TEXTO
ÁUREO
“Para
que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos
principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).
VERDADE
PRÁTICA
A
multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demostrada ao
mundo pela Igreja de Cristo.
Leitura Bíblica em Classe: Efésios 3.8-10; 1Pe 4. 7-10
Objetivo Geral: Mostrar o caráter multiforme
da sabedoria divina
Objetivos específicos:
1. Explicar o caráter diverso dos dons
espirituais e ministeriais;
2. Elencar as qualidades dos bons
despenseiros dos mistérios divinos;
3. Correlacionar os dons espirituais com o
fruto do Espírito.
Umas das maravilhas encontradas na teologia da santíssima trindade é a identificação o pleno relacionamento do Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Os Três formam uma unidade perfeita. Por isto mesmo, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir na igreja, a não ser pela multiforme sabedoria, e isso através dos dons. Dons de revelação, de poder, de expressão e dons ministeriais. Só podemos nos expressar como Paulo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos” Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem do seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11. 33-36).
Após estudarmos sobre os dons espirituais e
ministeriais, podemos constatar que a sua sabedoria transcende a tudo o que se
pode entender com a limitada percepção humana. Enquanto a sabedoria do homem é
compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é
multiforme. Que é capaz de possuir várias formas, aspectos, estados. Como a
água, por exemplo: Estado líquido, sólido, gasoso.
Essa sabedoria divina foi manifestada desde a
criação, quando Deus trouxe a realidade as coisas criadas, incluindo o universo
imenso, formado por planetas, galáxias, corpos celestes, numa simetria de
funcionalidade perfeita. Incluindo todos os seres vivos, sejam racionais ou
irracionais. A mente humana jamais poderá alcançar tudo isso. Jó, respondendo a
Bildade, no capítulo 26, ao fazer uma analise do poder e sabedoria de Deus,
entre outros versos ele diz: “O norte estende sobre o vazio; suspende a
terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga
debaixo delas. Marcou limites à superfície das águas em redor, até aos confins
da luz e das trevas” (Jó 26. 7,8,10), e conclui dizendo: “Eis que isto
são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele!
Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?” (Jó 26.14).
O salmista exclamou dizendo: “Ó Senhor, quão
variadas são as suas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a
terra das tuas riquezas” (Sal 104.24). Ler Provérbios 3.19 e Salmo 19.
1-4.b
Porém, foi no plano espiritual, através de sua
igreja, que Deus demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que
é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à
luz, ao conhecimento do homem, por meio do Espírito Santo (1Co 2. 9,10,11; Mt
11. 25; Col 2.1-3).
Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em
desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, Deus enviou
Jesus para salvar o homem da tragédia do pecado (1Pe 1.19,20; Ap 13.8). Então
Cristo, encarnou-se como a sabedoria de Deus: “Mas, para os que são
chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e
sabedoria de Deus” (1Co 1.24).
I.
OS DONS
ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS
1.
São diversos.
Mesmo o diabo estando
condenado em última instancia, no tribunal divino, e sabendo que seu fim é o
inferno e está próximo, ele procura destruir a comunidade dos salvos, chamada
“Igreja”. Os seus ataques são perigosos e cruéis, e, para desbaratarmos seus intentos
belicosos, o Senhor tem dado à sua Igreja, os dons espirituais e ministeriais,
os quais estudamos em lições passadas neste trimestre.
2.
São amplos. A sabedoria
de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e
ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo. O dom
de sabedoria, ao dado dos outros dons, concede parte da multiforme sabedoria de
Deus a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e
atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo
o mundo e a toda criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação nas
igrejas que reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à vinda em glória para reinar
par sempre.
3.
Dádivas do
Pai. Há ainda outras excelentes
dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos,
são:
a.
A dádiva do amor. Deus enviou seu filho, como
prova da grande dádiva do seu amor para com a humanidade (Jo 3.16). Sem dúvida,
esse é um grande desafio de Deus para todos os seus filhos na terra, para que
também, assim como ele nos amou, quando éramos ainda inimigos (Rm 5.8-10),
amemos também a todos os homens.
b.
A dádiva da
filiação divina. Deus torna um filho das trevas em seu filho (Jo 1.12; 1Pe 2.9),
tornando-o membro da família de Deus (Ef 2.19).
c.
O ministério
da reconciliação. Paulo explica o milagre da salvação como resultado do
“ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano pode ter esperança de
salvação eterna, e também presente (2Co 5.17).
Portanto, os dons devem ser
buscados com zelo, humildade e discernimento (1Co 14.1,12).
II.
SEJAMOS BONS
DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS
Despenseiro, vem do grego (oikonomos),
Um servo administrador de uma casa ou propriedade. É a lição da fidelidade,
capacidade e responsabilidade.
1.
Com
sobriedade e vigilância. Despenseiros
são as pessoas que tomam conta da
despensa de
uma casa, ou lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários a
manutenção da família (1Co 4.1,2; 1Pe 4.10). O despenseiro deve administrar a igreja
local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. O
apóstolo Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado
como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso
mesmo, o apóstolo recomenda que o obreiro não seja dado ao vinho, pois a bebida
traz confusão, contenda e dissolução (Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto
disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do
ministério dado por Deus, cumprindo assim o que preceitua a Palavra de Deus
(1Pe 1.13; 4.7; 5.8).
2.
Amor e hospitalidade. Em segundo
lugar o despenseiro deve ter “ardente
caridade uns
para com os outros, porque a caridade cobrirá multidão de pecados” (1Pe 4.8). Todo crente fiel deve ser despenseiro
de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma
igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra,
em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente.
Há crentes que são muito trabalho aos seus líderes. Como despenseiros da graça
de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo
tipo de ovelha. Comas mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes,
deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve sempre ter o
bálsamo do amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o
despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de Cristo
(Jo 13. 34,35). Pedro ainda diz que o despenseiro deve ter hospitalidade sem
murmuração (1Pe 4.9). Hospitalidade é acolhimento, bom trato com as pessoas, na
administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos
e pessoas em geral (Hb 13.2).
3.
O despenseiro
deve ser fiel. Quer dizer, o
trabalho do despenseiro deve ser
realizado com muita fidelidade (1Co 4.1,2). A
palavra “ministro”, vem do grego diákonos, ou servo. Os “mistérios de
Deus” não em nada a ver com ocultismo, esoterismo ou coisas místicas. Paulo nos
explica o que significa esse mistério: “O mistério que esteve oculto desde
todos os séculos em todos as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus
santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais sãos as riquezas da glória
deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da gloria” (Col
1. 26,27). Ai, temos “o mistério” revelado: “Cristo em vós, esperança da
glória”. Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a
multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos
céus” (Ef 3.10). Fidelidade é um atributo de Deus. Ele é fiel (1Co 1.9;
10.13; Ap 19.11). Disse o pastor Antônio Gilberto: “Não há dúvida de que esta é
a qualidade primordial de um ministro de Cristo: “Requer-se nos despenseiros
que cada um se ache fiel”(1Co 14.2; Mt 24.45). De nada adianta o obreiro
pregar o evangelho e ensinar a Palavra, se ele for desobediente, displicente. E
nem sequer pratica o que prega e ensina. É necessário que o servo seja fiel ao
Senhor e à sua obra, diariamente. A verdadeira fidelidade revela-se em nossos
atos cotidianos”.
III.
OS DONS
ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO
1. A necessidade dos dons espirituais. A igreja em
todos os tempos e em todos os lugares, sempre teve necessidade dos dons
espirituais. Porém, nos dias atuais, mais do que nunca s faz necessário, pelo
esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (Mt 24.12). A igreja de
Jesus Cristo necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do
Espírito e de poder” (1Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os
dons espirituais cessaram com o fechamento do cânon do Novo Testamento, e não
há mais necessidade deles, cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a
atualidade dos dons. O fechamento do Cânon nada tem a ver com a doutrina. Quer
dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. Porém,
o que foi escrito, e tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito,
disse Paulo (Rm 15.4).
2. Os dons espirituais e o amor. Não é por
acaso, que entre os capítulos que falam dos dons e das línguas, 12 e 14
respectivamente, está o capítulo 13 falando de amor. Porque, de nada valeria
alguém ter todos os dons espirituais e ministeriais, e não ter amor, pois seria
como “metal que soa e sino que tine”.
3. A necessidade do fruto do Espírito (Gal 5. 22,23). O pastor Antônio Gilberto,
escrevendo sobre o fruto do Espírito Santo diz o seguinte: “O fruto é um só,
composto de nova partículas. É o amor na sua plena expressão em nosso ser.
1). Gozo – É o amor obedecendo. O gozo vem da nossa
obediência a Deus; A alegria vem do trabalho realizado para Deus (Lc
10.17). (Pela ação, o gozo vem antes; a alegria vem depois.)
2). Paz – É o amor repousando (Rm 5.1; Hb 4.3). Pode
ser “total”; pleno; completo (1Co 13).
3). Longanimidade – é o amor suportando (1Co 13.7).
4). Benignidade – É o amor compadecendo-se.
Compassivo; é subjetivo (Lc 15.20; Rm 14.7).
5). Bondade – É o amor servindo; agindo; é
objetivo (Rm 12.8).
6). Fé – É amor confiando (Hb 11. 24-27; 1Co
13.7).
7). Mansidão – É o amor suportando (Ef 4.2).
8). Temperança – É amor controlando;
renunciando; evitando.
9). Amor – é o amor que é tudo isso junto (1-8).”
A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do
crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não
busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1Co 13. 5).
O uso dos dons deve dar
lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta dessa
maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé (1Co
3.1-3). Quando o crente chega a praticar o amor, significa que ele deixou de
ser menino (1Co 13. 11). A prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício
dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o cristão a maturidade.
As decepções nas igrejas por parte de muitos membros, é exatamente a falta do
desenvolvimento do fruto do Espírito.
CONCLUSÃO
A multiforme sabedoria de
Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do
Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de
outros dons, necessário ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem
os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade,
não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e
segurança dos salvos em Cristo Jesus.
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