Essa
doutrina foi a que mais marcou os primórdios da Assembleia de Deus. Os
missionários Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram à Belém do Pará inflamados
com o poder pentecostal, e não tardou para que a irmã Celina de Albuquerque
recebesse esse poder e começasse a falar em outras línguas, conforme o Espírito
Santo concedia que falasse. Em seguida, o primeiro irmão brasileiro a falar em
línguas celestiais foi o paraibano Manoel do Bú. Esse fogo começou a correr no
Brasil e, em pouco tempo, a igreja que nascera tão pequena já passava de meio
milhão de fiéis, cuja grande maioria falava em línguas estranhas; os que não
falavam, buscavam com ardor todos os dias para passarem por essa experiência
com Deus. Foi uma geração incendiada pelo poder salutar do Santo Espírito.
Somos chamados de pentecostais porque cremos
que aquele poder que desceu sobre os discípulos no dia de pentecostes, enchendo
a todos, e todos falaram em línguas estranhas, está em evidência ainda nos dias
atuais (At 2. 1-4). A despeito de muitos teólogos ensinarem contra essa
doutrina, contra fatos não há argumentos. Muitos irmãos continuam recebendo
esse poder. Lamentamos que hoje em dia, devido à vaidade, à falta de temor na
vida de muitos crentes e ao mundanismo que tem entrado nas igrejas, pouco se
tem buscado o glorioso batismo com o Espírito Santo. Mas o batizador, que é
Jesus, não mudou. Ele continua esperando a igreja pedir, buscar e bater, porque
Ele mesmo disse: “Porque qualquer que
pede recebe; e o que busca acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Lc 11. 9).
Encontramos, no Antigo Testamento, o profeta
Joel profetizando e dizendo: “E há de ser
que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e
vossas filhas, profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens
terão visões” (Jl 2. 28). O apóstolo Pedro, em seu primeiro discurso após a
descida do Espírito Santo, ao defender a igreja daqueles que diziam que estavam
cheio de mosto, disse: “Estes homens não
estão embriagados, como vós pensais, sendo esta a terceira hora do dia. Mas
isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz
Deus, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e
as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos
velhos sonharão sonhos. E também do meu Espírito derramarei sobre os meus
servos e minhas servas, naqueles dias, e profetizarão” (At 2. 15-18); e em
continuação disse: “Porque a promessa vos
diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos
quantos Deus, nosso Senhor chamar” (At 2. 39). Até mesmo nós, que estamos
tão longe daquele maravilhoso dia de pentecostes, estamos debaixo da promessa
de recebermos a plenitude desse poder a ponto de transbordarmos em línguas estranhas.
Infelizmente, já podemos ver obreiros que não
nutrem sua vida de oração e devoção ao Senhor Jesus, razão pela qual já não
falam mais em línguas estranhas. Estão naquele grupo dos que foram batizados, já
falaram em línguas, mas não falam mais. Há pastores que os crentes têm dúvidas
se eles foram batizados ou não, pois são tão secos, tão duros, que o poder pode
estar fluindo na Igreja que eles estão de caras amarradas, não abrem a boca nem
para dizer sequer um aleluia. Por isso, hoje em dia há igrejas Assembleias de
Deus em que, para poder contar que Jesus batizou alguém com Espírito Santo, é
necessário fazer uma festa, um congresso, e chamar um “avivalista” para animar o povo a buscar essa dádiva tão gloriosa.
Caros e amados irmãos, nosso Jesus pode batizar em todos os cultos. O apóstolo
Paulo ensina que devemos buscar os dons espirituais. Disse ele: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo,
profetizar e não proibais falar línguas” (1Co 14. 39).
Lembro-me, com muitas saudades, daquelas
vigílias realizadas no interior do estado do Paraná, nas quais víamos o mover
do Espírito de Deus. Noites frias das geadas que caíam naquelas madrugadas, mas
dentro do barracão havia o fogo pentecostal. Quando o dia estava amanhecendo, o
pastor contava quantos tinham sido batizados com o Espírito Santo e quantos
tinham sido renovados. Lembro-me de uma jovem da igreja batista, por sinal
muito rebelde, que foi na vigília, segundo testemunho dela mesma, “para zombar
dos irmãos da Assembleia de Deus”, pois ela achava muito engraçada a maneira
como eles oravam. Mas naquela noite a história mudaria para aquela jovem. Altas
horas da madrugada ela começou a buscar a Deus. O Espírito Santo a tomou, a
encheu e ela começou a falar em outras línguas. A partir daquele dia aquela
jovem, que era rebelde, passou a ser a jovem mais assídua nos cultos e nunca
mais deu trabalho para a igreja. O Espírito Santo vem para mudar a nossa
história. Ele quer encher o seu povo ainda hoje, é somente dar lugar que Jesus
vai operar em nosso meio. Continuemos a pregar que Jesus Cristo batiza com o
Espírito Santo.
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