(12) “Não
que já tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo
para o que fui também preso por Cristo Jesus.(13) Irmãos,
quanto a mim, não julgo que o tenha alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das
coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, (14)
prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”
(Fil 3. 12-14).
Mais um ano
termina, e com ele muitos sonhos e projetos ficaram para trás. Ficaram também
dissabores, tristezas, acusações, lágrimas, dores, etc. Como também marcaram nossas
lembranças abraços, apertos de mão, sorrisos, palavras de ânimo, concretização
de planos, e muito mais.
A vida é uma
estrada sem retorno. Ninguém caminha para trás. Não há como fazer isso. Há até
o proverbio que se diz: Para frente é que se anda. Isso é verdade! Mesmo as
decisões erradas que tomamos na vida, quer seja uma palavra que não devia ser
falada mas falamos, uma viagem que não devia ser realizada mas realizamos, um
dinheiro que não era para ser gasto mas gastamos, ... e por ai vai. Sem
retorno, sem volta, sem arrependimento. Se diz que: “palavra falada é flecha
lançada”.
Envolvidos
pelo invólucro imperfeito do espírito e da alma (nosso corpo), estamos sempre a
mercê do erro. Assim como a pombinha solta por Noé pela janela da arca, nossa
mente vagueia procurando um lugar para pousar, e, muitas vezes pousa onde não
devia pousar. Exatamente pela síndrome do velho Adão que persiste em habitar em
nós. Mesmo que estejamos constantemente dizendo que ele já não nos domina mais.
Magoamos,
guardamos mágoas, cometemos o mal de algumas vezes espalhar contendas, mexericos
e discórdias em nossos círculos de amizades. Exatamente, onde mais devíamos
buscar a unidade, é bem ali, que nosso velho homem batalha para fazer a
discórdia. Depois lamentamos. Pensamos: Bem que eu poderia ser ponte e não esse
profundo vale que separa. Poderia ser um pacificador e não um acendedor do fogo
de contendas. Mas, falou mais alto o imperfeito homem adâmico.
Nesse ano que
se finda, convido aos meus irmãos para fazermos uma profunda reflexão. Um
reflexão bem mais ampla, mais íntima, entranhável, que as costumeiras.
Perguntarmos para nós mesmos: Quais são os meus maiores desejos para o ano de
2020? Sei que as coisas materiais, palpáveis e tangíveis, são aquelas que
primeiro saltam e pululam da mente. Casa própria para quem não tem, faculdade
do filho, casamento, emprego, ganhar mais dinheiro, ter uma vida melhor que em
2019, trocar o carro, e por ai vai.
Disse Jesus a esse respeito: “por isso, vos digo: não andeis cuidadosos
quanto a vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o
mantimento, e o corpo, mais do que a vestimenta? Olhai para as aves do céu, que
não semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as
alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá,
com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quando ao
vestuário, porque andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles
crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda
a sua gloria, se vestiu como qualquer dele. Pois, se Deus assim veste a erva do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais
a vós, homens de pequena fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que
comeremos ou que beberemos ou com que nos vestiremos? (Porque todas essas
coisas os gentios procuram.) Decerto, vosso Pai celestial bem sabe que
necessitais de toas essas coisas; Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis,
pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal” (Mateus 6. 25-34).
Ai está a
resposta de nossa pergunta. O que preciso buscar nesse novo ano? O reino de
Deus e a sua justiça. Disse Paulo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o
tenha alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que
atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, (14) prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. O
velho missionário da cruz, não estava preocupado com as coisas materiais, ele
tinha um desejo: “E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas,
pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a
perda de todas as coisas e as considero como esterco, para que possa ganhar a
Cristo” (Fil 3. 8).
Os bens
materiais são conquistados pelo esforço, pelo trabalho, pelo estudo, isso tudo
de maneira honesta e sem querer estorvar ninguém, nem invejar ninguém. Não, não
precisamos disso! Aquele que manda a chuva e o sol, diz a Palavra: manda para
os bons e maus. Mas, há algumas virtudes, que somente os que confiam no Senhor
poderão alcança-las. Ei-las: O acréscimo de mais fé, o amor ao próximo, a união
com meus irmãos, o fazer o bem sem olhar a quem, a liberação do perdão, até para
aqueles que se dizem nossos inimigos, que falam mal de nós que nos fez algum
mal. Enfim, O desejo de ser útil no reino de Deus, nos colocando como Paulo;
escravos do Senhor Jesus Cristo, e dizendo: “Já não vivo eu, mas, Cristo
vive em mim” (Gal 2.20).
Mediante a
tudo o que aprendemos de nosso Senhor Jesus Cristo, e do apóstolo Paulo,
precisamos então mudar nosso conceito do que queremos para o ano vindouro.
Olhemos mais para os valores reais da vida. A fé, o amor, o perdão, o bom
caráter, o melhorar nossos relacionamentos, o fazer sinceras amizades, o servir
melhor a Deus sem almejar ser visto pelos homens e anelar recompensas terrenas,
mas, sabendo, que aquele que tudo vê, nos recompensará na sua gloria.
Quem sabe,
estás terminando um ano com profundas decepções, amargas experiencias, e muito
mais. O conselho paulino é esse: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam e
avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Faça como fez José: gere
Manassés = esquecimento. Quem gera Manassés, depois vai gerar também a Efraim =
frutificação, aumento. Esqueçamos o que ficou para trás, e
prossigamos para o alvo da suprema vocação. O nosso alvo é o céu. Essa terra
passará com grande estrondo, e os elementos ardendo se desfarão, mas, para o
povo de Deus, nascerá o sol da justiça e salvação trará debaixo de suas asas.
Deus nos
abençoe nesse novo ano que hora se inicia.
Pr Daniel
Nunes da Silva – vosso servo