“Quando
passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão;
quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” (Is
43.2)
“Tenho-vos
dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom
ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16.33)
Não existe
caminho sem vales e montanhas. Assim também não há cristão, por mais fiel que
seja ao Senhor, que não passe por lutas e provas, algumas delas mais duras e
aparentemente intransponíveis.
No texto de
Isaias há três figuras elencadas pelo profeta: águas, rios e fogo. Todas elas,
referem-se a provações, as mais diferentes e diversas, que temos que passar, enquanto
caminhantes peregrinos e forasteiros neste mundo. No texto do Evangelho segundo
João, Jesus resume tudo em uma só palavra: aflições. Exatamente assim, no plural:
aflições. Aguas, rios e fogo. Ninguém escapa. Não adiante achar que é mais
espiritual, mais amigo de Deus, mais profeta, mais pregador, que ora mais, etc. Todo verdadeiro cristão vive o que falou Davi:
“Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas” (Sal
34.19).
João Batista
foi uma das figuras mais destacadas na Bíblia. Nenhum dos apóstolos, nem mesmo
Paulo, tiveram alguma profecia sobre seus nascimentos no Antigo Testamento, mas
o Batista sim. Dele está escrito: “Vos do que clama no deserto: Preparai o
caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus” (Is 40.3). Jesus
testemunhou dele dizendo: “Mas, então, que foste ver? Um profeta? Sim, vos
digo eu, e muito mais do que profeta; porque é este de quem está escrito: Eis
que que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu
caminho. Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu
alguém maior do que João Batista...” (Mt 11. 9-11). E mesmo assim, ele
passou tão grandes lutas, que chegou a duvidar que Jesus era de fato o Messias,
que ele mesmo havia apresentado à multidão às margens do Jordão – ler Jo 1.29 e
Mt 11. 2,3.
Jesus não mandou
uma dura repreensão para João através de seus discípulos, mas, começou a fazer
milagres e logo disse: “Ide e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes...”
(Mt 11. 4). Porém, não podemos minimizar o fogo de luta e tribulação pela qual
passou o batizador, pois estava preso injustamente, e sabia que a qualquer
momento poderia morrer. Tenho certeza que sua fé foi avivada com a chegada de
seus discípulos, e com a resposta dada por Jesus.
Como é bom,
na hora da prova, das dúvidas, das incertezas e interrogações da vida,
contarmos com presença inconfundível do Espírito Santo, que Jesus disse: “E
eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para
sempre” (Jo 14. 16). E o próprio Jesus disse: “...e eis que estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20.b).
Ele não disse
que não teríamos lutas e provas, mas prometeu estar conosco em todas as
ocasiões. Ah, como isso nos conforta! Passar as lutas com Jesus é diferente.
Passar pelo fogo com a presença de Deus é saber que, qualquer que for o resultado,
terá sido a perfeita vontade dEle. O salmista sabia disso quando escreveu a
pérola dos Salmos: “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não
temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me
consolam” (Sal 23.4).
Confiemos em
sua doce e poderosa presença.
De seu amigo
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