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domingo, 27 de junho de 2021

A MULTIFORME SABEDORIA DE DEUS

 


TEXTO ÁUREO

Para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10).

 

VERDADE PRÁTICA

A multiforme sabedoria de Deus vai além da compreensão humana e é demostrada ao mundo pela Igreja de Cristo.

 

Leitura Bíblica em Classe: Efésios 3.8-10; 1Pe 4. 7-10

Objetivo Geral: Mostrar o caráter multiforme da sabedoria divina

Objetivos específicos:

1.   Explicar o caráter diverso dos dons espirituais e ministeriais;

2.   Elencar as qualidades dos bons despenseiros dos mistérios divinos;

3.   Correlacionar os dons espirituais com o fruto do Espírito.

 

Umas das maravilhas encontradas na teologia da santíssima trindade é a identificação  o pleno relacionamento do Pai, com o Filho e com o Espírito Santo. Os Três formam uma unidade perfeita. Por isto mesmo, não poderíamos esperar outra forma de Deus agir na igreja, a não ser pela multiforme sabedoria, e isso através dos dons. Dons de revelação, de poder, de expressão e dons ministeriais. Só podemos nos expressar como Paulo: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos” Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem do seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11. 33-36).

Após estudarmos sobre os dons espirituais e ministeriais, podemos constatar que a sua sabedoria transcende a tudo o que se pode entender com a limitada percepção humana. Enquanto a sabedoria do homem é compartimentada ou segmentada em áreas do conhecimento, a sabedoria de Deus é multiforme. Que é capaz de possuir várias formas, aspectos, estados. Como a água, por exemplo: Estado líquido, sólido, gasoso.

Essa sabedoria divina foi manifestada desde a criação, quando Deus trouxe a realidade as coisas criadas, incluindo o universo imenso, formado por planetas, galáxias, corpos celestes, numa simetria de funcionalidade perfeita. Incluindo todos os seres vivos, sejam racionais ou irracionais. A mente humana jamais poderá alcançar tudo isso. Jó, respondendo a Bildade, no capítulo 26, ao fazer uma analise do poder e sabedoria de Deus, entre outros versos ele diz: “O norte estende sobre o vazio; suspende a terra sobre o nada. Prende as águas em densas nuvens, e a nuvem não se rasga debaixo delas. Marcou limites à superfície das águas em redor, até aos confins da luz e das trevas” (Jó 26. 7,8,10), e conclui dizendo: “Eis que isto são apenas as orlas dos seus caminhos; e quão pouco é o que temos ouvido dele! Quem, pois, entenderia o trovão do seu poder?” (Jó 26.14).

O salmista exclamou dizendo: “Ó Senhor, quão variadas são as suas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas” (Sal 104.24). Ler Provérbios 3.19 e Salmo 19. 1-4.b

Porém, foi no plano espiritual, através de sua igreja, que Deus demonstrou sua multiforme sabedoria de forma tão elevada, que é considerada um verdadeiro mistério que só a revelação divina pôde trazer à luz, ao conhecimento do homem, por meio do Espírito Santo (1Co 2. 9,10,11; Mt 11. 25; Col 2.1-3).

Mesmo sabendo de antemão que o homem iria cair em desobediência, em seu plano divino, por sua graça e misericórdia, Deus enviou Jesus para salvar o homem da tragédia do pecado (1Pe 1.19,20; Ap 13.8). Então Cristo, encarnou-se como a sabedoria de Deus: “Mas, para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Co 1.24).

 

I.            OS DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS

 

1.     São diversos. Mesmo o diabo estando condenado em última instancia, no tribunal divino, e sabendo que seu fim é o inferno e está próximo, ele procura destruir a comunidade dos salvos, chamada “Igreja”. Os seus ataques são perigosos e cruéis, e, para desbaratarmos seus intentos belicosos, o Senhor tem dado à sua Igreja, os dons espirituais e ministeriais, os quais estudamos em lições passadas neste trimestre.

2.     São amplos. A sabedoria de Deus é multiforme e plural. É manifesta em seus dons espirituais e ministeriais nas mais variadas comunidades cristãs espalhadas pelo mundo. O dom de sabedoria, ao dado dos outros dons, concede parte da multiforme sabedoria de Deus a seus servos para que saibam como agir, como viver, como proceder e atuar, diante da missão que lhes foi confiada de proclamar o evangelho por todo o mundo e a toda criatura. Os dons ministeriais fazem parte da capacitação nas igrejas que reúnem os salvos em Cristo Jesus, até à vinda em glória para reinar par sempre.

3.     Dádivas do Pai. Há ainda outras excelentes dádivas de Deus dispensadas à sua Igreja para comunicar o Evangelho a todos, são:

a.      A dádiva do amor. Deus enviou seu filho, como prova da grande dádiva do seu amor para com a humanidade (Jo 3.16). Sem dúvida, esse é um grande desafio de Deus para todos os seus filhos na terra, para que também, assim como ele nos amou, quando éramos ainda inimigos (Rm 5.8-10), amemos também a todos os homens.

b.     A dádiva da filiação divina. Deus torna um filho das trevas em seu filho (Jo 1.12; 1Pe 2.9), tornando-o membro da família de Deus (Ef 2.19).

c.      O ministério da reconciliação. Paulo explica o milagre da salvação como resultado do “ministério da reconciliação” (2Co 5.19). Todo ser humano pode ter esperança de salvação eterna, e também presente (2Co 5.17).

Portanto, os dons devem ser buscados com zelo, humildade e discernimento (1Co 14.1,12).

 

II.           SEJAMOS BONS DESPENSEIROS DOS MISTÉRIOS DIVINOS

Despenseiro, vem do grego (oikonomos), Um servo administrador de uma casa ou propriedade. É a lição da fidelidade, capacidade e responsabilidade.

 

1.     Com sobriedade e vigilância. Despenseiros são as pessoas que tomam conta da

despensa de uma casa, ou lugar onde são guardados os alimentos e outros itens necessários a manutenção da família (1Co 4.1,2; 1Pe 4.10). O despenseiro deve administrar a igreja local, retirando da “despensa divina” o melhor alimento para o rebanho. O apóstolo Paulo destaca a sobriedade e a vigilância do candidato ao episcopado como habilidades indispensáveis ao exercício do ministério (1Tm 3.2). Por isso mesmo, o apóstolo recomenda que o obreiro não seja dado ao vinho, pois a bebida traz confusão, contenda e dissolução (Ef 5.18). O fiel despenseiro é o oposto disso. Nunca perde a sobriedade e a vigilância em relação ao exercício do ministério dado por Deus, cumprindo assim o que preceitua a Palavra de Deus (1Pe 1.13; 4.7; 5.8).

 

2.     Amor e hospitalidade.  Em segundo lugar o despenseiro deve ter “ardente

caridade uns para com os outros, porque a caridade cobrirá multidão de pecados” (1Pe 4.8). Todo crente fiel deve ser despenseiro de Deus; mas, como já refletimos, o obreiro, pastor, dirigente, ou líder de uma igreja, pastoreia ovelhas que não são suas. E cada ovelha é diferente da outra, em temperamento, formação, visão das coisas, e nem sempre é dócil e obediente. Há crentes que são muito trabalho aos seus líderes. Como despenseiros da graça de Deus, o obreiro deve demonstrar amor em todas as ocasiões, no trato com todo tipo de ovelha. Comas mais fracas, deve ser mais compreensivo; com as mais fortes, deve ser incentivador de sua fé e testemunho; com as feridas, deve sempre ter o bálsamo do amor, sem abuso de autoridade. Enfim, em qualquer situação o despenseiro deve ter amor. É característica do verdadeiro discípulo de Cristo (Jo 13. 34,35). Pedro ainda diz que o despenseiro deve ter hospitalidade sem murmuração (1Pe 4.9). Hospitalidade é acolhimento, bom trato com as pessoas, na administração da igreja local; ou do crente com seus irmãos, familiares, amigos e pessoas em geral (Hb 13.2).

 

3.     O despenseiro deve ser fiel. Quer dizer, o trabalho do despenseiro deve ser

realizado com muita fidelidade (1Co 4.1,2). A palavra “ministro”, vem do grego diákonos, ou servo. Os “mistérios de Deus” não em nada a ver com ocultismo, esoterismo ou coisas místicas. Paulo nos explica o que significa esse mistério: “O mistério que esteve oculto desde todos os séculos em todos as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais sãos as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da gloria” (Col 1. 26,27). Ai, temos “o mistério” revelado: “Cristo em vós, esperança da glória”. Esse mistério foi revelado “para que, agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus” (Ef 3.10). Fidelidade é um atributo de Deus. Ele é fiel (1Co 1.9; 10.13; Ap 19.11). Disse o pastor Antônio Gilberto: “Não há dúvida de que esta é a qualidade primordial de um ministro de Cristo: “Requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”(1Co 14.2; Mt 24.45). De nada adianta o obreiro pregar o evangelho e ensinar a Palavra, se ele for desobediente, displicente. E nem sequer pratica o que prega e ensina. É necessário que o servo seja fiel ao Senhor e à sua obra, diariamente. A verdadeira fidelidade revela-se em nossos atos cotidianos”.

 

III.         OS DONS ESPIRITUAIS E O FRUTO DO ESPÍRITO

 

1. A necessidade dos dons espirituais.  A igreja em todos os tempos e em todos os lugares, sempre teve necessidade dos dons espirituais. Porém, nos dias atuais, mais do que nunca s faz necessário, pelo esfriamento do amor e a multiplicação da iniquidade (Mt 24.12). A igreja de Jesus Cristo necessita de mais poder, de mais unção, de “mais demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2.4). Os teólogos cessacionistas, que ensinam que os dons espirituais cessaram com o fechamento do cânon do Novo Testamento, e não há mais necessidade deles, cometem equívoco elementar em sua exegese sobre a atualidade dos dons. O fechamento do Cânon nada tem a ver com a doutrina. Quer dizer que não se pode acrescentar mais nenhum livro ao Novo Testamento. Porém, o que foi escrito, e tudo o que foi escrito, para nosso ensino foi escrito, disse Paulo (Rm 15.4).

2. Os dons espirituais e o amor.  Não é por acaso, que entre os capítulos que falam dos dons e das línguas, 12 e 14 respectivamente, está o capítulo 13 falando de amor. Porque, de nada valeria alguém ter todos os dons espirituais e ministeriais, e não ter amor, pois seria como “metal que soa e sino que tine”.

3. A necessidade do fruto do Espírito (Gal 5. 22,23). O pastor Antônio Gilberto, escrevendo sobre o fruto do Espírito Santo diz o seguinte: “O fruto é um só, composto de nova partículas. É o amor na sua plena expressão em nosso ser.

1). Gozo – É o amor obedecendo. O gozo vem da nossa obediência a Deus; A alegria vem do trabalho realizado para Deus (Lc 10.17). (Pela ação, o gozo vem antes; a alegria vem depois.)

2). Paz – É o amor repousando (Rm 5.1; Hb 4.3). Pode ser “total”; pleno; completo (1Co 13).

3). Longanimidade – é o amor suportando (1Co 13.7).

4). Benignidade – É o amor compadecendo-se. Compassivo; é subjetivo (Lc 15.20; Rm 14.7).

5). Bondade – É o amor servindo; agindo; é objetivo (Rm 12.8).

6). – É amor confiando (Hb 11. 24-27; 1Co 13.7).

7). Mansidão – É o amor suportando (Ef 4.2).

8). Temperança – É amor controlando; renunciando; evitando.

9). Amor – é o amor que é tudo isso junto (1-8).”

 

A prática da caridade, ou do amor em ação, age no caráter do crente. Não admite inveja, irresponsabilidade, orgulho, indecência, e “não busca seus interesses”, ou seja, não é egoísta (1Co 13. 5).

O uso dos dons deve dar lugar a um exercício constante em busca da maturidade cristã. A falta dessa maturidade leva os detentores de dons a serem carnais e infantis na fé (1Co 3.1-3). Quando o crente chega a praticar o amor, significa que ele deixou de ser menino (1Co 13. 11). A prática do fruto do Espírito, aliada ao exercício dos dons, é o que evita a meninice espiritual, e leva o cristão a maturidade. As decepções nas igrejas por parte de muitos membros, é exatamente a falta do desenvolvimento do fruto do Espírito.

 

CONCLUSÃO

A multiforme sabedoria de Deus manifesta-se, no meio da igreja, através da intervenção sobrenatural do Espírito Santo, através dos dons espirituais, dos dons ministeriais, e de outros dons, necessário ao crescimento espiritual dos crentes. Sejam quais forem os dons, os que os possuem devem fazer uso deles com humildade e fidelidade, não buscando seus interesses. Todos os dons são necessários à edificação e segurança dos salvos em Cristo Jesus.

 

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