Texto Áureo
Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo filho. (Hb 1.1)
Verdade Prática
Por meio
de Cristo, Deus revelou-se de uma forma especial e definitiva a seu povo.
Leitura Bíblica em Classe
Hebreus
1.1-14
Objetivo Geral
Apresentar
as características da carta aos Hebreus e a superioridade de Cristo
Objetivos específicos
1.
Pontuar a
autoria, o destinatário e o propósito da Carta aos Hebreus.
2. Expor a superioridade de Cristo em relação aos
profetas.
3.
Mostrar a
superioridade de Cristo em relação aos anjos.
Introdução:
Tomando
como base a introdução de nossa Lição, onde o autor da Carta aos Hebreus, nos
mostra que os crentes, a quem a carta é dirigida, já davam sinais de debilidade
na fé, e, portanto, precisavam de encorajamento à perseverança.
Quero
tomar as palavras do próprio pastor José Gonçalves, em seu livro A SUPREMACIA DE
CRISTO, do qual foram extraídas essas preciosas 12 lições desse trimestre, onde
ele diz:
Hebreus é uma carta que alimenta o
ânimo, a esperança e a fé! Todavia, não foi escrita para amaciar o ego dos
crentes. Seu tom exortativo é o mais forte e incisivo do Novo Testamento. O
perigo que rondava a comunidade para a qual o autor endereçou essa carta era
presente e real. A carta aos Hebreus vem carregada de enfoque doutrinário e
recheada de exortações severas! O perigo de dar as costas para o calvário e
voltar para o deserto, rumo ao Egito, foi o que motivou o autor escrever esta
carta com ar de dramaticidade. E continua:
A apostasia é um perigo e também uma
realidade sobre a qual o crente deve precaver-se. A exortação do autor é para
que se continue na estrada, para que se caminhe para frente. Todavia, o perigo
de voltar para trás existe e é uma ameaça real, não apenas hipotética. A carta
é um grito de alerta quando os cristãos pareciam cochilar na fé. Mas mesmo
usando um tom severo, às vezes até mesmo duro, a carta aos Hebreus não foi
escrita para produzir insegurança, muito menos medo. Quem está em Cristo esta
seguro; essa segurança, no entanto não é compulsória. Ela está condicionada ao
andar e permanecer nEle.
I.
AUTORIA DESTINATARIO E PROPÓSITO
AUTORIA
A
verdade mais concreta que temos, é que ninguém sabe quem escreveu a Carta aos
Hebreus. Como diz nosso comentarista: É mais fácil dizer quem não escreveu
Hebreus, que afirmar que a escreveu. Porém, nada disso tirou a amor da igreja
por essa carta, e sua aceitação como um escrito inspirado pelo Espírito Santo
de Deus.
Os
pais da Igreja, sem exceção, todos faziam uso da carta aos Hebreus, e ai havia
as controvérsias apenas sobre a autoria. Um antigo manuscrito grego (200 d.C.),
conhecido como P46, coloca a carta aos Hebreus no chamado “corpus Paulino”,
quer dizer: Tinham como se fosse realmente uma carta escrita pelo apóstolo
Paulo.
O
pr. José Gonçalves, traz em seu livro um comentário feito por Orígenes sobre a
autoria da carta aos Hebreus, da seguinte maneira:
“Da minha parte, se hei de dar minha opinião,
eu diria que os pensamentos são do apóstolo (Paulo), mas o estilo e a
composição são de alguém que evocava de memoria os ensinamentos do apóstolo,
como um aluno que anota por escrito as coisas que seu mestre disse. Por
conseguinte, se alguma igreja tem esta carta como de Paulo, que também por isto
a estime, pois não sem motivo os antigos a tem transmitido como de Paulo. Mas
quem escreveu a carta? Deus sabe de verdade”.
Resumindo:
são citadas como autores dessa importante carta as seguintes pessoas: Paulo,
Barnabé, Apolo, Lucas, Felipe o evangelista, Marcos, e até Priscila e Áquila.
Algumas
peculiaridades do autor:
1.
Era judeu, pois
se identifica com os leitores Hebreus (2.1,3; 3.1; 4.1);
2.
Também se
identifica com Timóteo (13.23);
3.
A bençao final se
idêntica com Paulo (13.25; 2Ts 3.17,18);
4.
O escritor havia
estado na prisão (10.34; 13.19);
Cito
mais uma vez nosso comentador quando diz: “Quis o Espírito Santo que o autor
ficasse no anonimato, mas não a sua autoridade e inspiração”.
DESTINATARIOS
O
pastor José Gonçalves, cita dois manuscritos gregos: O Sinaíticus (c. 330-360) e Vaticanus
(c. 300-325), que trazem o título “Pros
Hebraious” (Aos Hebreus). Diz, porém, que são copias, e, portanto não se
pode afirmar que no original tivesse também esse título. Porém, atesta a uma
antiga tradição, de associar a carta aos Hebreus. Não faria nenhum sentido para
outros povos, a não ser aos hebreus, as citações do Antigo Testamento, muitos
menos do sacerdócio levítico como sombra do sacerdócio de Cristo. Na carta há
várias citações que somente fazem sentido ao povo hebreu (7.11; 13.13).
O
autor conhecia muito bem os seus leitores, pois roga as orações para que em
breve seja restituído a eles (13.19). Agora, onde viviam esses hebreus?
Embasado em 13.24; eruditos argumentam que viviam fora da Itália. Muitos
entendem serem os judeus dispersos, sendo os mesmos a quem Pedro escreveu as
suas duas cartas (1Pe 1.1; 2Pe 3.1).
PROPÓSITO
Os
destinatários da carta aos Hebreus, por causa das aflições que estavam
passando, estavam tendo um arrefecimento de sua fé. Parece-nos também que eles
estavam querendo voltar ao velho sistema de onde já haviam saído. Então o
autor, procura fortalece-los na fé em Cristo, demonstrando cuidadosamente a
superioridade e finalidade da revelação e redenção da parte de Deus em Cristo Jesus.
Demostra que as disposições divinas para a redenção vistas no Antigo Concerto
cumpriram-se e tornaram-se obsoletas com a vinda de Jesus e pelo
estabelecimento de um Novo Concerto, mediante a morte vicária de Jesus. O
escritor anima aos seus leitores a:
1.
A manterem firme
sua confissão em Cristo até ao fim (10.23);
2.
A prosseguirem
para a maturidade espiritual (6.1).
3.
Não voltarem ao
estado de condenação caso abandonassem a fé em Jesus Cristo (10.39).
SÍNTESE DO TÓPICO
A autoria de Hebreus é desconhecida; seus
destinatários eram os cristãos judeus; seu propósito, exortar os cristãos a
terem ânimo e fé.
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II.
CRISTO
– A PALAVRA SUPERIOR A DOS PROFETAS
A REVELAÇÃO PROFÉTICA E A ANTIGA ALIANÇA.
Interessante
é como o escritor começa a carta. Ele foge completamente da maneira tradicional
de se apresentar dizendo que era e a quem estava escrevendo. Logo cedo já
mostra que vai salientar a supremacia da fé cristã em relação ao judaísmo
primitivo.
Começa
dizendo que Deus falou antigamente e de muitas maneiras aos pais pelos
profetas, mas a nós falou nesses últimos dias pelo filho. Nosso Deus é um Deus
comunicativo. Ele nunca deixou de falar (Jó 33.14), o homem é que muitas vezes
não atenta para a voz de Deus. O pastor José Gonçalves diz: “A palavra do profeta é um grito na noite.
Enquanto o mundo dorme despreocupado, o profeta sente o golpe vindo do céu”.
Segue dizendo:
“O autor de Hebreus tem consciência
desse fato – os profetas foram arautos de Deus para o seu antigo povo. Todavia,
uma voz superior a profética fora levantada. Os profetas foram agentes da
revelação divina, mas não foram a revelação final. O autor lembra que essa
revelação final, a última palavra profética, era do Filho de Deus. Nenhum
profeta, por mais importante que tivesse sido, poderia igualar-se em
importância com Jesus”.
Vale salientar e lembrar aqui, que
hoje em dia, alguns e porque não dizer muitos arautos da Palavra, querem
ser mais importante que a palavra.
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A
comentarista traz dois advérbios gregos, onde denota a intensidade da comunicação
de Deus com o seu povo Israel: Polymerôs
(“muitas vezes”) e polytropos (“muitas maneiras”). Deus jamais deixou o seu
povo sem orientação.
A REVELAÇÃO PROFÉTICA E A NOVA ALIANÇA
O
comentarista faz lembrança, que há ensinos errôneos que dizem que Deus não
falaria mais a partir daquele momento. Não é isso que o texto quer dizer, mas
sim: Mostrar Jesus Cristo como sendo o cumprimento de tudo aquilo que foi
predito pelos profetas. Essa expressão nos diz que Deus falou de forma cabal,
plena, completa. Não conota que Ele não falaria mais. O comentarista nos mostra
que o Espírito profético, que é o Espírito Santo (1Pe 1.10,11; Rm 8.9,10),
continua dando à Igreja hoje percepção do plano e vontade de Deus para o seu
povo (Jo 14. 26; 15.26; 16.13). Logicamente que o Espírito Santo jamais vai
estar destoante das escrituras. Ele cita Adam Clarke (1760-1832), que comentou
o seguinte:
“Debaixo do Antigo Testamento, as revelações
foram feitas em ocasiões distintas por várias pessoas, em diversas leis e forma
de ensinamentos com diferentes graus de clareza, símbolos, tipos e figuras e
com distintos modos de revelação, tal como por anjos, visões, sonhos,
impressões mentais, etc.; Veja Nm 12.8. Todavia, debaixo do Novo Testamento,
tudo está feito por uma só pessoa, quer dizer, Jesus, que cumpriu o que
disseram os profetas e completou as profecias”.
CRISTO A REVELAÇÃO FINAL
O
silencio de Deus, seria a maior correção para um homem, um povo ou nação.
Vejamos o caso de Saul (1Sm 28.5,6). Por isso a importância da voz profética
para o povo de Deus (Am 3.7). Porém, a sua relevância estava muito distante da
importância de Cristo, o Filho de Deus. Os profetas eram apenas servos, o filho
era herdeiro de Deus e agente da criação (1,2).
Nenhum
profeta recebeu a revelação completa. Deus falava tanto através de visões,
sonhos, símbolos e acontecimentos, como também pela boca dos profetas. Estas
revelações apontavam para Cristo e Ele é a revelação final de Deus. Cristo é a
última Palavra de Deus ao mundo, Toda revelação do Antigo Testamento conduzia a
Cristo, a revelação final e completa de Deus. Qualquer que hoje se jacte de ter
uma nova revelação de Deus se engana. Deus não dá uma nova revelação, mas
esclarece através de seu Espírito Santo a sua perfeita revelação que é Cristo (Col
2.8, 16,17,18; Gal 1.8,9).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Da Antiga à Nova Aliança, Cristo
é a revelação plena de Deus Pai, por isso, Ele é superior aos profetas.
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III.
CRISTO – SUPERIOR AOS ANJOS
“O qual sendo o resplendor da sua gloria, e a expressa
imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,
havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à
destra da majestade, nas alturas” (v.3).
Os teólogos denominam esse versículo de: “Cristologia alta”. Os pais da igreja
valiam-se deste versículo para afirmar a divindade de Cristo. Orígenes
escreveu:
“A mim me parece que o Filho é um reflexo da
glória de Deus, conforme ao que Paulo afirma: “Ele é o reflexo de sua glória”. Deste
reflexo de toda a glória, reflete certamente os reflexos parciais que tem as
demais criaturas dotadas de razão, pois penso que nada, exceto o Filho, pode
conter o reflexo da glória do Pai em sua totalidade”.
CRISTO – SUPERIOR EM NATUREZA E ESSÊNCIA.
O
comentarista cita o puritano William Gouge (1575-1653), onde ele comenta sobre
o mesmo versículo 3, que diz: “essa
frase, a expressa imagem, é uma exposição da palavra grega character (caráter).
O verbo do qual essa palavra é derivada, charattein, insculpir, significa
gravar, e aqui é usada com o sentido de carimbar ou imprimir alguma coisa
gravada com a impressão sobre uma moeda; a impressão sobre o papel feita pela
impressora; a marca deixada pelo selo”.
São
duas palavras gregas usadas pelo autor da carta aos Hebreus: apaugasma e character, que significam
respectivamente “radiãncia” e “reflexo”,
traduzido aqui como “resplendor” e
“caráter”, com o sentido de expressão exata do seu ser. Tanto o filho como
o Pai possui a mesma essência. Cristo é o Deus revelado (Jo 14.9). Aquilo que
Deus é, Jesus Cristo também é.
CRISTO – SUPERIOR EM MAJESTADE E
DEIDADE.
“Porque qual dos anjos disse jamais: Tu és
meu filho, hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por
Filho?” (v. 5). Os anjos são chamados na Bíblia de filhos de Deus (Jó 1.6;
2.1), porém, Deus nunca os chamou de meus filhos. Essa expressão de “meu
filho”, somente é aplicada a Cristo, conforme nos mostra o Salmo 2.7. Isso não
coloca o Filho em posição inferior ao Pai. Os cristãos primitivos não tinham
problema com isso. Somente em tempos posteriores, que começou a ser disseminada
a heresia ariana, sobre a inferioridade do Filho. (Ário – 265-356 d.C.)
Na
cultura hebraica, as ideais por traz das palavras “Pai” e “Filho” não trazem o
sentido de origem do ser e de superioridade, nem tampouco de subordinação e
dependência. Da mesma forma, os termos “gerado” e “criado” não podem ser tidos
como sinônimos. Nosso comentarista cita Loraine Boettner (1901-1990), que diz
que essas palavras trazem em si as “noções
semíticas e orientais de semelhança e
igualdade de natureza e igualdade do ser. Obviamente, a sensibilidade semítica
é que sublinha a fraseologia das Escrituras, e, quando elas chamam Cristo de
“Filho de Deus”, confirmam a sua divindade verdadeira e apropriada. Isso indica
uma relação peculiar que não pode ser afirmada a respeito de criatura alguma,
nem tampouco compartilhada. Da mesma forma que qualquer filho humano
assemelha-se ao pai em sua natureza essencial, isto é, possui humanidade, assim
também Cristo, o Filho de Deus, era como o Pai em sua natureza essencial, isto
é, possuía Divindade”.
Hebreus
1.5 – Salmo 2.7. Esse Salmo é claramente messiânico, diz Matthew Henry, dizendo
mais: “não se refere a geração eterna do Filho, mas, a sua nomeação como
Filho-Messias para o cumprimento de sua missão de salvação”.
Devemos
atentar para Hebreus 1. 5a “Porque a qual dos anjos disse Deus jamais:...” e
1.13a “E a qual dos anjos disse Deus jamais...”.
DECLARAÇÃO DE FÉ DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS. CREMOS
O
3º ponto da Declaração de fé das Assembleias de Deus no Brasil assim diz: No
Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente
Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e
expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão
vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.16-18; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23;
Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9).
No
capítulo IV, que tem como Titulo: Sobre a identidade do Senhor Jesus Cristo, o
ponto 03, tem o Titulo: A deidade
absoluta de Jesus. A Bíblia afirma com frequência que Jesus é Deus (Jo 1.1;
Cl 2.9).
As
Escrituras Sagradas revelam os atributos divinos na pessoa de Jesus.
a. Ele é Eterno (Is 9.6);
b. Onipotente (Ap 1.8);
c. Onipresente (Mt 18.20);
d. Onisciente (Jo 16.30).
As suas obras também revelam sua divindade:
a.
Ele é absoluto soberano (Ef 1.21);
b.
Ele é criador de todas as coisas (Jo 1.3);
c.
Ele é a fonte da vida (Jo 1.4);
d.
Autor do novo nascimento (1Jo 2.29);
e.
Habita nos fieis (Ef 3.17; Jo 14.23);
f.
Dá vida eterna
(Jo 10.28);
g.
Inspirou também os profetas e apóstolos (1Pe 1.11);
h.
Perdoa pecados
(Mt 9.2);
i.
É adorado pelos humanos (Mt 9.18);
j.
Pelos anjos (Hb
1.6);
k.
Na terra e nos céus (Ap 5.11-14);
l.
Possui títulos divinos, como “Eu Sou” (Jo 8.58);
m.
O Alfa e o ômega, o Princípio e o Fim (Ap 21.6);
n.
E Senhor dos senhores (Ap 19.6).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus
Cristo é superior aos anjos em relação à natureza, essência, majestade e
deidade.
|
CONCLUSÃO
Nesses
últimos dias, onde os joelhos de muitos cristãos parecem vacilantes, faz-se
necessário atentarmos diligentemente para o conselho encontrado em Hebreus: “Se
ouvires hoje a sua voz, não endureçais o vosso coração” (3.7).
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