TEXTO ÁUREO
“Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá
a sua mulher; e serão dois numa carne” (Ef 5.31).
VERDADE PRÁTICA
Deus estabeleceu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel,
isto é, a instituição da família para glória do nome dEle.
Leitura
Bíblica em Classe – Efésios 5. 21-33; 6. 1-4
INTRODUÇÃO
Paulo apresentou os conceitos que regem o
comportamento doméstico guiado pelo Espírito Santo. Se entre as famílias
judaicas havia um conceito elevado de conduta familiar, muito mais alto deveria
ser entre às famílias cristãs. Paulo delineou o plano de Deus para o
comportamento no lar. Esse plano, pressupõe o casamento monogâmico,
heterossexual e indissolúvel (Mt 19.4-6). Mesmo havendo igualdade entre os
membros da família, quer dizer, não existe ninguém superior ao outro; existem
papeis e funções diferentes para cada membro da família. É, exatamente sobre o
papel, ou melhor, a responsabilidade de cada um, marido, mulher e filhos,
dentro de uma visão bíblica que vamos estudar na aula de hoje.
I – A CONDUTA DO CRENTE COMO MARIDO
No versículo 21 de Efésios 5, Paulo ainda está falando
aos membros da igreja de modo geral, e conclui esse trecho de sua carta,
falando sobre a submissão de um crente para o outro, quando diz: “Sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Deus”. Em Gálatas 3.28, Paulo enfatiza a
igualdade de todos os crentes em Cristo, porém, aconselhou a todos a se
sujeitarem uns aos outros por opção. Esse tipo de sujeição opcional e mútua
preserva a ordem e a harmonia no meio da igreja.
Estamos acostumados a nos submetermos apenas aos
nossos superiores. Se formos exortados por alguém, que entendemos que não tem
autoridade sobre nós, a tendência é dizer: quem é você para estar falando assim
comigo? Nem sempre ponderamos, se tal pessoa está ou não sendo usado por Deus
para nos exortar. O escritor aos Hebreus disse: “Antes, exortai-vos uns aos
outros todos os dias,...” (He 3.13).
Partindo desse ensinamento, o apóstolo Paulo, agora,
passa a ensinar os valores de submissão dentro do lar cristão. Vemos nesse
ponto alto da carta aos Efésios, o enaltecimento do matrimonio, onde o marido é
comparado a Cristo e a esposa a igreja do Senhor Jesus. Que linda analogia!
1.
O papel do marido como líder da família. Diz-nos o Comentário do Novo
Testamento, aplicação pessoal, CPAD, “Os relacionamentos entre maridos e esposas
são microcosmos do quadro maior dos relacionamentos da igreja”. Na
Bíblia, a ordem de autoridade é observada do seguinte modo: Deus é a cabeça de
Cristo; Cristo é a cabeça do Homem; e o homem é a cabeça da mulher (1Co 11.3). Diz
Holman: “A sujeição da mulher ao marido é regida pela expressão: “como ao
Senhor”. A sujeição das mulheres cristãs a seu marido é um aspecto de sua
obediência a Cristo. Sujeitar-se é abrir mão de seus direitos e negar-se em
favor do outro. A sujeição segue o exemplo de Cristo (Fl 2.5-8) e reflete a
essência do evangelho. A sujeição diferencia o estilo de vida de todos os
cristãos”. O marido cristão, deve liderar a sua casa, do mesmo modo como Cristo
lidera a igreja visando seu absoluto bem estar. É fácil para um marido crente,
abrir a Bíblia, e exigir de sua esposa submissão; porém, para que citemos a
Bíblia para nossa esposa, será primeiro preciso que eu a cite para mim mesmo.
Se a Palavra compara a esposa como a igreja, o marido é comparado como a
Cristo. Estamos cumprindo nosso papel de cabeça, para estarmos cobrando
submissão?
2.
Pensamentos feministas modernos. O movimento feminista considera que o modelo de
família cristã, (onde o homem é a cabeça da mulher) como um modelo opressor do
homem sobre a mulher. Porém, sabemos que esse discurso é falacioso, pois o
modelo cristão está fundamentado no amor. E um amor sacrificial, o que veremos
a seguir. Pois se não há amor, não vale a pena também a submissão.
3.
O amor como elemento primordial. “Vós, maridos, amai vossa mulher, como também
Cristo amou a Igreja e a si mesmo se entregou por ela” (25). A sociedade
nos tempos de Paulo, reconheciam muito bem os deveres da mulher para com o
marido, porém, desconhecia os deveres do marido para com a mulher. Como em
Colossenses 3.19, Paulo exorta os maridos a amarem suas mulher, mas em Efésios,
ele apresenta amor sacrificial de Cristo à Igreja como sendo o modelo para o amor
do marido por sua mulher.
Os maridos devem amar sua mulher continuamente como
Cristo ama a igreja. O tempo do verbo grego traduzido pro “amai” indica um amor
contínuo. Diz Holman: “Amar é mais do que afeição familiar ou paixão sexual.
Trata-se, antes, de uma atitude deliberada conducente à ação que se preocupa
com o bem estar do outro”. Portanto, o marido deve amar a sua mulher, (1) Como
Cristo amou a igreja (vv 25-27); (2) Como o seu próprio corpo (vv 28-30); (3)
Com um amor que transcende todos os outros relacionamentos humanos (vv 31-33).
4. O cuidado do marido à esposa. Assim como Cristo abriu mão de
seus direitos por amor a igreja, o marido também deve, se necessário for, abrir
de seus direitos para dar o devido cuidado à sua esposa. Essa é uma imagem
solene do amor pactual disse Holman. A Escritura enfatiza que a esposa é parte
do marido ao declarar: “Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”
(v28b). Acrescenta ainda que toda a pessoa mentalmente saudável cuida do
próprio corpo (v 29), o que significa que o marido deve dar atenção à sua
esposa do mesmo modo que atenta para consigo mesmo. Não se aplica apenas ao
material, mas ao afeto, à consideração e a honra. O amor seja não fingido, como
disse Paulo aos Romanos 12.9, em particular e em público.
II – A CONDUTA DA CRENTE COMO ESPOSA
Se é um privilégio para o homem ser considerado como
Cristo, ao falar de seu amor para com sua esposa, não é diferente para as
mulheres, que são comparadas à Igreja, a noiva do Cordeiro, com relação a
submissão ao seu marido.
1. O conceito de submissão
cristã. A
Bíblia nos mostra alguns exemplos de submissão: Das esposas aos seus maridos
(5.22); Dos filhos aos pais (6. 1); Dos servos aos seus senhores (6.5). Apenas
para a submissão das mulheres Paulo diz “de sorte que, assim como a igreja
está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu
marido”. Não se trata que o marido seja “soberano” em relação a esposa.
Nosso conceito de submissão deve vir daquele existente entre Cristo e a Igreja:
Cristo ama a igreja, e a igreja se submete a Cristo. Não devemos baseá-la em
uma visão feminista ou machista. O casamento cristão envolve submissão mútua,
subordinando os nossos desejos pessoais ao bem da pessoa amada e nos submetendo
a Cristo como ao Senhor.
Paulo explicou que o marido é a cabeça da mulher,
como também Cristo é a cabeça da igreja. Em outras palavras, o marido é o
chefe espiritual da família, e a esposa deve reconhecer a sua liderança. A
verdadeira liderança espiritual envolve servir e sacrificar-se. Cristo como
cabeça da igreja é também o seu Salvador. Cristo deu a sua vida pela
Igreja. O marido sábio e que honre a Cristo não tirará vantagem deste papel de
liderança, e uma esposa sábia e que honre a Cristo não tentará minar a
liderança do seu marido. Qualquer uma das abordagens causa desunião e atrito no
casamento. A submissão raramente é um problema em lares onde os dois
companheiros têm uma forte relação com Cristo e cada um está preocupado com a
felicidade do outro.
2.
A condição da mulher cristã. Na cultura judaica a mulher ocupava posição secundária
e era parte da propriedade de um homem (Gn 31.14-16). Na sociedade grega eram
tratadas como inferiores e as esposas eram escravizadas. O evangelho veio para
mudar essa situação. As mulheres foram elevadas a posição de dignidade igual
aos homens (Gl 3.28). Jesus conversou com a mulher samaritana, que além de mulher,
era uma prostituta e estrangeira, quebrando assim paradigmas da época, se
opondo ao preconceito e a discriminação (Jo 4.9,10). O versículo 27 mostra
claramente o preconceito que era, de um homem judeu estar conversando com uma
mulher em público naquele tempo: “E nisso vieram os seus discípulos e
maravilharam-se de que estivesse falando
com uma mulher; todavia, nenhum lhe disse: Que perguntas? Ou: Por que
falas com ela?”. A mulher cristã desfruta de plena liberdade em Cristo e
não está sujeita a nenhum sistema de escravidão (Gal 5.13).
3.
A reverência devida ao marido. Em provérbios 31 está escrito: “O coração do seu
marido está nela confiado, e a ela nenhuma fazenda faltará. Ela lhe faz bem e
não mal, todos os dias da sua vida. Conhece-se o seu marido nas portas, quando
se assenta com os anciãos da terra. Levantam-se seus filhos, e a chamam-na
bem-aventurada. Como também seu marido, que a louva dizendo: Muitas filhas
agiram virtuosamente, mas tu a todas és superior”. (vv 11,12,23, 28,29).
Vemos ai uma reciprocidade. Ela reverencia o marido, e ele a estima, a ama e a
louva, quer dizer: fala muito bem dela . Essa reverencia consiste em estima e
respeito para com o marido. A esposa que reverencia seu marido o ajuda a
liderar, sem ser aquela opositora em todos seus projetos, mas uma conselheira
sábia, para que os projetos, sejam familiares, ou em qualquer outra área sejam
bem sucedidos.
III – A CONDUTA DO CRENTE COMO FILHO
A Bíblia é categórica em dizer que os filhos são
herança do Senhor para seus pais (Sal 127.3). Nos diz também, que o varão que
teme ao Senhor, os seus filhos serão como plantas de oliveira à roda de sua
mesa. Planta de Oliveira, fala do fruto de onde se extrai o azeite, que
suaviza, que cura, que alimenta, que conserva. Assim são nossos filhos!
1.
A responsabilidade dos pais. Os pais devem criar seus filhos na “doutrina e
admoestação do Senhor” (6.4b).b A palavra disciplina ou doutrina vem do grego paideia,
que tem como significado a orientação ou treinamento. Os pais são os primeiros
pedagogos de seus filhos. “Ensina o menino no caminho e que deve andar...”
(Pv 22.6). Os pais são condutores de seus filhos nos caminhos do Senhor (Dt
6.4-7). Até que o caráter de nossos filhos estejam formados precisamos investir
tempo neles. Os pais tem a experiencia, e precisam passar elas aos seus filhos
(1Jo 2. 12-14). Por outro lado, os pais cristãos, não devem querer forçar os
filhos, muitas vezes com palavras duras, com exortações severas e até com
violência. Precisamos orar por nossos filhos e admoesta-los com brandura e
sabedoria de Deus.
Gostei do que está no encarte
de nossa revista de mestre: Uma boa liderança dentro da família abrange três
dimensões da vida dos filhos. A primeira dimensão alcança os
filhos pelas instrução, isto é, refere-se aos que dizemos para nossos filhos. A
segunda dimensão é a influência, isto é o que fazemos diante e para os
nossos filhos. A terceira dimensão é a imagem do que os pais são e
mostram ser para os filhos no dia a dia.
2.
A conduta requerida dos filhos. “Vós filhos sede obedientes a vossos pais”. A explicação para essa postura é categórica: “Porque
isto é justo”. Até o menino Jesus, deixou-nos o exemplo para todos os
filhos. Lucas escreve dizendo: “E desceu com eles, e foi para Nazaré, e
era-lhes sujeito.” (Lc 2.51). Assim os filhos devem obedecer e honrar seus
pais. Obedecer significa cumprir o que é ordenado; e honrar envolve amor,
respeito e até mesmo o sustento em caso de necessidade. Em caso de
desobediência dos filhos à Palavra de Deus, os pais devem desenvolver atitudes
firmes, amáveis e pacientes para com os filhos, para que eles aprendam que a
obediência é para o bem deles.
3.
O mandamento com promessa. Paulo cita o quinto mandamento, para convencer os
filhos a serem obedientes e a honrarem a seus pais, quando diz: “Honra teu
pais e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem,
e vivas muito tempo sobre a face da terra (Ef 6. 2,3). Está incluso aqui a prosperidade exterior e
vida longa. O comentador nos diz: Embora as dádivas espirituais estejam
implícitas, a ênfase recai sobre os benefícios materiais. Significa que ao
obedecerem e honrarem a seus pais, os filhos submetem-se ao arbítrio de Deus
que, segundo o beneplácito da sua vontade, os recompensa com benesses especiais.
Quando os
filhos obedecem o mandamento de honrar os seus pais, demonstram uma atitude de
amor e respeito e a levam para o seu relacionamento com Deus. Tal atitude cria
uma comunidade que sustenta e protege os mais velhos. Em nível individual,
quando cada pessoa cuida dos mais velhos, estes vivem mais, e os mais jovens
ajudam a transmitir esses valores para a próxima geração. Comentário do Novo
Testamento, Aplicação pessoal, vol 2. CPAD.
CONCLUSÃO
No modelo divino todos os membros da família cumprem
deveres específicos. O marido tem o dever de liderar e amar sua esposa. A
esposa o dever de submeter-se e respeitar a liderança de seu marido. Aos pais o
dever de educar seus filhos segundo as Escrituras. Aos filhos o dever de
obedecer e honrar seus pais. Assim, o amor, o respeito mútuo e a prosperidade
fazem parte da família que se porta conforme Deus planejou.
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