"Gosto de tudo que fala de Deus", diz o apresentador Raul Gil, que vê seu programa crescendo em audiência com artistas evangélicos.
Os tempos de baixa audiência do Programa Raul Gil ficaram definitivamente para trás. Desde que chegou ao SBT, em junho, depois de cinco anos na Bandeirantes, o apresentador só vê sua média de pontos no Ibope crescer. Enquanto na Band, em seus últimos meses no ar, vinha dando média entre 4 e 5 pontos no Ibope, na emissora de Silvio Santos a atração mantém a média de 11 pontos e chega a picos de 13, empatando com seu concorrente mais forte, o Caldeirão do Huck, apresentado por Luciano Huck, na Rede Globo.
Para Raul Gil, de 72 anos, quase 60 de carreira, a explicação é simples. “A boa audiência do programa vem ao encontro do gosto do telespectador, que se cansou um pouco de baixaria”, disse o apresentador no estúdio, no dia em que a reportagem acompanhou as gravações da atração que ele comanda.
Raul Gil parece saber exatamente como fazer para obter essa audiência. No estúdio, é figura compenetrada. Antes de todos, grava os merchandisings. Em seguida, se recolhe ao camarim, para um retoque na maquiagem. Já no palco, quando fala, a equipe se mantém em silêncio total. Até os cantores amadores que vão ao programa recebem dicas do veterano. Foi assim com a primeira candidata do concurso na gravação. Nervosa, a moça errou o momento de começar a cantar. “Para tudo!”, disse Raul. “O que aconteceu? Não fique nervosa, vai dar tudo certo”, disse carinhosamente à caloura. A moça respirou fundo. Errou de novo. Raul Gil pediu para parar. Só na terceira vez ela acertou.
Na receita de sucesso de Raul Gil, quadros simples como o concurso “Jovens talentos”, no qual cantores e cantoras entre 15 e 25 anos disputam, semana após semana, um contrato de trabalho com a gravadora Sony Music. A final da primeira temporada do quadro no SBT, em 9 de outubro, levou o programa a bater o seu primeiro recorde, com 13 pontos no Ibope. A vencedora, a cantora gospel Brenda dos Santos, comemorou o prêmio com lágrimas e um agradecimento a Deus no palco. No CD que Brenda vai gravar, três participações especiais de seus colegas e ex-concorrentes, todos cantores gospel. Católico, Raul Gil acredita que a música religiosa tem forte apelo. “Não é só evangélico. Se aparecer um espírita aqui cantando música boa vai fazer sucesso”, disse.
"Gosto de tudo que fala de Deus"
É notório o carinho do apresentador Raul Gil com os artistas gospel. O padrinho de grandes nomes da música secular é também muito querido no meio evangélico por sempre abrir portas para os cantores do segmento. Em entrevista à revista Exibir Gospel, ele mostrou que é um homem sensível à Palavra: "Gosto de tudo que fala de Deus. Não estou preocupado se o cantor é ou não sucesso ou recorde de vendas, o que importa para mim é a mensagem da música. Ela aproxima as pessoas de Deus".
Ele revelou à mídia nomes como Robinson Monteiro, Jamily, Daisy Houston, Bianca Toledo, dentre outros, e recebe com frequência cantores evangélicos consagrados como Fernanda Brum, Eyshila, Regis Danese, Aline Barros, Shirley Carvalhaes, Mara.
Raul Gil explica que não admira apenas a mensagem gospel, mas também o talento dos cantores e compositores: "Para mim, a música gospel está crescendo muito em função da sua boa qualidade e grandes cantores deste meio, que dão vida à interpretação", disse. Desprovido do preconceito comum em outros programas e apresentadores, que, raramente, recebem estes artistas, Raul Gil sempre foi receptivo com os evangélicos em todas as emissoras por onde já passou. "A aproximação com os evangélicos é sadia e bem aceita, até porque a música gospel é apreciada e admirada por não evangélicos".
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