Lição 2
Texto áureo
“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os
discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo-sacerdote.” (At 9.1
Verdade Prática
A igreja é uma instituição
divina que perdurará na terra até o arrebatamento, pois do contrário, já teria
acabado ao longo da história.
Leitura Bíblica em Classe – At 8.1-3; 22.4,5; 26.9-11
Objetivo geral – Conscientizar a respeito do
problema da perseguição aos cristãos no mundo.
Objetivos específicos
I.
Elencar as
características persecutórias de Saulo;
II.
Expor
a respeito da perseguição contra a igreja em Atos;
III.
Esclarecer a respeito de um sistema contra a
Igreja.
INTRODUÇÃO
Escreveu o pastor John Pitt, em sua obra, “Quando Vem
a Perseguição”, CPAD, 1993 “Preparação para a perseguição!, parece sinistro.
Preparação para o céu soa melhor, pois, quem gostaria de preparar-se para a
perseguição?” Segue ele: “A Bíblia diz que a perseguição é certa. Não é
improvável, nem provável: É certa! Em 2Tm 3.12 está escrito: “Ora, todos
quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”. Paulo
disse: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente
crer nEle, como também padecer por Ele” (Fil 1.29). Escrevendo a Timóteo
disse: “Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção,
fé, longanimidade, amor, paciência, perseguições e aflições tais quais me
aconteceram em Antioquia, em Icônio e em Listra, quantas perseguições sofri e o
Senhor de todas me livrou”.
Por quais perseguições a igreja do ocidente passa
hoje? Será que somos perseguidos? Será que isso que chamamos de perseguição
dentro e fora da igreja é de fato perseguição? Temos ouvido alguns irmãos
dizendo: Eu estou sendo perseguido por irmão fulano de tal, pelo tal e tal
pastor. Será que é essa perseguição que a Bíblia fala? Logicamente que não.
Disse o Escritor aos Hebreus para seus leitores, os judeus convertidos a
Cristo: “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado”
(Hb 12. 4). Perguntou eu para nós, cristãos ocidentais: “E nós, o que temos
sofrido?”. Não será por isso que temos hoje uma geração de crentes tão
fracos, tão desanimados, que por qualquer coisa mudam de igreja, fundam
igrejas, desviam do evangelho, etc. Uma geração que não ora, que não gosta da
verdadeira doutrina, que não ama a Palavra, mas sim, as promessas da Palavra.
Sua Bíblia são finas, pois não contem exigências, somente promessas.
Há uma igreja perseguida mundo afora. Onde cristão são
presos, arrastados, decapitados, acorrentados, etc.
I – SAULO DE TARSO, O PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL
1. Saulo se descreve como “blasfemo, perseguidor e opressor” (1Tm 1.13). Saulo, uma fera selvagem (At 8.1; 1Tm 1.13; 1Co 15.9; At 8.3; Gal 1.13; At 9.21). Saulo se torna um assassino perverso. O mais ardoroso e cruel perseguidor da Seita do Nazarenos. Diz o pastor Hernandes Dias Lopes que Saulo
a. Perseguia a religião dos
crentes (At 22.4);
b. Perseguia o Deus dos crentes
(At 26.9);
c. Perseguiu e encerrou e matou a
muitos crentes (At 26.10). Paulo era de fato uma fera selvagem.
Depois do enterro de Estevão, Saulo assume parte
principal na perseguição dos crentes de fala grega. E mais tarde, não somente a
igreja lembrava disso (At 9.21,26), mas o próprio Saulo tinha constantes
lembranças daqueles atos cruéis (At 26.9-11).
2. As ameaças de Saulo. A Bíblia diz “E Saulo,
respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor...” (At
9.1). Como um touro indomável, Saulo
respira vingança contra o povo de Deus. Porém, os planos de Saulo são
frustrados, pois, enquanto Saulo respirava ameaças e assolava a igreja, Filipe
pregava e muitos criam no Senhor Jesus (At 8. 3-6).
Já há muito tempo o Espírito Santo trabalhava no
coração de Saulo. A oração de Estevão: “Senhor, não lhes impute pecado”
(At 7.60), e cada cristão, que quando arrastado, não blasfemava, mas, cheios do
Espírito Santo cantavam e oravam, eram punçadas no consciência de Saulo.
3. Por que Saulo perseguia os
cristãos? O
apóstolo Paulo, nunca se esquivou de sua trajetória de perseguidor. Alias, há
sacros escritores que entendem, que o próprio Paulo, incitou a Lucas deixar
registrado tudo, para vergonha do próprio apóstolo e para que se manifestasse a
graça de Deus em sua vida (1Tm 1.13-16). Saulo, que foi educado como um
erudito, seria alguém capaz de tal brutalidade? Podemos até pensar que não.
Porém, ele, pelo zelo extremo pela Torah, se embruteceu a tal ponto, que,
pessoalmente, “entrava de casa em casa”, mostrando assim seu tremendo
fanatismo, de forma que ninguém podia se sentir seguro, nem mesmo dentro de sua
própria casa, com aquela fera solta (At 8.3). Para Saulo, o anúncio de que um
crucificado pudesse ser o Messias prometido pelos profetas do AT era um
escândalo (Gl 3.13), pois assim estava escrito na Torah (Dt 21.22,23).
II – A PERSEGUIÇÃO CONTRA A IGREJA DE CRISTO
1.
Contra os seguidores de Cristo. “Persegui o caminho até a morte, prendendo e
metendo em prisões, tanto homens como mulheres” (At 22.4). Como falamos
acima: Ele perseguiu a igreja do Senhor. O nome de Saulo aparece pela primeira
vez, já fazendo parte da perseguição ferrenha contra vida de Estevão, quando o
apedrejaram e o mataram, Saulo não somente consentia, mas, guardou as vestes
dos assassinos (At 7.58; 22.20). Sua clara intenção era acabar de vez com “a
Igreja”. Ao ataca-la, Saulo atingiu as pessoas que representavam Cristo (At
9.2). Interessante que, aquilo que Natanael falou “Pode vir alguma coisa boa
de Nazaré?” (Jo 1.46), foi reverberado depois pelos inimigos da Igreja de
Cristo, onde eles chamavam os seguidores de Cristo de “a seita dos nazarenos”
(At 24.5; 26.9), e foi exatamente assim que Cristo se apresenta a Saulo. Quando
ele pergunta: “Quem és tu Senhor?”, Jesus responde: “Eu Sou Jesus, o
Nazareno, a quem tu persegues (At 22.8).
2.
Saulo de Tarso e Estevão. Charles Fergunson Ball (1998), diz que pode ter sido
na sinagoga da Cilícia, que Paulo encontrou com Estevão pela primeira vez. O
diácono Estevão, era homem erudito em judaísmo. Mesmo tendo um ódio mortal do
primeiro apologista, conforme escrevo Ciro Sanches Ziborde (2018), Saulo sabia que nenhum fariseu podia ser
possuído por tanto zelo como ele via em Estevam. Uma coisa é certa: Paulo nunca
pode apagar de sua mente, o rosto de Estevão, brilhando como se fora um anjo de
Deus, pois ele testemunhou isto, dizendo: “Quando se derramava o sangue de
Estevão, tua testemunha, eu também estava presente, consentia nisso e até
guardei as vestes dos que o matavam” (At 22.20). Estevão foi o primeiro
mártir do Evangelho. Se Saulo e os demais fariseus e saduceus achavam que iriam
parar a Igreja, se enganaram redondamente. A Igreja, movida pela perseguição,
foi espalhada para outras partes, e prosseguiu crescendo.
3.
Uma intolerância religiosa e política contra a Igreja atual. A igreja atual continua a
despertar fúrias de certas autoridades políticas e religiosas que não aceitam a
mensagem de liberdade e vida que o
Evangelho proporciona. Nossos irmãos, que servem a Deus em países políticos e
religiosamente fechados para o Evangelho, continuam a pagar, com a própria vida,
a fidelidade à mensagem de Cristo. Oremos pela igreja perseguida. Porém, nós,
que vivemos em países, onde se diz ter liberdade religiosa, não devemos nos
enganar, pois o cerco esta se fechando. Vemos que partidos políticos, e líderes
partidários, já dizem e propagam a alto e bom som, e por todas a mídias
sociais, que se chegarem ao poder, vão colocar cabrestos nas igrejas.
Ultimamente, transita pelas redes sociais, que a ONU (Organização das Nações
Unidas), lançou uma carta, que fala do seu desejo de acabar com o cristianismo,
tachando o mesmo de ofensivo e daninho para a humanidade. Ainda há a perseguição
mais sofisticada, que se dá no campo cultural. Por exemplo, quando tentam
reduzir a vivencia da fé à vida privada dos cristãos, trata-se de uma
perseguição cultural e ideológica. Do ponto de vista filosófico, o ser humano é
um ser religioso.
III – QUANDO UM SISTEMA SE VOLTA CONTRA A IGREJA
1.
Como era a perseguição contra os primeiros discípulos? Jesus já havia alertado aos
seus discípulos dizendo: “Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em
que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus” (Jo 16.2).
Baseado em Levítico 24 16, “E aquele que blasfemar o nome do Senhor
certamente morrerá; toda congregação certamente o apedrejará...”. Quando
Saulo de Tarso, assiste o julgamento de Estevão, e aprova seu apedrejamento, e
guarda as roupas dos seus algozes, ele julga estar prestando um grande serviço
para Deus. A perseguição, torna-se ainda mais severa a partir da morte do
primeiro mártir, Estevão (At 8.1,3;9.1). Mas o Senhor teve um encontro com o
perseguidor, chegando na cidade de Damasco. Ao meio dia (At 22.6) na hora mais quente
e mais clara do dia, o facho de luz raiou do céu, muito mais forte que o clarão
do sol, a ponto de deixar Saulo, o perseguidor, cego. Todos os que
estavam com Saulo caíram também (At 26.14). Aqui lembramos do Salmo 91.6,7 que
nos diz: “Não temerás espanto noturno, nem seta que voe de dia, nem peste
que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia. Mil cairão
ao teu lado, e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido”.
2.
Perseguição, tortura e método. O próprio Paulo declara em seu testemunho que
torturava os cristãos, física e psicologicamente para induzi-los a blasfemar de
Deus (At 26.10,11). Porém, muitos cristãos não negavam a sua fé no nome de
Jesus.
3.
Perseguição aos pentecostais. No início do Movimento Pentecostal no Brasil, nosso
pioneiros sofreram toa sorte de perseguição e violência. Muitos deles sofreram
agressões físicas e psicológicas. Tudo isso porque pregavam uma doutrina que a
religião oficial não aceitava. O que dizer de Daniel Berg e Gunnar Vingren, os
primeiros pastores dos primórdios das Assembleias de Deus no Brasil? E tantos
outros irmãos perseguidos nesses rincões brasileiros? Ao olhar para o passado,
devemos enxergar o presente e conscientizar-se de que a obra pentecostal custou
alto preço.
CONCLUSÃO
Jesus havia dito: “As
portas do inferno não prevalecerão contra a minha Igreja” . A Igreja é de
Jesus, porque, se não fora, o inimigo já teria acabado com ela. Saulo de Tarso
só entendeu esse mistério de Cristo, a sua Igreja depois da revelação pessoal de
Cristo que o levou à mudança de atitude
e de rumo, convertendo-se ao Evangelho. Depois de anos de ministério, Paulo chegou
a essa consciência e ele mesmo disse “... sobremaneira perseguia a igreja de
Deus e a assolava” (Gl 1.13).
Aquilo que Paulo tanto
desprezava, o Cristo crucificado, tornou-se a sua mensagem mais importante a
ser pregada. “Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e
este crucificado” (1Co 2.2), e ele, no capítulo anterior havia dito: “mas
nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura
para os gregos” (1Co 1. 23).
Foi exatamente esse Cristo
crucificado, que trouxe tanto escândalo para os inimigos da obra de Deus, que,
com a sua morte e ressurreição, trouxe-nos vida e vida com abundancia. Como
escreveu o pastor Elienai Cabral: “A Igreja existente é fruto da obra expiatória
de Cristo; por isso, se ela fosse uma mera organização humana, já teria acabado
há muito tempo. Mas a Igreja é uma Instituição divina; por isso ela subsiste ao
longo dos séculos e subsistirá até a vinda gloriosa de Cristo para arrebata-la.
Amém
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