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sábado, 21 de agosto de 2010

EXPECTATIVA


Ė seca é terra.
Poeira, deserto.
Angustia, tristeza;
Ė fome por perto


Olhar que procura,
Buscando o infinito.
Augurio, desejo.
Está tudo esquisito.


O astro rei treme
O homem teme.
O porvir incerto,
O gado geme.


Os espinhos sufocam,
A terra desnuda.
O sertanejo clama:
Pedindo ajuda.


Caatinga desocupada,
A casa caiu.
Não há plantação.
O homem fugiu.


Lamurias no peito.
Sem paz, inquieto.
Será que sou homem,
Ou sou objeto?



Pra traz o passado.
A reminiscência.
Tempos de orvalho,
Na consciência.


Abatido, debilitado,
Esquálido, lânguido.
Falta-lhe o sangue,
O ar está cândido.



A fé não lhe falta.
O olhar em festa.
Fruição da esperança,
A última que resta.


O estio é longo.
A angustia aperta.
Mugido sem pasto,
É fome que cerca.

Daniel Nunes
Monteiro, 26- 11- 2007

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