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Jesus Cristo Salva. Para muitos, pregar sobre salvação não chama
mais a atenção de ninguém. Por essa razão pensam ser preciso falar sobre “as
chaves para abrir as portas financeiras”, “Requisitos indispensáveis para o
sucesso da empresa” etc. Mensagens antropocêntricas, sobre vitória financeira e
a famigerada teologia da prosperidade são as que mais atraem as multidões. Mas
o obreiro talhado nas Escolas Dominicais da Assembleia de Deus, aquele que
gosta das lições Bíblicas, que frequenta o culto de doutrina em que o pastor
ensina a Palavra, vai continuar pregando que a missão primordial de Jesus na
terra é salvar o pecador: “E dará à luz
um filho e chamarás Jesus; porque ele salvará o seu povo do seu pecado” (Mt
1. 21); “E disse: Ide por todo o mundo,
pregai o evangelho a todo criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas
quem não crer será condenado” (Mc 16. 15,16); “E em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum nome há,
dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos”. Percebe-se, assim, que
a mensagem prioritária de Jesus e do seu evangelho era e é sobre a salvação do
homem. Precisamos voltar ao evangelho puro e simples. O evangelho que sãos as
boas novas de salvação; aquilo que foi falado pelos anjos aos pastores de
Belém: “Pois na cidade de Davi, vos
nasceu hoje o Salvador, que é Cristo o Senhor” (Lc 2. 11). O apóstolo Paulo
nos diz: “Porque não me envergonho do
evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para Salvação de todo aquele que
crê; primeiro do Judeu, e também do grego” (Rm 1. 16). Porém, o Evangelho do
qual Paulo não se envergonhava não é aquele que muitos estão pregando hoje,
pois estão fazendo do púlpito balcão de negócios, para fins de lucro financeiro
ou para adquirirem fama e posição e, assim, venderem as ovelhas nos anos
políticos. Para estes, Paulo tem uma mensagem: “Porque muitos há, dos quais muitas vezes disse, e agora também digo
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. Cujo fim é a perdição; cujo Deus
é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas
terrenas” (Fl 3. 18,19). Esse evangelicalismo
barato, sem conteúdo, vazio, seco e sem vida; recheado de psicologias, jargões
e frases de efeito; esse, sim, Paulo teria vergonha dele. Mas do Evangelho
poderoso de Jesus Cristo, o apóstolo dos gentios não se envergonhava, porque
ele é poder de Deus para Salvação de todo aquele que crê.
Certamente, para pregarmos sobre a salvação,
faz-se necessário que sejamos salvos. É preciso passar por essa experiência tão
maravilhosa da Salvação plena, efetuada por Jesus na cruz do Calvário, para que
o homem possa dizer a outros que há de fato salvação. A Salvação plena vem
acompanhada de outras coisas, como disse o escritor aos Hebreus: “Mas de vós, ó amados, esperamos coisas
melhores, e coisas que acompanham a Salvação” (He 6. 9). Vemos que no
cabedal da doutrina da salvação está a regeneração, a redenção, a justificação,
a santificação etc.
Nos primórdios da Igreja Assembleia de Deus,
irmãos simples pregavam a Palavra, com sua tosca linguagem, mas Jesus salvava,
porque eles não somente falavam de salvação, mas tinham extrema certeza que
haviam passado por esse processo em suas almas. As pessoas os ouviam e se
sentiam compungidas em seus corações a aceitarem a fé que eles anunciavam. Não
estaria no momento de deixarmos a psicologia, a filosofia e outras ciências
mais de lado, e anunciarmos somente a Jesus Cristo que foi crucificado, como
disse Paulo? Jesus deve ser o âmago, o centro de nossas mensagens!
O que o pecador precisa desesperadamente é
ouvir falar da redenção de sua alma. O pecador é carente de ouvir que ele
perdeu a glória de Deus, mas que há uma maneira de reavê-la, o que somente
acontece se ele aceitar a Jesus como seu Salvador, entendendo que a graça
salvadora de Deus o alcançou (Tt 2. 11; Ef 2. 8). O homem precisa continuar
escutando que não adianta ele ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma. Temos
de voltar a pregar sobre o “rico insensato”; sobre “a salvação de Zaqueu”; “A
mulher samaritana”. Temos de voltar a ler João 8. 32: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”; Jo 8. 36: “Se, pois, o Filho vos libertar,
verdadeiramente, sereis livres”. Está sobrando ciência, conhecimento
teológico, hermenêutico, exegético, antropológico, psicológico e faltando
oração, simplicidade, amor pelas almas perdidas e a Mensagem da Cruz, a Palavra
da Graça de Deus que restaura não a conta bancária, mas a alma leprosa pelo
pecado e o espírito do homem decaído.
Pr Daniel Nunes - presidente da IEADCG e COMEAD-CGPB
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