O JOVEM E A
VOCAÇÃO MINISTERIAL
“Porém
Samuel ministrava perante o Senhor, sendo ainda jovem, vestido com um éfode de
linho” (1Sm 1.18).
Vocação, segundo o Dicionário On-line português, é a tendência ou
inclinação natural que direciona alguém para uma profissão específica, para
desempenhar determinada função, para um trabalho etc. Orientação ou apelo ao
sacerdócio ou à vida religiosa. Capacidade ou interesse natural por quaisquer
coisas, talento.
Vocação, que vem do grego klesis = convite, e vem do verbo kaleu,
“chamar”, por isso que quando falamos de vocação para o ministério,
denominamos também de “chamada” (Mc 3.13). No texto que lemos ao princípio temos
o exemplo de Samuel, que foi chamado por
Deus, quando ainda era muito jovem (1Sm 2.11,18; 3.1-4).
· Veja bem, mesmo sendo Samuel muito jovem, já ministrava perante o
Senhor (1Sm 2.18). Ele usava um éfode de linho (Ap 19.8). Holman diz que o
Éfode que Samuel usava, era um tipo de veste semelhante a um colete usado pelos
sacerdotes e pelo sumo sacerdote (Ex 28.6-13). Incluía um bordado e doze pedras
como lembrança visível das doze tribos de Israel.
· Isso fala da responsabilidade que o jovem Samuel já levava em seus
ombros. O Jovem vocacionado, que quer de fato servir a Deus, precisa entender
que tem o compromisso com a Noiva do Cordeiro, a Igreja. Ele passa a ter esse
compromisso (1Tm 4.12; 2Tm 2. 20-22; Êx 33.11; At 16.1-3).
· Spurgeon diz: No ministro, a santidade é ao mesmo tempo sua principal
necessidade e o seu mais excelente ornamento. A simples excelência moral não
basta; é preciso haver virtude mais elevada. A vida de um jovem vocacionado,
será uma vida de muita renuncia ao mundo. Veja bem, enquanto os irmãos de
Samuel, seu pai e sua mãe, viviam uma vida comum, ele vivia no templo (1Sm
2.21).
Samuel ministrava perante
o Senhor.
· Um servo de Deus, por nome John Stoughton, ao escrever o livro “A
dignidade do pregador”, disse: Se Uzá deve morrer por tocar na arca de Deus, e
isso para segurá-la por estar prestes a cair; se devem morrer os homens de
Bete-Semes porque olharam para dentro dela; se os próprios animais são
ameaçados somente por aproximar-se do monte santo – então, que espécie de
pessoas devem ser os que são aceitos para falar com Deus familiarmente, para
“estar de pé diante dele”, como o fazem os anjos, e “contemplar continuamente a
sua face”? “Para levar a arca em seus ombros”; “Para levar seu nome perante os
gentios”; “Para ser seus embaixadores?” (2Co 5.20).
· Continua ele: E não seria ridículo imaginar que os vasos devem ser
santos, as vestes devem ser santas, tudo deve ser santo, mas somente aqueles
sobre cujas vestimentas precisa estar escritas: “santidade ao Senhor”
pode deixar de ser santo?
· Paulo exorta ao jovem pastor Timóteo: “Conjuro-te, pois, diante de
Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na
sua vinda e no seu Reino, que pregues a palavra,...” (2T 4.1,2. Vejamos bem a solenidade desse encargo. Não
era algo comum, fácil de ser executado. Disse o apóstolo, que o serviço do
pregador seria realizado diante do olhar vigilante de Deus, do Senhor Jesus
Cristo, e salienta que ele julgará os vivos e os mortos, lembra ele da segunda
vinda de Cristo, e à realidade de seu reino.
O
jovem vocacionado precisa crescer
·
Samuel crescia (1Sm 2.21,26). A princípio não sabia discernir a voz de Deus (1Sm
3.4-8); Mas ele era obediente ao sacerdote Eli (1Sm 3. 9-11); Continuou
crescendo diante de Deus, e somente falava o que o Senhor lhe mandava (1Sm 3.
19); Logo passou a ser reconhecido por todo Israel como profeta de Deus (1S,
3.20).
·
Samuel cresceu em fazer a
vontade de Deus. “Fala, porque o teu
servo ouve” (1Sm 3. 10). Essa é uma oração modelo para aqueles que querem
seguir a vontade de Deus.
·
Samuel cresceu em temor e
respeito a Deus e a seus líderes. “...
porém temia Samuel relatar essa visão a Eli” (1Sm 3. 15). Isso fala do
respeito que Samuel tinha com seu mentor espiritual, e não queria ser portador
de má noticia.
·
Samuel cresceu em
comunhão com Deus. “E continuou o
Senhor a aparecer em Siló, porquanto o Senhor se manifestava a Samuel, em Siló,
pela palavra do Senhor” (1Sm 3. 21). Samuel tinha demostrado um prontidão
para receber e seguir a palavra do Deus, assim continuou o Senhor a aparecer em
Siló, ao passo que El não se manifestava nos dias da infidelidade de Eli (1Sm
3. 1). Pois seus filhos eram filhos de Belial (1Sm 2. 12-17).
·
Samuel cresceu
ministerialmente. (1Sm 3.19,20).
O
jovem vocacionado precisa buscar o poder do Espírito Santo.
Para
um vocacionado o Espírito Santo é absolutamente essencial. Sem Ele o nosso
oficio não passa de uma profissão, um nome. Sem querer arrogar nada além de
todos os filhos de Deus, mas os vocacionados são sucessores daqueles que, nos
velhos tempos, foram movidos por Deus a proclamar a Sua Palavra. A menos que o
espírito dos profetas esteja repousando sobre nós, o manto que usamos não passa
de um traje tosco e enganoso.
·
Sobre Jesus repousou o
Espírito Santo (Is 61.1).
·
Precisamos também que
esse mesmo Espírito que repousou sobre Jesus, repouse sobre nós (At 1.8; 2;1-4;
9.17; 2Tm 1.5,6).
·
Se não temos o Espírito
que Jesus prometeu, não podemos cumprir a comissão que Jesus nos deu. Veremos
por que precisamos tanto do Espírito Santo:
a. Ele é o Espírito de conhecimento. “Ele vos guiará em toda a verdade”
(Jo 16.13). Se não somos instruídos, como podemos instruir os outros? (2Tm
3.16);
b. Ele é o Espírito de sabedoria. O conhecimento sem sabedoria é perigoso,
pois o conhecimento é a arte de usar de forma certa o conhecimento (2Tm 2.15).
c. O Espírito é como brasa viva em nossos lábios (Is 6.6,7). Qual
gloriosamente fala o homem, quando os seus lábios estão queimados pela brasa
viva do Espírito Santo.
d. O Espírito é como azeite que unge, e isto está relacionado também ao
trabalho da pregação. Uma palavra sem a unção do Espírito é uma mensagem seca.
e. É o Espírito que convence o pecador (Jo 16.8). O objetivo que temos
quando pregamos é fazer que a espada do Espírito venha transpassar corações (At
2.37).
Sei
que Deus ainda chama jovens. Se Ele te chamar, diga como Samuel: “Fala,
porque o teu servo ouve”.
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