Texto Áureo
“Já estou crucificado com Cristo; e
vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou
e se entregou a si mesmo por mim” Gl 2.20).
Verdade
Pratica
O homem nascido de novo tem o seu caráter transformado
pelo Espírito Santo.
Leitura
Bíblica em Classe
Ef 4. 17-24
Objetivo
Geral
Mostrar como se dá a formação do caráter cristão
Objetivos
específicos
1.
Reconhecer o
caráter na realidade do homem;
2.
Mostrar como se
deu a deformação do caráter humano;
3.
Explicar a
redenção do caráter humano.
Introdução:
Vamos neste trimestre estar estudando sobre o caráter do homem. O Título geral
do trimestre é bem sugestivo: O caráter do Cristão moldado pela Palavra de Deus
e provado como ouro.
Vemos então que em linhas gerais, a revista vai tratar
de caráteres deformados, que podem perfeitamente serem moldados, isto é,
refeitos, reconstruídos, passando pelo molde da Palavra de Deus, e depois serão
provados pelo fogo das provações assim como o ouro.
I.
O CARÁTER NA
REALIDADE DO HOMEM. Vamos começar fazendo a diferença entre o que é caráter e o
que é personalidade.
1.
Personalidade:
Nossa lição resume dizendo: A personalidade pode ser definida como sendo a
qualidade do que é pessoal. É a maneira de ser, ou seja, aquilo que nos
distingue de outra pessoa. Segundo o pastor Elinaldo Renovato, a personalidade
é formada durante o desenvolvimento psicoafetivo do individuo. Para que essa
personalidade seja formada, inclui elementos genéticos (temperamento), como
também o meio ambiente, onde o sujeito esta sendo formado.
A maioria dos psicólogos concorda que a personalidade
se consolida e desenvolve aos seis anos de idade.
A palavra Personalidade vem da palavra latina persona, usada originalmente para
designar as máscaras usadas pelos atores no antigo teatro grego, com o tempo
ela passou a ser descrita como a máscara que usamos para o mundo ver.
Pode-se dizer que há personalidade para todos os
gostos: Extrovertidos ou introvertidos, sociáveis ou tímidos, agressivos ou
passivos, simpáticos ou chatos, desafiadores ou negociadores, etc. Fora a
imagem social superficial, que todos temos e nos apresentamos, como: charme,
jovialidade e carisma. Mas o que vemos, pode não ser verdade! Sócrates, grande
filósofo grego que nasceu no ano 470 a. C. disse: “O caminho mais grandioso para viver com honra neste mundo é ser a
pessoa que fingimos ser”.
Como vemos, a personalidade é formada, fazendo do
sujeito único e singular no mundo, através de componentes genéticos,
educacionais, familiares, sociais e psicossociais, que vão determinar seu papel
na sociedade.
Eis o grande valor da EBD, do culto doméstico e do
culto de Doutrina para a criança (Pv 22.6).
2.
Caráter. A
palavra caráter é originada do verbo grego que significa “gravar”. A firmeza
moral de uma pessoa, depende do que está gravado em seu interior.
Caráter é o que somos por baixo de nossa personalidade
(Máscara).
Ao contrário da personalidade, que se forma na
infância, o caráter continua a crescer e a se desenvolver ao longo da vida.
Na prática, sua importância é bem maior, já que uma
pessoa não é responsável pela sua personalidade, mas por seu comportamento.
Na verdade o caráter é bem diferente da personalidade.
Pois o caráter trata de nossa maturidade moral, que é a disposição para fazer a
coisa certa. Mesmo quando preço para fazê-la é superior ao que estamos
dispostos a pagar (Pv 23.23).
É fácil amarmos as pessoas que gostamos, mas, o
caráter cristão formado em nós, nos ordena que amemos até os que nos aborrecem
(Pv 25.21,22; Rm 12.20.13.8).
O desenvolvimento da firmeza moral significa ganhar
essa batalha até que a vitória se torne um hábito.
Portanto, podemos dizer que caráter é nossa força
moral e ética.
O nosso caráter pode ser influenciado tanto pela
hereditariedade quanto pelo ambiente em que vivemos. Influenciado não determinado.
A excelente boa nova, é que qualquer individuo
pensante, pode optar por ser diferente a partir de hoje.
Aristóteles disse: “Nós nos tornamos o que fazemos
repetidamente”, ou seja: Nós nos tornamos justos, ao praticarmos atos justos,
controlados aos praticarmos o autocontrole, etc. Quer dizer, quando nosso
caráter é provado.
De nada adiante eu dizer que sou uma pessoa de bom
caráter, mas, na hora da prova, eu provar tudo ao contrário.
Concluo sobre esse ponto, usando uma frase muito
bonita de Whitney M. Young, que disse: “A
verdade é que não há nada de digno em ser superior a outra pessoa. A única
nobreza genuína é ser superior a seu antigo eu”.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Deus
criou o homem provido de caráter
II. A DEFORMAÇÃO
DO CARÁTER HUMANO.
1. A queda e o
caráter humano. Enquanto todas as
demais coisa foram criadas através do “fiat” (faça-se) de Deus, o homem teve
uma criação de modo bem diferente (Gn 1.26,27). Criado portanto, perfeito em
termos espirituais, morais e físicos.
2. Imagem e semelhança
de Deus. O pastor Elinaldo nos traz
as duas palavras no hebraico: “imagem” é selem, e “semelhança” d`mûth, ambas se
referem a algo similar ou idêntico a coisa que representam, ou aquilo de que
são a “imagem”
A interpretação de quem vem a ser a “semelhança” de
Deus no homem tem muitas variantes, diz o pastor Elinaldo: Há quem entenda que
essa “semelhança” é apenas moral e espiritual. Outros entendem que é mais
ampla, que inclui a essência da divindade do Criador.
A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
“Façamos o
homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” (Gn 1.26) Vejamos também: Gn 5.1; 9.6; Ec 9. 29; At
17.26,28,29; 1Co 11.7; 2Co 3.18; 4.4; Ef 2.10; 4.24; Cl 1.15; 3.10; Tg 3.9.
Segundo Myer Pearlman, alguns elementos constituem a imagem
divina no homem, quais sejam:
1.
Parentesco com
Deus. A partir do momento que Deus soprou nas narinas do homem, e ele passou a
existir, também passou a ser filho de Deus. Mesmo que depois tenha se degradado
pelo pecado, mas , ele não perdeu a sua razão. Um homem pode degradar-se, a
ponto de outro ter que dizer a ele: Seja homem. Porém, jamais vai ser chegar a
um tigre e dizer: Seja Tigre. Entende?
2.
Caráter moral. O
reconhecimento do bem e do mal pertence somente ao homem. Um animal aprende o
certo e o errado, dependendo de seu dono.
3.
Razão. O animal é
uma criatura da natureza, o homem o senhor da natureza. Ele é capaz de refletir
sobre a natureza e suas causas. Consideremos todas as invenções que surgiram na
mente do homem.
4.
Capacidade para
ser imortal. O homem foi criado para viver eternamente.
5.
Domínio sobre a
terra (Gn 2.28). O homem foi designado para ser imagem e semelhança com
respeito a soberania.
3. A deformação
do caráter humano. Como foi dito acima: Deus fez o homem perfeito
(Ec 7.29). Nesse texto, a palavra “invenções” não se refere às descobertas
científicas ou tecnológicas, que são frutos da inteligência humana. Refere-se,
sim, às mudanças e inovações de caráter moral negativo ou pecaminoso,
contrariando a vontade de Deus.
Quando o homem deu lugar ao diabo e desobedeceu a Deus
e pecou, perdeu aquela semelhança moral com o Criador. Permaneceu algo muito tênue
daquilo que antigamente era perfeito. A semelhança foi distorcida, prejudicada,
no ser humano, enfatiza Renovato. Esses traços são senso de justiça, de ética e
da busca por um ser supremo no âmago de sua consciência.
O seu caráter, impresso por Deus em sua mente, e em seu
interior, foi deformado pelos efeitos espirituais e morais da queda. Essa
deformação abrangeu algumas áreas da vida do homem, a saber:
a.
No relacionamento com Deus. Desde o Éden, o homem tem se afastado
progressivamente de Deus em direção ao abismo eterno. Textos mostram o que o
homem perdeu (Rm 3.23; 5.12; 6.23).
Todos nascem marcados por essa tragédia. Até as
criancinhas já nascem sob à influencia nefasta do pecado em seu ser (Sal 51.5).
A Bíblia é clara em dizer que o pecado é uma parede de separação entre o homem
e Deus (Is 59.2).
Os dois versículos mais tristes da Bíblia estão em
Genesis 3.23,24: “O Senhor Deus, pois, o
lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra, de que fora tomado”, “E,
havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden e uma
espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida”.
O homem perdeu o relacionamento com Deus. Depois de
mais de quatro mil anos, chegou Jesus, aquele que veio para refazer esse
acesso, dizendo: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida, ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6).
b.
No relacionamento humano. O homem preferiu dar desculpas, que assumir a sua
culpa (Gn 3. 9-13). Já se pode ver um ser de caráter deformado, que
originalmente era puro e santo.
Não demorou muito para que acontecesse o primeiro
homicídio na face da terra (Gn 4. 8). Logo outros (Gn 4.23).
A história não nos deixa esquecer quantos
assassinatos. O imperadores romanos. Hitler, Stalin, Mussolini, entre outros de
menor envergadura do mal.
c.
A depravação moral da sociedade. Vemos uma sociedade onde já se aceitava a bigamia (Gn
4.23). Isso fala de relacionamentos pecaminosos, e depravação moral.
Homossexualismo em Sodoma e Gomorra (Gn 19.5). Isso já era artimanha do diabo,
contra o plano de crescimento que Deus havia traçado para a humanidade (Gn
1.27,28). Isso sempre foi e sempre será abominação aos olhos do Senhor (Lv
18.22; 20.13). Paulo fala sobre tudo isso em Romanos 1.18-32.
d.
No relacionamento com a natureza. O planeta terra foi preparado por Deus, para ser o
ambiente ideal para o desenvolvimento da vida do homem e dos animais. A terra
foi dada por Deus aos filhos dos homens (Sal 24.1; 115.16). Deus colocou o
homem no jardim para cuidar da terra (Gn 2.15).
Por causa do pecado, o sistema ecológico foi mudado.
As condições ambientais foram transformadas. A terra passou a produzir
espinhos. Finalmente, o relacionamento com a natureza mudou completamente. É só
olhar para a terra hoje, para vermos o que o homem, que era para cuida-la fez
com ela. Rios poluídos, agrotóxicos na lavoura, desmatamento sem controle, etc.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
A deformação do caráter humano veio com a
queda
III. A REDENÇAO DO CARATER HUMANO. Jesus veio ao mundo salvar o homem perdido da tragédia do
pecado que o separa de Deus (Is 59.2). Naquele cenário horrível da queda, Deus
em sua infinita misericórdia prometeu a redenção da raça humana por meio da
“semente da mulher” (Gn 3.15).
Sem
Deus, o homem tem um caráter deformado. Aquela marca de Deus gravada no
interior do homem, foi danificada, e por isso mesmo o homem peca por
inclinação, por opção e até por prazer em pecar (Rm 8.5-7). Tornando-se assim
propriedade do diabo (1Jo 3. 8), o que é muito triste.
Mas, o
Evangelho de Jesus, tem poder para salvar os pecadores (1Tm 1.15; Rm 1.16. Onde
o homem alcança assim o novo nascimento (Jo 3.3,7).
A
salvação em Cristo Jesus, faz do homem uma nova criatura (2Co 5.17).
1. Novo
nascimento, transformação do caráter. Aquilo que o pecado levou do homem, Jesus veio
para devolver (Jo 3.16). O caráter do homem renovado, é totalmente outro, veja
o que disse Paulo em 1ªCoríntios 6.10,11; e Efésios 4. 17-32. Isso é caráter
renovado.
2. A palavra de
Deus muda e fortalece o caráter. A
Bíblia tem um poder transformador tão grande na vida do nascido de novo que
todo o seu ser é alcançado pelos seus efeitos benéficos e regeneradores (Hb
4.12).
A obra realizada na vida do homem, é muito mais que
uma mudança de religião, pois envolve a regeneração (Jo 3.3,7); Justificação
(Rm 3.24; 5.1,9), e santificação (He 12.14; 1ª Ts 5.23).
A igreja ajuda a lapidar o caráter de seus membros
através da Palavra de Deus (Dt 31.12).
3. O caráter
amoroso do Cristão. A salvação propiciada pelo sacrifício
expiatório de Cristo abrange todas as áreas estruturais do ser humano:
Espírito, alma e corpo. Os aspectos fundamentais da salvação, como: regeneração, justificação e santificação,
devem ser vistos em toda a sua abrangência. Podemos dizer que o cristão tem uma
marca principal: o amor. O amar a Deus e o amor ao próximo (Mt 22.34-40; Jo
13.34,35). Quem não ama, não é salvo (1ª Jo 2.9,11).
Juntamente com o amor, inerente a vida do salvo está a
santificação, sem a qual ninguém vera o Senhor (He 12.14). A santificação tem o
lado divino da execução (He 2.11), porém, no aspecto progressivo, a
santificação tem a participação e o esforço do homem (2Co 7.1; Fil 2.12).
Em suma, a santificação molda o caráter do crente em
seu desenvolvimento espiritual. O salvo tem que se santificar para que seu
caráter seja santo.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jesus Cristo veio ao mundo para a redenção do caráter
humano.
Conclusão.
Concluo
reprisando as palavras de um escritor russo Leon Tolstoi que disse: “Todos
querem mudar o mundo, mas ninguém quer mudar a si mesmo”. Caráter é assim, vemos as falhas nos outros,
mas dificilmente enxergamos os nossos defeitos. Foi por isso que Jesus disse: “E porque reparas tu no argueiro que está no
olho de teu irmão e não vês a trave que está no teu olho? (Mt 7.3).
O homem salvo e remido por Cristo Jesus tem as marcas
do Salvador no seu ser e no seu comportamento (Gl 6.17). Amém.