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terça-feira, 24 de agosto de 2021

O QUE SERIA

O que seria dos meus pulmões sem teu hálito Senhor?

O que seria dos meus olhos se não fosse a tua luz?

O que seria do meu coração sem sentir o teu amor?

Nada seria meu Jesus!

 

O que seria meu viver sem a tua vida em mim?

O que seria meu andar sem o brilho de tua luz?

O que seria meu trabalhar sem tua força Senhor?

Nada seria meu Jesus!

 

O que seria meu falar sem o teu Espírito Santo?

O que seria meu futuro se não fosse a Tua cruz?

O que seria meu pensar sem tua mente em mim?

Nada seria meu Jesus!

 

O que seria a eternidade sem a tua presença?

O que seria o céu se não fosse do teu rosto a luz?

O que seria de mim, o que seria de nós?

Nada seríamos meu amado Jesus!

 

Campina Grande, 16 de agosto de 2021

Daniel Nunes da Silva

terça-feira, 17 de agosto de 2021

AH SE EU PUDESSE


AH SE EU PUDESSE


Ah se eu pudesse agora,

Ter a visão do cordeiro,

Que Abraão contemplou.

Depois de muito tempo,

O próprio Cristo nos disse,

Que ele viu e se alegrou.

 

Ah se eu pudesse agora,

Contemplar aquela sarça,

Que Moisés viu no deserto.

O fogo que ia ardendo,

E a sarça se aquecendo,

E sentiu Deus bem de perto.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ver Davi com aquela funda

Com cinco pedras na mão.

Foi girando, foi girando,

tocou na testa do gigante,

E o valente veio ao chão.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ouvir aquela voz mansa,

Que em Orebe Elias ouviu.

Já na porta da caverna,

Depois de ser renovado,

Tomou sua capa e saiu.

 

Ah se eu pudesse agora,

Contemplar aquela visão,

Que Isaias teve no templo.

Onde serafins cantavam,

As colunas estremeciam,

Pois o Senhor estava lá dentro.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ver o pastorzinho Davi,

Com  sua harpa na mão.

Uma canção dedilhava,

O demônio ia saindo

E Saul ficava são.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ver Deus falando da nuvem

Que no Sinai revelava.

Moisés já envolto na gloria,

O monte estremecendo,

E Deus com ele falava.

 

Ah seu eu pudesse agora,

Contemplar o que João viu,

Às margens do rio Jordão.

No hora do seu batismo,

O Filho, a voz do Pai,

E o Espírito em ação.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ter tão grande revelação,

Ficaria tão prazenteiro.

O Cristo veio chegando,

O batista foi logo dizendo,

Tu és de Deus o Cordeiro.

 

Ah se eu pudesse agora,

Ver a pedra removida,

O lugar que Cristo ficou.

A sepultura vazia,

Apenas a tumba fria,

Pois Jesus Ressuscitou.

 

Ah seu eu pudesse agora,

Ver  meu Jesus subindo,

E uma nuvem acariciar.

Então os anjos falaram,

Do modo que ele subiu,

Um dia há de voltar.

 

Campina Grande, 13 de janeiro de 2021

Daniel Nunes da Silva

domingo, 15 de agosto de 2021

O MINISTÉRIO DE ELISEU

 

Texto áureo

E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do SENHOR, para que consultemos ao SENHOR por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as mãos de Elias.” (2Rs 3.11)

 

Verdade Prática

Deus usou, e ainda usa, seus servos para realizar milagres. Basta ter fé e confiança no Senhor, que Ele opera maravilhas.

 

Leitura Bíblica em Classe: 2Rs 3.5,9-11,14-18; 4.1-7,38-41

 

INTRODUÇÃO

Eliseu teve um ministério marcado por grandes milagres. Não poderia ser diferente, pois ele havia pedido a “Porção dobrada do espírito de Elias”, e isso de fato aconteceu. Ele recebeu uma carga muito grande do poder de Deus em seu ministério. Ele foi mais mencionado pelo título de “homem de Deus”, que pelo seu próprio nome e Eliseu (2Rs 4.7,9,25,27, 40,42). Vejamos alguns dos milagres operado por Eliseu:

1 – Dividiu o rio Jordão em duas partes e passou em seco (2Rs 2.14);

2 – Sarou as águas de Jericó (2.21,22);

3 – Amaldiçoou 42 rapazinhos, que foram despedaçados por duas ursas (2.23,24);

4 – Providenciou água para três reis e seus exércitos (3.15,16,20);

5 – Profetizou a vitória desses reis (3. 18,19);

6 – Aumentou o azeite da viúva (4.1-7);

7 – Profetizou que a Sunamita teria um filho (4.16);

8 – Ressuscitou esse mesmo filho que havia morrido (4.19,35);

9 – Tirou a morte da panela, usando apenas farinha (4.41);

10 – Multiplicou pães (4.42-44);

11 – Curou Naamã de lepra (5.14);

12 – Transferiu a lepra de Naamã para Geazi, seu moço (5.27);

13 – Fez um machado flutuar, usando apenas um pedaço de madeira (6.6,7);

14 – Cegou os homens do exército do rei da Síria 6.18);

15 – Devolveu-lhes a visão (6.20);

16 – Profetizou o fim da fome e do cerco da Síria (7.1);

17 – Predisse a morte do capitão do rei, por ele não ter crido na profecia (7.2);

18 – Profetizou a morte de Bem-Hadade e o reinado de Hazael (8. 10,13);

19 – Orou para que se abrisse a visão espiritual do seu moço (6. 17);

20 – Depois de morto, lançaram um defunto sobre seus ossos, e o defunto reviveu (13.21).

Umas das faces do ministério de Eliseu que nos chama muito a atenção, é sua maneira de agir, sem atrair a atenção das pessoas para ele, deixando que Deus fosse sempre o personagem principal e recebesse toda a gloria nos milagres realizados. Como no caso da cura do general Naamã, onde ele, não vai encontrar com esse homem, que era uma grande autoridade da Síria, apenas indica que ele se lavasse sete vezes no Jordão (2Rs 5. 10;17). Outro episódio é o da ressurreição do filho da Sunamita, que era uma mulher rica. Eliseu, entra no quarto, fecha a porta e sozinho, ele e o menino, faz o milagre. Ele não gostava de espetáculo, mas agia no silencio, e o nome do Senhor era glorificado.

Outras qualidades ficam evidenciadas em seu ministério, como exemplo, por ele não ter aceitado o presente das mãos de Naamã. Ele já havia abandonado tudo para seguir Elias, e, seguia com um coração desprendido dos bens materiais. Eliseu tinha um coração quebrantado, pois, quando olhou para Hazael, chorou, porque o Senhor lhe revelou o mal que aquele homem faria ao povo de Israel (8.11,12).

 

I – ELISEU SALVA TRÊS REIS E OS SEUS EXÉRCITOS

1 – Reis bons e maus. O reino do Norte, com sede em Samaria, tiveram 19 reis, todos maus, e no reino do sul, com sede em Jerusalém, também houveram 19 reis, sendo 8 bons e 11 maus aos olhos do Senhor. Fazer o que era mau, significava que esse rei desprezava ao SENHOR na sua adoração e promovia adoração a ídolos.

2 – Três reis vão à guerra contra os moabitas. O rei de Israel, Jorão, o rei de Judá, Josafá e o rei de Edom, saem em batalha contra Mesa, rei dos moabitas. Josafá, foi classificado como um bom rei, pois além de promover reformas administrativas, religiosas e jurídicas importantes para a organização e melhor funcionamento do povo de Deus, deu instruções aos juízes para que agissem de forma justa e equânime em todos os julgamentos e questões. Lutou para a unidade dos dois reinos, do norte e do sul. Para isto, casou seu filho Jorão, com Atalia, filha de Acabe. Na verdade, essas alianças de Josafá com a casa de Acabe não foi bom aos olhos do Senhor (2Cr 19.2). Essa sua aliança com Acabe quase lhe custou a vida.

A diferença entre Jorão e Josafá, é que o primeiro culpou a Deus pelo fato de estarem sem água no deserto (2Rs 3.10), um gesto de total desespero, como já era esperado de alguém que adorava ídolos e, supostamente, confiava neles. Somente Deus pode dar segurança na hora de provas (Sal 121.1,2).

Josafá, que confiava no Senhor, procurou resposta nEle, solicitando um profeta do SENHOR. Eliseu foi o profeta chamado para profetizar para esses três reis, e ironizou de Jorão, perguntando ao mesmo, o porquê de ele não ter ido consultar os ídolos de seu pai. E disse que somente estava ali, porque respeitava a presença do rei Josafá (3,14).

 

3 – A predição de Eliseu se cumpriu. Eliseu pediu que trouxessem um tocador de harpas, e quando o mesmo começou a tocar, veio o Espírito do Senhor sobre Eliseu “E disse: Assim diz o Senhor: fazei neste vale muitas covas. Porque assim diz o Senhor: Não vereis vento e não vereis chuva; todavia, este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós e o vosso gado e os vossos animais” (3. 16,17). E isso de fato aconteceu (3. 20).

 

II – ELISEU AUMENTA O AZEITE DA VIÚVA

1 – A situação das viúvas em Israel. A situação das viúvas em Israel naquele tempo era muito difícil, pois, geralmente, as mulheres daquele época dependiam de um homem para sustenta-las. Naquele tempo não havia salário, ou aposentadoria para viúvas. Aquela mulher não tinha nenhuma fonte de renda, apenas dois filhos, que estavam prestes a serem levados cativos, pois, o seu marido havia deixado uma dívida, e o credor estava vindo para levar seus filhos como escravo no lugar da dívida que o falecido deixou (4.1). O Senhor tinha dito através de Moisés seu servo, que não era para afligir as viúvas (Ex 22.22,23). Deus, está sempre atento ao clamor do oprimido, por isso mesmo, ouviu a pobre viúva (Sal 107.4-6,12,13). O Senhor está pronto para ouvir a tua oração sincera diante dEle (Jr 33.3).

2 – Um única botija de azeite foi o suficiente para Deus operar o milagre. Nosso Deus é perito em usar coisas pequenas e coisas escassas: Uma vara seca nas mãos de Moisés; Um queixada de jumento nas mãos de Sansão; Uma pedrinha nas mãos de Davi; Uma tocha acesa nas mãos de Gideão e seus trezentos; uma colher de pedreiro nas mãos de Neemias; Uma agulha nas mãos de Dorcas; cinco pães e dois peixinhos de um menino; uma pena nas mãos de Paulo, etc.

Eliseu perguntou a mulher: “... declara-me que é que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite” (4.2). Era isso que o SENHOR queria, a disposição da mulher colocar o que tinha, nas mãos de Deus. A recomendação de Eliseu foi a seguinte: “Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio” (4.4). Nosso Deus também trabalha com portas fechadas. Vemos que para dar salvação a família de Noé, o Senhor fechou a porta da arca. Jesus disse: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; o teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mt 6.6).

Essa experiencia demonstra o cuidado de Deus nos momentos de crise mais profunda, provendo meios de onde não poderiam vir naturalmente, mas que, ao mesmo tempo, demonstram que o milagre provém daquilo que se tem nas mãos, ainda que seja pouco.

 

3 – Fé, obediência e família unida. A mulher creu na palavra do homem de Deus. Isso fez que a sua família permanecesse unida, mesmo tendo a falta do pai. A porta fechada, pode significar que a família estava fechada para a não intromissão de influencias mundanas do mundo exterior, que hoje em dia, tanto tem prejudicado as famílias. E, quando a família fecha as portas para o pecado, e para as influencias que esse mundo hodierno quer passar para a igreja, a família, a sociedade de modo geral, o milagre certamente vai acontecer lá dentro. A família é a principal constituidora de uma sociedade sadia, devendo, portanto, ser preservada debaixo da intimidade da presença do Senhor, em reverencia, submissão e sacralidade, como fez a viúva ao fechar a porta de sua casa para o mundo.

Aprendemos ainda outra lição importante nesse episódio, é que, em nossa vizinhança pode haver muitos vasos úteis para serem cheios do azeite do céu. Se és crente, você tem a botija, os vizinhos tem os vasos, é somente enche-los do azeite do Espírito Santo, que todos terão um grande e alto preço. Como estamos influenciando a sociedade à nossa volta?

 

III – A MORTE QUE HAVIA NA PANELA

1 – A escola de profetas. A escola de profetas em Gilgal, provavelmente foi fundada por Samuel e agora estava sendo dirigida por Eliseu. Este realizou três dos seus milagres em favor desta escola de profetas: 1)Tirou o veneno que havia na panela; 2)Multiplicou 20 pães, e saciou a fome de 100 homens; 3)fez o machado flutuar. Os discípulos eram chamados “filhos de profetas” porque era como adotados por seus mestres. Por isso mesmo, também eles chamavam os profetas de pai (2Rs 2.12).

Nestas escolas , os alunos aprendiam as leis de Deus, desenvolviam um relacionamento com o Senhor da mesma forma como os profetas e, especialmente, contribuíam como um forma de resistência contra a apostasia e a idolatria que imperavam e Israel. Eles eram também como uma reserva moral e espiritual, pois os sacerdotes, que deveriam ser responsáveis pelo oficio de ensinar o povo, haviam-se corrompido na tentativa de manter o poder das instituições e com as benesses das ofertas dos reis. Os profetas foram perseguidos (1Rs 18.4).

Em todo tempo e lugar, os profetas verdadeiros são perseguidos, pois estes “se intrometem” nas causas que os poderosos acham corretas e justas. Profetas intrometem-se na injustiça, no pecado e no sofrimento desnecessário que vêm sobre todas as criaturas por causa da negligencia dos homens poderosos. Profetas são comprometidos com a justiça e a compaixão. Esse chamado profético de intrometer-nos na injustiça vale para todos nós. Como Jesus disse: “Bem-aventurado os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5.10).

 

2 – A morte na panela. O fato ocorrido na escola em Gilgal nos traz grande lição para nossos dias atuais. A alimentação espiritual deve ser feita com muito cuidado, pois, a falsa doutrina, é como uma parra brava, que parece muito com algo bom, porém, é um alimento que pode levar a morte espiritual. Podem facilmente se inserir doutrinas estranhas na mente de pessoas que ainda estão em fase de crescimento espiritual (Ef 4.12-14; 1Tm 4.1,2; 2Tm 3.1-9; 4.3).

Ao anjo da Igreja em Pérgamo, o Senhor o adverte sobre algumas doutrinas perigosas, que são elas: Doutrina de Balaão, e a doutrina dos nicolaítas (Ap 2.14,15).

a.     Doutrina de Balaão – Diz o pastor Antônio Gilberto: É a mistura espiritual da igreja com o mundo, quanto às suas práticas e procedimentos, perdendo ela, assim, sua pureza e santidade. Foi isso que Balaão fez a Israel. Ele ensinou a Balaque, rei do moabitas, a lançar tropeço diante dos filhos de Israel para contaminá-los. Assim, por conselho de Balaão, Israel profanou sua separação do mal, e interrompeu sua peregrinação para a terra prometida (Nm 25. 1-3). O mesmo acontece hoje, sempre que a igreja se mistura com o mundo e sua prática: Ela para, detém-se, imobiliza-se. É a união da igreja com o mundo, como milhões estão querendo. Igrejas inclusivas; com ideologia marxista, ideologia feminista, etc.

b.     A doutrina dos nicolaítas. É interessante notar, que a palavra hebraica “Balaão”, é a equivalente a “Nicolau” no grego. Deve-se se observar também o progresso do mal sobre o povo de Deus. Aquilo que era “obras dos nicolaítas”, em Ap 2.6, tornou-se “a doutrina dos nicolaítas”, em 2.15. É a morte na panela.

c.     Nicolaítas era um partido dentro da igreja de Éfeso. Paulo, pelo Espírito, avisara a igreja disso, conforme (At 20. 29,30). Eram seguidores de um certo Nicolau.

A farinha na panela para tirar a morte, significa a sã doutrina, que somente através dela, podemos curar a humanidade (2Tm 4.1,2,5; Tt 2.1,7; 1. 13; 2Tm 3.16,17).

sexta-feira, 6 de agosto de 2021

ELIAS E OS PROFETAS DE ASERÁ E BAAL

 

LIÇÃO 4


Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego”. (1Rs 18.38)

VERDADE PRÁTICA

O Senhor sustenta com sua forte mão todos os que estão dispostos a proclamar a verdade de que Ele é o único Deus digno de adoração.

 

Leitura Bíblica em Classe: 1Rs 18.22-24,29,30.38,39; 19.8-14

INTRODUÇÃO

Infelizmente, o povo, em todos os tempos, é muito inclinado à idolatria. Até ao diabo a Palavra do Senhor nos manda resistir, mas, sobre a idolatria Paulo nos diz: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”. (1Co 10.14) Ela é tão forte, tão traiçoeira e insidiosa, que melhor é fugir, do que querer enfrenta-la. Somos muito levados pelo que vemos. Foi só Moisés ficar um pouco mais no monte Sinai, que o povo de Israel, rapidamente, fizeram um bezerro de ouro, e proclamaram dizendo: “Estes são teus deuses, ó Israel que te tiraram da terra do Egito” (Ex 32.4).

O profeta Elias é um dos mais importantes personagem da Bíblia. Ele é o maior dos profetas orais. Quer dizer, aquele que a Bíblia mais registras suas falas, conversas. Ele trabalhou na oralidade e não na escrita. No monte da transfiguração ele aparece ao lado de Moisés conversando com Jesus. Veremos nesta lição o maior desafio de Elias, como profeta de Deus, pois se achava sozinho naquele momento, enfrentando 450 profetas de Baal e 400 profetas do deus Aserá (1Rs 18. 19).

Quem era Baal

Baal era um deus cananeu; ele era adorado naquele território, mesmo antes de Israel ali chegar, e continuou sendo adorado na vizinhança de Israel exercendo influência negativa sobre o povo de Deus. Tanto homens quanto mulheres eram consagradas para entregarem seus corpos à prostituição cultual no templo de Baal (Dt 23.18; 1Rs 14.23,24; 2Rs 23.7). O deus Baal, adorado por Acabe e Jezabel, erro oriundo de Tiro e chamavam-lhe Baal-Melcarte. A sua adoração envolvia mergulhos extáticos com ativação sensorial e intensa atividade sexual na prostituição sagrada. Diziam seus adoradores, que Baal dominava sobre o vento, as nuvens, a chuva, trovões e relâmpagos. Era o deus da fertilidade da terra (Os 2.10-13). Pela falta da Palavra de Deus, pois no tempo de Josias, o livro da lei foi encontrado no templo. Mostrando assim, que até os sacerdotes estavam totalmente alheios ao livro da Lei do Senhor (2Rs 22.8; Os 4.6). O povo de Israel, pela preocupação econômica (agropecuária), uma fraca teologia, uma frouxidão espiritual e promiscuidade sexual, foi levado a adoração a Baal, e a derrocada do povo de Deus.

 

Quem era Aserá

Aserá também é grafada como Astarte (Jz 3.7; 10.6; 1Sm 7.3), em babilônico como Ishtar ou, ainda, como Ashera (Jz 3.7; 1Rs 18.19). Era conhecida como a deusa da fertilidade, do amor e da guerra, e foi introduzida em Israel pela primeira vez, após chegarem a terra prometida (Jz 2.13; 10.6); Recebeu aprovação real de Salomão (1Rs 11.5) por meio dos cananeus com quem ele fez aliança. Nos cultos a deusa Aserá, se praticava várias orgias e rituais que o Senhor, o Deus de Israel, nunca pediu para o seu povo fazer, pois tais coisas atentavam contra a dignidade humana. Portanto, a adoração a esses falsos deuses incentivavam a degradação humana e toda sorte de abominação detestáveis pelo Senhor.

I – O DESAFIO NO MONTE CARMELO

1 – O zelo de Elias o leva diante de um confronto. O zelo do Profeta Elias, o levou a fazer um pergunta ao povo de Israel: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; e, se Baal, segui-o” (1Rs 18.21). O povo não tinha essa reposta porque estava em dúvida sobre quem, de fato, era o deus verdadeiro. Elias sabia muito bem, quem de fato era o seu Deus. Ele jamais faria tal proposta se não soubesse. Porém, o Senhor tinha provado para seu profeta, que de fato, ele era o Deus verdadeiro em vários momentos de sua vida.

2 – O problema de não saber quem adorar. A pergunta de Elias “até quando”, quanto a duplicidade “coxeareis entre dois pensamentos”. Havia um sincretismo religioso em Israel. Uma mistura de deuses. Duplicidade de adoração. Elias chama o povo e diz. Vamos acabar com essa dubiedade. Na Bíblia Almeida Revista e Atualizada diz: “Até quando vocês ficarão pulando de um lado para o outro? Se o Senhor é Deus, sigam-no, se é Baal, sigam-no”. Deus  não aceita esse tipo de adoração. Ele quer uma adoração única e exclusiva para Ele. A duplicidade de adoração, pode estar presente ainda hoje quando o povo de Deus perde o seu tesouro principal, que é Cristo, dividindo o coração com outras coisas. Os ídolos não precisam ser necessariamente feitos de material físico; eles podem estar escondidos no coração humano, como jesus mesmo falou: “Ninguém pode servir a dois senhores porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom” (Mt 6.24). Estando este ídolos no coração do homem, dali eles controlam toda a sua vida e decisões. “Fugi da idolatria”.

3 – O desafio do fogo. Elias era um homem íntimo de Deus. Para ele não precisava de provas, pois sabia o Deus que servia. O desafio era para o povo de Israel que coxeava em dois pensamentos. Os verdadeiros profetas de Deus, são pessoas intimas do Senhor, na oração, jejum, vida piedosa, e compromisso com a verdade. Esses homens que tem intimidade com Deus, são levados, impelidos, guiados, conduzidos no seu coração por aquilo que o Senhor quer fazer. Portanto, não foi a vontade de Elias lançar o desafio, mas a própria vontade do Deus verdadeiro a quem Israel devia servir. Assim como Elias confrontou os profetas de Baal e de Aserá diante da idolatria, os servos do Senhor devem estar dispostos a confrontar todo tipo de pecado nos dias atuais.

II – A ORAÇÃO DE ELIAS

1 – Os preparativos de Elias.  A primeira ação do profeta Elias, após os profetas dos deuses falsos, lutarem, clamarem, e nada acontecer obviamente, foi reparar o altar de Deus que estava quebrado (1Rs 18. 30-32). Não adianta clamar se o altar está desarrumado. Nosso Deus exige concerto, renovo. Ele disse através do profeta Josué “...Santificai-vos, porque amanha fará o SENHOR maravilhas no meio de vós” (Js 3.5). Quer ver as manifestações de Deus em sua vida, na sua família, na sua congregação? Então, arrume as pedras do altar. Assim fez Elias. Nesse preparo vemos: doze pedras, simbolizando as 12 tribos de Israel, cavou um rego ao redor do altar, colocou a lenha dividiu o bezerro em pedaços sobre a lenha e pediu que derramasse 12 cântaros de água, de tal maneira que molhou tudo que havia no altar, e ainda encheu o rego de água, eliminando qualquer chance de alguém falar que foi ele quem colocou fogo no altar, levantando dúvidas quanto ao milagre de Deus. Interessante também, é que Elias arrumou as 12 pedras. Ele era profeta no reino do Norte, poderia muito bem ter colocado apenas 10 pedras, porém, o profeta do Senhor, precisa estar pronto para combater as divisões em meio ao Seu povo.

2 – Uma oração confiante.  O pastor José Gonçalves afirma que a oração de Elias revela ao menos três fatos que são cruciais no contexto do livro de 1Reis: 1) Uma teologia correta sobre a divindade “Tu és Deus”; 2) Uma correta antropologia “Eu sou teu servo”; 3) Uma correta bibliologia “Conforme a tua palavra” (1Rs 18.36). Uma curta oração, porém, poderosa, confiante, sabendo a quem estava orando.

O motivo da oração era nobre: “... para que este povo conheça que tu SENHOR, és Deus” (1Rs 18. 37). Não para que vejam como eu sou santo, ou, que eu sou poderoso, não, não. Apenas queria que o povo conhecesse o SENHOR Deus, só isso e nada mais.

3 – A misericórdia de Deus. A resposta de Deus à oração de Elias, foi uma prova de sua infinita misericórdia, dando ao povo de Israel uma nova chance de adorá-lo como único e verdadeiro Deus. O povo, após ver o grande milagre, prostrou-se e adorou ao Senhor dizendo: “Só o Senhor é Deus, só o Senhor é Deus” (1Rs 18.39). A recompensa desse reconhecimento, e para mostrar, que o Deus do fogo, da chuva do vento, das nuvens, não era Baal, mas o SENHOR Deus de Abraão, Isaque e Jacó. O Deus que acabara de mandar fogo, agora manda uma torrencial chuva para aquela terra que estava a quase 4 anos seca.

III – ELIAS EM HOREBE

1 – Os feitos e a exaustão do profeta.  Tiago, o irmão do Senhor, fala que Elias era um homem sujeito as mesmas paixões que nós (Tg 5.17). Por isso mesmo, exausto, e com medo, ele foge da zanga de Jezabel. Elias fugiu sozinho para o deserto. Deitou-se debaixo de uma árvore de zimbro, pediu a morte e dormiu um profundo sono (1Rs 19.4,5a). Elias chegou a exaustão diante de tantos embates que enfrentou para fazer o povo de Deus voltar ao caminho certo. Jesus, para levar o homem ao verdadeiro caminho da reconciliação, antes da cruz, disse: “... a minha alma está profundamente triste até a morte...” (Mc 14. 34); Paulo, escrevendo aos coríntios disse: “Porque, mesmo quando chegamos à Macedônia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro” (2Co 7. 5). Disse mais: “Em trabalhos, fadiga ...; Além das coisas exteriores, me oprime a cada dia o cuidado de todas as Igrejas” (2Co 11. 27, 28). A palavra grega para “fadiga” é mochthos, significando tristeza, dor, sofrimento, trabalho duro. Quando Paulo fala que lhe “oprime”, ele está falando das barreiras enfrentadas para o cuidado das igrejas.

Elias enfrentou vários fatores externos desgastantes que lhe causaram desânimo. 1) Oposição ferrenha ao seu ministério e as causas que defendia “... és tu o perturbador de Israel?” (1Rs 18. 17); 2)Desapontamento nas suas tentativas de êxito, como no caso do monte Carmelo, pois, nem sempre, nossos ideais são certo (1Rs 18.43); 3) experimentou carência de simpatia na resposta que deu a Deus: “ e eu fiquei só” (1Rs 19.10,14); 4) deixou-se desanimar pela situação espiritual do povo, porque sabia que a declaração de obediência obtida no Carmelo era apenas momentânea; 5) ele era um herói da fé (Tg 5.17, mas também um vaso de barro (2Co 4.7). Devemos tomar cuidado, porque, após uma grande vitória, um grande triunfo (no caso de Elias) pode vir um estado depressivo.

Elias enfrentou também fatores internos, com as suas próprias fraquezas e decisões tomadas, como: 1) o seu isolamento (1Rs 19.3b); 2) Assentou-se debaixo e um zimbro, demonstrando um estado emocional de desânimo (19.4); 3) dormiu, o que pode demonstrar uma situação de fuga da imensa dor de estar sendo perseguido (19.5); 4) colocou-se no lugar de falta de ocupação; 5) deixou-se envolver por sentimentos de autocomiseração e autopiedade, “e eu fiquei só” e, na segunda vez que Deus pergunta, ele responde que tinha sido “extremo zeloso” (19.14), quase que rancoroso. Mostrou uma grande incoerência, porque ele fugia com medo de morrer, e pediu para morrer (19.4,10). Ele senta debaixo daquele zimbro, em total decepção e exaustão ministerial, mas o que lhe salva é a sua sinceridade diante de Deus e a coragem de expor o seu coração diante daquele que tudo pode.

Foi lá no deserto  que Elias teve sua vida restaurada. Para o Cristão, o deserto é o lugar do desnudamento da alma, da abertura do coração e da exposição dos recônditos mais secretos da interioridade humana para aquele que tudo vê. Lá no deserto, é onde se abandonam as ilusões, especialmente as de si mesmo. (muitos vezes nós nos achamos) ai o Senhor nos coloca no deserto. Portanto, o deserto é um lugar, não necessariamente geográfico, de estar por inteiro diante de Deus; é um lugar, onde tudo o que nos ilude e nos engana é desmascarado e coloca-nos face a face com Deus. O deserto é um estado de coração e de espírito. Pode ser um lugar de dor, mas também de conhecimento e transformação. É o lugar onde os ídolos são quebrados e as falsas proteções desaparecem, onde os títulos e as posições não representam nada, é  o lugar da nudez total e do abandono completo em Deus e do encontro pleno com Ele. O deserto é um lugar de ruptura, de recomeço, de autoconhecimento, de desencantamento das ilusões, de encontro com Deus, assim como foi com Elias.

2 – A resposta de Deus para Elias. O Senhor mandou um anjo levar pão e agua para seu servo. Isso revela que a comunhão com Deus (pão fala de comunhão), e a Palavra, (água fala da Palavra) estavam à disposição do profeta. O Senhor deu a ele, uma boa refeição, uma noite de sono, mais uma refeição, e o fez voltar para o lugar da revelação, o monte de Deus (1Rs 19. 5-8). Em seguida, o Senhor lhe diz que ainda tinha trabalho para ele fazer, dando novos sentidos para seu ministério (19.15,16).

Deus fez Elias entrar num processo de cura muito interessante: 1) deu-lhe refrigério físico, providenciando-lhe descanso, comida e bebida; 2) desafiou-o mentalmente a olhar para si mesmo e verbalizar as suas preocupações; 3) lhe fortaleceu emocionalmente mostrando o seu poder; 4) deu-lhe uma nova atribuição a fazer e encorajou-o a retornar ao trabalho; e 5) providenciou para ele uma companhia para ficar ao seu lado, Eliseu. Isso mostra que, sempre e infinitamente, Deus é aquele que nos acorda, alimenta, conforta por intermédio da sua Palavra e que nos convida a caminhar e a prosseguir.

A Deus seja a gloria