LIÇÃO 5
3 de Maio de 2020
LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO
TEXTO ÁUREO
“Mas Deus que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com
que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou
juntamente com Cristo [...}” (Ef 2.4,5).
VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos do pecado, perdoados
e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à vida eterna.
Leitura
Bíblica em Classe - Efésios 2. 1-10
Hinos
sugeridos - 20,111, 116, 277
Objetivo Geral - Revelar que a graça salvadora
de Cristo nos garante a vida eterna.
Objetivos específicos
I. Refletir sobre nossa natureza
pecaminosa;
II. Explicar que fomos vivificados pelas
graça de Deus;
III. Informar que nossa salvação vem de
Deus e não das obras.
INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta
relevantes aspectos doutrinários da salvação. Nesse trecho da carta, o apóstolo
apresenta a graça, o favor imerecido de Deus aos homens. O comentário do Novo
Testamento, CPAD, diz que os versículos de 1-7, trata-se de uma única sentença
em grego, e o sujeito dessa sentença é “Deus” (2.4). Aqui há três verbos
principais (1) “nos vivificou” (2.5); (2) “nos ressuscitou dos
mortos” (2.6); e (3) “nos fez assentar com” (2.6). O objeto de cada
um desses verbos é “nos”, referindo-se aos crentes. Deus nos vivificou, nos ressuscitou, e nos assentou
junto com Cristo.
I.
A ANTIGA
NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
O pastor Elienai Cabral, divide esse texto em três
tempos – presente, passado e futuro. Veremos o que éramos, o que somos e o que
seremos. No início da Epístola, o
apóstolo lembra que antes da regeneração estávamos mortos em ofensas,
pecados e éramos por natureza “filhos da ira” (2.1-3). Isso tudo ficou
no tempo passado.
1. Nossa condição anterior. Sabemos que esse texto do
capítulo 2, é uma continuação dos versículos 19-23, do capítulo 1, que fala do
poder de ressurreição concedido ao corpo de Cristo, a igreja. Esses crentes,
que agora fazem parte desse glorioso corpo, chamado igreja, algum dia estiveram
mortos e condenados, isso, antes do seu encontro com Cristo. Na verdade, o
nosso estado era que “éramos mortos em nossas ofensas e pecados”. A
palavra usado por “pecado” é hamartia, que tem como significado “errar o
alvo”. O estado anterior, não é nada alentador. Ao ser diagnosticado pelo
médico, ele declarou morto em ofensas e pecados. Paulo já tinha
advertido aos Romanos, dizendo: “Porque o salário do pecado é a morte...”
(Rm 6.23). Deus disse a Adão: “...porque, no dia que dela comeres,
certamente morrerás” (Gn 2.17). A morte espiritual é um estado de torpor
espiritual. As pessoas que estão espiritualmente mortas não tem comunicação com
Deus (Is 59.2). São insensíveis à voz de Deus, e estão alienadas ao seu Criador
(Tg 1.15). “Mas a que vive em deleites, vivendo, está morta” (1Tm 5.6).
2. Nossas ofensas e pecados. São mortos que andam, falam,
etc. mas estão mortos. Deus os vê como mortos. Da mesma forma que há o caminho
do justo, há também o caminho do ímpio (Sal 1º). A má conduta “em que noutro
tempo, “andastes” é descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar”.
Não é algo passageiro, mas sim, um caminho que os ímpios estão andando por ele.
Paulo fala que:
2.1. “Andaste segundo o curso
desse mundo (2.2b). O que o apóstolo está dizendo aqui, é que os que estão
sem Cristo, tem um modo de vida aceito por este mundo, como imoralidade, o
furto, a mentira, o ateísmo, os vícios, etc. (Ler Rm 12.2,3). O salvo não deve
ser autoindulgente, quer dizer, não deve se auto perdoar, ou ser conivente com
seus pecados, como fazia a igreja de Laodiceia (Ap 3. 14-20).
2.2. Continua o Apóstolo “Andaste,
[...], segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c). Aqui é uma alusão
direta a satanás que tem o comando sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Satanás
governa um reino espiritual do mal – os demônios e aqueles que são contra Cristo
(Ef 6.12). Ele é também chamado por Paulo de “O deus deste século” (2Co
4.4). Diz mais:
2.3. “Andamos fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos” (2. 3); (Ler Ef
4.17-19). Todos nós, (judeus e gentios, da mesma forma) fomos, em algum
momento, separados de Deus por causa da desobediência, e éramos por natureza
filhos da ira. Essa natureza nos coloca sob a ira de Deus. Quando
cremos em Jesus como nosso Salvador, essa natureza não morre, ela continua
existindo em nós; porém, quando submetemos a nossa vida ao Espírito Santo, Ele
transforma tanto a nós como a nossa natureza pecaminosa.
2.4. "filhos da ira" são todos aqueles que,
por seu pecado, estão sob a ira de Deus. A ira divina é a santa indignação do
Todo-Poderoso contra o pecado. Entretanto, deixam de ser "filhos da
ira" os que se colocam debaixo do sangue expiador de Jesus Cristo. Uma
pessoa crente que se deixa dominar pelas concupiscências da carne obriga o
Espírito de Deus a retirar-se do seu interior e, automaticamente, a ira de Deus
se manifesta contra essa pessoa, por ter Deus sofrido um agravo à sua
santidade. A santidade de Deus se levanta como uma barreira contra a
possibilidade do pecado. Podemos identificar essa barreira como sendo "a
sua ira" (Rm 1.18). "Éramos por natureza" assinala um
estado natural, inato no pecador, que se expressa com características próprias
e ativas. Elienai Cabral, Comentário Bíblico, Efésios, CPAD.
Até aqui, estamos falando do
estado passado dos crentes. Apesar de ser passado para os crentes em Jesus, é
ainda um estado presente, para muitos neste mundo. O apóstolo João disse que “o
mundo está no maligno” (1Jo 5.19). O pecado como natureza, (Ef 2.3): “éramos
por natureza filhos da ira” indica a “sede” ou a sua “localização”
no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados. Por isso a
necessidade do novo nascimento, para que a nova natureza venha substituir a
velha natureza (Jo 3.3-7).
II.
VIVIFICADOS
PELA GRAÇA
O ato de vivificar-nos, foi um ato da total
misericórdia e bondade de Deus para conosco, pois no estado que estávamos, nada
poderíamos fazer a não ser continuar naquele estado de morte.
1.
Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino. “Mas Deus”. Essas duas
palavras, parece até ser uma simples conjunção adversativa não é mesmo? Mas não
é. Por detrás delas está um plano cósmico tão grande no escopo (alvos) e tão
vasto em amor, que a mente humana não consegue compreendê-lo por completo –
tudo o que podemos fazer é recebe-lo com muita humildade. Porque Deus fez isto?
Porque “Deus é riquíssimo em misericórdia...” (Ef 2. 4). Da mesma forma
que Ele é rico em graça (1.7), também é rico em misericórdia. O superlativo “riquíssimo”
indica a abundante natureza da misericórdia de Deus. O que merecíamos era
somente a ira de Deus, “mas Deus”, invés de nos tratar com ira, nos
tratou com sua misericórdia. O que é misericórdia? É um atributo de Deus, às
vezes chamado de “graça” ou “compaixão”. Esta palavra descreve a exteriorização
do amor de Deus pelas pessoas e é mostrada em sua bondade em relação a elas,
mesmo que elas não mereçam. Foi a magnitude do amor de Deus, que motivou a
nossa salvação (Jo 3.16; Rm 5.8; 1Jo 4.9).
2.
Vivificados por sua graça. “Estando nos ainda mortos em nossas ofensas e
pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (Pela graça sois salvos)” (Ef
2.5). A única maneira daqueles que estão mortos espiritualmente, se
relacionarem com Deus é sendo vivificados, quer dizer, nascendo de novo (Jo
3.3). E Deus, é a única pessoa que pode fazer isso, e que Ele fez através de
Cristo. Cristo derrotou o pecado e a morte através da sua morte e ressurreição,
e assim, ele pode oferecer vida espiritual aos que estão mortos no pecado (Rm
8.1-3).
3.
Exaltados por sua graça. Não existe mérito nenhum nosso em todo esse processo;
tudo foi mérito de Deus, na pessoa de seu filho Jesus Cristo, através de sua
graça (Não há lugar para a exaltação do homem na
salvação). Além de nos ressuscitar e nos dar vida, Deus nos fez assentar
nos lugares celestiais em Cristo (2.6). Nosso comentador, o pastor Douglas,
relaciona esse “juntamente”, aos benefícios alcançados por Cristo, a saber: A
ressureição, a vida eterna e o galardão nos céus (1Co 15. 3-8,20-25). O quanto
estar assentados nos lugares celestiais, em Cristo Jesus, o Comentário do Novo
Testamento, CPAD, nos diz: “Cristo tomou seu lugar à direita do Pai, indicando
a consumação da sua obra e a vitória sobre o pecado. Cristo foi exaltado pelo
grande poder de Deus (1.20). [...] esta passagem em Efésios nos ensina que
estamos assentados com Cristo agora. Nós compartilhamos a vitória de Cristo
agora. Está visão da nossa situação atual deve nos ajudar a enfrentar a nossa
tarefa e provações com maior esperança! Os crentes com herdeiros do reino
juntamente com Cristo, são espiritualmente exaltados a partir do momento da
salvação. Nós temos uma nova cidadania – nos céus, não apenas na terra”.
Somente não podemos esquecer, que tudo isso, todos esses privilégios concedidos
e conferidos aos crentes, é pela graça imensurável de Deus, o favor divino
imerecido (1Co 1.31; 2Co 10.17).
III.
A SALVAÇÃO
NÃO VEM DAS OBRAS
É fato incontestável que nossa salvação não vem pelas
obras. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de
vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Pode até alguém achar que porque ele creu,
ele fez alguma coisa, Paulo acrescenta dizendo: “não vem de vós; é dom de
Deus”. Quer dizer, até o crer é dom
de Deus, e ele diz mais “Não vem das obras para que ninguém se glorie”
(Ef 2.9).
1. A graça como meio de salvação.
Paulo é claro quando o assunto é salvação.
Nada, mais absolutamente nada é criado, ou da autoria do homem: a salvação, a
graça, nem mesmo a fé, exercida para receber a salvação. Tudo é um presente de
Deus. A salvação não vem da nossa autoconfiança ou individualismo, mas da
iniciativa exclusiva de Deus. Por isso charis – favor imerecido. É um
presente para ser aceito com gratidão (Rm 3.24-28; 1Co 1.29-31; Gl 2.16). A
salvação inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira
vindoura; ao mesmo tempo que permite ao salvo desfrutar de todas as bençãos
espirituais descritas em Efésios 2.1-7. A salvação é o livramento do poder do
pecado e da morte; e a restituição do homem à comunhão com Deus, uma benção
concedida a todos que recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2 Co 5.19). Quando
a Palavra cai no coração, através do ouvir, entra em ação a graça preveniente,
então o homem tem o seu livre-arbítrio acionado, ficando assim capacitado para
responder com fé ao chamado da salvação (Rm 10.17; Ef 1.13). No entanto, ele pode
responder afirmativamente ou negativamente (Jo 7.17; At 7.51).
2. Obras como evidencia da
salvação. Para
falar sobre a dádiva da salvação, como presente imerecido de Deus, Paulo usa
duas negações: 1) “Isso não vem de vós” (2.8). 2) “Não vem das obras”.
Quer dizer, Deus não está recompensando ninguém com a salvação. Não há nenhum
mérito no homem para receber a salvação, foi tudo um ato da graça e da infinita
misericórdia de Deus. De nada adiante o homem tentar ser salvo por meio de suas
obras. Porém, não podemos esquecer do versículo de número 10, “Porque somos
feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou
para que andássemos nelas”. Precisa ocorrer uma transformação na vida do
crente salvo. As coisas velhas já passaram (2Co 5.17). Se antes “andastes
segundo o curso deste mundo”, agora,
Deus preparou as boas obras, para “que andássemos nelas”. É um novo
rumo, um novo caminho, uma nova história (Ef 4.17-32).
CONCLUSÃO
Refeitos, podemos agora
andar num novo caminho e fazer as boas obras. O fazer boas obras independe da
vontade do regenerado, porque é parte de sua vida nova. Isso está em
consonância com o objetivo da nossa eleição, conforme está escrito: "...
para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele" (Ef 1.4). Antes éramos
filhos da ira, mas agora, somos “filhos por adoção”, e devemos praticar as boas
obras, para que o nosso Pai que está nos céus, seja glorificado (Mt 5.16).
Amém
Pr
Daniel Nunes da Silva
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