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domingo, 28 de agosto de 2022

JESUS E A POLÍTICA

 


No sentido estrito da palavra, Jesus não se envolveu na política praticada pelos homens de sua época. Jesus não veio para ser político, nem para defender uma ideologia política, mas veio como salvador da humanidade. O anjo disse a José, que o seu nome seria “Jesus”, porque ele salvaria o seu povo de seus pecados (Mt 1. 21).

Na época de Jesus, além do império romano que dominava a nação de Israel, havia os partidos que tinham os primeiros assentos no sinédrio judeu, uma espécie de senado federal. Eram os fariseus (zelotes), os saduceus e os essênios.

1)  Fariseus. Quem eram e que ideologia defendia esse grupo. Segundo historiadores, os fariseus eram os mais apreciados pelo povo. Se fosse feito na época, uma pesquisa, o candidato dos fariseus, certamente estaria melhor na intenção de votos. O nome fariseu, vem do hebraico, perushim, significando “os segregados”. Eles dedicavam seu tempo para defender às questões relativas a observância das leis de pureza ritual. Eram escrupulosos na defesa e observância da “Torah”, que eram os cinco livros de Moisés, a Lei de Deus.

No âmbito político, os fariseus eram nacionalistas, e defendiam a independência nacional, pois eles não admitiam que outro poder se impusesse a soberania do Senhor Deus sobre o povo de Israel. Por isso mesmo, eram conhecidos também pelo nome de “Zelotes”, pelo zelo aludido a Deus e ao cumprimento da lei.

A princípio, a ideologia farisaica, se movia somente no âmbito religioso, porém, a partir dos anos cinquenta depois de Cristo, consideraram que eles precisavam também se manifestar no âmbito político-militar, e, caso fosse preciso, usar a força e até a violência para vencer, e até dar a própria vida em combate. O martírio passou a ser uma espécie de santificação do nome do Senhor.

2)  Os saduceus. Eram pessoas da alta sociedade aristocrata judaica. Eram membros de família sacerdotais, cultos e ricos. Os sumos sacerdotes, haviam saído exatamente do grupo dos saduceus. Eles representavam o povo judeu diante do poder imperial romano. Faziam uma interpretação muito mais “sóbria”, da “Torah”, e não caiam nas questões casuísticas dos fariseus. Não criam na vida após a morte, portanto, a ressurreição para eles não existia, não compartilhando assim, das esperanças escatológicas dos fariseus. Por isso mesmo, não gozavam de muita popularidade, como os fariseus, porém, detinham o poder político e religioso, e eram demasiadamente influentes.

3)  Os essênios. Os essênios, foi um grupo fundado no segundo século antes de Cristo, e dizimados nos anos 68 A.D. O historiador Flavio Joséfo, dá ampla informação como eram as suas crenças. Eram tidos como um grupo apocalíptico. Os pergaminhos em papiro encontrados em Qumrán, também, dão muitas informações sobre esse grupo, pois, parece que alguns deles se instalaram ali.

Uma característica peculiar dos essênios era em repudiar o culto do templo em Jerusalém. Por ter João Batista, saído do templo, e ido pregar no deserto, muitos o considera um essênio. Eles pregavam a restauração da santidade do povo num âmbito mais reduzido (tipo os puritanos), apenas no âmbito de sua comunidade. Criam eles, que indo ao deserto, se absteriam da contaminação que poderiam se derivar do contato com outras pessoas. Os essênios consideravam a si mesmos como templo, e por isso, não precisavam do culto no templo em Jerusalém, onde, homens indignos, ofereciam um culto indigno também.

A VISÃO DE JESUS SOBRE O REINO

Jesus, por sua vez, não aliou-se a nenhum desses grupos, nem tão pouco ao poderio romano. Ele preferiu se abster da política dos homens, e pregar puramente o evangelho da salvação.

Seus discípulos, muitas vezes, deram a entender que criam em um novo sistema político de libertação do povo de Israel, que Cristo estava criando. Assim como em um partido político, onde há os cabeças maiores, e seus subordinados, a Bíblia nos diz que “E suscitou-se entre eles uma discussão sobre qual deles seria o maior” (Lc 9.46). Outra vez nos diz que  “houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior” (Lc 22.24). Aí então, Jesus, nos dá uma nota sobre, como ele pensava sobre política, quando disse: “Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve” (Lc 22.25-26).

Quando apresentaram para Jesus a questão do tributo, ele toma uma moeda, e mostra a efigie de Cesar, e diz: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Lc 20. 25). Quer dizer, Jesus não veio para fazer brigas com sistemas de governo, ele veio para implantar o Reino de Deus no coração dos homens. Quando Pilatos confrontou Jesus, ele disse: “O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino deste mundo, lutariam os meus servos para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui” (Jo 18. 36).

Quando os discípulos perguntaram a Jesus: “Restauraras tu neste tempo o reino a Israel? Ele respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1. 6-8).

Portanto, Cristo não se intrometeu em partido da direita, da esquerda nem do centro, ele, permaneceu cumprindo seus deveres como cidadão, e levando aos corações dos homens que estavam distanciados de Deus, o Evangelho que salva e liberta o pecador.

O que a Igreja do Senhor, através do Evangelho salvador de Jesus Cristo pode fazer, ninguém pode. Nenhum partido político pode fazer. Nenhuma ideologia pode fazer. Só há um nome, dado entre os homens que pode trazer salvação, e esse é o nome de Jesus.

Como igreja de Jesus, não estamos aqui para ficar discutindo política. Maltratando uns aos outros pelas redes sociais. Como igreja, estamos para mostrar o caminho da salvação, pois, somente o povo eleito de Deus pode fazer tal coisa. Quanto cidadão, podemos ter nossas preferencias políticas, porém, tudo deve ser feito, como muita prudência, bondade, sobriedade e amor cristão no coração.

Que o Senhor nos ajude, e espero que possa ter contribuído com os amados (e)leitores.

Pr Daniel Nunes

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