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domingo, 30 de outubro de 2022

DEUS CONTINUA NO TRONO


No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor, assentado sobre um alto e sublime trono, e seu séquito enchia o templo” (Is 6.1).

 

Uzias reinou por cinquenta e dois anos em Israel. Um reinado longo e próspero. Parecia que nunca terminaria, mas um dia terminou. O impacto foi tão grande na vida do profeta Isaias, que, ele correu para o templo, para buscar resposta do Senhor sobre o assunto. Quem sabe, a pergunta feita pelo profeta fosse a seguinte: Quem assentará no trono desocupado por Uzias? Quem terá condições para isto? Quando ele chega no templo, e começa a orar, o Senhor lhe dá uma visão, e ele narra da seguinte maneira: “No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor, assentado sobre um alto e sublime trono...”. Ele buscava um rei humano, o Senhor lhe mostra, que na verdade, quem está no comando é o Senhor. Ele está assentado em um “alto e sublime trono”. Alto, porque está acima de todos os reinos deste mundo. Alto, porque governa sobre todos os poderes e potestades. Sublime, porque não há outro trono semelhante ao dEle.

Esse trono “alto e sublime”, nunca será desocupado. O Ser que o ocupa, não morre, não passa, não perece, não perde, não envelhece, não fica doente, não é ameaçado por ninguém. Ele não concorre eleição para ver ser vai ficar no trono ou não. O trono é dEle. Somente dEle e mais ninguém. Ninguém poderá ocupar seu lugar. Não existe nenhum ser, nem na terra, nem embaixo da terra, nem acima nos céus, que poderá assentar nesse trono, a não ser Ele, e somente Ele.

Muitos cristãos, e principalmente os cristãos evangélicos, nesse momento crucial na política brasileira, devem estar muito preocupados com o desfecho que se deu nesse dia 30 de outubro. A liderança evangélica se expos. Abriram as portas para um candidato e fecharam as portas para o outro. Um era o enviado de Deus, o outro não. Isso para não dizer as palavras duras que eram dirigidas ao tal. E esse tal rejeitado, ganhou as eleições. Democraticamente, será o presidente do Brasil pelos quatro anos seguintes. Assentará no trono como presidente da República Federativa do Brasil. Será mau ou será bom?

Tanto Judá, quanto Israel, tiveram reis que fizeram o que era reto e o que não era reto diante aos olhos do Senhor. Porém, a nação prosseguiu. Nos iremos prosseguir também. Se saiu um governo, que aos olhos da liderança evangélica, fazia o que era reto, e entra outro que não fará assim, o Brasil vai prosseguir. A igreja vai prosseguir. Há um que está assentado em um “alto e sublime trono”. Dali ele governa tudo. Por mais que pensemos que não; Ele está no controle de tudo. Não vamos esmorecer, nem achar que tudo está perdido. Assim como o Senhor usou reis de outras nações, que não conheciam ao Senhor, para ajudar ao seu povo, Ele, certamente usará de misericórdia para com a sua igreja também.

Fica, porém, a reflexão: Vale a pena, a igreja se envolver tanto assim na política? Vale a pena, a exposição de pastores tão abertamente, dando apoio parcial a um grupo e desprezar o outro? Nunca devemos esquecer, que quem cuida da igreja é o Senhor. Foi Ele quem morreu por nós, dando sua vida na cruz do Calvário. Nunca devemos misturar o sagrado com o profano. O material com o espiritual. O puro com o impuro. Certamente, Deus cobrará essa postura equivocada, e, a igreja passará por provas, para que volte e entre pelo caminho que agrada ao Senhor.

Oremos pelo novo governo, como nos ensina Paulo, Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações de graças, por todos os homens; Pelos reis, e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4), e prossigamos, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa fé.

 Que Deus tenha misericórdia do seu povo!

Pr Daniel Nunes

 

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

O PODER DO SANGUE DE JESUS

 


Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7).

 

Ó QUE SANGUE PODEROSO,

SANTO, JUSTO E REMIDOR.

ESSE É O SANGUE MAIS SUBLIME,

O SANGUE DO SALVADOR.

 

ELE REDIME, PURIFICA E TIRA A MANCHA,

DO PECADO QUE ATORMENTA A POBRE ALMA.

TRAZ PERDÃO, ALEGRIA E GOZO INFINDO,

ENCHENDO NOSSO SER DE DOCE CALMA.

 

ESSE SANGUE, É O PREÇO QUE FOI PAGO,

NO ALTO DO CALVÁRIO DERRAMADO.

PARA JUSTIFICAR O HOMEM DO SEU ERRO,

O SALVADOR FOI POR NOS CRUCIFICADO.

 

SEU SANGUE INOCENTE FOI VERTIDO.

NENHUMA GOTA FICOU SEM DERRAMAR.

SANGUE E ÁGUA FOI A PROVA,

DAQUELE QUE SOFREU POR NOS AMAR.

 

NÃO HÁ COMO FALAR NESSE SANGUE,

SEM SENTIR AS ANGÚSTIAS DO SENHOR.

QUE NO GÓLGOTA SOFREU PELOS HUMANOS,

A MAIS ANGUSTIANTE E FORTE DOR.

 

MESMO SENDO DEUS NA CRUZ SOFREU,

COMO VERBO ENCARNADO, ELE SOFRIA

SENTIU DORES HORRÍVEIS E ATROZES,

ASSIM COMO PROFETIZOU ISAIAS.

 

FOI LEVADO AO MATADOURO PELOS ÍMPIOS,

COMO CORDEIRO MUDO, NA FALOU.

NÃO QUIS FAZER SUA PRÓPRIA DEFESA,

SUA CAUSA AO PAI ELE ENTREGOU.

 

SEU SANGUE, ENTÃO, FOI DERRAMADO.

AOS BORBOTÕES LA NO ALTO DO CAVEIRA.

NOSSA ALMA FOI DE FATO LIBERTADA,

E HOJE PODE CANTAR PRAZENTEIRA.

 

BENDITO SEJA O SANGUE DO CORDEIRO,

QUE NOSSO SER RESGATOU DO PECADO.

FAZENDO-O MAIS BRANCO DO QUE A NEVE,

REMIDO, LIMPO E JUSTIFICADO.

 

Daniel Nunes

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

FINALMENTE, JESUS SABIA OU NÃO SOBRE O DIA EXATO DA SUA VOLTA?


Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai”. (Mt 24.36)

Sem sombra de dúvida, esse é um texto de difícil interpretação das Escrituras Sagradas. Os adeptos do arianismo, tomam textos como esse, para tentar desacreditar na deidade de Cristo, e pregar contra a Trindade. Porém, não há nenhum espaço para tal interpretação errônea. Vamos então, procurar, de forma simples, porém didática, expor para os interessados no assunto, a interpretação correta, segunda a ortodoxia da igreja verdadeiramente cristã.

Sabemos que Jesus, era o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. Paulo, escrevendo dEle disse: “Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (Fil 2. 6,7). O esvaziamento, ou como está escrito no grego, a kenosis do Filho de Deus, é interpretada, como: a) Sua autolimitação parcial, eventual e voluntária; b) seu esvaziamento parcial, eventual e voluntário; c) seu evitamento de fazer uso de suas prerrogativas divinas; d) sua auto restrição voluntária, parcial e eventual.

 O esvaziamento de Cristo, continua sendo um grande mistério, como disse Paulo em 1Timóteo 3.16 “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade; Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na gloria”.

Segundo o pastor Antônio Gilberto, o termo grego kenosis é a forma nominal do verbo grego kenoo, de Fil 2.7, traduzido em português por “aniquilar-se”, “esvaziar-se”, “despojar-se”, “autolimitar-se”, em relação Cristo, ao encarnar-se. Logo, a kenosis foi o ato em que Cristo se autolimitou, de forma parcial e voluntária e eventualmente, em relação a alguns atributos divinos, como, por exemplo: a onipresença física, a onisciência, e a onipotência. Tudo isto, como já foi dito, de forma voluntária e eventual. Um exemplo claro, temos, quando Jesus está cansado, dormindo na popa do barco, e foi despertado por seus discípulos apavorados com a tempestade, dizendo-lhe: “...Mestre, não te importa que pereçamos? (Mc 4.38). Então a Bíblia nos diz: “E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança” (Mc 4. 39). O verbo Jesus esvaziado de suas prerrogativas dormia cansado, mas o Deus encarnado, repreende o vento e o mar, e eles o ouvem e se acalmam.

Voltando ao texto de Mateus 24.36, podemos dizer que, se houve um momento, onde Jesus, mais se identificou com os homens foi ali. Ele, abre mão, logico que eventualmente, de sua onisciência, e se coloca como um mortal qualquer, e diz: “Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai”.

Sim, Jesus, como Deus, como a segunda pessoa da santíssima Trindade, sabia e sabe o Dia do seu retorno. Mas aqui, para nos ensinar a vigilância, e dizer-nos, que o quanto devemos estar sempre alerta, ele se coloca em nosso lugar; se limita, se esvazia e diz, que “unicamente o Pai” sabe a hora de sua vinda.

Que Deus em Cristo no abençoe.

Pr Daniel Nunes

domingo, 23 de outubro de 2022

QUANDO NO SILENCIO TE ESCUTO

 


 

QUANDO NO SILENCIO TE ESCUTO SENHOR,

 A MINHA ALMA SE ENCHE DE PAZ.

POR MAIS QUE AS ÁGUAS ESTEJAM TORMENTOSAS.

A TEMPESTADE SEJA GRANDE E PAVOROSA,

TU NÃO ME DEIXAS VACILAR, JAMAIS.

 

QUAL NAVIO QUE PASSOU A TEMPESTADE,

E AGORA NO CAIS ESTÁ ANCORADO.

GRANDIOSAS ONDAS JÁ VENCEU,

APESAR DA NOITE NÃO TEMEU,

ASSIM SOU EU CONTIGO AO MEU LADO.

 

A VIDA NOS RESERVA DESVENTURAS,

QUE NÃO PODEMOS JAMAIS IMAGINAR.

PRECISAMOS OUVIR A TUA VOZ,

QUANDO O FUROR SE VÊ ATROZ,

NO MEIO DA BATALHA A NOS GUIAR.

 

NO SILENCIO, É MELHOR PRA TE OUVIR.

OS RUIDOS PODEM TIRAR-NOS A ATENÇÃO.

QUANDO A QUIETUDE ENCHE O QUARTO,

SENTIMOS TUA VOZ FALANDO ALTO.

NOS DANDO A MAIS FIRME DIREÇÃO.

 

AH, SE NÃO FOSSE A TUA VOZ SERENA,

QUE SEMPRE NOS SOCORRE NO LABOR.

O INIMIGO JÁ TERIA NOS VENCIDO,

SEM FORÇAS JÁ TERÍAMOS CAIDO,

SE NÃO FOSSE SEU CUIDADO E AMOR.

 

QUANDO O RUIDO CESSA POR COMPLETO,

E SINTO A SUA VOZ FALAR COMIGO.

DOU LUGAR PRA TEU ESPÍRITO,

TIRANDO A ANGÚSTIA DO MEU PEITO AFLITO,

DIZENDO-ME EM MEU SER, SOU TEU AMIGO.

 

Daniel Nunes

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

O PODER SOLUCIONADOR DA PALAVRA DE DEUS


Ao escrever o Salmo 119, o salmista, revela, que a Palavra de Deus tem o poder de solucionar os mais variados casos na vida do homem que a observa com prazer. Vejamos:

1.     Não o deixa confundido – v 6

2.     Purifica o seu caminho – v 9

3.     O livra do pecado – v 11

4.     Ilumina seus olhos – v 18

5.     Vivifica sua alma – v 25

6.     Lhe fortalece – v 28

7.     Lhe salva – v 41

8.     Lhe proporciona respostas – v 42

9.     O liberta – v 45

10. O consola – vs 50,52

11. O faz cantar – v 54

12. Lhe dá fiéis companheiros – v 63

13. Lhe ensina o bom juízo e a ciência – v 66

14. O faz andar certo – v 67

15. O faz sábio – v 98

16. Lhe faz prudente – v 100

17. Lhe alimenta – v 103

18. Ilumina seu caminho – v 105

19. Não o deixa envergonhado – v 116

20. Dá luz ao seu entendimento – v 130

21. Ordena seus passos – v 133

22. Lhe traz paz – v 165

 

Quão poderosas são as Palavras de nosso Deus!

Somente as Escrituras

Somente a Deus glória

 

Pr Daniel Nunes

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

SE LANÇANDO PERANTE O SENHOR

 


E me lancei perante o SENHOR, como dantes...” (Dt 9.18)

Ao escrever Deuteronômio, a segunda Lei, Moisés, explica aos filhos dos israelitas, que nasceram no deserto, os fatos ocorridos com seus pais, durante a longa caminhada no deserto, que já passava dos trinto e oito anos.

No capítulo nove, narra sobre o triste episódio, onde, os filhos de Israel, liderado por Arão, irmão mais velho de Moisés, constroem um bezerro de ouro, e oferecem culto ao ídolo, chamando-o de deus, e dizendo que fora ele que os tirara do Egito. Isso, logicamente, foi um pecado muito grave; gravíssimo. Se havia uma coisa que Deus abominava, era a idolatria. No Decálogo, o primeiro mandamento é: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20. 3), pois o Senhor lhes disse: “Eu Sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20.2). Porém, bastou Moisés passar quarenta dias no monte, para que Arão fosse levado pelos apelos do povo, e construísse um ídolo, chamando-o de deus. Muitos líderes são levados pelos apelos do povo!

No texto em apreço, Moisés diz o seguinte: “E olhei, e eis que havíeis pecado contra o Senhor, vosso Deus; vós tínheis feito um bezerro de fundição; cedo vos desviastes do caminho que o Senhor vos ordenara” (Dt 9.16). Aquele pecado, aborreceu tanto a Moisés, que, descendo do monte, com as tábuas de pedra, que tinham sido esculpidas e escritas pelo próprio Deus, lança-as no chão, as tornando em pedaços. Era de fato algo horrível que Israel tinha feito. Porém, após quebrar as pedras, Moisés não virou as costas aos filhos de Israel, mesmo que Israel estava em uma situação deplorável diante de Deus. Ele passou da fúria pelo pecado, para a misericórdia da intercessão. Se lançou diante de Deus e oração intercessórias. Disse ele: “E me lancei perante o Senhor, como dantes; quarenta dias e quarenta noites, não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis pecado, fazendo mal aos olhos do Senhor, para o provocar a ira. Porque temi por causa da ira e do furor com que o Senhor tanto estava irado contra vós, para vos destruir; porém, ainda por esta vez, o Senhor me ouviu” (Dt 9. 18,19). Ainda houve, por parte de Moisés, uma intercessão exclusiva por Arão, pois o Senhor, queria destruí-lo também. “Também o Senhor se irou muito contra Arão para o destruir; mas também orei por Arão ao mesmo tempo” (Dt 9.20).

A oração intercessórias, é realizada por alguém, que não está passando pelos mesmos problemas para quem ele vai interceder. Ele se coloca no lugar do outro, rogando a Deus, que livre da culpa, que o cure, que o abençoe, que o redima, que o livre etc. Deve ser uma oração feita com muita intimidade com Deus, logicamente, através do Espírito Santo, em nome de Jesus, e com clamor e lágrimas. Pois, geralmente, quando vamos interceder por alguém, é porque, as coisas estão difíceis. A situação pode estar grave, seja física, espiritual, financeira, família ou emocional.

No caso dos filhos de Israel, por causa do pecado, Deus estava decidido a destruí-los. Porém, Moisés teve êxito em sua intercessão, quando disse: “...ainda por esta vez, o Senhor me ouviu”. Que maravilha, quando há crentes dispostos a interceder uns pelos outros. Estamos vivendo dias de muita falta de empatia, altruísmo. Cada um se preocupa exclusivamente consigo mesmo, com seu grupinho formado na igreja, em seu círculo de amizade. E os outros? Bem, os outros é outra história. Os outros que se cuidem por si. A maioria, dos crentes, preferem falar mal nas redes sociais, que interceder diante de Deus. Veja, que Moisés tinha o costume da intercessão: “E me lancei perante o Senhor, como dantes...”. A expressão “como dantes”, indica que Moisés tinha esse bom costume de interceder pelos outros. Ele sempre comparecia diante de Deus em oração intercessória.

Somente entenderemos o valor da intercessão, verdadeiramente, quando, de fato, precisamos. Bom é sabermos, que, no passado plantamos, e agora vamos colher também esses frutos da intercessão. Se há, um grupo, (que infelizmente não é pequeno) que atira pedras, há um grupo, pequeno na verdade, porém, poderoso diante de Deus, que está na brecha da intercessão. O grupo dos intercessores, sempre é pequeno. Somente Moisés intercedeu por todo o povo de Israel; Somente Jó orou intercedendo por seus amigos.

Paulo, se colocava na brecha da intercessão, pelas igrejas que ele próprio havia fundado. Escutemos o apóstolo: “Não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação...” Ef 1. 16ss; “Por causa disso, me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo Espírito no homem interior; ...” Ef 3. 14-16). Vejamos bem, que Paulo não está orando por sim mesmo, mas intercedendo pela igreja de Éfeso.

Que o Senhor levante muitos crentes, com um espírito quebrantado e voluntário na intercessão. A terra está precisando!

Vosso em Cristo

Pr Daniel Nunes da Silva

domingo, 2 de outubro de 2022

PENSANDO SOBRE IGREJA APÓS AS ELEIÇÕES DE 2022

 

Daniel Nunes

PENSANDO SOBRE IGREJA APÓS AS ELEIÇÕES DE 2022

 

Vimos, neste tempo que antecedeu o dois de outubro, uma batalha travada entre a esquerda e a direita, e isso, dentro dos arraiais cristãos. Aqui, cristãos,  e em sua totalidade mesmo: católicos, evangélicos, ortodoxo etc. Muitos foram até as últimas consequências, até baixando o nível nas provocações. Rixas, brigas, polémicas, inimizades,  marcaram esse período.

Pastores, padres e a classe obreira de modo geral, todos, empenhados em defesa do seu candidato, principalmente, quando falamos do presidente da república. Púlpitos viraram palanque político. Até culto foi transformado em comício. Solenidades cristãs, foram canceladas, para que os fiéis pudessem participar de carreatas, motociatas etc.

A conversa era uma só: temos que defender o candidato tal, pois, ele defenderá o evangelho. Sempre fui contra a essa ideologia. Quem sempre defendeu a igreja, como organismo vivo na terra, foi Cristo. Ele, como Salvador do corpo, sempre a defendeu e sempre a defenderá. A igreja existiu, existi e existirá na terra, até que Cristo venha buscá-la, independente de qual regime está no poder, se esquerda, direita, comunista, socialista, liberal etc.

Aqueles que acham que a igreja precisa de presidente tal e tal para defender a liberdade religiosa, e para que a igreja continue pregando o evangelho, são pessoas que desconhecem o poder de Deus, e, não crê verdadeiramente que a igreja é uma instituição sobrenatural na terra. Jesus disse que as portas do inferno não prevaleceria contra a sua igreja. Por mais que os regimes comunistas, totalitários, oprimam a igreja em países fechados para o evangelho, ela não para de crescer, e até, cresce muito mais que em países livres, porque o dono da igreja é Jesus.

Foi triste ver crentes brigando por causa da política. A igreja ficou dividida. Crentes tomando santa ceia, mas, o ódio imperando nos corações. Vimos pastores expulsando crentes das igrejas, por conta de ideologia política. Onde chegamos!

O altar a Baal foi levantado dentro de muitas igrejas. Não sou contra o atual presidente. Acho que ele fez um governo bom, dentro da medida do possível, nestes anos duros de seca, pandemia e guerra. Porém, ver crentes, nos cultos, deixando de louvar ao Senhor, que diga-se de passagem, é o único digno de ser louvado, adorado e exaltado, para aclamar o presidente, chamando-o de “mito”, já é demais. O pior de tudo: sob os olhares complacentes e indulgentes dos pastores do alto escalão da igreja. Triste isso!

Penso que a igreja nunca mais será a mesma. Ela se comprometeu demais com o sistema político. Não importa o que acontecerá daqui para frente no campo político, a igreja estará manchada, marcada, dividida. Assim como as igrejas do Apocalipse, com exceção de Filadélfia e Esmirna, as demais, tinham algo que deixou entristecido o coração do Senhor Jesus. Assim também, a igreja brasileira, se deixou levar pela euforia política. Da “esquerda” ou da “direita”. Os dois lados se comprometeram. Se via pastores raivosos, maculando seu linguajar com xingamentos, palavrões, e tudo isto em nome de “deus”. É isso mesmo, “deus” com “d” minúsculo, porque, certamente não foi em nome do nosso Deus Todo-Poderoso, o grande Elshaday. Foi feito em nome de Mamom, o deus dinheiro. O deus da fama, o deus da posição social.

Porém, como o Senhor disse a igreja de Sardes: “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não se contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas” (Ap 3.4), também, se pode dizer da igreja brasileira atual: há alguns que não se contaminaram. Há, aqueles que participaram de todo processo político, porem, de maneira ordeira, sensata, cristã. Esses, são os que estão fazendo a diferença diante de Deus.

A igreja vai prosseguir, sim, ela vai. Porém, a sua essência foi misturada. O seu sabor não será o mesmo. A simplicidade do evangelho que existia nela, foi contaminada com os ideais políticos. Isso, no Antigo Testamento  era considerado uma traição, um adultério. Quando o povo de Israel, deixava o Senhor e se aliava a deuses estranhos, confiando e adorando-os. A igreja brasileira, certamente, pagará um alto preço por ter deixado de confiar em Deus, para confiar em um sistema de governo.

Temos sim, como cidadãos, de sempre procurar ver o melhor para nossa sociedade, porém, nunca, achar que o sistema A ou B, vai ajudar mais a igreja crescer, a se desenvolver, e ter liberdade para pregar. O tempo que a igreja evangélica no Brasil mais crescia, era, quando pelo fanatismo religioso católico, éramos perseguidos, escorraçados, xingados, colocados de porta a fora dos lares. A igreja crescia e se multiplicava. Hoje em dia, muitas igreja não crescem mais. Só batizam filhos de crentes. Não há mais novos convertidos. Muitas igrejas incham com crentes de outras agremiações religiosas. Os pastores se acomodaram em suas vidas administrativas. Não pastoreiam mais. Não visitam mais. Não vão mais a hospitais, a presídios, a feiras livres (com raras exceções). Se tem o salário no final do mês, já basta.

As igrejas cresceram e se tornaram currais eleitoreiros. Os líderes podem vender caro as ovelhas em tempos de política. Que tristeza ao coração de Deus. Homens que era para estar falando do amor de Deus ao pecador desalentado, cuidando do órfão e da viúva, estão mais preocupados com quem vai ser o presidente, o governador, o deputado, o senador, o prefeito, o vereador.

Sou do tempo da igreja humilde, pequena, que nenhum político queria ir lá. Não dava lucro nas urnas procurar os crentes. Esses tempos mudaram! São águas passadas! Agora, a multidão atrai. O número de crentes se tornou atrativo para a classe política, que sem nenhum escrúpulo,  os procuram em tempos de eleições, fazendo-se de crentes, com a Bíblia na mão, saudando com a paz do Senhor, com graça e paz, e lendo versículos e cantando hinos. Tomando até a Santa Ceia, que é uma ordenança exclusiva dos membros batizados nas águas.

Finalizo, dizendo, que ao meu entendimento, o ferimento no sentido espiritual em 2022 na igreja evangélica brasileira, demorará para cicatrizar. Deus não está satisfeito com essa igreja indulgente. Com esse povo que trocou Jesus por homens carnais. Muitos pastores, principalmente os de grandes conglomerados de igrejas, buscando a mão benevolente do estado, para serem anistiados das altas somas de impostos. Outros, com ricos empregos para familiares, parentes e amigos no alto escalão do governo. Como também, porque filhos, genros, netos etc. entraram na vida política, e não querem deixar de ganhar as altas somas, que facilmente são levadas pelos que estão em cargos públicos.

A voz do Senhor ressoa dizendo: “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).

Sei que muitos líderes podem não gostar do que escrevi. Uma coisa porém, tenho certeza: ninguém, que conhece a história da igreja,  bem como a Palavra de Deus, poderá me contestar, dizendo que estou escrevendo algo inverídico.

 

Deus tenha misericórdia de sua igreja!