Texto Áureo
“Amados,
não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já
muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1).
Verdade
Prática
Através dos
dons espirituais, a Igreja discerne os espíritos enganadores.
Leitura Bíblica em Classe: Ne 6.10-14; 1Ts 5. 20,21;
1Co 14.29
Na interação
com os professores desta semana, há uma afirmação mais que verdadeira: Há
espírito de erro atualmente, que se manifestou irrefutavelmente para
desestabilizar a saúde espiritual da igreja local. Por isso carecemos da ajuda
do Espírito Santo para reconhecer a verdadeira voz de Deus em diversas ocasiões
em que participamos. Devemos, portanto, estar em constante vigilância e oração,
como disse Pedro: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário,
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe
5.8).
Introdução
Na lição passada estudamos as
diferentes formas de ataques que o inimigo da obra de Deus usa para lutar
contra os servos de Deus. Vamos dedicar essa lição ao estudo de como o inimigo
ataca por meio dos falsos profetas. Lembrando desde já aos nossos irmãos, que
somos pentecostais e cremos na atualidade dos dons espirituais. Se há os falsos
profetas, isso por si só já nos diz que há também os verdadeiros servos de
Deus, que são usados por Deus, para edificar, exortar e consolar o seu povo, “Mas
o que profetiza, fala aos homens para edificação, exortação e consolação”
(1Co 14. 3).
I.
CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS
1.
Os samaritanos observaram que os judeus davam
muito valor à palavra dos profetas. Lembraram-se dos profetas Ageu e
Zacarias, os quais profetizavam com tanta graça que a construção do templo, que
havia estado parada por quinze anos, recomeçou imediatamente, e continuou até a
inauguração da casa de Deus. Por ocasião da construção do muro, a comunicação
entre judeus e samaritanos estava interrompida. Os judeus recusavam as
propostas de cooperação dos samaritanos e não aceitavam as visitas deles. Em
vista das constantes recusas das suas ofertas de amizade, os samaritanos
procuraram então influencia-los por meio de profecias. Subornaram alguns
profetas, entre os quais a profetiza Noadias, a fim de atemorizar Neemias,
dizendo que ele estava em perigo de morte, e deveria fugir para dentro do
templo, para assim salvar a sua vida (Ne 6.10-14)
2.
Profecias que colocam medo e incentivam ao erro,. “...Vamos juntamente à Casa de
Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do Templo; porque virão matar-te;
sim, de noite virão matar-te” (Ne 6.10). Primeiro, o falso profeta
sempre induz ao erro. Neemias, não era sacerdote, portanto, não poderia entrar
no templo. Lembremos do caso de Uzias (2Cr 26.16,19). Veja o que diz Jeremias:
“Nos profetas de Samaria, bem vi eu loucura: profetizaram da parte de Baal e
fizeram errar o meu povo de Israel” (Jr 23. 13). Segundo, foi uma
profecia para por medo em Neemias. Será que hoje é diferente com os falsos
profetas? Quantos que subornam pessoas, com suas falsas profecias. Que Deus nos
ajude a termos o dom para discernir os espíritos e prova-los se são de fato de
Deus. O exemplo deixado por Balaão prova que qualquer profeta que aceita o
suborno, ou recebe dinheiro para profetizar, é um falso profeta. Disse Paulo: “É
soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contenda de palavras, das
quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens
corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja
causa de ganho. Aparta-te dos tais” (1Tm 6. 5,6).
3.
Neemias tinha o dever de examinar a profecia
recebida. E ele fez! Em primeiro lugar, Neemias estranhou a ordem para fugir. O
pastor Russel Shedd diz que “o povo teria perdido a confiança num governador
que fugisse. Neemias percebeu que a profecia de Semaías o levaria a praticar
atos de covardia e irresponsabilidade, de abandonar seu posto e dar mostra
pública de falta de fé; percebeu então, que a mensagem não poderia ter vindo da
parte de Deus”. Além do mais, essa profecia o levaria a pecar, como já falamos
acima. Nenhum judeu leigo, como Neemias, podia entrar no interior do templo.
Ele teria cometido um pecado, que seria digno de morte, e perderia totalmente a
sua autoridade que havia sido dada por Deus. Então disse Neemias: “E conheci
que não era de Deus quem os enviara, mas essa profecia falou contra mim,...”
(Ne 6. 12).
4.
A moça adivinha. Em Atos 16,
encontramos a moça adivinha, que saía atrás de Paulo e Silas e os demais
irmãos, dizendo: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da
salvação, são servos do Deus Altíssimo” (At 16. 17). Veja que era uma
palavra boa, verdadeira, e de difícil discernimento espiritual. Aqui, não
contaria somente a experiencia do apóstolo, nem tampouco havia, algum motivo
para ele desconfiar de nada. Foi preciso muitos dias de observação e sobretudo o
dom de discernir os espíritos para que Paulo agisse, e ele agiu: “E isto fez
ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao
espírito: Em Nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora,
saiu” (At 16.18). Vejamos bem, a Palavra de Deus diz que Paulo se
perturbou. Uma palavra profética da parte de Deus, não perturba ninguém. Paulo
foi sábio, esperando por muitos dias para ter certeza, de que se tratava de um
mau espírito (Mt 7. 15-20).
II.
A BÍBLIA REVELA A EXISTÊNCIA DOS FALSOS PROFETAS
1. No Antigo
Testamento.
a.
O trágico exemplo relatado em 1Reis 13. Um verdadeiro
profeta de Deus que profetizou para o rei Jeroboão, e tudo o que falou se
cumpriu, porém, deu ouvidos a um profeta velho, que não falava da parte do
Senhor (1Rs 13. 11). O acontecimento da morte desse profeta, nos revela que não
devemos desprezar as palavras do Senhor. Também nos fala, que mesmo sendo o
profeta velho, ele precisa estar afinado com a palavra de Deus, e não é porque
é velho, que pode falar o que bem entender. Aqui pode até revelar um ciúme do
profeta velho pelo outro profeta, a assim o fez, para o induzir ao erro, e como
consequência desse erro, ser levado a morte.
b.
Nos dia de Jeremias havia falsos profetas, os quais com
suas profecias combatiam a palavra que Deus havia enviado a Israel, por meio de
Jeremias (Jr 29. 21-23).
c.
Os falsos profetas no tempo de Acabe são confrontados
por Micaías, profeta do Senhor (1Rs 22. 5-28, 29,30,34,37).
d.
Nos dias de Jeremias, falsos profetas conseguiram
influenciar alguns dos sacerdotes e enganar o povo, por meio deles: “Os
profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o
meu povo assim o deseja; e que fareis no fim disso?” (Jr 5.31). Dessa
maneira, o povo se desviava dos caminhos do Senhor, e se recusava a ouvir as
verdades anunciadas por Jeremias. Moisés, Jeremias e Ezequiel combateram
tenazmente os falsos profetas e seus ensinos heréticos (Dt 13. 1-18; 18.20-22;
Jr 23. 11-32; 28,6-17; Ez 13. 1-18). O povo rejeitava as verdadeiras palavras dos
profetas do Senhor (Is 30.10), será que hoje é diferente? (2Tm 4. 3).
2. No Novo
Testamento.
a.
Jezabel. “Mas tenho contra ti o tolerares que
Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos,
para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20). O
pastor Shedd diz que Jezabel aqui, se trata de uma referência simbólica a
Jezabel, esposa de Acabe, rei de Israel (1Rs 16.31). Diz que ela pressionou o
marido a abandonar a Deus e a apoiar o culto a Baal. Usou de meios ilícitos e
injustos de extorquir bens materiais para satisfazer os desejos dela. A
idolatria e o materialismo eram grandes tentações em Tiatira, um centro
comercial. O pastor Warren W. Wiersbe, diz: Note-se que essa falsa profetisa na
igreja estava usando seu falso ensino para enganar e seduzir o povo de Deus.
Com seus ensinamentos, ela havia dado permissão para o povo pecar, pecado de
prostituição e idolatria. Veja o que disse Pedro em sua segunda carta, capítulo
2. Versos 1,2: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim
também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão,
dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor
que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos
seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o
caminho da verdade”. O pastor pentecostal John Paul Jackson, em seu livro:
Desmascarando o Espirito de Jezabel, diz muitas coisas de suma importância
sobre o assunto, das quais quero compartilhar alguns pequenos fragmentos com os
amados irmãos.
Embora a expressão “espírito de Jezabel” seja
empregada em alguns círculos carismáticos, poucas pessoas entendem de fato como
essa força demoníaca opera. O espírito de Jezabel é um poder celestial de influência
mundial. Não é simplesmente um demônio que se apossa de um indivíduo. É um
poder demoníaco das regiões celestes que transcende as fronteiras geográficas
específicas e pode afetar nações inteiras. Em toda região onde penetra, ele se
alia aos principados que governam territórios e opera em conjunto com eles.
O espírito de Jezabel opera em conjunto com os
principados e potestades que atormentam as pessoas (Ef 6.12). Esses poderes
demoníacos incluem espíritos de religiosidade, manipulação, controle, cobiça,
perversão e ocultismo. Muitas vezes, eles se associam ao espírito de Jezabel
para construir fortalezas nas mentes das pessoas.
Segue o pastor Jackson:
Embora a ilustração bíblica para Jezabel seja voltada
para o sexo feminino, este poder demoníaco não infecta apenas mulheres. Homens
também operam sob a influência desse espírito. No entanto, para os homens é
difícil operar durante muito tempo sob a influência desse espírito porque ele
precisa de um espírito de Acabe para sobreviver. Por isso, o espírito de
Jezabel geralmente opera por meio de mulheres, que usam a sedução para alcançar
seus objetivos. O espírito de Jezabel profana tudo o que toca. Tudo o que é
santo torna-se impuro.
b.
A Bíblia adverte que nos últimos tempos aparecerão falsos profetas (Mt
24. 11,24). O espírito do anticristo estará então operando grandemente (1Jo
2.18; 4. 2,3), e fará esses falsos profetas operarem sinais e prodígios de
mentira, com todo engano e injustiça (2Ts 2.9,10). Somente o dom de discernimento
na igreja para livra-la dos tais.
III.
DEVEMOS JULGAR AS PROFECIAS
1.
Deus quer a sua Igreja revestida com todos os dons do Espírito Santo. A igreja em Corinto deve ser o nosso exemplo
nesse sentido: Paulo dirigiu-se a ela dizendo que nenhum dom lhe faltava (1Co
1.7). O conselho Bíblico para nós é: “Segui o amor, e procurai com zelo os
dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1Co 4.1). Vejamos a
lista dos dons espirituais a disposição da Igreja do Senhor Jesus na terra,
conforme 1Corintios 12. 8-10.
· Palavra de sabedoria;
· Palavra da ciência;
· O dom da fé;
· Dons de curar;
· Operação de
maravilhas;
· Profecia;
· Discernimento de espíritos;
· Variedade de línguas;
· Interpretação de
línguas.
2.
O despertamento renova os dons. Quando Deus renova o dom de profecia e os dons de
variedade de línguas e interpretação, por meio de um despertamento espiritual,
então se torna necessário que a igreja esteja bem doutrinada para saber como
usar os dons espirituais, e também como se deve julgar as profecias, conforme a
Palavra de Deus nos orienta (1Ts 5.19).
O pastor Ciro Sanches
Ziborde, escrevendo para o jornal O mensageiro da Paz, número 1623, agosto de
2020, sobre o julgamento das profecias, diz: Não é pecado fazer isso, desde que
os critérios empregados sejam bíblicos, e não depreciativos. Julgar profecias
não é o mesmo que desprezá-las, e sim provar, examinar, investigar, questionar,
analisar e discernir segundo a reta justiça – e não segundo a aparência – o que
os profetas dizem (1Ts 5.20, 21. Jo 7.24). Segue ele:
Uma congregação
pentecostal instruída conforme a sã doutrina é parte do Corpo, que trabalha em
sintonia com a Cabeça; Cristo (Ef 4.14,15; 1Co 2.16; At 13.1-4).
Nenhuma palavra tida
como profética está isenta de exame por parte da igreja. Temos o direito e o
dever de julgar as profecias, para ver se elas estão de acordo com as
Escrituras (At 17.11; Hb 5. 12-14). Não podemos esquecer que a Palavra de Deus
está acima de tudo (Sal 138.2). Se as profecias não estiverem em consonância
com as Escrituras são consideradas anátema, pois têm o objetivo de conduzir o
povo de Deus ao erro. Fujamos das falsas profecias e dos falsos profetas.
Vosso em Cristo.
Pr Daniel Nunes
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