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segunda-feira, 15 de junho de 2020

ATRIBUTOS DA UNIDADE DA FÉ: HUMILDADE, MANSIDÃO E LONGANIMIDADE


LIÇÃO 11
14 DE JULHO DE 2020
2º DOMINGO – DIA DO PASTOR


TEXTO ÁUREO
“Rogo-vos, pois, eu, o preso no Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1).

VERDADE PRÁTICA
A unidade na Igreja depende de que os crentes evidenciem no cotidiano a humildade, a mansidão e a longanimidade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE – Efésios 4.1-4; Colossenses 1. 9-12
HINOS SUGERIDOS – 378, 390, 423
OBJETIVO GERAL – Mostrar que a unidade na Igreja de Cristo é o resultado da humildade, mansidão e longanimidade na vida dos crentes.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I.                Explicar que a humildade é uma virtude indispensável para a comunhão;
II.              Enfatizar que a mansidão produz crentes que promovem a paz e a conciliação;
III.            Frisar que a longanimidade capacita o crente a ser tolerante com as falhas alheias.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A manifestação do fruto do Espírito Santo na vida de cada crente, é sem dúvida, imprescindível para a edificação da igreja. Não basta sermos cheios dos dons espirituais, que também tem sua grande relevância para o avanço do evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, porém, para o crescimento de uma Igreja saudável, se faz necessário que seus membros, busquem desenvolver, através do relacionamento com o Espírito Santo, o fruto. A Igreja de Corinto, tinha todos os dons, pois o próprio apóstolo Paulo disse: “De maneira que nenhum dom vos falta, ...” (1Co 1.7), porém, foram chamados também pelo apóstolo de crentes carnais e meninos em Cristo (1Co 3.1). Porquê? Apesar de terem os dons, faltavam-lhes o fruto, e as divisões eram constantes em seu meio (1Co 3. 3-4). Portanto, meus amados irmãos, busquemos os excelentes dons espirituais, porém, desenvolvamos conjuntamente as facetas do fruto espiritual (Gal 5. 22).
Após interceder em favor da Igreja e, ao mesmo tempo, estimular os cristãos a viverem para a glória de Deus (3. 16-21), Paulo enfatiza a necessidade da unidade dos crentes em Cristo (4. 1-16). Nesta lição, será enfatizado três virtudes, as quais são fundamentais para o desenvolvimento saudável dessa unidade: Humildade, mansidão e longanimidade.

I – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO HUMILDADE
A primeira característica cristã, que daria base para a unidade do corpo de Cristo, a Igreja, listada por Paulo foi a humildade. Disse Ele: “Com toda a humildade ...”, do grego tapeinophrosunes,  sendo a qualidade que repudia o orgulho e o individualismo.  Os crentes formam a igreja, o corpo de Cristo. Desse modo, os crentes, pelo privilégio de sua responsabilidade, devem ficar juntos, servir juntos, e adorar juntos. As características elencadas por Paulo, a humildade, mansidão e longanimidade, sedimentados no amor, certamente contribuirão para criar e manter o relacionamento sem problemas entre os membros.
Gosto de dizer que a característica que faz o cristão ser mais parecido com Cristo é a humildade. Não é porque ele faz milagres, fala em outras línguas, prega bonito, canta muito bem. Mas sim o ser humilde. Essa humildade não é um espírito de subserviência, escravidão exacerbada. Essa humildade é algo verdadeiro, sem querer gloria para si próprio.
1.    O modo digno do viver cristão.
Paulo, exorta aos efésios a viverem de modo digno da vocação que foram chamados. Como se pode viver de modo digno do chamado? A palavra “digno” no grego, refere-se a um equilíbrio, como nas balanças. Dessa maneira, os crentes devem viver com equilíbrio com o seu chamado, O modo como agem deve estar de acordo com aquilo em que creem. Isso pressupõe que o andar cristão está diretamente relacionado com o nível de unidade que ele tem com Deus e com os irmãos (1Jo 1.7).
2.    A humildade. Para as cultura greco-romana a humildade era uma atitude de fraqueza de caráter, indicando falta de amor próprio. Porém, desde o Antigo Testamento já vemos o caminho da humildade sendo preparado, para que a humildade fosse vista pelos filhos de Deus, como uma virtude e não como uma fraqueza. Vejamos em Isaias 57.15: “Assim diz o Alto o Sublime, que vive na eternidade, cunho nome é o Santo: “Eu moro naquele lugar alto e santo, mas habito também com o humilde de espírito e com o arrependido, para dar novo ânimo ao humilde e coragem e vontade aos que estão tristes e abatidos por causa de seus pecados” – Bíblia Viva. O sábio Salomão escreveu dizendo: “Antes de ser quebrantado, eleva-se o coração do homem; e, diante da honra vai humildade” (Pv 19.12). A humildade é uma qualidade que faz o ser humano belo. Jesus exaltou a humildade como um virtude (Jo 13.13-15). Paulo exorta aos filipenses dizendo: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humidade...” (Fil 2. 3); em seguida, ele cita o maior exemplo de humildade, nosso Senhor Jesus Cristo, ao dizer: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achando na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fil 2. 5-8). Quando Jesus lava os pés dos discípulos, ele está dando o exemplo de humildade, pois, somente um escravo fazia isso naquele tempo. Ele assume o lugar de um escravo quando se abaixa para lavar os pés empoeirados dos discípulos. Não uma falsa humildade hipócrita, como os fariseus (Mt 23.28), mas sim verdadeira, pois ele disse: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Não era da boca pra fora, mas de coração.
3.    A verdadeira humildade.  Cristo esperava que seus discípulos fossem humildes, não somente diante de Deus, mas também diante dos homens. Aliás, ninguém pode ser verdadeiramente humilde diante de Deus, se não for também diante dos homens, pois, quem de fato, se apresenta humilde diante de Deus, e é realmente tido nas contas de Deus, que sonda os corações, como um crente humilde, certamente o será também diante de seus irmãos. O humilde não se coloca acima de ninguém.
A humildade é oposta ao orgulho e a arrogância (2Co 12.20), que são obras da carne. O cristão humilde, sempre busca o bem da coletividade, e não busca os seus próprios interesses (Fil 2.3,4; Jo 17.21-23). É importante ressaltar, que a humildade como fruto na vida do cristão, somente pode ser desenvolvida com a ação direta do Espírito Santo em sua vida (Ef 3.16).

II – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO MANSIDÃO
A virtude da mansidão produz crentes capacitados para bem gerir os conflitos, promovendo a paz e conciliação na igreja local. Vejamos esse exemplo na vida do manso José, chamado pelos apóstolos de Barnabé, que significa “filho da consolação”, no momento que Saulo de Tarso chega a Jerusalém (At 9. 26-28). Esse é um bom exemplo a ser seguido.
1.    Mansidão: um fruto do Espirito. Essa qualidade é listada nas escrituras como um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl 5.22). A palavra “mansidão” do grego prautetos, transmite o conceito de “ternura”, “gentileza”, “cortesia” e “paciência” (1Co 4.21; 2Co 10.1; 2Tm 2.25). Se a humildade é uma atitude, a mansidão é a ação que deriva dela. Pessoas mansas não tentam se agarrar a posições de importância ou reivindicar autoridade sobre outros. A mansidão não discute, não resiste, nem teima contra a vontade divina. Ela é demonstrada quando aceitamos pacientemen­te os males que nos fazem, sem revidá-los, porque cremos que Deus os permitiu. Vemos essa atitude em Davi, quando Simei saiu pronunciando palavra de maldição contra o rei (2Sm 16. 5-11), e em José, ao ser vendido por seus irmãos (Gn 45.5). É muito fácil entender que uma coisa boa foi a mando de Deus, más, será que estamos prontos a aceitar as coisas ruis também? (Jó 2.10). Não é fácil!
2.    Grandes exemplo de mansidão: Moisés e Jesus Cristo. Moisés foi reconhecido como o homem mais manso que havia sobre a terra (Nm 12.3). Mansidão não significa frouxidão, covardia, letargia, preguiça, timidez. O mesmo Moisés que quebrou as tábuas de pedra, por causa do pecado do povo de Israel, ao fazerem um bezerro de ouro para o adorar, foi quem perdoou seus opositores que se levantaram contra ele sem guardar rancor algum em seu coração. Como não falar do maior exemplo que tivemos, o nosso Senhor Jesus Cristo, que mantinha o autocontrole, quando era injustamente caluniado (Mt 12.14-20; 1Pe 2. 21-23). Isaias profetizou de Jesus dizendo que ele foi levado ao matadouro como um cordeiro mudo, não abriu  sua boca (Is 53).
3.    A verdadeira mansidão. Os mansos são disciplinados e capacitados a perseverar na perseguição (Rm 12.12-14), não revidam maus-tratos, e não se apressam a emitir juízo (Rm 12. 17-19), não cedem a provocações nem dão espaço para ressentimentos (Hb 12.15). Indica um amplo controle emocional. Tiago nos exorta a recebermos com mansidão a Palavra em nós enxertada (Tg 1.21).
4.    Mansidão pressupõe conciliação. Nas horas de bonanças, onde tudo está calmo, e todos estão do nosso lado, é fácil ser mansos. O fruto do Espírito vai ser testado, exatamente na hora de perseguição, prova, luta, maus tratos. “E. Stanley Jones descreve este aspecto do ministério de Jesus nos termos de ‘o terrível manso’, que tem grande poder e determinação e serviço compassivo. Os mansos são terríveis porque não podem ser comprados ou vendidos; seu serviço aos outros dura mais que o tirano valentão”. Se todos em uma igreja tivessem as características da humildade e da mansidão, os conflitos desapareceriam e os membros da igreja teriam força e poder em seu serviço (1Co 1.10).

III – PARA HAVER UNIDADE É PRECISO LONGANIMIDADE PARA O EXERCÍCIO DO PERDÃO
Assim escreve o pastor Elienai Cabral, em seu livro Comentário aos Efésios, CPAD, “Em outras traduções aparece como "paciência". Assim como a humildade e a mansidão correspondem à ideia de "suportar-nos uns aos outros em amor", a paciência corresponde à solicitude. A palavra "longanimidade", no grego makrothumia, significa tolerância, paciência, constância. E agir com equilíbrio nos momentos difíceis e nas adversidades (Tg 5.10). Longanimidade aqui signifi­ca não apressar-se em vingar o mal nem revidar o mal feito por outra pessoa contra si (Mt 5.3,5,7; 1 Co 13.4; Gl 5.22; Cl 3.12)”.
1.    Longanimidade: um fruto do Espírito. É mais um dos aspectos do fruto do Espírito desenvolvido no crente (Gl 5.22). Em linhas gerais essa virtude significa tolerar pacientemente a má conduta dos outros (1Co 6.1-7). A Bíblia nos ensina a sermos “pacientes na tribulação” (Rm 12.12). Deus é longânimo e tardio em irar-se (Sal 86.15; Na 1.3). A base para as demais virtudes é o amor (1Co 13.1-7). Mesmo em meio a comunidade cristã, algumas vezes precisamos suportar fardos de conflitos, e para isso o Espírito Santo desenvolve em nós a longanimidade.

2.    O perdão como premissa do amor. “... Com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,” (v. 2). A tolerância é a prática da longanimidade. Certo escritor cristão escreveu que "suportar significa ser clemente com as fraquezas dos outros, não deixando de amar o próximo ou os amigos devido às suas faltas, ainda que essas faltas nos ofendam ou desagradem". A humildade, a mansidão e a longanimidade, somente poderão desenvolver em um terreno eivado de amor (1Co 13.4-7). A Bíblia nos diz que Deus é amor (1Jo 4.8). O amor é o principal aspecto do fruto do Espírito Santo (Gal 5.22). Podemos ver, que das nove qualidades do fruto do Espírito em Gálatas 5.22, o amor aparece em primeiro lugar. Porque sem amor, não nasce e muito menos desenvolve qualquer qualidade cristã em um coração. Quem tem amor no coração, jamais será coagido a fazer o bem, mas, ele fará o bem por extrema vontade própria.
Pedro nos admoesta da seguinte forma sobre o amor: “            Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para amor fraternal, não fingido, amai-vos ardentemente uns aos outros, com um coração puro;” (1Pe 1.22). Entendo que não há nada mais perigoso que um amor fingido. Recebemos a mesma exortação paulina, em Romanos 12.9, onde nos diz: “O amor seja não fingido....”. Quando você vê alguém se expressar que ama, mas por qualquer coisa maltrata, espanca, mata, não era de maneira nenhuma amor. Quem ama, se possível, dá a vida a outrem e não tira a vida de ninguém. Nosso comentador nos diz, que quando o estilo de vida altruísta é adotado pelos crentes, acabam-se as disputas na igreja.
CONCLUSÃO
Vimos o convite de Paulo aos crentes para um viver digno de uma perfeita unidade. Para garanti-la, nos mostra que algumas virtudes são essenciais: A humildade, que fortalece a unidade; A mansidão, que administra os conflitos, resolvendo-os sem deixar sequelas; A longanimidade, que suporta os erros alheios, como disse Paulo: “Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão, olhando por ti mesmo, para que não sejais também tentado. Levai as cargas uns dos outros e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gl 6. 1,2).
De que adiante o amor se não tiver alguém para amar? O amor se não for repartido, pode se tornar em egoísmo. O amor, só tem poder quando compartido, repartido e vivido.
Amém.
Pr Daniel Nunes da Silva

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