“No ano em que morreu o rei Uzias,
eu vi ao Senhor, assentado sobre um alto e sublime trono, e seu séquito enchia
o templo” (Is 6.1).
Uzias reinou por cinquenta e dois
anos em Israel. Um reinado longo e próspero. Parecia que nunca terminaria, mas
um dia terminou. O impacto foi tão grande na vida do profeta Isaias, que, ele
correu para o templo, para buscar resposta do Senhor sobre o assunto. Quem
sabe, a pergunta feita pelo profeta fosse a seguinte: Quem assentará no trono desocupado
por Uzias? Quem terá condições para isto? Quando ele chega no templo, e começa
a orar, o Senhor lhe dá uma visão, e ele narra da seguinte maneira: “No ano
em que morreu o rei Uzias, eu vi ao Senhor, assentado sobre um alto e sublime
trono...”. Ele buscava um rei humano, o Senhor lhe mostra, que na verdade,
quem está no comando é o Senhor. Ele está assentado em um “alto e sublime trono”.
Alto, porque está acima de todos os reinos deste mundo. Alto, porque governa sobre
todos os poderes e potestades. Sublime, porque não há outro trono semelhante ao
dEle.
Esse trono “alto e sublime”,
nunca será desocupado. O Ser que o ocupa, não morre, não passa, não perece, não
perde, não envelhece, não fica doente, não é ameaçado por ninguém. Ele não
concorre eleição para ver ser vai ficar no trono ou não. O trono é dEle.
Somente dEle e mais ninguém. Ninguém poderá ocupar seu lugar. Não existe nenhum
ser, nem na terra, nem embaixo da terra, nem acima nos céus, que poderá
assentar nesse trono, a não ser Ele, e somente Ele.
Muitos cristãos, e principalmente os
cristãos evangélicos, nesse momento crucial na política brasileira, devem estar
muito preocupados com o desfecho que se deu nesse dia 30 de outubro. A
liderança evangélica se expos. Abriram as portas para um candidato e fecharam
as portas para o outro. Um era o enviado de Deus, o outro não. Isso para
não dizer as palavras duras que eram dirigidas ao tal. E esse tal rejeitado,
ganhou as eleições. Democraticamente, será o presidente do Brasil pelos quatro
anos seguintes. Assentará no trono como presidente da República Federativa do
Brasil. Será mau ou será bom?
Tanto Judá, quanto Israel, tiveram
reis que fizeram o que era reto e o que não era reto diante aos olhos do
Senhor. Porém, a nação prosseguiu. Nos iremos prosseguir também. Se saiu um
governo, que aos olhos da liderança evangélica, fazia o que era reto, e entra
outro que não fará assim, o Brasil vai prosseguir. A igreja vai prosseguir. Há
um que está assentado em um “alto e sublime trono”. Dali ele governa
tudo. Por mais que pensemos que não; Ele está no controle de tudo. Não vamos
esmorecer, nem achar que tudo está perdido. Assim como o Senhor usou reis de
outras nações, que não conheciam ao Senhor, para ajudar ao seu povo, Ele,
certamente usará de misericórdia para com a sua igreja também.
Fica, porém, a reflexão: Vale a pena,
a igreja se envolver tanto assim na política? Vale a pena, a exposição de
pastores tão abertamente, dando apoio parcial a um grupo e desprezar o outro? Nunca
devemos esquecer, que quem cuida da igreja é o Senhor. Foi Ele quem morreu por
nós, dando sua vida na cruz do Calvário. Nunca devemos misturar o sagrado com o
profano. O material com o espiritual. O puro com o impuro. Certamente, Deus
cobrará essa postura equivocada, e, a igreja passará por provas, para que volte
e entre pelo caminho que agrada ao Senhor.
Oremos pelo novo governo, como nos
ensina Paulo, “Admoesto-te,
pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões, e ações
de graças, por todos os homens;
Pelos reis,
e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e
sossegada, em toda a piedade e honestidade; Porque isto é bom e
agradável diante de Deus nosso Salvador, Que quer que todos os homens se
salvem, e venham ao conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4), e prossigamos, olhando para Jesus, o autor e consumador
da nossa fé.
Que Deus
tenha misericórdia do seu povo!
Pr Daniel Nunes