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terça-feira, 15 de setembro de 2020

PROVAI SE OS ESPÍRITOS SÃO DE DEUS



Texto Áureo

Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1).

Verdade Prática

Através dos dons espirituais, a Igreja discerne os espíritos enganadores.

Leitura Bíblica em Classe: Ne 6.10-14; 1Ts 5. 20,21; 1Co 14.29

Na interação com os professores desta semana, há uma afirmação mais que verdadeira: Há espírito de erro atualmente, que se manifestou irrefutavelmente para desestabilizar a saúde espiritual da igreja local. Por isso carecemos da ajuda do Espírito Santo para reconhecer a verdadeira voz de Deus em diversas ocasiões em que participamos. Devemos, portanto, estar em constante vigilância e oração, como disse Pedro: “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pe 5.8).

Introdução

Na lição passada estudamos as diferentes formas de ataques que o inimigo da obra de Deus usa para lutar contra os servos de Deus. Vamos dedicar essa lição ao estudo de como o inimigo ataca por meio dos falsos profetas. Lembrando desde já aos nossos irmãos, que somos pentecostais e cremos na atualidade dos dons espirituais. Se há os falsos profetas, isso por si só já nos diz que há também os verdadeiros servos de Deus, que são usados por Deus, para edificar, exortar e consolar o seu povo, “Mas o que profetiza, fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1Co 14. 3).

 

I.         CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS

1.    Os samaritanos observaram que os judeus davam muito valor à palavra dos profetas. Lembraram-se dos profetas Ageu e Zacarias, os quais profetizavam com tanta graça que a construção do templo, que havia estado parada por quinze anos, recomeçou imediatamente, e continuou até a inauguração da casa de Deus. Por ocasião da construção do muro, a comunicação entre judeus e samaritanos estava interrompida. Os judeus recusavam as propostas de cooperação dos samaritanos e não aceitavam as visitas deles. Em vista das constantes recusas das suas ofertas de amizade, os samaritanos procuraram então influencia-los por meio de profecias. Subornaram alguns profetas, entre os quais a profetiza Noadias, a fim de atemorizar Neemias, dizendo que ele estava em perigo de morte, e deveria fugir para dentro do templo, para assim salvar a sua vida (Ne 6.10-14)

2.    Profecias que colocam medo e  incentivam ao erro,.  ...Vamos juntamente à Casa de Deus, ao meio do templo, e fechemos as portas do Templo; porque virão matar-te; sim, de noite virão matar-te” (Ne 6.10). Primeiro, o falso profeta sempre induz ao erro. Neemias, não era sacerdote, portanto, não poderia entrar no templo. Lembremos do caso de Uzias (2Cr 26.16,19). Veja o que diz Jeremias: “Nos profetas de Samaria, bem vi eu loucura: profetizaram da parte de Baal e fizeram errar o meu povo de Israel” (Jr 23. 13). Segundo, foi uma profecia para por medo em Neemias. Será que hoje é diferente com os falsos profetas? Quantos que subornam pessoas, com suas falsas profecias. Que Deus nos ajude a termos o dom para discernir os espíritos e prova-los se são de fato de Deus. O exemplo deixado por Balaão prova que qualquer profeta que aceita o suborno, ou recebe dinheiro para profetizar, é um falso profeta. Disse Paulo: “É soberbo e nada sabe, mas delira acerca de questões e contenda de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho. Aparta-te dos tais” (1Tm 6. 5,6).

3.    Neemias tinha o dever de examinar a profecia recebida. E ele fez! Em primeiro lugar, Neemias estranhou a ordem para fugir. O pastor Russel Shedd diz que “o povo teria perdido a confiança num governador que fugisse. Neemias percebeu que a profecia de Semaías o levaria a praticar atos de covardia e irresponsabilidade, de abandonar seu posto e dar mostra pública de falta de fé; percebeu então, que a mensagem não poderia ter vindo da parte de Deus”. Além do mais, essa profecia o levaria a pecar, como já falamos acima. Nenhum judeu leigo, como Neemias, podia entrar no interior do templo. Ele teria cometido um pecado, que seria digno de morte, e perderia totalmente a sua autoridade que havia sido dada por Deus. Então disse Neemias: “E conheci que não era de Deus quem os enviara, mas essa profecia falou contra mim,...” (Ne 6. 12).

4.    A moça adivinha. Em Atos 16, encontramos a moça adivinha, que saía atrás de Paulo e Silas e os demais irmãos, dizendo: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo” (At 16. 17). Veja que era uma palavra boa, verdadeira, e de difícil discernimento espiritual. Aqui, não contaria somente a experiencia do apóstolo, nem tampouco havia, algum motivo para ele desconfiar de nada. Foi preciso muitos dias de observação e sobretudo o dom de discernir os espíritos para que Paulo agisse, e ele agiu: “E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em Nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E, na mesma hora, saiu” (At 16.18). Vejamos bem, a Palavra de Deus diz que Paulo se perturbou. Uma palavra profética da parte de Deus, não perturba ninguém. Paulo foi sábio, esperando por muitos dias para ter certeza, de que se tratava de um mau espírito (Mt 7. 15-20).

II.          A BÍBLIA REVELA A EXISTÊNCIA DOS FALSOS PROFETAS

1.     No Antigo Testamento.

a.     O trágico exemplo relatado em 1Reis 13. Um verdadeiro profeta de Deus que profetizou para o rei Jeroboão, e tudo o que falou se cumpriu, porém, deu ouvidos a um profeta velho, que não falava da parte do Senhor (1Rs 13. 11). O acontecimento da morte desse profeta, nos revela que não devemos desprezar as palavras do Senhor. Também nos fala, que mesmo sendo o profeta velho, ele precisa estar afinado com a palavra de Deus, e não é porque é velho, que pode falar o que bem entender. Aqui pode até revelar um ciúme do profeta velho pelo outro profeta, a assim o fez, para o induzir ao erro, e como consequência desse erro, ser levado a morte.

b.    Nos dia de Jeremias havia falsos profetas, os quais com suas profecias combatiam a palavra que Deus havia enviado a Israel, por meio de Jeremias (Jr 29. 21-23).

c.     Os falsos profetas no tempo de Acabe são confrontados por Micaías, profeta do Senhor (1Rs 22. 5-28, 29,30,34,37).

d.    Nos dias de Jeremias, falsos profetas conseguiram influenciar alguns dos sacerdotes e enganar o povo, por meio deles: “Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; e que fareis no fim disso?” (Jr 5.31). Dessa maneira, o povo se desviava dos caminhos do Senhor, e se recusava a ouvir as verdades anunciadas por Jeremias. Moisés, Jeremias e Ezequiel combateram tenazmente os falsos profetas e seus ensinos heréticos (Dt 13. 1-18; 18.20-22; Jr 23. 11-32; 28,6-17; Ez 13. 1-18). O povo rejeitava as verdadeiras palavras dos profetas do Senhor (Is 30.10), será que hoje é diferente? (2Tm 4. 3).

2.     No Novo Testamento.

a.     Jezabel. “Mas tenho contra ti o tolerares que Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensine e engane os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (Ap 2.20). O pastor Shedd diz que Jezabel aqui, se trata de uma referência simbólica a Jezabel, esposa de Acabe, rei de Israel (1Rs 16.31). Diz que ela pressionou o marido a abandonar a Deus e a apoiar o culto a Baal. Usou de meios ilícitos e injustos de extorquir bens materiais para satisfazer os desejos dela. A idolatria e o materialismo eram grandes tentações em Tiatira, um centro comercial. O pastor Warren W. Wiersbe, diz: Note-se que essa falsa profetisa na igreja estava usando seu falso ensino para enganar e seduzir o povo de Deus. Com seus ensinamentos, ela havia dado permissão para o povo pecar, pecado de prostituição e idolatria. Veja o que disse Pedro em sua segunda carta, capítulo 2. Versos 1,2: “Assim como, no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade”. O pastor pentecostal John Paul Jackson, em seu livro: Desmascarando o Espirito de Jezabel, diz muitas coisas de suma importância sobre o assunto, das quais quero compartilhar alguns pequenos fragmentos com os amados irmãos.

Embora a expressão “espírito de Jezabel” seja empregada em alguns círculos carismáticos, poucas pessoas entendem de fato como essa força demoníaca opera. O espírito de Jezabel é um poder celestial de influência mundial. Não é simplesmente um demônio que se apossa de um indivíduo. É um poder demoníaco das regiões celestes que transcende as fronteiras geográficas específicas e pode afetar nações inteiras. Em toda região onde penetra, ele se alia aos principados que governam territórios e opera em conjunto com eles.

O espírito de Jezabel opera em conjunto com os principados e potestades que atormentam as pessoas (Ef 6.12). Esses poderes demoníacos incluem espíritos de religiosidade, manipulação, controle, cobiça, perversão e ocultismo. Muitas vezes, eles se associam ao espírito de Jezabel para construir fortalezas nas mentes das pessoas.

Segue o pastor Jackson:

Embora a ilustração bíblica para Jezabel seja voltada para o sexo feminino, este poder demoníaco não infecta apenas mulheres. Homens também operam sob a influência desse espírito. No entanto, para os homens é difícil operar durante muito tempo sob a influência desse espírito porque ele precisa de um espírito de Acabe para sobreviver. Por isso, o espírito de Jezabel geralmente opera por meio de mulheres, que usam a sedução para alcançar seus objetivos. O espírito de Jezabel profana tudo o que toca. Tudo o que é santo torna-se impuro.

 

b.    A Bíblia adverte que nos últimos tempos aparecerão falsos profetas (Mt 24. 11,24). O espírito do anticristo estará então operando grandemente (1Jo 2.18; 4. 2,3), e fará esses falsos profetas operarem sinais e prodígios de mentira, com todo engano e injustiça (2Ts 2.9,10). Somente o dom de discernimento na igreja para livra-la dos tais.

 

III.         DEVEMOS JULGAR AS PROFECIAS

1.    Deus quer a sua Igreja revestida com todos os dons do Espírito Santo.  A igreja em Corinto deve ser o nosso exemplo nesse sentido: Paulo dirigiu-se a ela dizendo que nenhum dom lhe faltava (1Co 1.7). O conselho Bíblico para nós é: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1Co 4.1). Vejamos a lista dos dons espirituais a disposição da Igreja do Senhor Jesus na terra, conforme 1Corintios 12. 8-10.

·       Palavra de sabedoria;

·       Palavra da ciência;

·       O dom da fé;

·       Dons de curar;

·       Operação de maravilhas;

·       Profecia;

·       Discernimento de espíritos;

·       Variedade de línguas;

·       Interpretação de línguas.

2.    O despertamento renova os dons. Quando Deus renova o dom de profecia e os dons de variedade de línguas e interpretação, por meio de um despertamento espiritual, então se torna necessário que a igreja esteja bem doutrinada para saber como usar os dons espirituais, e também como se deve julgar as profecias, conforme a Palavra de Deus nos orienta (1Ts 5.19).

O pastor Ciro Sanches Ziborde, escrevendo para o jornal O mensageiro da Paz, número 1623, agosto de 2020, sobre o julgamento das profecias, diz: Não é pecado fazer isso, desde que os critérios empregados sejam bíblicos, e não depreciativos. Julgar profecias não é o mesmo que desprezá-las, e sim provar, examinar, investigar, questionar, analisar e discernir segundo a reta justiça – e não segundo a aparência – o que os profetas dizem (1Ts 5.20, 21. Jo 7.24). Segue ele:

Uma congregação pentecostal instruída conforme a sã doutrina é parte do Corpo, que trabalha em sintonia com a Cabeça; Cristo (Ef 4.14,15; 1Co 2.16; At 13.1-4).

Nenhuma palavra tida como profética está isenta de exame por parte da igreja. Temos o direito e o dever de julgar as profecias, para ver se elas estão de acordo com as Escrituras (At 17.11; Hb 5. 12-14). Não podemos esquecer que a Palavra de Deus está acima de tudo (Sal 138.2). Se as profecias não estiverem em consonância com as Escrituras são consideradas anátema, pois têm o objetivo de conduzir o povo de Deus ao erro. Fujamos das falsas profecias e dos falsos profetas.

Vosso em Cristo.

Pr Daniel Nunes

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