“E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” II Crônicas 7.14
Deus ouve
todas as orações, mas, não responde a todas. Isaias profetizou dizendo: “...certamente,
se compadecerá de ti, à voz do teu clamor; e, ouvindo-a, te responderá” (Is
30.19b). Jeremias falou ao povo de Israel: “E buscar-me-eis e me achareis
quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jr 29. 13).
Deus procura
um povo que esteja na brecha. Ezequiel profetizou dizendo: “E busquei dentre
eles um homem que estivesse tapando o muro e estivesse na brecha perante mim
por esta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez
22.30). O Senhor procura homens e mulheres que orem com confissão de pecados,
humilhação e conversão. Nossas orações estão muito mecânicas. Parecemos robôs
orando, programados para orar bonito. Não, o Senhor não quer
ouvir esse tipo de oração. Esse não é o tipo de oração que move a mão de Deus.
Quando Deus
quer fazer algo grande em meio ao povo, Ele chama um homem, ou homens para se
angustiar pela causa. Vemos isso na angustia de Neemias e Esdras (Ne 1. 1-6; Ed
9. 1ss). Será que Deus não está nos
levantando para esse momento em Campina Grande, na Paraíba, no Brasil e no mundo?
O Salmo 42.1
retrata o coração do cristão totalmente voltado para Deus. “Como
o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti ó
Deus”. Quando Saul procurava Davi para matar, ele encontrou segurança
e abrigo em um retiro montanhoso chamado En-Gedi (1Sm 23.29). En-Gedi significa
“fonte do cabrito”. En-Gedi está localizado ao oeste do mar Morto, próximo das
cavernas de Qunram, onde foram encontrados os últimos manuscritos da Bíblia
Hebraica (1947). Esse local se tornou bebedouro habitual para um caprino, que
tinha hábitos muito parecidos com os cervos, chamado Íbex. Ele tinha
fácil adaptação nas regiões montanhosas.
O Íbex fez seu território nas montanhas rochosas do deserto. Nenhum predador se aventurava a galgar as montanhas e rochedos escalpados. Lá, esse tipo de cabrito montês encontrou refúgio dos caçadores que apreciavam seu couro, chifres e carne. Porém, à medida que o oásis ia se secando com a vinda da estação quente, o Íbex era forçado a achar vegetação e água. Isso o obrigava a sair do seu refúgio, e buscar águas nas fontes de En-Gedi. Quando ele descia, mesmo fazendo isso com muita cautela, perdia toda segurança das montanhas escalpadas, ficando vulnerável aos caçadores. Os caçadores sabiam que o animal descia no despontar da manhã, a fim de beber água na fonte. Quando o animal se abaixava para beber água, a flecha do caçador era disparada. O cabrito ficava familiarizado com o caçador. Ele sabia do perigo que corria. Ele sabia que arriscava a sua vida toda vez que furtava um gole de água da fonte. Não obstante, seu desejo ardente por água o forçava a tornar-se absolutamente vulnerável. Tal vulnerabilidade é precisamente o que Deus pede de nós. Foi por isso que o Salmista disse: “Como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti ó Deus”. Mesmo que chorando, bramando, ele tinha que descer.
Assim como o
cervo anela pela água, o crente que vem beber da fonte de Deus é levado a
busca-la a qualquer preço. Como seguidores sedentos de Jesus, somos incumbidos
a diariamente, orar e meditar na Palavra de Deus como necessidade primeira.
Essa busca por Deus é confissão regular de nossa absoluta necessidade dEle.
Assim como o Íbex, temos que sair da zona de conforto, e descermos as
fontes do Espírito Santo e bebermos das salutares águas, que certamente saciarão nossa sede
espiritual.
Pr Daniel Nunes