Lição 03
TEXTO ÁUREO
“Como também
nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção
por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef 1.4,5).
VERDADE PRÁTICA
Segundo a sua presciência, Deus elegeu e predestinou para salvação os
que creriam e perseverariam na fé em Cristo Jesus.
Leitura Bíblica em Classe – Efésios
1.4-12
Hinos sugeridos – 235; 430; 106; 109;
OBJETIVO GERAL
Informar que Deus soube de antemão,
por meio de sua presciência, quais pessoas creriam e que, em Cristo, seriam
predestinadas a receber bençãos espirituais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I.
Esclarecer a diferença bíblica entre
eleição e predestinação;
II.
Explicar como ocorreu a eleição divina desde
antes à fundação do mundo;
III.
Constatar que a predestinação bíblica retrata
as bençãos concedidas aos eleitos.
INTRODUÇÃO
Se tem algo
que nós, pentecostais não negamos, são as doutrinas da eleição e da
predestinação, vista porém, de um modo diferente do calvinismo. Nossa visão
Bíblica dessas doutrinas, alinha-se ao pensamento de Jacó Arminio. Seria então,
muito bom, darmos uma refrescada nas mentes de nossos ouvinte, sobre o FACTS,
que é o acróstico em inglês, apresentado pelos remonstrantes no sínodo de
Dort. (Remonstrantes, grupo arminiano que criou um documento chamado
Remonstrância, que foi levado ao Sínodo de Dort em 1618/09, sob a convocação de
Mauricio de Nassau).Vamos trazer já em ordem teológica.
1.
Depravação total (Rm 3.23)
2.
Expiação para todos (Jo 3.16)
3.
Livre pela graça (para crer)
(Ef 2.8)
4.
Eleição Condicional “Porque todo
aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rm 10.13)
5.
Segurança em Cristo (Ef 1.3-5)
Dentro dessa ordem, como também, baseado em nossa
declaração de fé das Assembleias de Deus no Brasil, vamos analisar essas
doutrinas, que são essenciais para a salvação de todo e qualquer pecador.
I. ELEITOS PARA
UMA VIDA SANTA E IRREPREENSÍVEL
A dádiva de nossa eleição precede a nossa existência.
Roger Stronstad, mestre em teologia no Canadá, escritor de vários livros diz:
“Paulo escreve sobre o amplo, abrangente e extraterreno escopo da salvação. Conforme
entendido por Paulo, a história redentora começa na eternidade (Deus anteviu)
e, por fim, também terminará na eternidade (Deus glorificou) (Rm
8.29,30)”. Para chegar ao estagio de glorificados, quer dizer, sermos em corpo
e espírito, literalmente semelhantes ao corpo de Jesus, como escreveu Paulo aos
Filipenses “que transformará o nosso
corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso ...” (Fl 3.21),
precisamos passar por outros estágios, que somente a salvação, através da
pessoa de Jesus Cristo, poderá nos proporcionar, entre as quais está a
santificação.
1.
A eleição divina. Entendo ser
nesse momento, importante revermos o que diz nossa declaração de fé, quanto a
mecânica da salvação. Entre os 16 pontos de nosso cremos, encontramos do
ponto 5 ao 8 a seguinte escritura:
CREMOS.
5 – Na
pecaminosidade do homem, que o destituiu da gloria de Deus e que somente o
arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem
restaura-lo a Deus (Rm 3.23; At 3.19);
6 – Na
necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em
Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para
tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8; Ef 2.8,9);
7 – No perdão
dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado
por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);
8 – Na
Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, una, santa e
universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares,
chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar a Deus (1Co
12.27; Jo 4.23; 1Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17).
A palavra eleição do grego eklegoe,
refere-se à escolha feita por Deus, em
Cristo de um povo para si mesmo. Veja bem: Não é a eleição de um indivíduo, ou
indivíduos, mas de um corpo. Assim como Deus chamou a Israel e não os
israelitas de maneira individual. Quer dizer, a eleição que nós pentecostais
cremos, é uma eleição corporativa e não individual. Explico ainda melhor: Se alguém
estiver em Cristo, como disse Paulo, em 2 Coríntios 5.17, se torna uma nova
criatura., se não estiver nEle, nada feito. Arminio define a eleição “como o
decreto de Deus em Cristo, pelo qual ele determina justificar e adotar crentes,
e os dotar com a vida eterna, mas condenar os descrentes e impenitentes”. Aqui
já vamos deixando claras as diferenças entre eleição e predestinação. Se
na eleição existe a necessidade de que o homem faça uma escolha (sinergismo),
na predestinação essa necessidade é substituída pela decisão de Deus, assim diz
Jamierson Oliveira, Arminianismo Puro e Simples, CPAD, 2018.
Nós, como pentecostais clássicos, cremos que Deus
elegeu a igreja, para ser santa e irrepreensível (Ef 1.4). Veremos agora os
três pontos abordados por nosso comentador:
(1)
Em quem fomos escolhidos? A Bíblia de
estudo pentecostal, nos explica dizendo: A eleição é Cristocêntrica. A eleição
de pessoas acorre somente em união com Cristo. Deus nos elegeu em Cristo
para a salvação (Ef 1.4). Efésios 1.1, Paulo diz: “Paulo, apóstolo de Jesus
Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em
Cristo Jesus”. Veja a expressão “e fieis em Cristo Jesus”. Os
termos “em Cristo Jesus”, “no Senhor”, “nEle”, ocorrem 160 vezes nos escritos
de Paulo (36 vezes somente em Efésios). Essa comunhão com Cristo é a coisa mais
importante na experiencia cristã. A união com Cristo é uma dádiva de Deus
mediante a fé (Gl 2.20).
(2)
A eleição é feita em Cristo pelo sangue. “Em quem
(Cristo), pelo seu sangue” (Ef 1.7). O propósito de Deus, já antes da
criação (Ef 1.4). Aqui Paulo emprega a palavra grega proegnõ = saber
antes sobre algo “Porque os que dantes conheceu...” (Rm 8. 29). Só Deus
poderia fazer essa escolha antes, pois somente ele tem o atributo chamado “presciência”,
que é conhecer de antemão aquilo que vai acontecer (Rm 4.17; 1Pe 1.2). A
eleição é fundamentada na morte sacrificial de Cristo, no Calvário, para nos
salvar de nossos pecados (At 20.28; Rm 3.24-26).
(3)
Qual o propósito ou a finalidade da eleição? O proposito
eterno de Deus para a igreja é que sejamos “santos e irrepreensíveis diante
dele” (Ef 1.4). O povo eleito de Deus, está sendo conduzido pelo Espirito
Santo em direção à santificação e à santidade (Rm 8.14; Gl 5.16-25). O apóstolo
enfatiza repetidas vezes o propósito de Deus (Ef 2.10; 3.14-19; 4.1-3,13,14;
5.1-18). É interessante notar que, esse propósito divino não falhará, Paulo
diz: “Para apresentar a sim mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem
coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (EF 5.27). O cumprimento
desse propósito para cada crente dentro da igreja é condicional (Col 1.21-23).
Aproveito aqui, para ligar diretamente ao item 3 do primeiro ponto, que
enfatiza que a igreja do Senhor deve ser levada a viver uma vida santa e
irrepreensível. Quem faz essa obra é o Espírito Santo de Deus na vida de cada
crente. O vocábulo grego hagios (Santo), tem por significado, ser
separado para Deus (1Pe 1.15,16). Deus exige do seu povo o maior alto padrão de
viver ético, moral e piedoso (Gn 17.1).
2.
As condições da eleição. Assim diz a
Bíblia de Estudo Pentecostal: A eleição em Cristo é oferecida a todos (Jo
3.16.17; 1Tm 2.4-6; Tt 2.11; Hb 2.9), e torna-se uma realidade para cada pessoa
consoante seu prévio arrependimento e fé, ao aceitar o dom da salvação em
Cristo (Ef 1.13; 2.8; 3.17; Cf Rm 1.16; 4.16). Mediante a fé, o Espírito Santo
admite o crente ao corpo eleito de Cristo (A Igreja) (1Co 12.13), e assim ele
torna-se um dos eleitos. Sendo assim, tanto Deus quanto o homem têm
responsabilidade na eleição (2Pe 1.1-11).
3.
A nova vida dos eleitos. Parece que
há cristãos, que ainda não se aperceberam que sua vida já não pode ser a mesma
que ele levava antes de conhecer a Cristo. O salmista Davi nos diz: “Sabei,
pois, que o Senhor separou para si aquele que lhe é querido...” (Sal 4. 3).
Há um povo na terra que faz parte da igreja eleita do Pai antes da fundação do
mundo. Portanto, Paulo exorta aos crentes que condutas, quais sejam, mentira,
furto, palavras torpes, amarguras, ira e cólera, devem ser extirpadas do nosso
viver (Ef 4.22,25, 28,29,31). Paulo ainda adverte severamente contra a
fornicação, impureza, avareza e embriaguez (Ef 5. 3,15,18). Devemos saber, que
somente o Espírito Santo pode nos capacitar para vivermos uma vida em santidade
diante de Deus. Por nossos esforços, tudo será vão e inútil. Devemos dar
completo lugar ao Espírito Santo para que Ele faça essa mudança em nós (2Co
3.18).
Concluo este ponto, deixando alguns textos que provam
biblicamente a condicionalidade da eleição (Jo 3.16; 6.40,51; At 13.39; Rm
1.16,17; 5.1,2; 9.30; Ef 1.13; 1Tm 4.10; 1Pe 1.1,2).
II.
PREDESTINADOS PARA FILHOS DE ADOÇÃO
Assim como a eleição, a predestinação foi um ato de
Deus na eternidade. Precisamos, agora, entender esse fato acorrido nos arcanos
do Pai.
1.
A predestinação. Significa
“decidir de antemão” e se aplica aos propósitos de Deus incluídos na eleição. Vem
do grego proorizõ, é formado por dois termos, “orizõ” “determinar” e a preposição “pro” que
indica algo feito “antes”, ou seja, predestinar significa literalmente
“determinar antes”. Já vimos que a eleição da igreja foi feita em Cristo (Ef
1.4). Sendo assim, diz Paulo aos cristãos romanos: “Porque aos dantes
conheceu, também os predestinou para serem conforme à imagem de seu Filho,...”
(Rm 8.29). Na Bíblia de estudo pentecostal, em nota de rodapé, neste texto de
Romanos está escrito: “Conhecer de antemão é o equivalente a amar de antemão e
é usado no sentido de “ter como objeto de estima afetiva” e “optar por amar
desde a eternidade”” (Ex 2.25; Sal 1.6; Os 13.5; Mt 7.23; 1Co 8.3; Gal 4.9). A
presciência de Deus aqui, significa que Ele determinou desde a eternidade, amar
e redimir a raça humana através de Cristo (Rm 5.8; Jo 3.16).
2.Filhos por adoção. Nos diz o
pastor Elienai Cabral: “ “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo". Esse versículo indica que o destino foi determinado antes. A
palavra "predestinar" mostra que o destino dos eleitos foi feito na
eternidade. A expressão "filhos de adoção por Jesus Cristo" apresenta
a posição atual dos crentes. No passado éramos apenas criaturas de Deus,
afastadas da sua comunhão, mas pela fé em Cristo (Gl 3.6) fomos recebidos como
filhos e conquistamos a posição de filhos legítimos (Jo 1.12)”. Um dos textos
mais lindos sobre a adoção de filhos, temos em Romanos 8. 15, onde Paulo se expressa dizendo: “Poque
não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor,
mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”.
Nosso comentador, o pastor Douglas nos faz lembrar que essa prática de adoção
de filhos, não era uma prática do sistema legal judaico, mas era comum entre os
romanos e conhecida entre os gregos. Assim o apóstolo enfatiza que foi
agradável a Deus inserir, no plano da salvação, a adoção dos eleitos como
filhos “segundo o beneplácito da sua vontade” (Ef 1.5b). Lembrando a
todos que “beneplácito” é uma aprovação régia, de autoridade, de instancia
superior etc. Mediante despacho.
3.Os privilégios da adoção. Esse ponto é
muito parecido com o segundo, porém, há algo mais a ser acrescentado, pois “nos
predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo,...” (Ef
1.5); Aqui, vamos desvendar um pouco, tanto do passado como do presente dos
crentes. Sabemos que quando Adão e Eva foram criados, foram feitos filhos de
Deus (Gn 1.26), mas por causa do pecado da desobediência a Deus (Gn 3,6,23,24),
o homem perdeu essa condição (Rm 3.23). Porém, em Cristo, fomos reconciliados
com Deus, eleitos, predestinados e adotados como filhos de Deus (Ef 1.7); deixamos
a imagem do Adão terreno e somos agora predestinados a termos a imagem de Jesus
Cristo (Rm 8.29). Esse é um predestino de todos aqueles que são chamados e
eleitos em Cristo. Não podemos esquecer, que tudo isso somente acontece por
causa do filjo amado de Deus (Ef 1.6).
O Comentário do Novo Testamento, CPAD, diz-nos assim
sobre a adoção: “Sob a lei romana, os filhos adotados tinham os mesmos
direitos e privilégios que os filhos biológicos. Mesmo que tivessem sido
escravos, os filhos adotados tornavam-se herdeiros plenos em suas novas
famílias. Paulo usou este termo para mostrar a força e a permanência do
relacionamento dos crentes com Deus. Esta adoção ocorre através de Jesus
Cristo, pois somente o seu sacrifício em nosso favor nos permite receber o que
Deus pretendia para nós”. (Volume 2, pg 307).
III.
A SUBLIMIDADE DO PROPÓSITO DIVINO NA
PREDESTINAÇÃO
Alguns cristãos, preferem usar a palavra predestinação
para falar que Deus predestinou seres humanos, sua imagem e semelhança para
serem perdidos, isto é, pessoas que não terão a oportunidade de crerem em
Cristo para sua eterna salvação; nos, pentecostais preferimos falar das
provisões e bençãos espirituais advindas da predestinação dos eleitos de Deus.
1.
Predestinação e salvação. Não cremos
que o Soberano Deus predestinou incondicionalmente pessoa alguma para a
condenação eterna, mas, no dizer de Paulo, quando pregava no areópago de
Atenas: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia a
todos os homens, em todo lugar, que se arrependam” (At 17.30). O mistério
da salvação originou-se na mente atemporal de Deus (2Ts 2.13; 2Tm 1.9). Antes
de que Deus criasse qualquer coisa, seu plano para nossa salvação já estava
pronto.
Das seis vezes em que aparece a palavra predestinação
no Novo Testamento (At 4.28; Rm 8.29,30; 1Co 2.7; Ef 1.5,11), nenhuma delas faz
referencia a condenação de pecadores. Portanto, não houve uma dupla
predestinação em que Deus decretou e escolheu que uns vão para o céu e outros
vão para o inferno. Nossa declaração de fé assevera que a predestinação bíblica
diz respeito apenas à salvação, sendo condicionada ao arrependimento e a fé em
Cristo Jesus segundo a presciência do divina (Ef 1.4,5; 1Pe 1.2). Paulo deixa bem
claro, quando fala a Timóteo : “Parque isto é bom e agradável diante de
Deus, nosso salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade” (1Tm 2.3,4).
No subsidio teológico, extraído do Comentário Bíblico
Pentecostal do Novo Testamento, nos diz: “O verbo predestinar (proorizo)
ocorre seis vezes no NT, uma vez em Atos e as outras nas cartas de Paulo. Esse
verbo significa “decidir antecipadamente e se aplica ao propósito de Deus
compreendido pela eleição. A Eleição é Deus escolhendo em Cristo um povo para
si mesmo, e a predestinação diz respeito ao que Deus planejou, antecipadamente,
fazer com aqueles que foram escolhidos em Cristo. Dessa forma, a questão da
predestinação não significa Deus decidindo antecipadamente quem será salvo ou
não, mas decidindo antecipadamente o que planeja que os eleitos, em Cristo,
sejam ou venham a ser”.
2.
Predestinação e o amor de Deus. Podemos dizer
que ninguém pegou Deus de surpresa. A salvação já estava engendrada na mente
atemporal de Deus, antes mesmo da fundação do mundo (Ef .1.4). Portanto, não
foi uma medida de emergência, realizada por Deus. Nada disso, tudo estava
dentro dos propósitos eternos de Deus (Ef 1.11). Foi por amor que Deus nos
elegeu. Não foi por sermos os mais queridos, os mais amáveis, os únicos
escolhidos, como alguém pensa, que é um crente, ou um salvo porque faz parte do
grupo seleto dos predestinados para ser salvo. Nada disso; Todos merecíamos o
inferno, porém, Deus providenciou o meio de salvação para todos os homens.
Devemos lembrar que cremos em uma expiação ilimitada, porque o
amor de Deus é ilimitado! Veja quantos textos comprovam essa doutrina (1Jo 2.2;
Is 53.5; Mt 11.28; Jo 1.7,29; 3.16,17; 6.51; 12.47; Rm 3.23,24; Rm 5.6; 10.13;
1Tm 2.3-6; 4.10; Tt 2.11; Hb 2.9; 1Jo 4.14). Crer em uma expiação limitada é
aviltar o sacrifício de Cristo Jesus. Normam Geisler comenta dizendo:
Além da ampla
fundamentação bíblica, a expiação ilimitada está firmemente baseada nos
atributos de Deus, especialmente na sua onibenevolência. A Bíblia afirma que
Ele é Todo-amoroso, e, como ser que é Todo-amoroso, Deus, necessariamente, ama
a todos. A expiação limitada (em geral) alega que Deus ama somente os eleitos
de forma salvífica, como também odeia os não eleitos. Logo, a onibenevolência
de Deus é incompatível com a expiação limitada.
3.
Graça preveniente. Como todos
pecaram, então o coração do homem não está inclinado para Deus, mas para o mal,
totalmente depravado. Então, cremos que há uma ação graciosa da parte de Deus,
preparando o homem a tomar uma decisão em relação a Deus. Arminio chamou essa
ação graciosa da parte de Deus, de “graça preveniente”, ou “preventiva”, ou ainda
“precedente”. Paulo nos diz que “a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra
de Deus” (Rm 10.17). Vejamos alguns versículos que nos assegura sobre essa
graça (Jo 6.44; Lc 19.10; Jo 1.9; 12.32; At 17. 26,27; Rm 10.17; Ef 2.8; 2Tm
1.9,10; Ap 3.20; Jr 31.3; Jo 16.7-11; Rm 2.4; Rm 10. 14-17). Todos estes textos
nos revelam claramente, que os homens do mundo inteiro serão inescusáveis
quanto a salvação, caso venham rejeitá-la (Rm 1.20).
CONCLUSÃO
Cristo morreu por todos e por cada um dos pecadores.
Desde a eternidade, segundo a sua presciência, em Cristo, Deus elegeu e
predestinou os que creriam e perseverariam na fé a viver em santidade, receber
a filiação divina e a desfrutar de todas as bençãos espirituais divinamente
estipuladas.
Entendo que seria bom concluirmos dizendo que a cada dia, a graça preveniente está
alcançando vidas. Quero aqui deixar as palavras do pastor Walter Brunelli, em
sua obra de teologia sistemática, volume 03, que diz:
Na parábola
das bodas (Mt 22.1-14), em que um rei preparou uma festa de casamento para seu
filho, ele mandou seus servos convidarem pessoas para as bodas; mas eles
tiveram algumas surpresas. O primeiro grupo de convidados não quis participar
da festa. Por ordem do rei, os servos foram convidar outras pessoas; entretanto,
umas saíram aos campos, outras saíram a cuidar de negócios, não fazendo caso do
convite. Por último, o rei, indignado, mandou que os servos saísse, pelos
caminhos e convidassem qualquer um que encontrassem. Entre esses, vieram
pessoas boas e más. O Senhor concluiu a parábola dizendo: “Porque muitos sãos
chamados, mas poucos, escolhidos”.
Os que haviam
sido escolhidos não aceitaram o convite, ao passo que aqueles que aceitaram
foram chamados de “escolhidos”. O que se depreende da parábola é que “escolhido”
são os que aceitam o convite, e não o contrário. É desse modo a eleição – somos
eleitos porque aceitamos o convite feito por Jesus. Isso é diferente de dizer
que aceitamos o convite porque éramos eleitos a priori. A igreja do
Senhor é previamente eleita, assim como é Eleito Israel. A eleição prévia é
corporativa, e não individual.
Amém.