Leitura correlata: Marcos 12.13-37
Os inimigos de Jesus, sempre estavam
a espreita como surpreende-lo em alguma falta. O Salmo 22, nos fala a respeito
do Messias. O verso 12 nos diz: “Muitos
touros me cercaram; fortes touros de Basã me rodearam”. E o verso 16 diz: “Pois me rodearam cães; o ajuntamento de
malfeitores me cercou...”. Ainda no verso 21: “Salva-me da boca do leão...”. Mateus narra que “Enviaram-lhe seus discípulos”. Quer dizer: Os fariseus enviaram
seus alunos para tentar surpreender a Jesus em alguma palavra. Mas Jesus, não foi surpreendido por
eles. Ele tinha a resposta a todas as perguntas.
Jesus em seu ministério combateu pelo
menos três grupos de pessoas:
1.
Os fariseus (Mc 8.15). O fermento dos fariseus
consistia na observação das tradições dos homens e religião exterior. O fermento
da hipocrisia (Lc 12.1). Esse é um grande perigo hoje em dia (Rm 12.9; 1Tm 1.5;
2Tm 3.5).
2.
Os saduceus (Mt 16.6). Os saduceus era o grupo
religioso que não acreditava no sobrenatural (At 23.8). Portanto, o “fermento”
dos saduceus era a incredulidade, o ceticismo, a doutrina de duvidar de tudo
que seja espiritual. (Lc 18.8; Jo 20.25). Em meio a um mundo incrédulo, devemos
guardar nossa fé (2Tm 4.7; Jd 1.3; Ap 2.13).
3.
O partido de Herodes (Mt 22.16). Herodes parece ser
saduceu. O seu partido consistia dos judeus mundanos, cujo alvo era agradar aos
romanos. O “Fermento” de Herodes, portanto, era o mundanismo e o conformismo
(Tg 4.4,8; 1Jo 2.15-17). Para combater a tal prática, nos escreve Paulo em
Romanos 12.1,2. A igreja vive na contra mão do
mundo (Jo 17.14-17).
Veremos então as três perguntas
feitas por esses grupos ao Senhor Jesus.
1. Uma pergunta sobre o tributo. (Mt 22.15-22).
Quem fez essa pergunta foi os
herodianos. Mundanos, sempre pensando em dinheiro. Esse grupo tinha ambições
políticas. O NT não dá muitas informações sobre eles. Parece que estavam,
juntamente com Herodes cooperando com Roma. Ele se opunham aos fariseus, que
detestavam ao governo romano, porém, se uniram para se oporem a Cristo.
A pergunta sobre o tributo era muito delicada. Se Cristo se opusera ao tributo de
Roma, podia ser preso como traidor do império. Se fosse favorável a César,
podia perder os corações dos judeus que detestavam aos governos romanos. A
resposta de Jesus, nos ensina como deve comportar um verdadeiro filho de Deus,
que deve ter obrigações com Deus, porém também com a sua pátria. Como D.L.
Moody acostumava dizer: “Um cristão não deve ser tão celestial em seu pensamento,
que não seja bom para nada na terra”. Romanos 13 e 1Pedro 2.13-18 nos ensina
que os cristãos deve obedecer a lei e honrar a seus líderes. O cristão deve ser
um melhor cidadão.
Da mesma maneira que o imperador César
estampava sua imagem na moeda, assim Deus estampou sua imagem no homem (Gn
1.26-27). O pecado desfigurou essa imagem, porém, através de Cristo, ela é
restaurada (Ef 4.24; Col 3.10). A parábola da moeda perdida em Lucas 15. 8-10,
sugere que o homem, feito a imagem de Deus, está perdido e nessa condições
jamais poderá refletir a imagem de Deus (1Co 3.18).
2. Uma pergunta acerca da
ressurreição (Mt 22. 23-33).
Agora que entra em cena são os
saduceus, e fazem uma pergunta doutrinal. Apresentam uma pergunta hipotética
acerca do matrimonio e a vida futura, baseada na lei do Antigo Testamento, de
que um homem devia se casar com a viúva de seu irmão para perpetuar a família
(Gn 38.8; Dt 25.5-10). Jesus disse que eles ignoravam duas coisas: 1)Errais não
conhecendo as escrituras. Não conhecer as escrituras é andar em trevas (Sal
119.105). 2) E nem o poder de Deus. Eles não aceitavam nada do sobrenatural de
Deus (At 23.8). Hoje temos um grupo de cristãos que não crê no poder de Deus
(Lc 24.49).
Jesus explicou que o casamento
humano, como nós conhecemos, não existirá nos céus, na vida futura, senão, que
seremos como os anjos, isto é, vivendo em um mundo espiritual não controlado
por leis humanas. (Isso não significa que seremos anjos, mas, que seremos como
eles, no que tange ao matrimonio. O santos sempre reinarão como filhos de Deus
e não como servos o anjos (Jo 17.24).
Jesus usou a Palavra para responder
aos seus críticos, dizendo: “E, acerca da ressurreição dos mortos não tendes
lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu
sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é Deus
dos mortos, mas dos vivos”. (Mt 22. 31,32). Vejamos os textos no AT (Ex
3.6,15,16). Não diz: “Eu fui o Deus”, mas “Eu Sou o Deus”. Isto quer dizer que
estes homens ainda vivem com Deus. A morte não destrói a pessoa, ainda quando o
corpo se torne em pó. Assim Jesus está nos ensinando que a alma existe mesmo
depois da morte, e os que tem fé vão estar com o Senhor (Fil 1. 23; 2Co 5.1).
Porém, Deus salva a pessoa completa, incluindo o corpo, que será glorificado
(Fil 3.20,21). O poder de Deus é suficiente para levantar aos mortos do pó da
terra (Ef 1.19,20).
3. Uma pergunta acerca do grande mandamento (Mt 22. 34-40).
Agora vem os fariseus, fazendo uma
pergunta legal acerca da lei do A.T. Podemos ver a expressão: “fizera emudecer...” no versículo 34,
literalmente significa “amordaçar”, “tapar a boca”. Isso mostra de que maneira
Jesus silenciou a seus inimigos.
Os
expertos da lei, debatiam sobre qual dos muitos mandamentos era o maior. Eles
dividiam os mandamentos e, “pesados e
leves” e separavam as “Leis cerimoniais, das leis morais”. Chegou ao ponto de
que um pequeno detalhe do ritual da lei, era tão importante e obrigatório como
as grandes leis morais de Deus. Os fariseus pensavam que podia fazer Jesus cair
em contradição nesse quesito, forçando-o a tomar partido nessa questão
teológica controversa entre eles próprios.
Jesus, mais uma vez, apela para as
Escrituras. Ele já tinha usado a Palavra contra os ataques do diabo (Mt 4.
4,7,10). Por isso mesmo Paulo nos diz que a Palavra de Deus, é uma espada (EF
6.17), e o escritor aos Hebreus, nos diz que é uma espada de dois gumes (Hb
4.12). Jesus cita Deuteronômio 6.5 e Levítico 19.18). Amar a Deus e amar ao
próximo: Estes dois mandamentos resumem a lei completa (Rm 13.8-10). Em lugar
de debater, deveríamos obedecer e amar a Deus e ao nosso próximo. Esse é o
verdadeiro coração da religião cristã. Ninguém pode amar a Deus sem conhecer a
Jesus Cristo como Salvador (Jo 8.42). E quando conhecemos a Deus e amamos a
Deus, também amaremos aos nossos irmãos (Rm 5.5; 1Jo 4.20).
4. A pergunta de Jesus aos seus inimigos (Mt 22. 41-46).
Após calar aos saduceus, fariseus,
herodianos, agora Jesus mesmo faz a pergunta: “Que pensais vós do Cristo? De quem é filho?”. Jesus estava se
referindo aos Salmo 110, onde diz: “Disse
o Senhor ao meu Senhor:”. Davi escreveu esse salmo inspirado pelo Espírito
Santo (v. 43). Esse é um
Salmo messiânico. A pergunta é a seguinte: Se Davi o chama de Senhor, como pode
então ser seu filho? A resposta esta
pergunta está em Mateus 1,2. Como Deus eterno Ele é Senhor de Davi, porém, como
Deus homem, que veio em carne (Jo 1,1), ele é Filho de Davi.
Os fariseus jamais responderiam essa
pergunta, pois teriam que reconhecer Jesus como Messias, assim como fez o cego
de Jericó (Lc 18.38).
Deus nos abençoe. Amém.