EM BUSCA DE COMPANHEIROS FIEIS
(...e a Arquipo, nosso companheiro de lutas...)(Fm v. 2)
Será o meu intuito em todo tempo nesse estudo, conscientizar a cada companheiro, que temos imensa necessidade um do outro. Que não podemos começar e acabar uma obra sozinhos, mas, ao longo de nosso ministério, “se é que temos ministério”, estaremos sempre, dando continuidade ao trabalho começado por outro, ou começando para outro dar continuidade a nosso trabalho.
O Pastor que assume um novo campo deve honrar e valorizar o trabalho de seu antecessor, não fazendo nem permitindo comentários desairosos a seu respeito por parte de membros do rebanho (Mat.7.12, Prov.12.14, Hb 13.7, Rom. 13.7). Quando sai de uma cidade para outra deve ser maduro o suficiente para entender que o tempo dele trabalhar naquele campo já passou, e, agora Deus colocou outro homem que também tem visão espiritual para dar seqüência na obra que ele estava, e, lhe entregou outra sob sua responsabilidade.
Com base na vida e ministério de Jesus e João Batista, abordaremos o tema da necessidade que temos de saber tratar o companheiro, nas mais diferentes áreas e circunstancias em nossa trajetória ministerial. Quer sejam os momentos de glorias ou de fracassos; de boa ou má fama; na bonança ou nas tempestades.
I- A NECESSIDADE DO ANJO PRECURSOR. Sempre vamos precisar de um João Batista que vá a nossa frente preparando nosso caminho (Mc 1.1,2). Não esqueça que João também teve fama e seguidores. “Há pessoas que são sabem lidar e conviver com a fama dos outros. Não sabem ouvir boas coisas dos companheiros que ficam logo enciumados”. Devemos saber que o Mestre Jesus muitas vezes nos coloca para trabalharmos como João Batista, isto é, para preparar caminho para outros. Quer dizer, tanto temos o nosso João Batista como somos João Batista. O trabalho tanto de um como do outro deve ser valorizado (Mt 11. 7-14; Jo 1. 19-27, 35,36; 3. 26-30). Você pode ter muita capacidade, mas precisará de alguém, se até Jesus precisou quanto mais nós! Analisemos um pouco o perfil do Batista:
1. Dois desconhecidos - João não conhecia o primo Jesus (Jo 1.31,33);
2. O trato com Deus - O Sinal de Deus para João conhecer quem seria o Cordeiro era a descida da pomba: “Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre Ele” (Jo 1.32). a) No principio O Espírito pairava sobre a face do abismo. O verbo pairar indica uma ação de permanecer no ar adejando suas asas como um pássaro o faz para produzir calor no seu ninho. Como faz a Beija-Flor para sugar o néctar das flores. Foi a primeira vez que a Espírito Santo desceu sobre a terra (Gn 1.2). b) Em Gênesis 8. 8 Noé solta uma pomba, porém, ela não achou repouso. c) A pomba mede 30 centímetros. Ela não tem fel. Jesus tinha 30 anos quando a pomba desceu sobre ele e permaneceu Nele (Lc 4.18a).
3. Seu papel - preparador de caminhos (Mc 1.2). a) João tinha o machado na mão (Mt 3.10); b) Jesus tem a pá (Mt 3.12). Cada um faz sua parte. Não adiante querer trabalhar com ferramentas dos outros nem querer fazer o que é para o outro fazer (Rm 12.3-8).
4. O lugar que pregava - O deserto (Mc 1. 4). O que importa não é o local onde você prega, mas sim, a mensagem que prega. Deserto é um lugar estratégico onde as pessoas crêem em você. Se tiveres pão para o povo eles te seguirão (Mt 3.5; Lc 3. 2-5). a) João saiu das sinagogas para o deserto e o povo foi atrás dele, porque a Palavra de Deus estava com ele e não com os sacerdotes da época (Lc 3,2). O povo quer a Palavra de Deus. b) Nem sempre o deserto e coisa ruim. Deserto pode ser o lugar da melhor provisão de Deus para teu ministério. Não murmures porque Deus te colocou na cidade pequena, longe dos grandes centros, pregue a Palavra e o povo vai correr para ti (1Pd 4.11). Quando João saiu do lugar que Deus o tinha colocado, isto é, saiu do deserto e foi profetizar na cidade perdeu a cabeça. Fica lá onde Deus te colocou.
5. O que pregava – O batismo de arrependimento. Ele pregava e batizava porque o Pai o mandou fazer assim (Jo 1. 33). Porque o Pai o mandou batizar? Lembremos que João podia ter entrado para o sacerdócio, pois era filho do sacerdote Zacarias (Lc 1.13). Porém, ele não entrou, mas saiu. João saiu de dentro do santuário onde estava a arca para a bacia de lavar os pecados (Rio Jordão). O povo de Israel havia sido batizado em Moises, na nuvem e no mar (1Co 10. 1,2). Para Paulo eles ainda não haviam entrado na terra, espiritualmente falando, eles precisavam passar pelo Jordão, e, através de João foram batizados e entregues para Jesus (Lc 3.4,5). Muitos obreiros fracassam no ministério porque os vales não foram cheios e nem os outeiros aplanados.
6. Como se vestia - De pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor dos lombos (Mc 1. 6a). a) O pêlo de camelos, quase cor de terra, era um repudio a falsa brancura dos vestidos sacerdotais. O próprio Anás e Caifás eram comerciantes de ovelhas, pois compravam em baixos custos e vendiam ganhando muito dinheiro dos pobres penitentes em Israel. b) A primeira porta a ser restaurada foi a das ovelhas (Ne 3.1). Sem sacrifício perfeito não existe adoração ao Senhor. c) E com um cinto de couro em redor de seus lombos (Mc 1.6b), fala do poder na palavra profética. Esse cinto não era comum. Ele dava uma volta na cintura e também subia por trás das costas e descia pelo peito, dando assim proteção tanto no tórax como na coluna de João Batista. Fala da firmeza que o obreiro precisa ter (Ef 6.14; 1Tm 4.12).
7. O que comia - Gafanhotos e mel silvestre (Mc 1.6c). a) Gafanhoto, isto é, comia o devorador! Também nos fala de uma vida simples, sem luxo. O obreiro deve ser simples (Mt 10. 16c). b) Mel silvestre. Tratava-se de mel silvestre mesmo. Não era nada arrumado por ninguém, era provisão de Deus para seu servo no deserto. Deus continua provendo para seus fieis obreiros, mesmo que estes estejam no deserto (Sal 78.19). O meu silvestre pode dar até na cabeça do leão. Para comer mel na cabeça do leão tem que matar o leão. Obreiro tímido, covarde não mata leão.
8. Foi respeitado por Jesus - “E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o Evangelho do reino de Deus” (Mc 1. 14). Quantos obreiros que não tem respeito com seus companheiros. Quando são indicados para um novo campo, o pastor ainda está lá no local, não o convidou para ir à cidade, porém, sem nenhum respeito ao companheiro ele entra na cidade e começa a visitar casas dos irmãos.
II. CONVIVENDO COM O SUCESSO E ÊXITO DE MEU COMPANHEIRO (Mc 6. 45-51).
Quando você escuta alguém elogiando um companheiro seu do ministério, como se sente? Você pregador, como se sente quando outro pregador é elogiado? Não esqueças que cada estrela tem seu brilho. Há as que brilham mais, porém, todas brilham.
1. “E logo obrigou os seus discípulos a subir para o barco, e passar adiante,...”. Veja que Jesus não teve nenhum constrangimento em que seus discípulos passassem adiante. Tem muitos obreiros que não querem que ninguém passe adiante dele na pregação, na oração, no louvor, no carinho do povo, etc. Ele sempre tem que ser o melhor, o centro das atenções, a estrela de primeira grandeza. a) Jesus ressuscitou a Lázaro, todos ficaram assombrados com Ele e creram Nele (Jo 11. 45), porém, no capitulo 12 e versículo 9 João escreve assim: “E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos”. b) Não te preocupes com a fama do outro, pois, se a igreja hoje naquela cidade por onde você já passou quando ainda era pequena e hoje está grande, também é fruto do seu trabalho.
2. “E, sobrevindo a tarde, estava o barco no meio do mar e ele sozinho em terra”. Jesus treina seus discípulos. O pastor tem que aprender a treinar os seus obreiros para que cresçam. Se precisar de tua ajuda você vai e os socorre, assim com Jesus fez com seus discípulos (Mc 6. 48). Marcos registra que Jesus chegou com a intenção de passar adiante deles. Se os obreiros crescem o pastor tem que continuar crescendo também. Há obreiros que não crescem nem deixa os outros crescerem também.
3. “E subiu para o barco para estar com eles,...” (Mc 6. 51a). Aqui Pedro está afundando. Porém, Marcos não conta o fracasso de Pedro, Mateus conta (Mt 14. 31,32). Naquele momento Pedro pensou somente nele. O barco estava quase se afundando, e Pedro disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo” (Mt 14. 28). Marcos, não conta do egoísmo, da pouca fé e da dúvida de Pedro, ele somente contou o milagre, as bênçãos. Existe aquele que se Deus está abençoando o campo do companheiro ele não sabe contar, mas se é problema, é luta, ele é o primeiro a se deleitar contando para todo mundo, cuidado, logo alguém vai também contar os teus fracassos.
Paulo sabia que Arquipo passava por momentos difíceis em seu ministério, pois na carta aos Colossos ele disse: “E dizei a Arquipo: Atenta para o ministério que recebeste do Senhor: Para que cumpras” (Col 4. 17). No entanto Paulo o trata em pé de igualdade, pois na carta a Filemom versículo 2 o chama de ”Meu companheiro de lutas”.
Necessitamos companheiros fieis que estejam ao nosso lado, com o mesmo coração, fé e sentimento para juntos chegarmos ao final de nossa carreira com êxito em nosso trabalho (Fil 2.1-5).
Que a Graça e paz sejam com todos
Pr. Daniel Nunes
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