 24.36, podemos dizer que, se houve um momento, onde Jesus, mais se identificou
com os homens foi ali. Ele, abre mão, logico que eventualmente, de sua onisciência,
e se coloca como um mortal qualquer, e diz: “Porém daquele Dia e hora ninguém
sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai”.
Sim, Jesus,
como Deus, como a segunda pessoa da santíssima Trindade, sabia e sabe o Dia do
seu retorno. Mas aqui, para nos ensinar a vigilância, e dizer-nos, que o quanto
devemos estar sempre alerta, ele se coloca em nosso lugar; se limita, se
esvazia e diz, que “unicamente o Pai” sabe a hora de sua vinda.
Que Deus em Cristo
no abençoe.
Pr Daniel Nunes
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