SÃO PAULO - O grupo de evangélicos que se mobiliza pela saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara disse, nesta terça-feira, 12, que vai continuar a campanha para que o pastor deixe o cargo. Para eles, Feliciano não representa os fiéis. "O discurso de ódio na boca de quem se diz discípulo de Jesus é anacrônico. A gente entende que as falas do pastor Marco Feliciano não colaboram para um debate respeitoso e qualificado em torno da questão dos Direitos Humanos", afirmou Caio Marçal, secretário de mobilização da Rede Fale, que reúne 14 organizações religiosas, na sua maioria pentecostais. O deputado tem sido acusado de homofobia e racismo. Entre as suas declarações polêmicas está a de que "podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime e à rejeição" e a de que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado". A Rede Fale organizou um abaixo-assinado direcionado aos membros da bancada evangélica pedindo para que eles reconsiderassem a indicação de Feliciano. Na terça, após reunião, o PSC decidiu manter o pastor como presidente da comissão. Apesar da decisão do partido do deputado, Marçal afirma que o mais importante com essas manifestações "é mostrar que existe um outro perfil de evangélico, que luta por um debate qualificado sobre Direitos Humanos no Brasil, que evite os maniqueísmos e os discursos de ódio". Na segunda-feira, mais de 150 lideranças evangélicas assinaram uma carta aberta contra a posse de Feliciano. "Não se trata aqui de prejulgar o presidente recém-eleito, mas não há como desconsiderar seus vários comentários públicos sobre negros, homossexuais e indígenas, declarações que inviabilizam a sustentação política de seu nome entre os que atuam e são sensíveis às temáticas dos Direitos Humanos", afirmaram.
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