Ė seca é terra.
Poeira, deserto.
Angustia, tristeza;
Ė fome por perto
Olhar que procura,
Buscando o infinito.
Augurio, desejo.
Está tudo esquisito.
O astro rei treme
O homem teme.
O porvir incerto,
O gado geme.
Os espinhos sufocam,
A terra desnuda.
O sertanejo clama:
Pedindo ajuda.
Caatinga desocupada,
A casa caiu.
Não há plantação.
O homem fugiu.
Lamurias no peito.
Sem paz, inquieto.
Será que sou homem,
Ou sou objeto?
Pra traz o passado.
A reminiscência.
Tempos de orvalho,
Na consciência.
Abatido, debilitado,
Esquálido, lânguido.
Falta-lhe o sangue,
O ar está cândido.
A fé não lhe falta.
O olhar em festa.
Fruição da esperança,
A última que resta.
O estio é longo.
A angustia aperta.
Mugido sem pasto,
É fome que cerca.
Daniel Nunes
Monteiro, 26- 11- 2007
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